PANFLETÁRIO O
livro lançado por Lula não traz uma única linha que conteste as inúmeras
provas de que cometeu crime de corrupção e lavagem de dinheiro no caso
do tríplex
Como não tem argumentos para defender-se das bem fundamentadas acusações feitas na Justiça, o ex-presidente aproveita o livro panfletário até para atacar o ex-ministro Antonio Palocci, que já foi seu principal colaborador e tido como seu eventual sucessor, mas que agora está negociando delação premiada com o Ministério Público, fazendo-lhe pesadas acusações. O ex-ministro já afirmou em juízo que Lula fez um pacto de sangue com a Odebrecht e recebeu R$ 300 milhões em propinas da construtora. “Eu tenho pena do Palocci. Ele diminui a figura dele fazendo o que fez. Ou ele não aguentou a prisão e quer liberdade ou ele tem dinheiro e está negociando uma parte. Eu lamento”.
O livro todo é um corolário de lamentações. Sem argumentos de defesa, o ex-presidente aproveitou para fazer análises políticas, incluindo críticas à sua sucessora. Afirma, por exemplo, que faltou empenho a Dilma Rousseff para evitar o impeachment. “Em todas as conversas que eu mantinha, as pessoas se queixavam 100% do Mercadante e 101% da Dilma. Cheguei ao ponto de dizer para a Dilma: ‘Olha, você vai passar para a história como a única presidente que nem os ministros te defenderam”. Ele diz ainda que em 2014, depois da vitória, Dilma lhe pareceu uma pessoa “triste e inquieta” e que sua sensação foi a de que ela “não tinha gostado de ganhar”.
Produzido pela editora Boitempo em prazo recorde, a “Verdade Vencerá” começou a ser concebido depois que o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), de Porto Alegre, confirmou, no dia 24 de janeiro, a sentença de condenação do juiz Sergio Moro, majorando a pena de prisão em mais dois anos e meio. A decisão de colocá-lo nas livrarias, contudo, veio na semana passada, depois que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou o habeas-corpus preventivo por 5 a 0, praticamente sacramentando a prisão do ex-presidente. O livro, dessa forma, serve apenas como rascunho mal-acabado da verdadeira história de um ex-presidente que assumiu como “a alma mais honesta do mundo” e acabou virando ícone da corrupção.
IstoÉ
Os dois assassinatos de
Marielle: Após o corpo, querem matar sua reputação... - Veja mais em
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