Pacientes que enfrentaram e venceram a Covid-19 deixam mensagem de superação. Depois da angústia de lidar com a doença, eles voltam, aos poucos, às próprias rotinas e reforçam a importância do isolamento social
Daniela contraiu o coronavírus no início de março, quando participou de uma conferência em Fortaleza. Ao voltar para casa, soube que outras pessoas que estiveram no evento estavam manifestando sintomas e fazendo testes com resultado positivo para o vírus. Diante disso, ela se submeteu ao exame, mesmo sem sentir nada, e, em 17 de março, recebeu o diagnóstico. “Não imaginava de jeito nenhum, foi um choque imenso. É quase uma sentença de morte que te entregam, porque todas as notícias, naquele momento, eram de ser algo letal”, recorda.
A partir daí, ela ficou em isolamento domiciliar, acompanhada do
marido e dos filhos, com quem já tinha tido contato. A família,
incluindo parentes que não moram na mesma casa, foram testados, mas
nenhum havia sido infectado. Em casa, todo o cuidado para evitar a
transmissão. “Eu imagino que foi muito duro para a minha família. Minha
filha pequena não entendia, e como entender, com apenas 6 anos? Ela
queria abraçar, beijar, dormir comigo, mas não podia”, recorda.
Compras
eram feitas pelos pais dela, que deixavam os pacotes na entrada da casa
e iam embora. No dia a dia, ficava a angústia de não saber se os
sintomas poderiam se agravar. “O tempo todo eu pensava que dali a um
minuto ia passar mal. A gente acha que o pior vai acontecer”, declara
Daniela. “Eu tinha dor de cabeça ou no peito e esperava que aquilo fosse
evoluir para um quadro pior, mas foi tudo muito leve.”
RecuperaçãoDepois do susto
de ter a Covid-19, aos poucos, a vida volta ao normal. Que dirá
Jhennifer Karoline Ferreira, 24 anos, recém-recuperada da doença. Em 16
de março, ela começou a ter diarreia e tosse e, por trabalhar como
recepcionista em um hospital particular, imediatamente comunicou aos
superiores, que a encaminharam para fazer o teste. Após o resultado
positivo, foi colocada em isolamento domiciliar.
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''Só
quem passou por isso sabe o tanto que é triste você ter que ficar
distante das pessoas de que gosta. Foi um período de muito sofrimento,''
diz Jhennifer Karoline Ferreira, recepcionista de hospital (foto: Arquivo Pessoal ) De volta ao trabalho, ela lembra que, quem está curado, não transmite
mais a doença. “As pessoas precisam ser mais empáticas com quem tem o
vírus e com quem se recuperou, e serem menos preconceituosas. Estamos
todos sujeitos a isso. Ninguém escolhe estar doente”, declara. “Para
quem contraiu o vírus, digo que é só uma fase ruim, mas logo vai passar.
Não se desespere, e se cuide no período do isolamento, seguindo as
recomendações médicas.”
Correio Braziliense, MATÉRIA COMPLETA
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