A
criação do frete mínimo é uma das principais reivindicações dos caminhoneiros,
que iniciaram os protestos devido à alta do preço dos combustíveis
Representantes do movimento de caminhoneiros que há
vários dias bloqueia as rodovias de pelo menos seis estados se reúnem hoje (24) com
o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e com integrantes da
Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) para pedir a criação de um valor de
frete mínimo para a categoria.
A criação do frete mínimo é uma das principais reivindicações dos caminhoneiros, que iniciaram os protestos devido à alta do preço dos combustíveis e os valores dos fretes, considerados baixos pela categoria. “Hoje, a nossa margem de lucro é zero: ou você sustenta a sua família ou você sustenta o caminhão na estrada - você tem que escolher. Nós viemos tentar uma negociação com o governo para que ele assuma um compromisso efetivo e oficial para que possamos iniciar as tratativas da criação do frete mínimo”, disse Ivar Luiz Schmidt, um dos representantes do movimento.
Segundo Schmidt, os caminhoneiros defendem como solução ideal a suspensão no aumento do óleo diesel por, pelo menos, sessenta dias, até a apresentação de uma proposta de criação do frete mínimo. “Ao longo desses dez anos cada aumento do preço do óleo representou redução na nossa margem liquida. Não tem mais para onde ir, temos que negociar”, disse.
“A partir do momento em que se chegou ao fundo do poço e não tem mais para onde cavar, não tem mais para onde ir. Ou se resolve a situação ou mantemos a paralisação e podemos sinalizar até um aumento para outros estados”, afirmou o caminhoneiro, que disse aguardar uma sinalização do ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto para tratar da questão e chegar a um acordo para encerrar os protestos.
De acordo com o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), integrante da FPA, a reunião com os parlamentares se justifica devido ao fato de o agronegócio ser um dos setores mais afetados pela paralisação. “É um movimento significativo, crescente. Nosso papel é abrir essa agenda para encontrar medidas que possam ser aceitas pelo segmento e pelo governo”, explicou o deputado que criticou ainda a decisão da Advocacia-Geral da União (AGU) de entrar na Justiça Federal com um pedido de liberação das rodovias bloqueadas. “Não é esse o caminho”, disse.
Nesta terça-feira, por causa dos bloqueios dos caminhoneiros, motoristas enfrentam dificuldades para atravessar dezenas de pontos em rodovias federais de ao menos oito Estados. Os mais prejudicados são Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Santa Catarina.
Greve de caminhoneiros afeta Ceagesp e postos de combustíveis no Paraná
A greve dos caminhoneiros começa a afetar os consumidores. Na Ceagesp, técnicos calculam uma redução de 10% nas frutas oriundas da região Sul do País. No Paraná, algumas cidades enfrentam falta de combustível e, em outras, elevação de preços - postos em cidades menores, sobretudo no Sudoeste do Estado, chegaram a vender o litro da gasolina a R$ 5.
Produtores paraenses reclamam que sem o combustível, o fornecimento de ração para aves pode ser interrompido. "As aves vão morrer de fome e não tem combustível nem para fazer vala para enterrar os animais", queixou-se Amarildo Brustolin, integrante da Comissão de Avicultura da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep).
O diretor do Sindicato dos Combustíveis do Paraná, Walter Venson, admite que há falta de combustível, mas garante que não é algo generalizado. "Está causando um incômodo. Mas ainda não há falta generalizada, só em alguns postos", disse. "O sindicato é contra isso (gasolina a R$ 5). Se alguém fez isso, não é filiado ao Sindicombustível. Se isso realmente ocorreu, foram poucas situações no interior", argumentou.
Protesto de caminhoneiros afeta transporte de carne e leite em SC, diz Faesc
Os protestos de caminhoneiros e transportadores comprometem a circulação de produtos do campo e de remessas de insumo no oeste de Santa Catarina. De acordo com a Federação da Agricultura do Estado (Faesc), pelo menos cinco frigoríficos devem paralisar atividades nesta terça-feira, 24, por conta da situação. De acordo com o presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo, os motoristas estão impedindo a circulação de caminhões com insumos para a agroindústria. A entidade estima que os bloqueios em rodovias na região afetem o transporte diário de 3 milhões de frangos, 6 milhões de litros de leite e de 20 mil suínos, prejudicando a economia local.
