Como a doença mata idosos, jovens se sentem invulneráveis; médicos escolhem quem tem chances e políticos ainda rejeitam necessidade de união nacional
Festas na praia, nos parques, nas ruas. Da Europa aos Estados Unidos, jovens liberados das aulas e do peso na consciência caíram nas baladas espontâneas. Os números agora confirmam o perigo invisível: 86%, ou seis em cada sete casos, não haviam sido detectados na China, o berço do vírus, no início da epidemia, propiciando sua explosiva expansão, controlada depois com isolamento populacional e tratamento em massa.
Na maioria dos países europeus, agora não dá para sair de casa e se reunir em grupos. Está todo mundo confinado e os deslocamentos têm que ser individuais. “Só queria comprar droga”, foi uma das desculpas mais inesperadas ouvida por policiais espanhóis que pararam um rapaz de madrugada para checar o que estava fazendo na rua.
Na maioria dos países europeus, agora não dá para sair de casa e se reunir em grupos. Está todo mundo confinado e os deslocamentos têm que ser individuais. “Só queria comprar droga”, foi uma das desculpas mais inesperadas ouvida por policiais espanhóis que pararam um rapaz de madrugada para checar o que estava fazendo na rua.
Comércio de drogas e sexo profissional
com contato direto são duas atividades abaladas pela era do corona. Em
compensação, os canais digitais estão bombando com as “cam girls” que
atendem fantasias sexuais via assinatura. Os dilemas éticos dos médicos,
evidentemente, são os mais difíceis: escolher quais pacientes têm mais
chances de sobrevivência para ser entubados em UTIs. Além da idade e das complicações
pré-existentes, um outro fator está sendo levado em conta por médicos
italianos: a existência de familiares capacitados a tomar conta dos
doentes que venham a se recuperar. Mesmo em condições sem o caráter de
emergência de uma epidemia como a atual, entubar os muito idosos pode
ter sequelas motoras e cognitivas. Sem cuidados da família, têm um fim
de vida indigno e miserável..
Mas isso também está acabando. Não há veículos suficientes. Aliás, nem lugar para enterrar os corpos, com caixões enfileirados em igrejinhas ou até deixados nas casas, com um sistema de refrigeração, enquanto não dá tempo para recolhê-los.
E mais ainda convencer a população a não vasculhar supermercados, agarrando-se ao último pacote de papel higiênico como uma tábua de salvação.
Blog Mundialista - Vilma Gryzinski, jornalista - VEJA
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