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segunda-feira, 12 de março de 2018

Professor de SP diz odiar pretos e pobres que falam alto e comem de tudo

Em postagem racista, José Guilherme de Almeida foi alvo de protesto no Instituto Federal de Educação 

Dias depois de um aluno da FGV ser chamado de escravo por outro estudante da universidade, mais um caso de racismo foi registrado no ambiente acadêmico em São Paulo. O professor e pesquisador do curso de Geografia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), José Guilherme de Almeida, usou uma rede social para um ataque racista: "Horror de turismo. Odeio pretos e pardos falando muito e comendo de tudo por muito tempo, em bandos, nos hotéis três estrelas de orla de praia! Um café da manhã macabro com tanta algazarra e gulodice. Alguém consegue comer carne de sol logo cedo lotando o prato por 3 vezes? Eles conseguem, todos! Queria ser muito rico e ter o café no meu quarto sempre nu e escutando Mozart", diz a postagem, sem identificar o local onde o professor estaria.
  Almeida, que não foi localizado, faz parte da Diretoria de Humanidades do IFSP, é discente no Ensino Médio e na Licenciatura em Geografia. Alunos se manifestaram nesta segunda-feira após a postagem preconceituosa, com cerca deles pedindo a exoneração do professor e também políticas que coloquem em pauta a questão do racismo na universidade.  O Centro Acadêmico Estrabão, entidade representativa dos discentes do curso de Geografia, publicou uma declaração de repúdio nas redes sociais: “Não podemos e não vamos tolerar nenhum tipo de preconceito desse gênero no curso e dentro do IFSP. É inconcebível que tenhamos em nosso corpo docente alguém com essa mentalidade”

O texto foi encaminhado à direção do campus, com destaque de que há um longo histórico de reclamações por parte dos discentes sobre o mesmo professor por seus posicionamentos.  Um dos criadores do coletivo negro Quilombo Cabeça de Nego, o aluno Thiago Sousa Silva, de 23 anos, está no 4º semestre do curso de Geografia do IFSP e afirma que já cursou duas matérias com o professor. Segundo ele, não é a primeira vez que os estudantes reclamam da postura do docente em sala de aula.


No Dia Internacional da Mulher, José Guilherme havia divulgado também em suas redes sociais que considerava o movimento feminista "muito doente".  – Sentia incômodo pelos comentários feitos em sala de aula. Desde que eu entrei no campus, nada aconteceu com ele. O IFSP oferece as cotas e usa isso como uma forma de argumentação de discurso pró-racial, mas o direito do negro não é garantido. Racismo é crime, e ele precisa ser punido por isso – afirma.

A faculdade afirmou, em nota, que o IFSP “repudia quaisquer formas de preconceito e discriminação dentro ou fora de seus muros”. A instituição, que afirma se comprometer com a construção de uma sociedade plural e de múltipla representatividade, informou que já começou “a apuração dos acontecimentos, reconhecendo a gravidade dos fatos”.


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