Se
confirmado, teste indica que desenvolvimento nuclear do país asiático atingiu
um novo patamar.
Conselho de Segurança da ONU convoca reunião de emergência. Anúncio de Pyongyang, entretanto, foi recebido com ceticismo.
Após
especulações sobre um terremoto provocado por ação humana, a Coreia do
Norte confirmou seu primeiro "teste
bem sucedido" de uma bomba de hidrogênio,
que tem potência muito maior do que uma bomba nuclear comum. O anúncio na
televisão norte-coreana foi feito nesta quarta-feira (06/01), poucas horas após
diversas agências internacionais de monitoramento terem detectado um abalo
sísmico de magnitude 5.1 próximo à localidade de Punggye-ri.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas convocou uma reunião de
emergência para tratar do suposto teste nuclear, a pedido dos Estados Unidos e do Japão, segundo informaram
diplomatas americanos.
Se a Coreia do Norte tiver de fato realizado um teste bem sucedido
de uma bomba de hidrogênio –
que é substancialmente mais potente do
que a bomba de Hiroshima – isso demonstraria um significativo avanço militar e
tecnológico para o país, que está sob sanção internacional desde seu
primeiro teste de uma bomba atômica, em 2006.
"Em defesa da soberania"
O teste, que surpreendeu a comunidade
internacional, foi
ordenado pessoalmente pelo chefe de Estado Kim Jong-un, dois dias após seu
aniversário. Em dezembro, Kim indicou pela primeira vez
que seu país possuía uma bomba de hidrogênio. A Coreia do Norte "é uma potência nuclear disposta
a detonar uma bomba nuclear e uma bomba de hidrogênio para defender sua
soberania", disse ele em uma notícia publicada pela agência estatal
KCNA.
Os Estados Unidos, a Coreia do Sul e o
Japão reagiram com indignação ao anúncio. O governo japonês declarou que testes nucleares não serão
tolerados, e disse que as ações da Coreia do Norte ameaçam também a segurança
do Japão e pedem a uma resposta clara. Aparentemente, os Estados Unidos duvidam
que a Coreia do Norte tenha mesmo uma bomba de hidrogênio. Segundo o porta-voz
do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Ned Price, as informações estão
sendo analisadas. "Enquanto ainda
não temos condições de confirmar essas informações, nós condenamos qualquer
violação das resoluções do Conselho de Segurança", disse.
A
China enfatizou, em comunicado divulgado pela agência de notícias estatal
Xinhua, que o teste contraria o objetivo do
desarmamento nuclear.
Muito mais potente que a bomba
de Hiroshima
O
programa nuclear da Coreia do Norte preocupa a comunidade internacional há
anos. Em fevereiro de
2005, o regime comunista de Pyongyang anunciou oficialmente pela primeira vez
possuir armas nucleares. Um ano e meio depois, o país isolado realizou seu
primeiro teste subterrâneo. Como reação, as Nações Unidas impuseram sanções
contra a Coreia do Norte, as quais foram sendo endurecidas com testes
seguintes.
O governo sul-coreano comparou a
potência da primeira explosão, de outubro de 2006, com pouco menos de uma
quilotonelada de TNT – em
termos de comparação, a bomba que caiu sobre Hiroshima
em 1945 tinha potência equivalente a 13 quilotoneladas. O terremoto de
magnitude 4,2 que decorreu após o teste da Coreia do Norte serviu como
indicador para avaliar a potência da bomba atômica do regime comunista.
Em
maio de 2009, a Coreia do Norte realizou
um segundo teste nuclear, que, segundo as estimativas de Seul, tinha potência de duas a seis quilotoneladas de TNT. O
terceiro teste veio em fevereiro de 2013, e o Ministério da Defesa da Coreia do
Sul falou em uma força explosiva de seis a sete
quilotoneladas. Já o Instituto Alemão de Geociências e Recursos Natuais
estimou uma potência de 40 quilotoneladas.
A bomba de hidrogênio, também
chamada de bomba termonuclear,
tem uma força explosiva multiplicada em
muitas vezes em relação à bomba nuclear comum. A
primeira bomba de hidrogênio detonada pelos Estados Unidos em novembro
de 1952 teve um poder explosivo equivalente a dez
megatoneladas, isto é, cerca de 700 vezes mais forte do que a bomba de
Hiroshima. Em 1961, a União
Soviética detonou uma bomba de hidrogênio de 58 megatoneladas.
Reação sul-coreana
A presidente da Coreia do Sul, Park
Geun-hye, convocou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança Nacional
e prometeu dar uma resposta dura à Pyongyang.
No início da reunião, ela disse que o governo "deve fazer com que a Coreia do Norte sofra medidas pertinentes a serem
tomadas em cooperação com a comunidade internacional".
Park
ordenou o reforço da defesa do país, em conjunto com forças militares
americanas, e disse que Seul irá responder com rigor a quaisquer novas
provocações norte-coreanas. "Essa
não é apenas uma séria provocação à nossa segurança nacional, mas também uma
ameaça às nossas vidas e ao nosso futuro", disse a presidente.
Fonte: DefesaNet
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