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quinta-feira, 8 de outubro de 2015

A hipocrisia de Joaquim Barbosa



O melhor aspecto de ser um cético político é que as decepções praticamente não existem. Como no caso de Joaquim Barbosa, pessoa em quem jamais depositei qualquer tipo de fé. Posso até tê-lo defendido de ataques do PT, mas jamais atuei em sua validação. O fato é que no Twitter ele fez um dos posts mais deploráveis dos últimos tempos, algo tão baixo que parece até ter sido escrito por um hacker petista. 

Notem o comportamento dos políticos: a) nossa economia está aos frangalhos, mas eles só pensam numa coisa: no dinheiro das empresas! b) contra o presidente de uma das Casas do Congresso há acusações de crimes graves, mas ele é apoiadíssimo pelo PSDB! Dá para levar essa gente a sério? Não dá, né?

Nada do que ele diz faz sentido, especialmente quando faz a propaganda sórdida de que “precisamos acabar com o financiamento empresarial de campanhas”. 

Não, Sr. Joaquim, precisamos acabar com a verba estatal de anúncios, com a publicidade institucional, com o dinheiro da BLOSTA, com a Lei Rouanet, com a grana dos “pontos de cultura” do MinC e diversas outras formas de financiamento estatal de campanha exclusivamente para o PT. E contra isso o senhor jamais se pronunciou. 

Não é suspeito? E quanto ao dinheiro das empresas? É, obviamente, das empresas. 
Não é dinheiro de pagadores de impostos.  Em extrema oposição ao que diz Joaquim, pensar em dinheiro de empresas não é imoral. Vetar essas contribuições, enquanto dinheiro estatal é utilizado infinitamente em prol de um partido, por outro lado, constitui uma moralidade no nível das cascavéis.

Em tempo: Joaquim também mente ao relacionar o financiamento empresarial com “a economia em frangalhos”. Completa falta de noção, principalmente quando sabemos que as principais economias do mundo possuem financiamentos empresariais de campanha.

E quanto ao ataque tosco ao PSDB? Explica-se: Carlos Sampaio deu o benefício da dúvida a Eduardo Cunha. Fez certo, pois todos os brasileiros aguardam a validação das provas, a exibição dos extratos, etc. Daí Joaquim diz que não se pode apoiar alguém contra quem existem “acusações graves”. Um juiz de carreira não pode dizer uma besteira dessas. O problema é apoiar alguém em seu ato criminoso, se existem condenações graves, e não apenas acusações cujas provas estão por serem validadas.

Dá para levar esse sujeito a sério? Não dá, né? [quando ainda era ministro do STF o Barbosão foi acusado de possuir uma empresa nos EEUA e cuja única finalidade foi permitir que ele adquirisse mais barato um imóvel em Miami.
O mais grave da história era que o endereço da Empresa era o endereço residencial do ministro Barbosa. Tudo bem, se o ilustre ministro não residisse em imóvel funcional, de propriedade da União sendo vedado seu uso como sede de uma empresa.
Se a empresa realmente funcionava o ministro Barbosa transgredia outra lei: exercer atividade comercial, prática proibida a servidores públicos.
Caso não funcionasse, fosse apenas de fachada também seria crime.
O mais interessante é que correu a notícia, algumas reportagens foram realizadas, o ministro Barbosa não deu explicações convincentes, logo pediu aposentadoria e o assunto foi esquecido.
Barbosa foi muito eficiente no combate aos quadrilheiros do MENSALÃO – PT, mas, isso não autoriza a que eventual comportamento incorreto, ilegal, não seja devidamente investigado e punido.]

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