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sábado, 8 de abril de 2023

Politizar a monstruosidade é simplesmente abjeto - RodrigoConstantino

Gazeta do Povo - VOZES

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

O Brasil ficou em choque com a notícia do ataque monstruoso numa creche de Blumenau, em SC. 
Um assassino usou um machado para matar crianças. 
Não pode haver nada mais terrível do que isso. É o tipo de tragédia que nos paralisa e nos faz pensar sobre o que é o homem e até onde pode ir sua maldade.

Fenômenos assim não possuem explicação simplória. Desde sempre os seres humanos debatem a essência do Mal. Santo Agostinho deu colaborações importantes ao tema. Meu cuidado, ao comentar brevemente o assunto na minha live Tudo Consta no mesmo dia, foi fugir das causas únicas.

Podemos - e devemos - debater a impunidade, a falta de estrutura familiar, a ausência de Deus na vida de muita gente, que fica sem propósito elevado, o esgarçamento dos valores morais, as redes sociais influenciando malucos, a própria doença mental etc.  
São várias abordagens possíveis e conjuntas, e como nesse caso o monstro usou uma arma branca, a esquerda não conseguiu culpar a arma de fogo, como de praxe.

Mas eis que um comentarista da Globo News, Octavio Guedes, resolveu culpar Bolsonaro! Ao falar da desgraça em Blumenau, Guedes disse que vivemos o problema de uma sociedade adoecida por "anos de discurso de ódio", por um discurso "contra a escola". Ele acredita haver um "caldo" contra a escola que vem da "extrema direita" que levou Bolsonaro ao poder. [e, com as bênçãos de DEUS, o trará mais algumas vezes.]

A jornalista Paula Schmitt comentou: "Quando um monstro mata crianças, e um jornalista explica que o monstro fez isso porque ele tinha razões para fazê-lo, o jornalista está dizendo a todos os futuros assassinos de crianças que suas motivações serão entendidas, e que sua culpa será sempre atenuada pelas circunstâncias".

O deputado Nikolas Ferreira desabafou: "No momento de dor, ao invés da esquerda pedir penas mais duras e rígidas contra criminosos, ou debater o tema com seriedade e profundidade, ficam fazendo política em cima de caixões de crianças pra colocar culpa em opositor político. Vão se tratar".

Barbara, do canal TeAtualizei, foi na mesma linha: "
Querem criminalizar a oposição, fazer com que 50 milhões de pessoas sejam silenciadas, usando uma tragédia com crianças. A ditadura no Brasil segue a passos largos. O pensamento único deve ser implementado e os dissidentes presos e exterminados. Stalin e Hitler faziam assim".

Leandro Ruschel buscou alguns fatos sobre o monstro para esclarecer pontos importantes: "O que já se sabe sobre o cachorro louco de Blumenau, que assassinou brutalmente crianças pequenas numa creche: 1) O sujeito foi preso quando adolescente por ter esfaqueado o próprio padrasto. Como era "de menor", pouco tempo ficou preso.  
2) Quando adulto, foi preso por posse de drogas, lesão corporal e dano a propriedade. 
3) Segundo a polícia, durante o ataque de hoje, o sujeito estava em surto psicótico. Claramente, um animal que deveria estar enjaulado. Melhor ainda seria modificar a lei brasileira para permitir a pena de morte para crimes desse tipo". [e a pena de prisão perpétua para os monstros que os apoiam; nossa opinião é que só a MILITARIZAÇÃO DAS ESCOLAS protegerá nossas crianças, nossos filhos = além de melhorar a disciplina e desestimular amebas como a de Blumenau, são sempre covardes, e sabem que se tentarem em uma escola militarizada serão abatidos.]

Talvez o Mal sempre vá existir entre nós. Há seres humanos capazes das maiores monstruosidades, eis um triste fato. Podemos debater, porém, atenuantes. A impunidade vem à mente, claro, por mais que loucos suicidas não sejam impedidos por medo de punição.

Deputados federais alinhados à pauta da segurança pública querem celeridade na aprovação de projetos que endureçam penas em casos de homicídios qualificados em escolas e creches e propõem que haja segurança armada nas instituições de ensino. [talvez, por razões burocráticas nas escolas particulares a militarização seja inviável; mas nas escolas públicas a MILITARIZAÇÃO prevalecerá sobre qualquer outro sistema, havendo, se muito, um pequeno aumento de custos e o aluno terá mais propensão a respeitar o professor militar, que também terá autoridade e condições para, se necessário, abater qualquer invasor.]  