A Faesc alerta que há um grande risco de que a falta de ração no campo comprometa as condições sanitárias de Santa Catarina - único Estado do País declarado área livre de febre aftosa sem vacinação. Nesta terça-feira, Pedrozo fez um apelo para que os caminhoneiros encerrem as manifestações. Segundo ele, as associações do setor primário apoiam formalmente os protestos, mas a paralisação tem prejudicado diretamente os produtores rurais.
Greve de caminhoneiros provoca falta de combustível no MT
Os bloqueios em rodovias de MT organizados por caminhoneiros causam prejuízos em postos de distribuição de combustíveis e prejudicam escoamento de safra. É o sétimo dia de protestos contra aumento do diesel, redução no valor do frete e contra a lei do caminhoneiro.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), os bloqueios acontecem em trechos das duas principais rodovias federais no estado, a 163 e a 364 que cortam o estado e dão acesso ao terminal ferroviário da América Latina Logística (ALL) em Rondonópolis e aos portos de Santos (SP) e Santarém no Pará.
Diesel
O Sindicato dos Postos de Combustíveis e Distribuidoras de Mato Grosso informou hoje que alguns postos no interior já sentem efeito dos bloqueios e que já começa faltar diesel em alguns estabelecimentos da Região Norte. Segundo o empresário Jonas de Paula, proprietário da Transportadora Revendedora e Retalhista (TRR), o óleo diesel para venda no atacado acabou no último sábado. A expectativa segundo ele é que os 30 mil litros de combustível para venda acabem nesta terça-feira. Os caminhoneiros intercalam os bloqueios com liberação das rodovias. O protesto é iniciado por volta das 8 horas da manhã, suspenso entre 13h e 14h e finalizado somente às 18 horas. Segundo a PRF, neste período, filas quilométricas são formadas ao longo das rodovias.
A criação do frete mínimo é uma das principais reivindicações dos caminhoneiros, que iniciaram os protestos devido à alta do preço dos combustíveis e os valores dos fretes, considerados baixos pela categoria. “Hoje, a nossa margem de lucro é zero: ou você sustenta a sua família ou você sustenta o caminhão na estrada - você tem que escolher. Nós viemos tentar uma negociação com o governo para que ele assuma um compromisso efetivo e oficial para que possamos iniciar as tratativas da criação do frete mínimo”, disse Ivar Luiz Schmidt, um dos representantes do movimento.
Segundo Schmidt, os caminhoneiros defendem como solução ideal a suspensão no aumento do óleo diesel por, pelo menos, sessenta dias, até a apresentação de uma proposta de criação do frete mínimo. “Ao longo desses dez anos cada aumento do preço do óleo representou redução na nossa margem liquida. Não tem mais para onde ir, temos que negociar”, disse.
“A partir do momento em que se chegou ao fundo do poço e não tem mais para onde cavar, não tem mais para onde ir. Ou se resolve a situação ou mantemos a paralisação e podemos sinalizar até um aumento para outros estados”, afirmou o caminhoneiro, que disse aguardar uma sinalização do ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto para tratar da questão e chegar a um acordo para encerrar os protestos.
De acordo com o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), integrante da FPA, a reunião com os parlamentares se justifica devido ao fato de o agronegócio ser um dos setores mais afetados pela paralisação. “É um movimento significativo, crescente. Nosso papel é abrir essa agenda para encontrar medidas que possam ser aceitas pelo segmento e pelo governo”, explicou o deputado que criticou ainda a decisão da Advocacia-Geral da União (AGU) de entrar na Justiça Federal com um pedido de liberação das rodovias bloqueadas. “Não é esse o caminho”, disse.
Nesta terça-feira, por causa dos bloqueios dos caminhoneiros, motoristas enfrentam dificuldades para atravessar dezenas de pontos em rodovias federais de ao menos oito Estados. Os mais prejudicados são Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Santa Catarina.
Greve de caminhoneiros afeta Ceagesp e postos de combustíveis no Paraná
A greve dos caminhoneiros começa a afetar os consumidores. Na Ceagesp, técnicos calculam uma redução de 10% nas frutas oriundas da região Sul do País. No Paraná, algumas cidades enfrentam falta de combustível e, em outras, elevação de preços - postos em cidades menores, sobretudo no Sudoeste do Estado, chegaram a vender o litro da gasolina a R$ 5.
