Menino de 4 anos foi resgatado por policiais militares de Formosa com ferimentos na cabeça e no rosto. Ele também estava desidratado e mal alimentado. Criança está sob os cuidados do Conselho Tutelar
Um menino de 4 anos de idade está internado na Unidade de
Pronto Atendimento (UPA) de Formosa (GO) desde sexta-feira (11/1),
supostamente por ter sido maltratado pelo próprio pai e pela madrasta.
De acordo com o Conselho Tutelar do município goiano, distante 80km do
centro de Brasília, o garoto está com queimaduras na cabeça e na face.
Os ferimentos são tão graves que o couro cabeludo dele ficou deformado.
Policiais
militares resgataram o menino por volta das 17h de sexta-feira, após
receberem uma denúncia anônima de que a vítima estava presa no
porta-malas de um carro e enrolada em um cobertor. Ao chegarem ao
endereço, no bairro Lagoa dos Santos, os policiais encontraram o garoto,
na verdade, nos bancos de trás de um veículo onde também estavam o pai e
a madrasta dele.
De imediato, o menino disse
que as queimaduras foram causadas por um ferro de passar roupas. Por
enquanto, a hipótese não está confirmada. “Após o resultado do exame de
corpo de delito, constatamos que ele pode ter sido queimado por alguma
espécie de líquido. A substância deve ter escorrido pela face do menino,
visto que ele também tem queimaduras na bochecha. Além disso, o olho
esquerdo está inchado, e há uma bolha perto do órgão”, explicou o
conselheiro Aelson Vieira de Araújo.
Os adultos foram interrogados na 11ª Delegacia Regional de Polícia
(Formosa) e alegaram que não são os responsáveis pelos ferimentos no
corpo do menino. “Ambos disseram que a criança se machucou sozinha,
depois de cair na cama e bater a cabeça no chão. Essa hipótese, contudo,
parece não ser verdadeira”, disse Aelson Vieira. Após
o depoimento, o pai e a madrasta do menino foram liberados pois os
ferimentos são antigos e, portanto, eles não poderiam ser presos em
flagrante. No entanto, os dois continuarão sendo investigados. As
condutas da madrasta também serão apuradas pela Delegacia Especializada
de Atendimento à Mulher (Deam) do município goiano. A Vara Cível da
Comarca de Formosa deve julgar se o casal perderá a guarda do menino. [caso não fujam e sejam novamente presos e uma 'audiência de custódia' determina que sejam soltos, o ideal é quando forem recolhidos à prisão, seus companheiros/as de cela recebam um ferro de passar e a sugestão sobre quais partes do corpo do pai e da madrasta devem ser passadas.
Oportuno recomendar que não exagerem no tempo nem no excesso de calor - afinal os casal deve servir de diversão por alguns dias, assim, nada de exagerar.
Devagar, bem devagar e a diversão dura mais dias.]
Criança também estava desidratada e mal alimentada
Neste
sábado (12/1), a criança foi trazida para o Hospital Regional da Asa
Norte (Hran), unidade de saúde especializada no tratamento de
queimaduras, onde passou por uma avaliação. Ela retornou à UPA de
Formosa para receber curativos e na próxima segunda-feira (14/1),
voltará ao hospital do DF acompanhada pelo conselheiro Aelson Vieira.
“Por
enquanto, o Conselho Tutelar de Formosa ficará responsável pelo menino.
Já entramos em contato com os avós paternos dele, que moram em Montes
Claros (MG), e eles devem chegar a Formosa ainda neste fim de semana.
Também procuramos pela mãe da criança, que vive no município mineiro.
Contudo, até o momento não temos informações sobre o paradeiro dela”,
detalhou Aelson Vieira.
Além
das queimaduras, a criança apresenta sinais de desidratação e de que
não era bem alimentada pelo pai e pela madrasta. As roupas que ele
utilizava no momento do resgate também evidenciam a condição de
maus-tratos, que começaram há pelo menos 10 dias, segundo Aelson
Vieira. “Estranha o fato de que tanto o pai
quanto a madrasta estavam bem vestidos, mas a criança, não. A situação
do menino é lamentável. Em três anos no Conselho Tutelar, nunca vi algo
parecido. Não resta dúvidas de que ela foi maltratada”, reconheceu o
conselheiro.
Segundo Aelson Vieira, o caso
mobilizou a comunidade de Formosa. A todo momento, cresce a quantidade
de pessoas que visita a UPA da cidade para fazer doações ao menino.
“Estão trazendo roupas, calçados, alimentos e brinquedos para ele. A
sociedade abraçou essa criança. Todos esperam a pronta recuperação
dela.”
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