Após o ataque em uma creche que deixou quatro crianças mortas e quatro feridos em Blumenau (SC), parlamentares da oposição e independentes ao governo federal apresentaram, nesta quarta-feira (5), pedidos de requerimento de urgência para votar diretamente em plenário propostas com potencial de coibir atividades criminosas no ambiente escolar. [uma certeza temos: a esquerda vai se opor e tentar sabotar, ou retardar, as medidas que são urgentes e inadiáveis;
-afinal, bom ter presente que uma ministra do DESgoverno Lula, não lembramos de qual ministério (parece ser o da 'cultura' ou dos 'direitos humanos'), foi contra o BOPE  subir a favela da Maré no Rio - é a que tem uma única linha no currículo 'irmã de uma vereadora assassinada'.]

Além da tragédia em Santa Catarina, houve outra em uma instituição de ensino na semana passada - em São Paulo. Um adolescente, de 13 anos, atacou professoras e alunos de uma escola estadual na capital paulista, com uma faca. Uma professora de 71 anos morreu e quatro pessoas ficaram feridas.

Diante da pura barbárie, o ser humano se sente muitas vezes impotente e em choque. Como pode alguém, um ser humano, matar crianças com um machado numa creche, do nada?! Quem tem alguma sensibilidade e empatia ficou de estômago embrulhado com essa história tenebrosa.

Mas o comentarista da Globo News achou que era a hora de atacar Bolsonaro e o "discurso de ódio" da "extrema direita". É inacreditável a fala de Octavio Guedes, usando o ex-presidente para basicamente justificar a monstruosidade do assassino de crianças
Que postura abjeta e desprezível! 
A emissora pretende mantê-lo no quadro de comentaristas mesmo após esse comentário inaceitável e absurdo? [talvez as coisas mudem no ex-maior grupo de comunicação do Brasil; hoje mesmo, o jornal O Globo publicou editorial, no qual, ainda que timidamente, começa a reconhecer o quanto o Brasil foi prejudicado e continua sendo pelos que fizeram o L.
Em nossa opinião uma medida que provaria a sinceridade de propósitos daquele Grupo seria demitir, sumariamente, aquele casal que ainda apresente o que foi o maior telejornal do Brasil e que inocentaram, ao vivo e em rede nacional, um criminoso condenado por 9 juízes, tudo referendado em três instâncias.]


Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

SP: Família reage a assalto e mata dois ladrões que invadiram casa

 

Uma família de Campinas (SP) reagiu a um assalto e matou os dois ladrões que haviam invadido a casa no sábado (20). De acordo com o boletim de ocorrência do caso, os dois suspeitos estavam em uma moto e entraram no imóvel quando um dos moradores chegou de carro. As informações são do G1.
[para que mais manchetes como a do título sejam veiculadas, o Brasil precisa da flexibilização do porte e posse de armas - necessidade que o presidente da República está atento e só não será alcançada se os inimigos do  Brasil lograrem êxito no combate  absurdo buscando que só os bandidos tenham armas;
A família utilizou a arma de um dos bandidos e,felizmente,  teve êxito.Correu grande risco, o ideal é que as pessoas de BEM possam reagir com suas próprias armas.]
 
A dupla estava com uma faca e um revólver e rendeu o motorista, os sogros e um cunhado dele que estavam dentro da residência. Durante o assalto, as vítimas reagiram e houve uma briga com os criminosos. Os ladrões chegaram a ferir alguns familiares com a faca, mas um deles conseguiu pegar a arma branca e atingiu o ladrão com duas facadas no peito. Em seguida, o outro homem também foi ferido com uma facada no peito. O criminoso chegou a fugir da casa, mas caiu morto a alguns metros da residência.
 