Produtores paraenses reclamam que sem o combustível, o fornecimento de ração para aves pode ser interrompido. "As aves vão morrer de fome e não tem combustível nem para fazer vala para enterrar os animais", queixou-se Amarildo Brustolin, integrante da Comissão de Avicultura da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep).
O diretor do Sindicato dos Combustíveis do Paraná, Walter Venson, admite que há falta de combustível, mas garante que não é algo generalizado. "Está causando um incômodo. Mas ainda não há falta generalizada, só em alguns postos", disse. "O sindicato é contra isso (gasolina a R$ 5). Se alguém fez isso, não é filiado ao Sindicombustível. Se isso realmente ocorreu, foram poucas situações no interior", argumentou.
Protesto de caminhoneiros afeta transporte de carne e leite em SC, diz Faesc
Os protestos de caminhoneiros e transportadores comprometem a circulação de produtos do campo e de remessas de insumo no oeste de Santa Catarina. De acordo com a Federação da Agricultura do Estado (Faesc), pelo menos cinco frigoríficos devem paralisar atividades nesta terça-feira, 24, por conta da situação. De acordo com o presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo, os motoristas estão impedindo a circulação de caminhões com insumos para a agroindústria. A entidade estima que os bloqueios em rodovias na região afetem o transporte diário de 3 milhões de frangos, 6 milhões de litros de leite e de 20 mil suínos, prejudicando a economia local.
A Faesc alerta que há um grande risco de que a falta de ração no campo comprometa as condições sanitárias de Santa Catarina - único Estado do País declarado área livre de febre aftosa sem vacinação. Nesta terça-feira, Pedrozo fez um apelo para que os caminhoneiros encerrem as manifestações. Segundo ele, as associações do setor primário apoiam formalmente os protestos, mas a paralisação tem prejudicado diretamente os produtores rurais.
Greve de caminhoneiros provoca falta de combustível no MT
Os bloqueios em rodovias de MT organizados por caminhoneiros causam prejuízos em postos de distribuição de combustíveis e prejudicam escoamento de safra. É o sétimo dia de protestos contra aumento do diesel, redução no valor do frete e contra a lei do caminhoneiro.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), os bloqueios acontecem em trechos das duas principais rodovias federais no estado, a 163 e a 364 que cortam o estado e dão acesso ao terminal ferroviário da América Latina Logística (ALL) em Rondonópolis e aos portos de Santos (SP) e Santarém no Pará.
Diesel
O Sindicato dos Postos de Combustíveis e Distribuidoras de Mato Grosso informou hoje que alguns postos no interior já sentem efeito dos bloqueios e que já começa faltar diesel em alguns estabelecimentos da Região Norte. Segundo o empresário Jonas de Paula, proprietário da Transportadora Revendedora e Retalhista (TRR), o óleo diesel para venda no atacado acabou no último sábado. A expectativa segundo ele é que os 30 mil litros de combustível para venda acabem nesta terça-feira. Os caminhoneiros intercalam os bloqueios com liberação das rodovias. O protesto é iniciado por volta das 8 horas da manhã, suspenso entre 13h e 14h e finalizado somente às 18 horas. Segundo a PRF, neste período, filas quilométricas são formadas ao longo das rodovias.
Por
telefone a PRF informou que dez trechos
das BRs 364 e 163 estão bloqueados, nesta terça. Ainda de acordo com o
órgão, alguns motoristas não suspenderam as manifestações durante a noite de
ontem e a madrugada de hoje na região urbana de Cuiabá, Rondonópolis, Nova
Mutum, Lucas do Rio Verde, Sorriso e Diamantino e fez com que muitos caminhões
com carga não tenham chegado ao destino final. Diamantino, Nova Mutum e Lucas
do Rio Verde, ao norte do Estado, ficam na região de maior produção de grãos. Não
há registro oficial de falta de alimentos, segundo atacadistas de alguns
municípios ouvidos pela reportagem.
Produção
afetada em MG
A
greve dos caminhoneiros chega ao quarto dia e afeta a produção e o
abastecimento de algumas regiões do País. Em Betim (MG), a Fiat dispensou 6 mil funcionários dos dois primeiros turnos pelo
segundo dia consecutivo. Os manifestantes protestam contra o aumento do
preço do diesel e o baixo valor dos fretes nas viagens.
