Na
véspera de comparecer às manifestações deste domingo em Brasília, que
tiveram pautas antidemocráticas como ataques ao Congresso e ao STF, o
presidente Jair Bolsonaro recebeu, no Palácio da Alvorada, os três
ministros militares com cadeira no Palácio do Planalto, além do ministro
da Defesa e dos comandantes da Aeronáutica, do Exército e da Marinha.
Segundo uma nota divulgada pelo Ministério da Defesa, o encontro existiu
para avaliar o emprego das Forças Armadas na operação de combate ao
coronavírus, "além de avaliação de aspectos da conjuntura".
[ocorreu a reunião, mas os assuntos tratados foram os que constam da Nota do Ministério da Defesa;
Quanto aos generais estarem preocupados nos parece óbvia a procedência do sentimento, tendo em conta que está se tornando rotina o Chefe do Poder Executivo Federal ser desautorizado por ato monocrático de um ministro integrante da Suprema Corte e mesmo por juízes de primeira instância.
Se tratando do Presidente da República nada mais justo e adequado que decisões monocráticas só sejam proferidas em situações extremas.
Um ato monocrático de um ministro do Supremo não tem - ainda que formalizado em liminar, contra ato do Presidente da República - data fixada para cessar seus efeitos.]
Nesse domingo, durante fala a manifestantes na rampa do Palácio do
Planalto, Bolsonaro afirmou que tem as Forças Armadas "ao nosso lado". A
reunião durou uma hora e meia e teve a presença dos ministros Braga
Netto (Casa Civil); Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo); Augusto
Heleno (Gabinete de Segurança Institucional); e Fernando Azevedo, da
Defesa. Estiveram presentes ainda os comandantes do Exército, Edson
Pujol; da Aeronáutica, Antonio Carlos Bermudez; e da Marinha, Ilques
Barbosa Júnior.
Bolsonaro voltou a manifestar no domingo contrariedade com recentes
decisões do STF (Supremo Tribunal Federal) que impuseram limites a
algumas medidas suas. Segundo O GLOBO apurou, militares que se reuniram
com o presidente compartilham o entendimento do presidente da República
de que o STF exagera ao intervir em atos do governo
Duas decisões do STF incomodaram oficiais que estão no governo ou que
integram as cúpulas das Forças: o impedimento da nomeação do delegado
da Polícia Federal (PF) Alexandre Ramagem, amigo dos filhos do
presidente, para a diretoria-geral do órgão, e a derrubada temporária da
ordem de Bolsonaro para expulsar diplomatas e funcionários de unidades
consulares da Venezuela no Brasil. A primeira decisão foi do ministro
Alexandre de Moraes. A segunda, do ministro Luís Roberto Barroso.
Ao fim da transmissão feita por suas redes sociais, da rampa do Planalto, nesse domingo, Bolsonaro afirmou:
"Vocês sabem que o povo está conosco. As Forças Armadas, ao lado da
lei, da ordem, da democracia, da liberdade e da verdade, também estão ao
nosso lado. Quanto aos algozes, peço a Deus que não tenhamos problema
esta semana, porque chegamos no limite. Não tem mais conversa. Daqui
para frente, não só exigiremos. Faremos cumprir a Constituição. Será
cumprida a qualquer preço".
GENERAIS 'PREOCUPADOS' COM ATOS DO STF.
A atuação do STF em relação ao Executivo foi um dos itens avaliados
na reunião com o presidente. Pouco antes do encontro, Barroso havia
suspendido por dez dias a decisão de Bolsonaro de expulsar o corpo
diplomático venezuelano presente no Brasil. Generais se disseram "preocupados" com os atos do STF, o que foi
suficiente para o presidente engrossar o discurso no ato antidemocrático
do qual participou neste domingo, em frente ao Palácio do Planalto. Os
manifestantes protestavam contra o STF e o Congresso Nacional.
O passo dado pelo presidente é tratado com reserva pelos generais
incomodados com o Supremo. Há menos de duas semanas, o ministro da
Defesa divulgou uma nota para dizer que "as Forças Armadas atuam para
"manter a paz e a estabilidade do país, sempre obedientes à
Constituição".