Uma das vítimas acionou a Polícia Militar, que foi até a casa. Os moradores foram atendidos no hospital Beneficência Portuguesa. A perícia esteve no local, apreendeu a faca utilizada no crime e constatou as mortes por facadas.
De acordo com o delegado plantonista do 2ª Delegacia Seccional de Campinas, o caso foi registrado como homicídio simples, tentativa de roubo e excludente de ilicitude por legítima defesa. Ninguém foi preso. [Os bandidos morreram; dependesse da vontade da turma dos direitos dos manos, as vítimas que reagiram e abateram os facínoras, seriam presas, processadas e condenadas.]os bandidos o o êxito seria total

Revista IstoÉ
 
 

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Adélio e Queiroz - Eliane Cantanhêde

O Estado de S.Paulo

O Queiroz some, o Adélio aparece e cresce a versão de ‘crime da esquerda’

O presidente Jair Bolsonaro é o eixo de mais uma gangorra: quanto mais o Queiroz some, mais o Adélio aparece. Há um cerco de proteção ao policial aposentado e pivô das esquisitices no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro. E há uma frente para reabrir as investigações sobre Adélio Bispo, considerado inimputável depois de esfaquear o presidente na campanha. [o recomendável para o Brasil é que esqueçam o Queiroz - contra ele há apenas movimentações que foram consideradas atípicas e que mesmo assim foram esmiuçadas e o processo não foi arquivado (não esqueçam que o que interessa aos inimigos do Brasil, não é investigar Queiroz e sim encontrar uma forma de incriminar Flávio Bolsonaro e por tabela o Presidente Bolsonaro);
quem não pode ser esquecido é Adelio, que tentou assassinar o atual presidente da República, assassino profissional, sobre o qual não há nenhuma dúvida da autoria da facada (além do flagrante, da prova testemunhal tem a confissão do facínora) que quase retira do Brasil a oportunidade de reencontrar o caminho dos BONS COSTUMES, da DIGNIDADE,  da  valorização da FAMÍLIA, da MORAL, do PROGRESSO, valores estes e outros que estão nas duas últimas décadas sendo aniquilados.
Existe a convicção  de que o assassino profissional foi contratado pela esquerda aliada a grupos interessados em manter a situação propícia à corrupção.
E,como é indiscutível, os mandantes não precisam estar no local do crime.
O que não pode ocorrer é que o atentado contra JAIR BOLSONARO, presidente da REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, se transforme em um novo caso CELSO DANIEL, ou TONINHO do PT.]

O mais novo personagem na trama é Augusto Aras, que foi indicado por Jair Bolsonaro para a Procuradoria-Geral da República, passou com louvor pela sabatina no Congresso e acaba de assumir o cargo adotando o compromisso de “independência”, inclusive diante do Executivo. Ao Estado, Aras defendeu aprofundar as investigações sobre Adélio Bispo, em busca da “verdade real”. Isso joga um balde de suspeição sobre o trabalho da Polícia Federal, que investigou a facada e concluiu que Adélio tem problemas mentais e agiu sozinho – como endossou a Justiça. [cabe lembrar: a Polícia Federal possui uma brilhante folha de serviços que certamente suportará um pequeno arranhão decorrente de uma investigação não bem sucedida - e exigir nova investigação, abrir novas frentes pode apresentar excelentes resultados, até mesmo o indiciamento e punição dos MANDANTES.]

Adélio, aliás, é a real causa da implicância de Bolsonaro com a Polícia Federal, que já levou pelo menos três sapatadas públicas do presidente. Assim como esperou a posse para se livrar da multa por pesca ilegal e se vingar do fiscal que o multou, o presidente não vai descansar enquanto o MP e a PF não concluírem que, como ele disse na ONU, foi “covardemente esfaqueado por um militante de esquerda”. É uma tese duvidosa, tanto como a de que o Brasil esteve “à beira do socialismo”. Adélio foi filiado ao PSOL, mas é muito menos “esquerdista” do que perturbado.

Na entrevista, Aras citou suspeitas que contrariam a PF e reforçam os advogados de Bolsonaro: o uso de arma branca, possibilidade de cúmplices na multidão, alguém com o nome de Adélio na Câmara no mesmo dia e advogados contratados por desconhecidos. [salvo improvável engano deste escriba, todos as suspeitas citadas por Aras estão apoiadas em fatos incontestáveis.]

São pertinentes? Especialistas argumentam que já foram consideradas e que um procurador-geral só deveria fazer uma manifestação assim, em público, munido do chamado “fato novo”: uma testemunha, uma prova, ao menos um indício... Na fala de Aras não há isso, o que reforça temores de que ele veio para fazer o jogo do Executivo, particularmente do presidente.


