Em se tratando de roubo petista na esfera estatal o esquema virou um verdadeiro carnaval. Quem é o mestre-sala da vez? Olha o Paulo Ferreira aí, gente! Sim, mais um tesoureiro do PT – como passou a ser rotina – meteu a mão na cumbuca dos recursos do Estado e financiou, para estupor geral (se é que ainda é possível se chocar com essa turma), várias agremiações carnavalescas e seus diletos parentes. Farra com verba alheia nos dias de Momo. PF – não confundir com o prato executivo, nem com a polícia que apura o festival de tramoias – tem uma queda pelo batuque dos pandeiros e se transformou até em tema de enredo de escola de samba.
A Academia Praiana de Porto Alegre o homenageou, como bom patrono que foi, por bancar as fantasias, carros alegóricos e quetais com o dinheiro afanado do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), uma ilha de excelência tecnológica transformada em covil dos bandoleiros do PT. O tesoureiro Paulo Ferreira não fez por menos. Teve até madrinha de escola recebendo um “mensalinho” do padrinho com propina gorda da Petrobras. A Sociedade Recreativa e Beneficente Estado Maior da Restinga (popularmente conhecida como Tinga) não para de aplaudir a generosidade do doador arrivista. Um escárnio sem tamanho! A que ponto a era de governos do PT engabelou o Brasil.
É incrível que todos os tesoureiros do partido tenham sido pilhados em flagrante nos esquemas de corrupção federal. Repita-se: todos estiveram metidos nas irregularidades, encrencados com as mais variadas delinquências, de extorsão pura e simples a enriquecimento ilícito. Para não perder a evolução do bloco dos quadrilheiros, vale lembrar a lista: como abre-alas, Delúbio Soares, primeiro a ir parar atrás das grades. Seguiu-se a ele o também ex-tesoureiro petista e salafrário de estrela maior, João Vaccari Neto, que continua na prisão. Paulo Ferreira se junta agora aos petralhas do cofre petista. E o último deles, Edinho Silva, para não perder o ritmo do rebolado, é investigado como os demais por ameaçar empresários e exigir contribuições de caixa dois para a campanha da honorável Dilma Rousseff, aquela que nada sabe, nada viu.
Essa, por sua vez, na coreografia
ensaiada de porta-bandeira guiada pelo mestre Lula, tratou de entoar o
refrão de vítima de uma “farsa jurídica e política”. Palavras dela.
Esculhambou com a sua cantilena os poderes constituídos do País,
colocando-os na condição de meros embusteiros articulados em conluio
para uma ardilosa deposição. Dilma enxerga estandartes de um golpe aonde
só existe ritos e regras constitucionais. Ofende a lei e seus
executores. Lula, de sua parte, comporta-se como um pierrô abandonado.
Tenta voltar à ribalta jogando confetes e serpentinas nos foliões do
Congresso para atrair apoio à causa perdida de uma Dilma reestabelecida
no trono da algazarra. Na semana passada voou à Brasília no intento de
convencer indecisos a votarem contra o impeachment. Prometeu mundos e
fundos, como se tivesse crédito para tanto. Dilma, no seu plano, viraria
uma rainha sem poder, só fanfarra, consagrando dessa maneira o
verdadeiro golpe de que tanto falam.
E ainda acenou com a possibilidade
de ajudar nas campanhas dos prefeitáveis. Francamente, existem ainda
políticos nos dias de hoje que desejem o selo de garantia petista, e de
um lulismo carcomido, para as eleições que se avizinham? A apoteose no
desfile de bizarrices se deu com o pedido de sua banca de advogados para
que o juiz da Lava-Jato, Sergio Moro, se declarasse suspeito nos
processos que envolvem o ex-presidente. Lula almeja regime de “exceção
de suspeição” de Moro por se sentir perseguido quando investigado nos
casos do sítio de Atibaia e do tríplex no Guarujá. Nada fez, nada levou
dessas propriedades. Entenda-se a extensão infinita de “injustiças”
contra os petistas e aliados: dias atrás, o ex-ministro Paulo Bernardo,
mais um, teve os bens bloqueados por fraudes no crédito consignado. O
ex-ministro Edison Lobão também foi alvo de inquérito por lavagem de
dinheiro. O amigo dileto de Dilma, Valter Cardeal, entrou na rota de
processos por montar um propinoduto no sistema elétrico, como
atravessador de recursos ilícitos ao partido. E no parlamento os
senadores investigados Gleisi Hoffmann (mulher de Bernardo) e Lindbergh
Farias continuaram a bradar fervorosamente contra a espiral de provas
das irregularidades. O escarcéu petista está virando comédia. Como um
Quixote a atacar moinhos, até a idealizadora da agremiação, Marilena
Chaui, viu fantasias no enredo armado. Disse que o juiz Moro foi
treinado pelo FBI e que o objetivo da Lava-Jato é tirar o pré-sal dos
brasileiros. Os petistas sapateiam na avenida, com piruetas e
enganações, para iludir a plateia em um ziriguidum da corrupção.
Fonte: Editorial - Isto É - Carlos José Marques
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