O grupo Estado Islâmico (EI), que busca novas fontes de financiamento, tenta vender às forças curdas os corpos de seus soldados mortos em combate, noticiou o jornal Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung (FAS), publicado no domingo.
AFP/Arquivos - Combatentes curdos peshmerga na linha de frente contra 'jihadistas', no distrito de Gwer, 40 km ao sul Arbil, capital da região autônoma curda no Iraque, em 15 de setembro de 201
O EI tem sido muito afetado pela ofensiva da coalizão internacional, que apoia os soldados curdos no norte do Iraque e da Síria, onde os bombardeios destruíram várias infraestruturas, explica o jornal. Estas destruições dificultam o contrabando de petróleo e de antiguidades roubadas pelo grupo jihadista que, privado de sua renda, e se vê forçado a encontrar novas formas de financiamento.
O jornal conservador, que citou "fontes de segurança", publica em sua edição de domingo que o EI está querendo vender aos curdos os corpos de seus soldados mortos entre "10.000 e 20.000 dólares". No entanto, "parece pouco provável" que o Estado Islâmico entre diretamente no tráfico de órgãos, pois o grupo não tem a infraestrutura, nem as competências médica, técnica e logística necessárias, disse o FAS.O grupo jihadista reduziu em dois terços o soldo que paga a seus combatentes e, segundo estimativas de especialistas, só obteria entre "10 e 20 dólares" por barril de petróleo vendido, escreveu o jornal. Em meados de fevereiro, o Conselho de Segurança da ONU adotou, por unanimidade, uma resolução que pretende asfixiar os grupos jihadistas como o EI ou a Frente al Nusra, braço sírio da Al Qaeda, que obtém milhões de dólares com o petróleo, o tráfico de antiguidades e o pagamento de resgates.
O texto lembra, em particular, aos Estados a obrigação de evitar qualquer transação petroleira direta ou indireta com o EI e congelar seus ativos financeiros. O Conselho pede, ainda, que se informe à ONU sobre qualquer requisição de petróleo bruto ou refinado procedente de zonas nas mãos dos jihadistas na Síria e no Iraque.
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