Do outro lado da gangorra, Queiroz sumiu, ninguém sabe, ninguém viu, a não ser a chata e implicante imprensa. E sumiu sem prestar um único depoimento ou esclarecimento sobre movimentações financeiras atípicas e depósitos dos funcionários do gabinete de Flávio na sua conta.[na busca do nosso DEVER de manter nossos dois leitores bem informados, sugerimos que cliquem aqui e leiam mais sobre o INTOCÁVEL Coaf;

recomendamos a leitura de todo o POST, mas se preferirem leiam o último e penúltimo parágrafos.] As dúvidas foram levantadas pelo falecido Coaf, que mudou de nome e de endereço. Salva-se o Queiroz, pune-se o Coaf. [curioso é que enquanto explicações públicas do Queiroz sobre movimentações consideradas atípicas são cobradas - declarações que ele tem obrigação de esclarecer junto às autoridades competentes e não ao público e/ou imprensa - os cobradores de explicações,  não devidas aos que cobram, esquecem de cobrar do órgão sucessor do Coaf sobre os  vazamentos de informações sigilosas das movimentações financeiras do Queiroz?] 

O presidente do Supremo, Dias Toffoli, concedeu uma liminar monocrática, a pedido da defesa de Flávio, suspendendo todas as investigações em curso com base em dados do então Coaf e da Receita, sem autorização judicial. Depois, o ministro Gilmar Mendes completou o serviço, vetando toda a investigação contra o próprio Flávio. E não se fala mais nisso? [a decisão do ministro Gilmar Mendes foi proferida devido o MP-RJ e outros órgãos continuarem, apesar da determinação do presidente do Supremo, solicitando informações à UIF sem autorização judicia, até por e-mail.]

O caso Queiroz foi jogado numa gaveta, o de Adélio foi tirado de outra, deixando a sensação de que Bolsonaro quer impor a sua narrativa sobre a facada. A PF, porém, sempre prestigiou a operação conduzida pela superintendência de Minas e há até a intenção de fazer uma entrevista coletiva para, detalhadamente, demonstrar como foram as investigações e explicar as conclusões. A dúvida é o quanto uma instituição tão profissional e respeitada como a PF consegue resistir a pressões para adaptar conclusões técnicas a interesses políticos, deixando no ar uma versão sobre uma conspiração de esquerda. De mito, Bolsonaro evoluiria para mártir da direita. E a PF viraria pó.

PS: As relações entre os paranaenses Sérgio Moro (Justiça) e Maurício Valeixo (PF) já foram melhores. 
Eliane Cantanhêde, jornalista - O Estado de S. Paulo

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Tensão, ameaças e "churrasco de PCC" = "carne humana" = em presídio de Alcaçuz

Em vídeo, detentos da penitenciária do Rio Grande do Norte fazem várias ameaças aos rivais, enquanto seguram espetos cheios de carne supostamente humana em uma fogueira improvisada

Mulher de detento mostra marca de tiro de borracha, supostamente disparado pela polícia, do lado de fora de Alcaçuz
Mulher de bandido, foi bagunçar, perturbar a ordem pública,  tem que ser tratada igual bandido - ela tem que aprender que bandido e mulher de bandido não são diferentes

A briga entre facções que matou mais de 130 presidiários só este ano no Brasil parece não ter fim. Circulam na internet, imagens divulgadas pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) e pelo Sindicato do Crime do Rio Grande do Norte que deixam claro o clima de guerra. Em um dos vídeos, integrantes do Sindicato do Crime do RN estão reunidos em torno de uma fogueira no Presídio Estadual de Alcaçuz (RN), onde ocorreu a última rebelião que matou 26 pessoas, e mostram um homem segurando um espeto com pedaços de carne, supostamente humanas. “Isso é um churrasco de PCC”, ironiza um deles. Outros avisa: “É só o começo”. Homens com arma branca aparecem no vídeo. No vídeo do PCC, homens com a cara tampada ameaçam “estender a guerra” para as ruas e atacar policiais em todo país caso os homens da facção rival não sejam retirados do presídio de Alcaçuz. 
 
Para resolver o problema em Alcaçuz, o governo do estado resolveu instalar, dentro do presídio, contêineres, na intenção de separar as duas facções inimigas. A Polícia Militar do RN entrou na cadeia no sábado (21/01) para construir a divisória entre os pavilhões 1, 2 e 3, dominados pelo Sindicato do RN, e os pavilhões 4 e 5, ocupados pelo PCC.  
Segundo o governo, os contêineres de 12 metros de altura serão usados temporariamente até que um muro de 90 metros extensão seja efetivamente construído, o que deve demorar até 15 dias.  

