Lideranças afirmam que é a primeira vez, desde a redemocratização, que as sete maiores sindicais se unem, desta vez para protestar contra a prisão do ex-presidente, que cumpre pena de 12 anos e 1 mês de reclusão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro [sem a moleza da grana do felizmente extinto Imposto Sindical, sindicatos tentam passar uma imagem de força, mas já certos que as manifestações pró Lula serão um fracasso]
Via Benett.
Além do argumento 'não fazer mais sentido' as próprias centrais sindicais, todas pelegas, tornaram o ato de hoje inútil, visto que mudaram o objetivo para uma inútil solidariedade ao condenado Lula e apelam até para o sorteio de prêmios buscando atrair pessoas para o ato - mesmo com os sindicatos caminhando a passos largos para a falência, haja vista a extinção do famigerado imposto sindical
As seis maiores centrais sindicais do País estarão nesta terça-feira, 1.º, pela primeira vez em 20 anos, juntas no mesmo palanque no dia 1.º de Maio. A liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva será uma bandeira unificada, mas as organizações – boa parte delas controladas por partidos da base do governo federal – também escolheram o presidente Michel Temer (MDB) e a reforma trabalhista como alvos. Os dirigentes das centrais negam o esvaziamento da pauta trabalhista em favor da solidariedade a Lula, condenado na Lava Jato e preso em Curitiba desde o dia 7. “A UGT é solidária ao Lula, mas não temos isso de todo mundo levantando essa bandeira como prioritária. Não há consenso”, disse o presidente da UGT, Ricardo Pattah, que é filiado ao PSD – presidido pelo ministro de Ciências e Tecnologia, Gilberto Kassab.
O presidente da CUT, Vagner Freitas, admitiu a intenção do ato e tratou a defesa do ex-presidente como prioridade. “A estrela do 1.° de Maio será o povo, que estará lá em defesa da democracia, do ‘Lula Livre’ e candidato a presidente. Os presidenciáveis do campo da esquerda devem aparecer.” [foi esse tal Vagner Freitas que declarou que se Dilma fosse impedida pegariam em armas, ele e seus comparsas, para defendê-la;
Dilma foi impedida, escarrada e nada fizeram.
O mesmo vai ocorrer com Lula. Façam os sindicatos o que fizerem e Lula vai continuar preso - nem as armações da 'segundona' para libertá-lo vão funcionar, quanto mais latidos de 'sindicatos' que agora estão a beira da falência já que perderam a grana mole, fácil, do imposto sindical.]
Segundo ele, os demais pontos da pauta comum, “além do apoio a Lula”, são “direitos dos trabalhadores e democracia”. Outros dois dirigentes, ouvidos reservadamente pelo Estado, confirmaram que as pautas trabalhistas ficarão de lado hoje em Curitiba – os organizadores esperam 25 mil pessoas para o ato, que contará com os militantes acampados no bairro de Santa Cândida, a 750 metros da sede da PF, onde está Lula.
Governo
Os ataques ao governo Temer também estão na pauta. Pattah prometeu um discurso duro contra o Planalto, chamado por ele de “mentiroso”, mas desconversou quando lembrado de que seu partido está na base de sustentação do governo, com Kassab. Até recentemente, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, entusiasta da reforma trabalhista, também era do PSD e circulava com desenvoltura nos eventos da UGT. “Política não tem lógica”, disse Pattah.
João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical, seguiu a mesma linha: integra um partido da base de Temer, o Solidariedade, mas faz críticas ao presidente quando está em cima do palanque. “A Força não apoiou o Temer. É o Solidariedade que tem relação política com ele”, disse o sindicalista. Além do ato em Curitiba, CUT e Força também realizarão atos nos Estados no formato de sempre, com shows e distribuição de prêmios.
Mesmo que só os políticos de esquerda sejam bem-vindos em Curitiba, nem todos estão confortáveis em subir no palanque. Reservadamente, um dirigente do PDT disse que Ciro Gomes, pré-candidato do partido à Presidência, não vai ao evento em Curitiba porque o ato será um palanque eleitoral para Lula.
Unidade
Para o cientista político Cláudio Couto, da FGV, “é surpreendente a adesão da Força e de outros grupos que apoiaram o impeachment da Dilma Rousseff” ao ato em Curitiba.
Pesquisador sobre trabalho na USP, o professor Ruy Braga apontou que a reforma trabalhista favorece a unidade. “Juruna, Paulinho (da Força) e Pattah têm sensibilidade política. Não querem aparecer para suas bases como lideranças sectárias ou que não colaboram a fim de defender os trabalhadores.”
De acordo com Braga, o fato de Lula – “maior liderança sindical do País” – estar preso também tem impacto. Já Temer gerou insatisfação no meio. “O governo editou a MP (que atenuou pontos da reforma), e depois deixou ela morrer por inanição”, afirmou Couto.
O economista José Márcio Camargo, da PUC-Rio, defensor da reforma trabalhista, diz que o impacto político da crise do PT na CUT “é forte” e que a entidade vai precisar de tempo para deixar de ser “puxadinho” do Estado. Para ele, a bandeira da CUT para este 1º de Maio, definida como a defesa da libertação de Lula, em Curitiba, aponta que a entidade prefere “um mote pessoal” e não o da defesa dos trabalhadores. “Ideia deles é defender o Lula, é um viés pelego.”
O economista acredita que o principal impacto do PT no sindicalismo da CUT ocorreu quando o Lula se elegeu presidente, em 2002. “Até ali, a CUT tentava se construir de forma independente do poder público, pela força de seus filiados”, afirma. “Com Lula no poder, a CUT passou a ter comportamento similar ao das outras centrais.” Para Camargo, naquele momento “a CUT perdeu força de mobilização dos trabalhadores”.
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