Considerando
que a planta produz aproximadamente 3
mil carros diariamente, a paralisação dos dois turnos faz com que pelo menos 2 mil veículos deixem de ser
produzidos por dia. Nesta segunda-feira, 23, cerca de 6 mil trabalhadores
do segundo e do terceiro turnos já tinham sido liberados. Segundo a Fiat, eles
estão sendo dispensados porque o protesto impediu que as autopeças e
componentes utilizados na fabricação de veículos chegue no horário programado.
A fábrica de Betim está localizada na BR-381 (rodovia Fernão Dias), principal ligação entre São Paulo e Belo
Horizonte. A unidade fica em uma região de alta concentração industrial,
próxima à refinaria Gabriel Passos da Petrobrás.
A Fiat
afirma que está monitorando o protesto, "na
expectativa de que a situação se normalize", para decidir quando os
trabalhadores devem voltar. A montadora informou que os funcionários do turno
da noite (23h-5h) estão "mobilizados"
para irem trabalhar nesta terça-feira, 24, caso a situação das rodovias
melhorem ao longo do dia. A empresa não descarta ter que dispensar os
colaboradores novamente nessa quarta, 25.
Paraná
A
paralisação de caminhoneiros, responsável pelo bloqueio de 37 pontos no interior
do Paraná, pode aumentar o desabastecimento que já começa a ser sentido nas
cidades de Pato Branco, Dois Vizinhos, Francisco Beltrão e em Foz do Iguaçu
(PR). Nessas áreas, há denúncias de que
alguns locais estão vendendo o litro da gasolina a R$ 5,00. Por causa da
greve, os produtores também estão alertas com o risco de cargas perecíveis,
congelados e hortifrutigranjeiros também serem perdidos. Em Santo Antônio do
Sudoeste as aulas foram suspensas por causa da falta de combustível. Ainda não
há um cálculo sobre o total dos prejuízos. O Porto de Paranaguá é um reflexo da
paralisação. De um total de 900
caminhões que deveriam chegar até o local para descarregar, apenas 45 chegaram e a previsão para os próximos dias
seria de 1.600 caminhões, o que não deve ocorrer. Em Foz do Iguaçu, as
autoridades colocaram em prática um plano de emergência para evitar a falta de
combustíveis, no caso do aeroporto, a Infraero colocou em execução um plano de
contingência.
Em
entrevista à Rádio CBN, o diretor do Sindicato do Comércio Varejista de
Combustíveis do Paraná (Sindicombustíveis-PR), Valter Venson, disse que "a preocupação é que a falta de álcool,
diesel e gasolina, além de prejudicar os usuários, possa interferir na
segurança pública, uma vez que ambulâncias e viaturas policiais podem ficar
paradas".
O
sindicato também alertou para o perigo
desses caminhões, carregados com produto inflamável, ficarem estacionados
na beira das estradas por muito tempo. Entre os motivos para a greve estão a
diminuição do valor do combustível, criação de uma tabela única para o preço do
frete, obras de melhorias nas rodovias, alterações na Lei dos caminhoneiros e
isenção de pedágios para eixos suspensos.
Mato
Grosso do Sul
O
Estado do Mato Grosso do Sul tem seis
trechos de rodovias federais fechadas por caminhoneiros nesta terça-feira,
24. Este é o quarto dia de protesto da categoria em MS. A rodovia mais afetada
é a BR-163, que corta o Estado de norte a sul e tem pouco mais de 800 km. Nela,
quatro trechos estão bloqueados.
Os locais que foram fechados pelo protesto são: o km 614, em São Gabriel do
Oeste, e os kms 465, 256 e 271, todos em Dourados, a segunda maior cidade de
MS. A região é de tráfego intenso e tem grande movimentação agrícola e
pecuária. A BR-163, conhecida como rodovia
da morte, está sob responsabilidade da iniciativa privada desde outubro de
2014.
Os outros dois trechos bloqueados são o km 7 da rodovia 463 em Ponta
Porã, no trevo que dá acesso ao município de Laguna Carapã e o km 320 da
BR-262, em Campo Grande, no trevo que dá acesso ao complexo penitenciário
estadual. O objetivo da categoria, conforme o Sindicato dos Caminhoneiros, é
ampliar os pontos de protesto em Campo Grande, capital do Estado. O presidente
do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários Autônomos de Bens no Estado de Mato
Grosso do Sul (Sindicam/MS), Osni Carlos Belinati, diz que há mais três locais
considerados estratégicos que serão fechados ainda hoje.
Fonte: Agência Brasil
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