Do lado de fora, o clima também é tenso. Familiares dos integrantes de grupos adversários acampam ao redor da penitenciária e chegaram a entrar em confronto nos últimos dias. A mulher de um dos detentos ouvida pelo Correio afirma que neste domingo (22/01) não houve confusão, porque o dia está chuvoso. “Do lado de dentro também está tranquilo. Queríamos que o governador tirasse o PCC de dentro do presídio, mas ele se recusa”, reclama. O governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, foi procurado para comentar o caso, mas não atendeu as ligações da reportagem. [o governo não pode ceder - quem tem que se enquadrar são os bandidos, os condenados e aprenderem (por bem ou por mal) que o controle do presídio, que o controle da vida de condenados, é do Estado e não de uma facção.
O governo não pode se acovardar e negociar com bandidos. Tem que impor a disciplina no presídio FAZENDO O QUE FOR NECESSÁRIO.]
 

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Enquanto a preocupação for evitar uma sempre alegada discriminação, quase sempre infundada, a criminalidade terá terreno fértil para crescer


Estudantes são esfaqueados em Brasilia - Deputados debatem no Rio inclusão do porte de arma branca na lei penal

Polícia Militar apreende adolescente suspeito de ter esfaqueado estudantes
O infrator foi reconhecido por uma das vítimas e encaminhado à DCA. A arma usada por ele foi apreendida pela PM
A Polícia Militar apreendeu o adolescente suspeito de ter atacado dois estudantes com uma faca na manhã desta sexta-feira (22/5), durante tentativas de assalto. Um dos casos ocorreu na Asa Sul e outro na Asa Norte. O jovem foi localizado por militares do Batalhão Escolar em uma escola da 909 Sul, onde ele estuda. A faca usada por ele foi apreendida pelos militares. 

Segundo a PM, ele foi identificado principalmente por estar com a mesma roupa e ter a altura indicada nas duas ocorrências. O adolescente suspeito foi levado para o Hospital de Base do DF (HBDF) e reconhecido por uma das vítimas. Depois, foi encaminhado à Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), onde acabou reconhecido pelo outro jovem.

Na Asa Norte, a vítima foi um aluno do 8º ano do Colégio Leonardo da Vinci, por volta das 7h40. O estudante de 13 anos foi esfaqueado no caminho da escola, localizada na 914 Norte. O assaltante pediu o celular, mas o aparelho estava em casa. Como o estudante usava um fone de ouvido, o infrator não acreditou. Ao ver a ocorrência da janela de casa, uma moradora se assustou e gritou. Sem ter o aparelho, a vítima foi ferida no peito. 

A segunda tentativa de roubo feriu um estudante de direito da Faculdade Processus. Ele foi esfaqueado no pescoço a 500 metros da instituição, localizada na 709 Sul. Por volta das 8h30, o jovem de 19 anos subia da parada de ônibus para a faculdade quando foi abordado. O adolescente infrator pediu o celular, mas como o rapaz não estava com o aparelho, ele o esfaqueou na garganta. 

A arma de fogo é a única que tem porte proibido no país
A morte, por esfaqueamento, durante assalto, do ciclista Jaime Gold, no Rio de Janeiro, no início da semana, provoca discussões sobre a inclusão do porte de armas brancas na lei penal. Deputados estaduais querem que um projeto de lei federal proibindo o porte dessas armas, com pena de três a um ano e multa, seja votado no Congresso Nacional. A Ordem dos Advogados do Brasil, no Rio, é a favor da medida, que encontra resistência entre especialistas de segurança pública.

O porte de arma de fogo é o único proibido no país. A exceção, são casos em que o armamento é necessário para a atividade profissional, como é das polícias, ou de pessoa cuja integridade física esteja em risco, conforme a Lei 10.863, de 2003. Mesmo assim, para portar uma arma, é necessário provar capacidade técnica e aptidão psicológica à Polícia Federal.

Segundo a OAB/RJ, que defende a inclusão do porte de arma branca na lei penal, a medida deve ser uma reposta a crimes recentes na capital fluminense. “A lei penal hoje não criminaliza o porte de facas e outras armas brancas. E os lamentáveis fatos recentes vêm reiterando que objetos perfuro cortantes têm a mesma capacidade letal”, afirma a seccional, em nota.

