A queda da bolsa nesta terça-feira, em torno de 0,7%,
indica que o investidor já havia se antecipado à denúncia contra o
presidente Michel Temer. Corretores e gestores contam que os clientes
reagiram sem sustos, diferentemente do que aconteceu em maio, após as
revelações feitas por Joesley Batista. Desde então, a recomendação aos
investidores segue a mesma: liquidez e cautela.
Um corretor conta que, logo cedo, recebeu ligações de estrangeiros.
Eles queriam se preparar para possíveis choques em cotações, o que não
aconteceu, por ora. A piora no preço dos ativos vem ocorrendo aos
poucos. Os investidores de fora desconfiaram, mas acabaram se
convencendo após a abertura tranquila dos mercados.
Os juros futuros seguiram a tendência recente e estão em alta. O
dólar, que também já vinha subido nos últimos dias, se valoriza 0,8% e
vale R$ 3,32; em meados de maio, antes da divulgação dos áudios, a
cotação estava em torno de R$ 3,10. O corretor acredita que, sem
reformas, o câmbio terminará o ano acima de R$ 3,60.
O governo está fragilizado. Diminuiu a confiança na aprovação da
reforma da Previdência como ela está hoje. Com a incerteza, o país ficou
“sem cenário”, diz um gestor. Falta clareza. Ele recomenda ao
investidor manter a liquidez para ter dinheiro no bolso quando as
cotações piorarem. Na visão dele, com a paralisia do governo esse
movimento vai se agravar nos próximos meses. Isso talvez aconteça sem
sobressaltos, como ocorre nesta terça-feira.
Fonte: Blog da Miriam Leitão
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