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sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Adélio e Queiroz - Eliane Cantanhêde

O Estado de S.Paulo

O Queiroz some, o Adélio aparece e cresce a versão de ‘crime da esquerda’

O presidente Jair Bolsonaro é o eixo de mais uma gangorra: quanto mais o Queiroz some, mais o Adélio aparece. Há um cerco de proteção ao policial aposentado e pivô das esquisitices no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro. E há uma frente para reabrir as investigações sobre Adélio Bispo, considerado inimputável depois de esfaquear o presidente na campanha. [o recomendável para o Brasil é que esqueçam o Queiroz - contra ele há apenas movimentações que foram consideradas atípicas e que mesmo assim foram esmiuçadas e o processo não foi arquivado (não esqueçam que o que interessa aos inimigos do Brasil, não é investigar Queiroz e sim encontrar uma forma de incriminar Flávio Bolsonaro e por tabela o Presidente Bolsonaro);
quem não pode ser esquecido é Adelio, que tentou assassinar o atual presidente da República, assassino profissional, sobre o qual não há nenhuma dúvida da autoria da facada (além do flagrante, da prova testemunhal tem a confissão do facínora) que quase retira do Brasil a oportunidade de reencontrar o caminho dos BONS COSTUMES, da DIGNIDADE,  da  valorização da FAMÍLIA, da MORAL, do PROGRESSO, valores estes e outros que estão nas duas últimas décadas sendo aniquilados.
Existe a convicção  de que o assassino profissional foi contratado pela esquerda aliada a grupos interessados em manter a situação propícia à corrupção.
E,como é indiscutível, os mandantes não precisam estar no local do crime.
O que não pode ocorrer é que o atentado contra JAIR BOLSONARO, presidente da REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, se transforme em um novo caso CELSO DANIEL, ou TONINHO do PT.]

O mais novo personagem na trama é Augusto Aras, que foi indicado por Jair Bolsonaro para a Procuradoria-Geral da República, passou com louvor pela sabatina no Congresso e acaba de assumir o cargo adotando o compromisso de “independência”, inclusive diante do Executivo. Ao Estado, Aras defendeu aprofundar as investigações sobre Adélio Bispo, em busca da “verdade real”. Isso joga um balde de suspeição sobre o trabalho da Polícia Federal, que investigou a facada e concluiu que Adélio tem problemas mentais e agiu sozinho – como endossou a Justiça. [cabe lembrar: a Polícia Federal possui uma brilhante folha de serviços que certamente suportará um pequeno arranhão decorrente de uma investigação não bem sucedida - e exigir nova investigação, abrir novas frentes pode apresentar excelentes resultados, até mesmo o indiciamento e punição dos MANDANTES.]

Adélio, aliás, é a real causa da implicância de Bolsonaro com a Polícia Federal, que já levou pelo menos três sapatadas públicas do presidente. Assim como esperou a posse para se livrar da multa por pesca ilegal e se vingar do fiscal que o multou, o presidente não vai descansar enquanto o MP e a PF não concluírem que, como ele disse na ONU, foi “covardemente esfaqueado por um militante de esquerda”. É uma tese duvidosa, tanto como a de que o Brasil esteve “à beira do socialismo”. Adélio foi filiado ao PSOL, mas é muito menos “esquerdista” do que perturbado.

Na entrevista, Aras citou suspeitas que contrariam a PF e reforçam os advogados de Bolsonaro: o uso de arma branca, possibilidade de cúmplices na multidão, alguém com o nome de Adélio na Câmara no mesmo dia e advogados contratados por desconhecidos. [salvo improvável engano deste escriba, todos as suspeitas citadas por Aras estão apoiadas em fatos incontestáveis.]

São pertinentes? Especialistas argumentam que já foram consideradas e que um procurador-geral só deveria fazer uma manifestação assim, em público, munido do chamado “fato novo”: uma testemunha, uma prova, ao menos um indício... Na fala de Aras não há isso, o que reforça temores de que ele veio para fazer o jogo do Executivo, particularmente do presidente.


Do outro lado da gangorra, Queiroz sumiu, ninguém sabe, ninguém viu, a não ser a chata e implicante imprensa. E sumiu sem prestar um único depoimento ou esclarecimento sobre movimentações financeiras atípicas e depósitos dos funcionários do gabinete de Flávio na sua conta.[na busca do nosso DEVER de manter nossos dois leitores bem informados, sugerimos que cliquem aqui e leiam mais sobre o INTOCÁVEL Coaf;

recomendamos a leitura de todo o POST, mas se preferirem leiam o último e penúltimo parágrafos.] As dúvidas foram levantadas pelo falecido Coaf, que mudou de nome e de endereço. Salva-se o Queiroz, pune-se o Coaf. [curioso é que enquanto explicações públicas do Queiroz sobre movimentações consideradas atípicas são cobradas - declarações que ele tem obrigação de esclarecer junto às autoridades competentes e não ao público e/ou imprensa - os cobradores de explicações,  não devidas aos que cobram, esquecem de cobrar do órgão sucessor do Coaf sobre os  vazamentos de informações sigilosas das movimentações financeiras do Queiroz?] 

O presidente do Supremo, Dias Toffoli, concedeu uma liminar monocrática, a pedido da defesa de Flávio, suspendendo todas as investigações em curso com base em dados do então Coaf e da Receita, sem autorização judicial. Depois, o ministro Gilmar Mendes completou o serviço, vetando toda a investigação contra o próprio Flávio. E não se fala mais nisso? [a decisão do ministro Gilmar Mendes foi proferida devido o MP-RJ e outros órgãos continuarem, apesar da determinação do presidente do Supremo, solicitando informações à UIF sem autorização judicia, até por e-mail.]

O caso Queiroz foi jogado numa gaveta, o de Adélio foi tirado de outra, deixando a sensação de que Bolsonaro quer impor a sua narrativa sobre a facada. A PF, porém, sempre prestigiou a operação conduzida pela superintendência de Minas e há até a intenção de fazer uma entrevista coletiva para, detalhadamente, demonstrar como foram as investigações e explicar as conclusões. A dúvida é o quanto uma instituição tão profissional e respeitada como a PF consegue resistir a pressões para adaptar conclusões técnicas a interesses políticos, deixando no ar uma versão sobre uma conspiração de esquerda. De mito, Bolsonaro evoluiria para mártir da direita. E a PF viraria pó.

PS: As relações entre os paranaenses Sérgio Moro (Justiça) e Maurício Valeixo (PF) já foram melhores. 
Eliane Cantanhêde, jornalista - O Estado de S. Paulo

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