Os primeiros sinais de recuperação do emprego com carteira
assinada começam a aparecer. Um estudo feito pela Confederação Nacional
do Comércio (CNC), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, aponta que, dos 25
segmentos monitorados no cadastro, 13 melhoraram o desempenho no
primeiro trimestre: o saldo de vagas passou de negativo para positivo em
relação ao mesmo período do ano anterior ou ficou mais positivo na
mesma base de comparação.
O ponto em comum nesses segmentos que melhoraram o desempenho, de acordo com a CNC, é sua ligação com o comércio externo. Mais voltados à exportação – principalmente o agronegócio -, eles se beneficiam da recuperação que vem sendo apresentada há algum tempo na balança comercial. A retomada, porém, ainda é incipiente. O saldo total de postos de trabalho, levando-se em conta todos os 25 segmentos do Caged, ainda encerrou o primeiro trimestre no terreno negativo, com 64,4 mil vagas fechadas. No entanto, esse resultado negativo foi bem menor do que o registrado no mesmo período de 2016. No primeiro trimestre do ano passado, entre abertura e fechamento, o saldo negativo do emprego formal tinha sido de 303,1 mil vagas.
“O número geral é negativo, mas, quando colocamos a lupa, conseguimos enxergar alguma recuperação do emprego”, afirma Fabio Bentes, economista sênior da CNC e responsável pelo estudo. O grande destaque em relação às vagas foi para a indústria, que teve saldo positivo na geração de empregos em nove segmentos, e o agronegócio, com a geração líquida de 14 mil vagas. “A indústria foi o primeiro segmento a fazer o ajuste no emprego e agora começa a se recuperar”, observa Bentes.
Mercado externo
O desempenho mais favorável do emprego no agronegócio e na indústria em relação aos serviços, que ainda patinam, está associado, na opinião do economista, ao aquecimento das exportações. Enquanto a produção industrial cresceu 0,3% no início deste ano, o preço médio das exportações brasileiras aumentou 21,3% no primeiro trimestre na comparação anual e mais que compensou o recuo do câmbio no mesmo período, explica Bentes. Por conta disso, as exportações de produtos básicos cresceram 39,1% no primeiro trimestre, enquanto as vendas externas de semimanufaturados aumentaram 14,9% e de manufaturados, 11,6%.
A tração das exportações na geração do emprego fica nítida no resultado do primeiro trimestre para a indústria calçadista. De acordo com os dados do Caged, o saldo da geração de vagas do setor calçadista somou 19,4 mil no primeiro trimestre, o melhor desempenho entre os segmentos industriais. O desempenho favorável do setor calçadista é confirmado por outro dado do Caged. A cidade de Franca, no interior do Estado de São Paulo e tida como a capital do calçado masculino, foi a que mais gerou vagas entre os municípios brasileiros – 4.685. Também a cidade de Birigui, no interior de São Paulo, polo de produção de calçado infantil, está no ranking entre os municípios brasileiros que mais abriram vagas. O saldo líquido do município no primeiro trimestre foi de 2.120 postos de trabalho.
Outro recorte do estudo mostra a geração de emprego por faixa etária e nível de escolaridade. No primeiro trimestre deste ano, a geração líquida de postos formais de trabalho foi positiva apenas entre os trabalhadores mais jovens com até 24 anos de idade. Nessa faixa etária, o saldo foi de 175,3 mil vagas, um número 120% maior do que no mesmo período de 2016.
Em relação ao nível de escolaridade, geração de vagas no mercado formal favoreceu os trabalhadores mais qualificados. De janeiro a março foram abertas 63,1 mil vagas para trabalhadores com nível superior completo e incompleto. “As contratações estão ocorrendo para os trabalhadores bons e baratos”, observa Bentes. Na questão salarial, o economista diz que, em média, o salário dos trabalhadores menos experientes é 52,5% menor do que o das pessoas com mais de 25 anos de idade.
