O deputado federal
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) renunciou nesta quinta-feira (7) à Presidência da Câmara. O anúncio foi feito às 13h30 durante entrevista
coletiva em Brasília. “Resolvi ceder aos
apelos generalizados de meus apoiadores. Somente esta renúncia poderá pôr um
fim a essa instabilidade sem prazo. É público e notório que a Casa está
acéfala”, disse. “Desejo sucesso ao
presidente Michel Temer e ao futuro presidente da Câmara.”
Em um
momento durante o anúncio, Cunha chorou e disse ser vítima de perseguições ao
falar que “algozes não respeitaram a sua
família”. Depois de renunciar à presidência da Casa, o peemedebista recebeu
cumprimentos de aliados em uma sala reservada. Cunha, que foi eleito para a
presidência da Câmara em 1º de fevereiro de 2015, foi afastado do cargo e do
mandato de deputado no dia 5 de maio deste ano pelo plenário do Supremo
Tribunal Federal (STF). Todos os 11
ministros da Corte votaram contra o deputado. [o Supremo no SUPREMO INTERESSE de condenar
Cunha, sem julgamento, sem lhe conceder o direito de defesa, criou a penalidade
‘suspensão do mandato parlamentar’ e com isso afastou Cunha lhe impedindo o
exercício do sagrado direito de defesa.] Apesar do afastamento, o
parlamentar mantém o foro privilegiado.
Acusações
Cunha é suspeito de manter contas não
declaradas na Suíça e de ter mentido sobre a existência delas na CPI da
Petrobras. Por
causa da acusação, ele é alvo de um processo de cassação por decoro parlamentar
na Casa. O processo foi aprovado no Conselho de Ética, mas um recurso aberto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) ainda não deu um
desfecho ao caso.
Dos 16 pontos de possível
nulidade do processo de cassação no Conselho de Ética, Ronaldo Fonseca (PROS-DF) reconheceu apenas um: a votação do pedido de perda de mandato com chamada nominal. O
relator sugeriu que seja realizada nova votação.
Cunha é
alvo de investigação por suspeita de receber propina da OAS e foi incluído no
inquérito-mãe da Lava Jato, que investiga o ‘quadrilhão’. Ele também responde por duas ações penais: uma derivada de denúncia
da PGR que o acusa de receber propina em contas na Suíça e outra de receber
propina por contrato de navios-sonda.
No STF há
quatro inquéritos abertos sob análise. Ele foi denunciado por recebimento de
propina de consórcio que atuava em um porto do Rio de Janeiro; é investigado
por ser suspeito de ter participado de esquemas de corrupção envolvendo André
Esteves e Furnas; e de ter pressionado o grupo Schahin em busca de benefícios.
Fonte: Isto É – Redação
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