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terça-feira, 27 de novembro de 2018

STF troca auxílio-moradia por aumento: sinal, forte sinal da Era do Foda-se




Após Michel Temer sancionar o projeto de lei que aumenta de R$ 33,7 mil para R$ 39,3 mil os subsídios dos ministros do Supremo Tribunal Federal (o que deve produzir um efeito cascata no Poder Judiciário, no Ministério Público e abrir a temporada de reajustes para representantes dos Poderes Legislativo e Executivo), o ministro Luiz Fux revogou as liminares que confirmavam o auxílio-moradia para magistrados.


A ''troca'' – o aumento no subsídio pelo fim do auxílio-moradia – havia sido discutida pelo presidente do Supremo, José Dias Toffoli. A crise econômica é grave a ponto do Estado ter baixado uma agenda de cortes sociais que atinge os mais pobres. O que torna o pleito dos que recebem mais fora de lugar. Até insensível. A emenda constitucional do Teto dos Gastos, por exemplo, proposta pelo Poder Executivo, aprovada pelo Poder Legislativo, confirmada pelo Poder Judiciário, atrelou a evolução dos gastos públicos à variação da inflação – ou seja, sem crescimento real – por duas décadas. O que vai piorar a já insuficiente qualidade dos serviços, como na educação e na saúde.


Enquanto isso os que ganham mais foram preservados. E não apenas no topo do funcionalismo público – quem recebe como acionista de empresa não foi importunado com a volta da taxação sobre os dividendos, derrubada em 1995. Diante da ''troca'', uns repetem que o reajuste não foi imposto, mas corroborado por lei. Outros reclamam que o auxílio-moradia é um direito dos magistrados. Bem, o inciso IV, artigo 7º da Constituição Federal prevê que o mínimo deve ser ''capaz de atender às suas necessidades vitais básicas e às de sua família, como moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e Previdência Social''. E seja ''reajustado periodicamente, de modo a preservar o poder aquisitivo, vedada sua vinculação para qualquer fim''. Um direito, portanto. Que não é garantido por razões de impossibilidade econômica. Como seria o caso do reajuste da magistratura. No ano passado, publiquei um texto dizendo que vivemos a ''Era do Foda-se''. 




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