Presidente alega que não viu as agressões ao fotógrafo Dida Sampaio e a outros membros da equipe
Em publicação nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro atribuiu a agressão sofrida por profissionais do Estadão a "possíveis infiltrados" em ato realizado contra o Congresso e Supremo Tribunal Federal (STF) do domingo, 3, em Brasília. Bolsonaro esteve presente na manifestação, mas disse que não viu a violência ao fotógrafo Dida Sampaio e outros membros da equipe de reportagem.
"A TV Globo no Fantástico de ontem se dedicou a ataques ao Presidente Jair Bolsonaro, pelo fato de um fotógrafo do Jornal O Estado de SP ter sido agredido por alguns possíveis infiltrados na pacífica manifestação", disse.
"Também condenamos a violência. Contudo, não vi tal ato, pois estava nos limites do Palácio do Planalto e apenas assisti a alegria de um povo que, espontaneamente, defendia um governo eleito, a democracia e a liberdade", declarou.
Bolsonaro comparou a agressão aos profissionais de imprensa com situação de pessoas que estão sendo abordadas por forças policiais em algumas cidades por descumprirem o distanciamento social.
Segundo o chefe do Executivo, "a maior violência que o povo sofre no Brasil é aquela contra seus direitos fundamentais, com o apoio ou omissão da Rede Globo".
O presidente participou da manifestação antidemocrática na Esplanada dos Ministérios e fez transmissão ao vivo em suas redes sociais.
No ato, manifestantes também gritaram palavras de ordem contra o ex-ministro Sérgio Moro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). No protesto, apoiadores de Bolsonaro chegaram a agredir fisicamente profissionais do jornal O Estado de S. Paulo.
Ministros do Supremo, partidos políticos, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e entidades como a Associação Nacional de Jornais (ANJ) e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) rechaçaram ontem os ataques. Em nota, a direção do Estadão disse que “trata-se de uma agressão covarde contra o jornal, a imprensa e a democracia”. A postagem de Bolsonaro nas redes sociais foi a primeira manifestação oficial de alguém do governo sobre o episódio.
O Estado de S. Paulo - Emilly Behnke e Jussara Soares
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