No pânico que tomou conta dos mercados mundiais nesta segunda-feira
havia um medo que ia além da queda do crescimento chinês ou do
encolhimento do preço do petróleo. Desta vez a onda de vendas de ações
foi disparada pela dúvida sobre a saúde do sistema bancário global com o
epicentro nos rumores em relação ao Deutsche Bank, cujas ações caíram
10%.
Houve um momento em que o “The Guardian" informou que havia uma boa
notícia: em uma hora as bolsas fechariam e o dia financeiro chegaria ao
fim. Era o humor inglês. O começo da segunda foi de temores em relação à
China que pela primeira vez em décadas deixa de ser a economia que mais
cresce. Está em segundo lugar agora, depois da Índia.
Ninguém acredita
nos números chineses e todos sabem que hoje o crescimento remanescente
depende da mão de ferro do governo. A queda se espalhou por bolsas da
Ásia que estavam abertas — nem todas — e só escapou o Japão; os preços
do barril de petróleo caíram de novo. Nos EUA, o Dow Jones reduziu
perdas no fim do dia e fechou a -1,1%.
Quando os mercados europeus abriram o temor novo já havia se somado
aos medos velhos. Mais especificamente temia-se que o Deutsche não fosse
capaz de fazer frente às suas dívidas. O banco divulgou um comunicado
dizendo que tem capacidade de pagamento das obrigações de € 1 bilhão que
vencerão em abril. No fim do dia o índice que mede o desempenho dos
bancos europeus havia caído 5,6% na Europa o que, segundo o “Financial
Times", é o pior dia de queda desde a crise da Zona do Euro, e o nível
mais baixo desde 1999. A queda no ano foi de 24%.
Enquanto o Brasil pula o carnaval, num país cercado de riscos
concretos, o mundo viu os ativos mudarem violentamente de preços. O
Brasil terá mercados fechados por mais um dia hoje. Quando abrir, a
Bovespa terá uma correção de preços para acompanhar o que houve no
mundo. Menos mal se hoje houver alguma recuperação que reverta o clima
de pânico que se instalou em algumas vendas e compras maciças de ontem. O
ouro, que é sempre o refúgio, teve valorização forte.
O mundo vive uma temporada de volatilidade descrita em livro-texto
sobre comportamento de manada do mercado. Há períodos em que vários
temores se somam e qualquer notícia nova pode fazer disparar o pânico e
ondas de vendas de ações. O fator mais importante na origem desse
momento de baixa do mercado é o que acontece na China. Vindo de
crescimento de 13%, o país desceu ano a ano e isso produziu quedas
fortes nos preços das commodities que haviam subido na euforia do
crescimento. O medo é que tenham se acumulado muitas distorções na
economia chinesa que a levarão à queda mais forte no ritmo de expansão
do PIB.
Essa onda pega o mundo com uma política monetária já muito
expansionista provocada pela crise de 2008 nos Estados Unidos, que
começou com a quebra do Lehman Brothers, e a crise europeia que
aconteceu em seguida. Se os bancos centrais já operam com juros em zero
ou perto disso, que instrumento usarão para deter o risco de uma
quebradeira? Se a China despencar, há risco de uma recessão mundial?
Esses fantasmas rondam os mercados financeiros globais.
A recuperação da crise de 2008 estava começando a mostrar seu
resultado. Os Estados Unidos voltaram a crescer e países europeus já
demostram bons indicadores, diminuindo dívida, e elevando o crescimento.
Um novo golpe pode por alguns desses esforços a perder. O Brasil, para tentar se proteger da crise global de 2008, aumentou
muito o gasto público, confiando no diagnóstico de que outros países
tinham indicadores fiscais piores e dívidas maiores e, mesmo assim,
expandiam gastos para conter os efeitos da crise. Houve um primeiro
momento de crescimento para o Brasil em 2010, seguido de uma
desaceleração e agora o país mergulhou numa recessão que pode ser a pior
da história.
O banco Itaú, em relatório divulgado na sexta-feira,
começa dizendo que o “Brasil não se estabilizou”, ou seja, continua
afundando. Foi neste relatório que o Departamento Econômico reviu para
4% a previsão de recessão em 2016. O Brasil não aproveitou a crise para
se ajustar, pelo contrário, aumentou seu desajuste, por isso não está
preparado para nova turbulência global. Mais uma vez o país deveria ter
consertado o telhado em dia de sol.
Fonte: Coluna da Míriam Leitão - O Globo
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
terça-feira, 9 de fevereiro de 2016
Susto da segunda
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