Memórias do Blog do Noblat
Texto do
dia 06/09/2017
Este dia,
6 de setembro de 2017, parece destinado a passar à História como o que selou o
destino do mais popular e carismático líder político brasileiro desde Getúlio
Vargas, o presidente que se matou com um tiro no peito para não ser derrubado. Em menos
de duas horas, ficou-se sabendo que o poderoso ministro dos governos Lula e
Dilma, Antonio Palocci, entregou o “pacto de sangue” firmado pelo PT e a
construtora Odebrecht. E que Lula e Dilma foram denunciados outra vez, desta
por obstrução de Justiça.
Ao PT,
segundo Palocci, a Odebrecht pagou propinas num valor de R$ 300 milhões – parte
para financiar campanhas do partido, parte para a compra de uma nova sede do
Instituto Lula, e R$ 4 milhões, “uma merreca”, diria Lula, para o
ex-presidente. Depois de
ter disparado uma flecha contra o próprio pé no caso da delação do Grupo JBS,
Rodrigo Janot, Procurador Geral da República, disparou outra em Lula e Dilma –
essa por conta da manobra que tornaria Lula chefe da Casa Civil do governo
Dilma.
A manobra
tinha como objetivo proteger Lula, que fora conduzido coercitivamente para
depor à Lava Jato e que corria o risco de ser preso a qualquer momento. Como
ministro, Lula só poderia ser processado pelo Supremo Tribunal Federal.
Escaparia de Curitiba.
Preso em
Curitiba, à espera de ser condenado por corrupção, Palocci finalmente cedeu às
pressões dos seus advogados e contou ao juiz Sérgio Moro o que sabe. Se não
contou tudo, contou o suficiente para que Lula, em breve, venha a ser condenado
pela segunda vez.
Revelou
que Lula acompanhou cada passo do andamento das operações de repasses ilícitos
que culminaram com a compra de um novo imóvel para o Instituto Lula. E que Lula
em pessoa, acertou com a Odebrecht o pacote de propinas no valor de R$ 300
milhões. Destaque-se
que o depoimento de Palocci a Moro não fez parte de nenhuma delação premiada,
porque delação ainda não há. Certamente Palocci guardou revelações inéditas
para oferecer mais tarde em troca do prêmio por delatar.
O que
disse a Moro, porém, já é suficiente para que seja apontado no futuro como o
maior algoz de Lula, aquele que rompeu o pacto de silêncio dos principais líderes
do PT para impedir que o demiurgo da esquerda acabasse punido. A Lula e
aos seus advogados, resta esgrimir com o falso argumento de que Palocci mentiu
para livrar-se de muitos anos de cadeia. Ao PT, procurar outro candidato para
disputar a vaga de Michel Temer no próximo ano. Game over. Fim de jogo.
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