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segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Política em família

Com três filhos em cargos legislativos, o clã de Jair Bolsonaro se consolida no poder com uma força inédita na história do País 

É a primeira vez na história do Brasil que uma família assume o poder de forma tão coesa quanto os Bolsonaro. Haverá representantes do clã em três instâncias legislativas. No Senado, estará o filho mais velho, Flávio, 37 anos, eleito senador pelo Rio de Janeiro com 31% dos votos. Na Câmara Federal, ocupará assento Eduardo, 34 anos, o deputado federal mais votado do País, com 1,8 milhão de votos. Na Câmara do Rio de Janeiro, continuará atuando o filho do meio, Carlos, 35 anos. Em 2016, ele foi eleito vereador com número recorde de votos. Os três são filhos do primeiro casamento do presidente eleito, com Rogéria Nantes Nunes Braga, e, cada um a sua maneira, influenciam nas decisões do pai. Não sem doses de ciúmes, rompimentos e brigas.

Os desentendimentos são fruto dos temperamentos levemente diferentes entre os filhos de Bolsonaro e entre eles e o pai. Nenhum deles é o que se pode chamar de uma pessoa moderada, mas eles se destacam entre si no grau de radicalismo de suas posições. Flávio, ou 01, como Jair se refere a ele, usando o linguajar militar para enumerar sua prole, é o mais moderado. Advogado, defende as propostas do pai, mas tende a dialogar com a oposição, ao contrário dos irmãos. Nesse ano, desobedecendo Bolsonaro, fez campanha para o governador eleito no Rio, Wilson Witzel, pelo PSC.

Formado em Ciências Aeronáuticas, Carlos, o 02, é vereador desde 2000, quando assumiu o cargo ainda com 17 anos. Seu desempenho na Câmara municipal carioca é pouco expressivo, mas dentro da campanha do pai teve papel decisivo. Ele foi o articulador da estratégia digital responsável, em boa parte, pela vitória de Bolsonaro. Mas o tom mais agressivo que adotou foi muitas vezes criticado pelos irmãos. No entanto, no período eleitoral, ficou bem próximo de Bolsonaro, tornando-se conselheiro frequente do futuro presidente.
Ciúmes e reprimenda
A proximidade de Carlos com o pai despertou ciúmes entre os outros dois irmãos, especialmente em Eduardo, o caçula 03. Policial federal e formado em Direito, ele sempre foi visto como o herdeiro de Jair, pela semelhança de posições e de temperamento, inclusive na publicação de declarações explosivas. Uma das últimas rendeu ao pai um momento delicado na campanha. Em evento no Paraná, Eduardo afirmou que bastaria um cabo e um soldado para fechar o Supremo Tribunal Federal. Os ministros do STF reagiram e, no dia seguinte, Bolsonaro foi obrigado a dizer que havia dado uma reprimenda no “garoto”.

É difícil saber como se dará a atuação de cada um deles no governo do pai e quanto barulho causarão. Mas o fato é que os três exercerão impacto nas decisões de Bolsonaro. O presidente eleito tem um quarto filho homem, Renan. Ele é fruto de seu segundo casamento, com Ana Cristina Valle. O jovem tem 20 anos e somente agora começa a se interessar pela política. Longe da exposição, mas com forte influência sobre Bolsonaro, está a futura primeira-dama Michelle. Na campanha, teve atuação apagada, aparecendo apenas para tentar suavizar a imagem do marido em um programa eleitoral veiculado às vésperas do segundo turno. Ela já avisou que, em público, será discreta. 

Michelle cultiva a fama de controlar o acesso ao marido, que a escuta em questões que vão além do cotidiano doméstico. Sua principal bandeira é a defesa de pessoas com necessidades especiais. Fluente em Libras, a Língua Brasileira de Sinais, ela fez com que Bolsonaro assinasse um termo de compromisso para melhorar a vida dessa população. Michelle aprendeu o idioma por causa de um tio deficiente auditivo e se aprimorou após ficar amiga de um casal de surdos em uma igreja evangélica que frequentou.

IstoÉ
 


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