Nos computadores de alguns dos presos na Operação Luz na Infância 2 foram encontrados milhares de arquivos contendo abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes
Até o fim da manhã, 132 pessoas haviam sido presas em flagrante em todo o país pela Operação Luz na Infância 2, deflagrada nesta quinta feira (17/5) pelo
Ministério Extraordinário da Segurança Pública (Mesp), com o apoio das
Polícias Civis do Distrito Federal e 24 estados. Ao todo, 2,6 mil
policiais participaram da ação, que, segundo o ministro Raul Jungmann, é
a maior operação para reprimir crimes de abuso e exploração sexual
infantojuvenil realizada em um único dia no mundo. Além das prisões, são
cumpridos 579 mandados de busca e apreensão de arquivos com conteúdos
relacionados a esse tipo de crime.
[prender não adianta; no máximo, uns dez se muito ficam presos por mais de uma semana; só resolve se mudar a lei: julgamento sumário e castração química imediatamente após a sentença, por no mínimo dez anos;
reincidente castração por esmagamento - nada de anestesiar.]
Segundo o
coordenador do Laboratório de Inteligência Cibernética, Alessandro
Barreto, as prisões são baseadas em indícios fortes. Segundo ele, o
suspeito com a menor quantidade de material ilegal em seu computador
armazenava 150 arquivos. "Ninguém baixa 150 arquivos sem querer. Há
pessoas com 50 mil, 80 mil. Um dos presos na região Sudeste tinha mais
de 700 mil arquivos armazenados", afirmou Barreto, em coletiva de
imprensa no Mesp. Esse último preso é um homem de 26 anos, detido em Uberlândia (MG). Mais de 1 milhão de arquivos foram analisados na fase inicial das investigações, que envolveu 284 cidades do país.
O perfil dos acusados é diverso. Há homens e mulheres e pessoas dos
mais variadas profissões — advogados, educadores, profissionais da área
de saúde e, inclusive, um servidor público que trabalhava com crianças.
"Muitos são pessoas acima de qualquer suspeita. Há gente de 20 e poucos
anos e aposentados", descreveu Barreto. Há ainda reincidentes de outras
operações.
Os
alvos foram identificados pela Diretoria de Inteligência da Secretaria
Nacional de Segurança Pública (Dint/Senasp/MESP), com base em indícios
de crimes investigados virtualmente. As várias delegacias de Proteção à
Criança e ao Adolescente e de Repressão a Crimes Informáticos
trabalharam durante dois meses na instauração de inquéritos e na
solicitação de expedição dos mandados aos juízes locais. Apenas
os estados do Rio Grande do Norte e do Paraná não participaram da ação,
por falta de tempo hábil para a expedição de mandados de busca e
apreensão. “Mas em novas fases da operação, eles estarão como
parceiros", afirmou o diretor de Inteligência, Carlos Afonso Gonçalves
Coelho.
Jungmann comemorou a ação coordenada a
partir da coleta de dados do Mesp. "Temos, pela primeira vez na nossa
história, um sistema que vem produzindo estatística, dados, informações,
possibilitando, inclusive, o desenvolvimento de um Plano Nacional de
Segurança Pública e Defesa”, afirmou o ministro, que elogiou a decisão
do Senado Federal em aprovar, na quarta-feira (16/5), o Sistema Único de
Segurança Pública (Susp), que integra as polícias.
A
primeira vez que a Polícia deflagrou a Operação Luz na Infância foi em
20 de outubro de 2017. Na época, foram cumpridos 157 mandados de busca e
apreensão em computadores. Ao todo, foram presas 112 pessoas que
utilizavam esses equipamentos para produzir, guardar ou compartilhar
conteúdos de pedofilia na internet. A investigação durou seis meses. O
nome Luz na Infância foi escolhido porque os investigadores consideram
que os crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes são
cometidos de forma velada, nas "sombras" da internet.
Correio Braziliense
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