A nota foi divulgada após o ato contra a democracia protagonizado por
Bolsonaro, em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília.
Segundo militares ouvidos pela reportagem, Azevedo repete que o conteúdo
da nota segue valendo, após o segundo ato antidemocrático com a
presença e estímulo do presidente da República.
Vinicius Sassini, jornalista - O Globo
Na
véspera de comparecer às manifestações deste domingo em Brasília, que
tiveram pautas antidemocráticas como ataques ao Congresso e ao STF, o
presidente Jair Bolsonaro recebeu, no Palácio da Alvorada, os três
ministros militares com cadeira no Palácio do Planalto, além do ministro
da Defesa e dos comandantes da Aeronáutica, do Exército e da Marinha.
Segundo uma nota divulgada pelo Ministério da Defesa, o encontro existiu
para avaliar o emprego das Forças Armadas na operação de combate ao
coronavírus, "além de avaliação de aspectos da conjuntura".
[ocorreu a reunião, mas os assuntos tratados foram os que constam da Nota do Ministério da Defesa;
Quanto aos generais estarem preocupados nos parece óbvia a procedência do sentimento, tendo em conta que está se tornando rotina o Chefe do Poder Executivo Federal ser desautorizado por ato monocrático de um ministro integrante da Suprema Corte e mesmo por juízes de primeira instância.
Se tratando do Presidente da República nada mais justo e adequado que decisões monocráticas só sejam proferidas em situações extremas.
Um ato monocrático de um ministro do Supremo não tem - ainda que formalizado em liminar, contra ato do Presidente da República - data fixada para cessar seus efeitos.]
Nesse domingo, durante fala a manifestantes na rampa do Palácio do Planalto, Bolsonaro afirmou que tem as Forças Armadas "ao nosso lado". A reunião durou uma hora e meia e teve a presença dos ministros Braga Netto (Casa Civil); Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo); Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional); e Fernando Azevedo, da Defesa. Estiveram presentes ainda os comandantes do Exército, Edson Pujol; da Aeronáutica, Antonio Carlos Bermudez; e da Marinha, Ilques Barbosa Júnior.
Bolsonaro voltou a manifestar no domingo contrariedade com recentes decisões do STF (Supremo Tribunal Federal) que impuseram limites a algumas medidas suas. Segundo O GLOBO apurou, militares que se reuniram com o presidente compartilham o entendimento do presidente da República de que o STF exagera ao intervir em atos do governo
Duas decisões do STF incomodaram oficiais que estão no governo ou que integram as cúpulas das Forças: o impedimento da nomeação do delegado da Polícia Federal (PF) Alexandre Ramagem, amigo dos filhos do presidente, para a diretoria-geral do órgão, e a derrubada temporária da ordem de Bolsonaro para expulsar diplomatas e funcionários de unidades consulares da Venezuela no Brasil. A primeira decisão foi do ministro Alexandre de Moraes. A segunda, do ministro Luís Roberto Barroso.
Ao fim da transmissão feita por suas redes sociais, da rampa do Planalto, nesse domingo, Bolsonaro afirmou:
"Vocês sabem que o povo está conosco. As Forças Armadas, ao lado da lei, da ordem, da democracia, da liberdade e da verdade, também estão ao nosso lado. Quanto aos algozes, peço a Deus que não tenhamos problema esta semana, porque chegamos no limite. Não tem mais conversa. Daqui para frente, não só exigiremos. Faremos cumprir a Constituição. Será cumprida a qualquer preço".
GENERAIS 'PREOCUPADOS' COM ATOS DO STF.
A atuação do STF em relação ao Executivo foi um dos itens avaliados na reunião com o presidente. Pouco antes do encontro, Barroso havia suspendido por dez dias a decisão de Bolsonaro de expulsar o corpo diplomático venezuelano presente no Brasil. Generais se disseram "preocupados" com os atos do STF, o que foi suficiente para o presidente engrossar o discurso no ato antidemocrático do qual participou neste domingo, em frente ao Palácio do Planalto. Os manifestantes protestavam contra o STF e o Congresso Nacional.
