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terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Presidente do TST: 'Justiça do Trabalho é imprescindível, eficiente e moderna'

 Ministro Renato de Lacerda Paiva se pronunciou sobre a declaração de Bolsonaro, que cogita extinguir o órgão


O presidente em exercício do Tribunal Superior do Trabalho, ministro Renato de Lacerda Paiva, recebeu as declarações do presidente Jair Bolsonaro, sobre o desejo de extinguir a Justiça do Trabalho, com “tranquilidade” e defendeu que o órgão é “imprescindível, eficiente e moderno”. Bolsonaro disse, na semana passada, que há um excesso de proteção ao trabalhador e defendeu uma flexibilização de direitos trabalhistas.- A Justiça do Trabalho tem ótimos índices de produtividade e taxa de congestionamento bastante inferior a outros ramos do Judiciário. Em 2017 foram revertidos aos cofres públicos cerca de R$ 3 bilhões em taxas, custas e recolhimentos decorrentes de processos trabalhistas. A Justiça do Trabalho foi a primeira a se tornar 100% eletrônica, com a instalação do Processo Judicial Eletrônico em todo o país – argumentou Paiva.Ele disse, ainda, que o então candidato Bolsonaro esteve no TST em novembro e disse aos presentes que eventuais mudanças no âmbito trabalhista seriam precedidas de consulta aos ministros do Tribunal. – Nós estamos à disposição para prestar todas as informações necessárias sobre o papel da instituição e sua relevância para o país – disse o ministro do TST.

Na sexta-feira passada, Noemia Porto, vice-presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) afirmou que as declarações do presidente não têm fundamento e são de “difícil sustentação jurídica”.- O poder executivo não tem o poder constitucional de atingir a estrutura do judiciário brasileiro. Não pode com uma canetada extinguir a Justiça, seja ela do Trabalho, Eleitoral, a Militar, porque isso fere a própria Constituição. Quando a Constituição prevê direitos, como consumidor, trabalhador e cidadão, também prevê garantias para que sejam cumpridos, com o aparelhamento de um judiciário forte – disse Noemia. [apresentar uma PEC propondo  extinguir um órgão, não fere à Constituição, tendo em conta que a matéria será amplamente analisada, discutida e então submetida à votação.] Ponderou, no entanto, que confia no compromisso do presidente Bolsonaro de respeitar a Constituição.

No domingo, em resposta a Bolsonaro, a maior entidade regional do país, englobando São Paulo (capital), região metropolitana e Baixada Santista, a Amatra-2, convocou um ato, marcado para o dia 21, para defender a existência da Justiça do Trabalho.

(...)  

- Qual país do mundo que tem (Justiça do Trabalho)? Tem que ter a Justiça comum. Tem que ter a sucumbência: quem entrou na Justiça e perdeu tem que pagar. Até um ano e meio atrás, no Brasil, eram em torno de quatro milhões de ações trabalhistas por ano. Ninguém aguenta isso. É o excesso de proteção disse Bolsonaro, na semana passada.

A nota da Amatra-2 diz que a Justiça do Trabalho existe há mais de 70 anos e “Atualmente, é o ramo do Poder Judiciário mais célere e eficaz no cumprimento de suas funções constitucionais”, completou. 

Matéria completa em O Globo


 

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