SP quer mandar 4 do PCC para prisões federais e isolar Marcola
O secretário da Administração Penitenciária, Lourival Gomes, afirmou que, se houver reação da facção, o Estado mandará líderes para cadeias distantes
O governo de São Paulo quer mandar quatro líderes do Primeiro Comando da
Capital (PCC) para presídios federais e pedir a manutenção por um ano
no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) da Penitenciária de Presidente
Bernardes de 12 chefes da facção, entre eles Marco Willians Herbas
Camacho, o Marcola. O secretário da Administração Penitenciária,
Lourival Gomes, afirmou que, se houver reação da facção com ataques à
polícia ou rebeliões em presídios, o Estado mandará Marcola e os outros
11 também para presídios federais.
Gomes encaminhou o documento nesta semana. Ali expressa as razões de não mandar imediatamente todos os líderes da facção para presídios federais, como haviam pedido a Polícia Civil e o Ministério Público Estadual (MPE). Segundo ele, a estratégia da secretaria desde 2012 é mandar para penitenciárias federais apenas os presos envolvidos em atentados contra policiais ou agentes prisionais ou que deram ordens para rebeliões no Estado.
Esse foi o caso de Roberto Soriano, o Tiriça, e também o de Abel Pacheco de Andrade, o Vida Loka. O primeiro estaria por trás da onda de atentados contra policiais civis e militares em 2012, e o segundo foi removido em 24 de julho de 2016 após ordenar a rebelião no Centro de Detenção Provisória (CDP) de São José dos Campos – ao todo, há 14 homens do PCC enviados por São Paulo a penitenciárias da União.
Agora, seriam transferidos o sequestrador Wanderson Nilton Paula Lima, o Andinho, Hamilton Luis Pereira, o Hidropônico, Fábio de Oliveira Souza, o Fabinho Boy, e Eric de Oliveira Faria, o Eric Gordão. Os quatro participaram, em 2016, do plano do PCC para voltar a matar policiais e agentes, desta vez, simulando assaltos. Os homens da facção fotografaram dez agentes prisionais que seriam atacados e suas casas.
Razão
Em dezembro, esses quatro presos e os outros 12 líderes do PCC que o governo quer manter em Presidente Bernardes foram internados preventivamente por 60 dias no RDD por decisão judicial. A medida foi uma consequência das investigações da Operação Ethos, que desarticulou o “sintonia dos gravatas”, o departamento jurídico da facção criminosa. O RDD é um sistema de cárcere duro, no qual são proibidas visitas íntimas, e o banho de sol é restrito a uma hora por dia.
Ao justificar então o pedido de internação da cúpula do PCC no RDD e sua transferência posterior para presídios federais, o promotor Lincoln Gakiya escreveu que Marcola, “apesar de segregado num dos estabelecimentos prisionais de segurança máxima mais rigoroso do Estado de São Paulo, a Penitenciária II de Presidente Venceslau, continua exercendo influência nas ações criminosas, dentro e fora dos presídios, colaborando para o cenário de terror que tem se espalhado neste Estado, com agressões e assassinatos de agentes de segurança penitenciária e também com episódios de rebeliões”.
Entre os líderes do PCC que Gomes pretende manter em Presidente Bernardes estão Daniel Vinícius Canônico, o Cego, e Paulo Cesar Souza Nascimento Junior, o Paulinho Neblina.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
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