Já a professora de Segurança Pública da Universidade Federal Fluminense (UFF), Jaqueline Muniz, não acredita que a medida reduzirá os crimes. Para ela, melhorar o sistema de segurança pública, com mais planejamento de ações e monitoramento da gestão, além de tornar o judiciário mais ágil são formas mais eficientes de enfrentar a violência no país. “A busca por mudança legal quase sempre significa inércia do [Poder] Executivo. É como se o Executivo estivesse empurrando para o Legislativo uma solução que está na esquina”, afirmou a antropóloga. Ela acredita ainda que a nova lei abre brechas para que o policial, com base em critérios subjetivos, decida quem prender ou não. “Em vez de produzir um resultado desejado, vai discriminar cidadãos já discriminados. Ou seja, não é por aí”. [impedir o policial do uso de critérios subjetivos é liberar o criminoso; ou será que a ilustre antropóloga pretende que o policial só possa suspeitar de alguém se o individuo confessar que porta a arma com intenção de matar?
Quanto ao receio de discriminar cidadãos já discriminados o ideal é que a polícia tenha meios para saber se a discriminação procede.
Ou pretendem introduzir no Brasil a cultura de que todo discriminado é inocente até que cometa um crime? Ser discriminado passa a ser atestado de honradez?]

Na justificativa do Projeto de Lei 2967, o autor, deputado federal Lincoln Portela (PR/MG), em 2004, avaliou que a proibição a armas de fogo tem elevado o uso de armas brancas em crimes. O projeto tramita na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC).

Fonte: Agência Brasil

Crime reforça pressão por nova maioridade penal



Apreensão de suspeito, menor de idade, de ter matado médico na Lagoa é mais um entre um sem-número de atos de violência que ficam sem punição
Crimes como a morte do médico Jaime Gold, e outros com o envolvimento de adolescentes, são tragédias anunciadas que se alimentam na esquizofrênica resistência de parte da sociedade a enxergar uma realidade insustentável. Como em ocorrências anteriores em que a violência dos criminosos levou ao óbito, ou provocou ferimentos graves nas vítimas, também desta vez há fortes indícios de participação de jovens com idade inferior a 18 anos. Ou seja, de antemão virtualmente inalcançáveis pela Justiça, um salvo-conduto balizado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente para a criminalidade sem o risco de punição efetiva. 

Ontem, um dos suspeitos da morte de Gold foi, no jargão politicamente correto, “apreendido”. Aos 16 anos, o rapaz já tem uma vida longa no crime, com 15 anotações criminais — a primeira das quais aos 12 anos. E, pelo protocolo, não é difícil adivinhar que essa provável 16ª anotação terá a mesma tramitação das anteriores: inimputável, graças ao anteparo do ECA, logo ele estará de volta às ruas, ao círculo vicioso da violência, incorporando mais ocorrências ao prontuário — ou sendo ele mesmo uma nada improvável vítima dessa realidade que produz tragédias em série. Não é mais argumento a ser colocado na mesa a suposta atenuante de que jovens com menos de 18 anos não têm consciência de seus atos. Falso. Fora a evidência de que adolescentes ingressados na marginalidade têm maturidade suficiente para medir o grau de violência que empregam para intimidar as vítimas, outras duas particularidades desses crimes em série desfazem essa impressão.  

Uma delas diz respeito à consciência do abrigo que o ECA lhes oferece. Não é por acaso que esses rapazes praticam crimes desembaraçadamente, à vista de quantos estejam testemunhando: o Estatuto os protege. Outra, a inegável rede de informações que os bandos trocam entre si, do que é prova o uso, cada vez mais constante, de facas em assaltos na rua. Sabem que portar arma branca não é prova de crime, um conceito que os delinquentes aprenderam e adotam em favor de seus atos.

Contra a flexibilização da lei brande-se também a relativização do envolvimento de menores em crimes, principalmente homicídios. Por menor que seja o índice, não é por isso que atos de violência, principalmente os que levam à morte, deixam de ser trágicos — logo, graves.

O debate sobre a inimputabilidade de delinquentes juvenis é contaminado por esse tipo de argumentos que desfocam a discussão. Espera-se que, agora, as trágicas consequências de crimes como o desta semana na Lagoa contribuam para dar-lhe o rumo correto. Da parte do Legislativo, as ações parecem bem encaminhadas com a aprovação, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, da emenda que reduz para 16 anos o limite da inimputabilidade penal — o que poderia ser feito dando-se ao juiz competente o arbítrio de decidir pela punibilidade de acordo com a gravidade do caso. 

Um choque de realidade que precisa ser corroborado pelo plenário.

Fonte: O Globo – Editorial