Com os resultados ainda negativos acumulados no primeiro trimestre e a perspectiva de crescimento de apenas 0,5% para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, Bentes projeta estabilidade para a geração liquida de postos formais de trabalho em 2017, depois de dois anos seguidos de fechamento de vagas. Em 2015, o saldo do Caged foi negativo em 1,5 milhão e, no ano passado, em 1,3 milhão de vagas.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
O ponto em comum nesses segmentos que melhoraram o desempenho, de acordo com a CNC, é sua ligação com o comércio externo. Mais voltados à exportação – principalmente o agronegócio -, eles se beneficiam da recuperação que vem sendo apresentada há algum tempo na balança comercial. A retomada, porém, ainda é incipiente. O saldo total de postos de trabalho, levando-se em conta todos os 25 segmentos do Caged, ainda encerrou o primeiro trimestre no terreno negativo, com 64,4 mil vagas fechadas. No entanto, esse resultado negativo foi bem menor do que o registrado no mesmo período de 2016. No primeiro trimestre do ano passado, entre abertura e fechamento, o saldo negativo do emprego formal tinha sido de 303,1 mil vagas.
“O número geral é negativo, mas, quando colocamos a lupa, conseguimos enxergar alguma recuperação do emprego”, afirma Fabio Bentes, economista sênior da CNC e responsável pelo estudo. O grande destaque em relação às vagas foi para a indústria, que teve saldo positivo na geração de empregos em nove segmentos, e o agronegócio, com a geração líquida de 14 mil vagas. “A indústria foi o primeiro segmento a fazer o ajuste no emprego e agora começa a se recuperar”, observa Bentes.
Mercado externo
O desempenho mais favorável do emprego no agronegócio e na indústria em relação aos serviços, que ainda patinam, está associado, na opinião do economista, ao aquecimento das exportações. Enquanto a produção industrial cresceu 0,3% no início deste ano, o preço médio das exportações brasileiras aumentou 21,3% no primeiro trimestre na comparação anual e mais que compensou o recuo do câmbio no mesmo período, explica Bentes. Por conta disso, as exportações de produtos básicos cresceram 39,1% no primeiro trimestre, enquanto as vendas externas de semimanufaturados aumentaram 14,9% e de manufaturados, 11,6%.
A tração das exportações na geração do emprego fica nítida no resultado do primeiro trimestre para a indústria calçadista. De acordo com os dados do Caged, o saldo da geração de vagas do setor calçadista somou 19,4 mil no primeiro trimestre, o melhor desempenho entre os segmentos industriais. O desempenho favorável do setor calçadista é confirmado por outro dado do Caged. A cidade de Franca, no interior do Estado de São Paulo e tida como a capital do calçado masculino, foi a que mais gerou vagas entre os municípios brasileiros – 4.685. Também a cidade de Birigui, no interior de São Paulo, polo de produção de calçado infantil, está no ranking entre os municípios brasileiros que mais abriram vagas. O saldo líquido do município no primeiro trimestre foi de 2.120 postos de trabalho.
Outro recorte do estudo mostra a geração de emprego por faixa etária e nível de escolaridade. No primeiro trimestre deste ano, a geração líquida de postos formais de trabalho foi positiva apenas entre os trabalhadores mais jovens com até 24 anos de idade. Nessa faixa etária, o saldo foi de 175,3 mil vagas, um número 120% maior do que no mesmo período de 2016.
Em relação ao nível de escolaridade, geração de vagas no mercado formal favoreceu os trabalhadores mais qualificados. De janeiro a março foram abertas 63,1 mil vagas para trabalhadores com nível superior completo e incompleto. “As contratações estão ocorrendo para os trabalhadores bons e baratos”, observa Bentes. Na questão salarial, o economista diz que, em média, o salário dos trabalhadores menos experientes é 52,5% menor do que o das pessoas com mais de 25 anos de idade.
Com os resultados ainda negativos acumulados no primeiro trimestre e a perspectiva de crescimento de apenas 0,5% para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, Bentes projeta estabilidade para a geração liquida de postos formais de trabalho em 2017, depois de dois anos seguidos de fechamento de vagas. Em 2015, o saldo do Caged foi negativo em 1,5 milhão e, no ano passado, em 1,3 milhão de vagas.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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