Um
presidente da República não é apenas uma faixa. É preciso que por trás do
pedaço de pano exista uma noção qualquer de honra. Incapaz de elevar sua
própria estatura, Jair Bolsonaro rebaixou o Brasil ao ordenar a celebração do
aniversário do golpe de 1964. Ao afirmar que não houve ditadura, ofendeu a
memória dos mortos e a alma dos vivos. [comentário 1: é curioso que a memória dos porcos terroristas, dos guerrilheiros covardes, seja tão sensível e mais ainda a dos vivos - coitados, além da infelicidade de ter parentes terroristas e guerrilheiros, ainda possuem uma alma extremamente sensível (será que seus parentes, assassinos frios e sanguinários, tinham uma alma?]
Se ficasse nisso, já seria aviltante. Mas houve mais. Ao apelidar de
"probleminhas" os crimes do regime militar, Bolsonaro atribuiu ares
de normalidade a atrocidades como a tortura. [comentário 2: a quase totalidade, ou mesmo a totalidade dos jornalistas, tem conhecimento que os terroristas que matavam inocentes a pretexto de combater o Governo Militar (quando na realidade o que queriam era a implantação de uma ditadura comunista) adotavam práticas que buscavam impedir que fossem capturados pelas forças de segurança;
uma delas era a chamada hora teto, que buscava impedir que os terroristas em liberdade não fossem presos devido a delação de comparsas presos - por ser uma prática em que o tempo era importante, muitas vezes os agentes de segurança eram obrigados a usar a energia necessária para obter informações precisas e com rapidez.
Pode, muito raramente, ter havido algum excesso, o que é normal em qualquer profissão, em qualquer atividade que algum dos seus integrantes se exceda e cometa excessos.
O crescimento da necessidade das GLOs é consequência direta do crescimento da criminalidade. ] Com tanto desapreço pelo ser
humano e pelo bom senso, o chefe supremo das Forças Armadas põe em risco a
própria disciplina militar. Uma assombração que se imaginava exorcizada é
catapultada da história para o cotidiano. Banalizaram-se no Brasil as chamadas
GLOs, operações de garantia da lei e da ordem. Consistem no emprego das Forças
Armadas em ações de segurança pública. No Rio de Janeiro, evoluiu-se no ano
passado para uma intervenção federal na segurança, uma espécie de GLO
hipertrofiada. A chegada das tropas às favelas e aos fundões pobres das grandes
cidades costuma ser festejada. Mas às vezes a coisa desanda.
No final do ano passado, por exemplo, ganhou as manchetes um desses
casos em que o caldo entornou. Numa incursão noturna na favela carioca da
Penha, militares prenderam sete pessoas. Quatro delas contaram posteriormente,
em depoimentos formais, que foram torturadas nas dependências de um quartel da
1ª Divisão do Exército. De acordo com os depoimentos, o grupo foi mantido no
quartel por cerca de 18 horas. A certa altura, conduziram-se os presos para uma
"sala vermelha". Ali, foram submetidos a um interrogatório para
identificar traficantes. Tomaram "madeiradas" nas costas e na cabeça.
Foram chicoteados com fios elétricos. Só depois da sova foram levados à
delegacia, sendo detidos sob a acusação de traficar drogas. Abriram-se dois
inquéritos —um no Ministério Público Federal, outro no Comando Militar do
Leste. O inquérito militar foi fechado em fevereiro, já sob Jair Bolsonaro. Em
vez de atestar a inocência cabal dos acusados, a investigação concluiu que não
há "provas da materialidade e nem indícios suficientes de autoria
relativos aos crimes de tortura e maus tratos". [comentário 3: o padrão é que bandido quando vai prestar depoimento, seja formal ou não, dizer que é inocente (aliás, qual bandido não se declara inocente?), que foi torturado, etc.
No caso em questão foram realizados dois laudos, divergentes entre si, e transcorreu apreciável tempo entre a realização das perícias e durante este tempo os presos ficaram juntos e tiveram oportunidade de se autolesionarem.
Outro detalhe curioso é que até fevereiro eles permaneciam presos sob a custódia da polícia civil, sendo bem estranho que suspeitos presos em meados de 2018, permaneçam presos, já tendo prestado depoimento na Justiça - - se isto está ocorrendo, com certeza eles devem.]
Responsável pela apuração, o coronel Eduardo Tavares Martins anotou não
ter enxergado "na conduta dos militares os elementares integrativos do
delito de tortura e maus tratos, tudo não passando da dinâmica de confronto
entre supostos traficantes e militares do Exército". As conclusões foram
avalizadas pelo general Antonio Manoel de Barros. Para os padrões de Bolsonaro,
a "dinâmica do confronto" que levou os presos a se sentirem
torturados numa "sala vermelha" dentro de um quartel do Exército
seria apenas mais um "probleminha" negligenciável. O presidente da
República, como se sabe, é o comandante constitucional das Forças Armadas. Suas
palavras, quando soam desajuizadas, enviam sinais errados para a tropa.
Qualquer criança de cinco anos percebe que um chefe supremo que fala como se
desejasse acobertar violências estimula a indisciplina militar. A lógica do
"probleminha" conduz a um vale-tudo que justifica das transgressões
internas à atuação das milícias. No limite, fardas menos esclarecidas podem
explodir uma outra bomba num Riocentro qualquer, no pressuposto de que a
iniciativa será comemorada.
Quem
observa de longe fica tentado a concluir que o despautério de Bolsonaro não
visa apenas a revisão de atrocidades históricas. Mira também a legitimação de
sandices contemporâneas. Por sorte, há juízas em Brasília. A doutora Ivani
Silva da Luz, titular da 6ª Vara da Justiça Federal da capital, proibiu na
noite desta sexta-feira a celebração do aniversário de 55 anos do golpe
militar. [comentário 4: A respeitável decisão da doutora Ivani se revelou inócua, haja vista que Bolsonaro determinou comemorações devidas ao 31 de março e não comemorações no dia 31 de março;
assim sendo, os militares realizaram diversas comemorações, em Brasília e outros comandos, cumprindo a determinação presidencial e lembrando DATA HISTÓRICA IMPORTANTE, sendo os eventos e a ORDEM DO DIA amplamente divulgada pelos meios de comunicação, noticiários da TV, internet, etc, com vídeos provando a justa homenagem.
Conforme é habitual em nenhum momento as FF AA deixaram de respeitar seus principios basilares: DISCIPLINA e HIERARQUIA.
Para finalizar, uma pergunta: em 2017, o Congresso Nacional realizou uma sessão comemorando os 100 anos da Revolução russa e não houve nenhuma crítica - lembrando que os comunistas mataram milhões e milhões de pessoas. Qual a razão da aceitação de que um evento comunista, um regime sinistro, seja comemorado e lembrar um MOVIMENTO REVOLUCIONÁRIO, realizado para o BEM do Brasil e das PESSOAS DE BEM, seja tão execrado?]
A decisão não altera a conturbação mental do presidente da República.
Mas preserva a sanidade do país.
Blog do Josias de Souza
[comentário 5: Bolsonaro não é perfeito e o voto acima é mais uma ação que ele comete contra o povo palestino e que se soma a outros erros, com destaque para:
- concessão de vistos aos americanos sem reciprocidade;
- tentativa de conduzir a política externa do Brasil sem levar em conta os interesses comerciais brasileiros.]
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