O passo dado pelo presidente é tratado com reserva pelos generais incomodados com o Supremo. Há menos de duas semanas, o ministro da Defesa divulgou uma nota para dizer que "as Forças Armadas atuam para "manter a paz e a estabilidade do país, sempre obedientes à Constituição".
A nota foi divulgada após o ato contra a democracia protagonizado por Bolsonaro, em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília. Segundo militares ouvidos pela reportagem, Azevedo repete que o conteúdo da nota segue valendo, após o segundo ato antidemocrático com a presença e estímulo do presidente da República.
Vinicius Sassini, jornalista - O Globo
[ocorreu a reunião, mas os assuntos tratados foram os que constam da Nota do Ministério da Defesa;
Quanto aos generais estarem preocupados nos parece óbvia a procedência do sentimento, tendo em conta que está se tornando rotina o Chefe do Poder Executivo Federal ser desautorizado por ato monocrático de um ministro integrante da Suprema Corte e mesmo por juízes de primeira instância.
Se tratando do Presidente da República nada mais justo e adequado que decisões monocráticas só sejam proferidas em situações extremas.
Um ato monocrático de um ministro do Supremo não tem - ainda que formalizado em liminar, contra ato do Presidente da República - data fixada para cessar seus efeitos.]
Nesse domingo, durante fala a manifestantes na rampa do Palácio do Planalto, Bolsonaro afirmou que tem as Forças Armadas "ao nosso lado". A reunião durou uma hora e meia e teve a presença dos ministros Braga Netto (Casa Civil); Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo); Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional); e Fernando Azevedo, da Defesa. Estiveram presentes ainda os comandantes do Exército, Edson Pujol; da Aeronáutica, Antonio Carlos Bermudez; e da Marinha, Ilques Barbosa Júnior.
Bolsonaro voltou a manifestar no domingo contrariedade com recentes decisões do STF (Supremo Tribunal Federal) que impuseram limites a algumas medidas suas. Segundo O GLOBO apurou, militares que se reuniram com o presidente compartilham o entendimento do presidente da República de que o STF exagera ao intervir em atos do governo
Duas decisões do STF incomodaram oficiais que estão no governo ou que integram as cúpulas das Forças: o impedimento da nomeação do delegado da Polícia Federal (PF) Alexandre Ramagem, amigo dos filhos do presidente, para a diretoria-geral do órgão, e a derrubada temporária da ordem de Bolsonaro para expulsar diplomatas e funcionários de unidades consulares da Venezuela no Brasil. A primeira decisão foi do ministro Alexandre de Moraes. A segunda, do ministro Luís Roberto Barroso.
Ao fim da transmissão feita por suas redes sociais, da rampa do Planalto, nesse domingo, Bolsonaro afirmou:
"Vocês sabem que o povo está conosco. As Forças Armadas, ao lado da lei, da ordem, da democracia, da liberdade e da verdade, também estão ao nosso lado. Quanto aos algozes, peço a Deus que não tenhamos problema esta semana, porque chegamos no limite. Não tem mais conversa. Daqui para frente, não só exigiremos. Faremos cumprir a Constituição. Será cumprida a qualquer preço".
GENERAIS 'PREOCUPADOS' COM ATOS DO STF.
A atuação do STF em relação ao Executivo foi um dos itens avaliados na reunião com o presidente. Pouco antes do encontro, Barroso havia suspendido por dez dias a decisão de Bolsonaro de expulsar o corpo diplomático venezuelano presente no Brasil. Generais se disseram "preocupados" com os atos do STF, o que foi suficiente para o presidente engrossar o discurso no ato antidemocrático do qual participou neste domingo, em frente ao Palácio do Planalto. Os manifestantes protestavam contra o STF e o Congresso Nacional.
O passo dado pelo presidente é tratado com reserva pelos generais incomodados com o Supremo. Há menos de duas semanas, o ministro da Defesa divulgou uma nota para dizer que "as Forças Armadas atuam para "manter a paz e a estabilidade do país, sempre obedientes à Constituição".
A nota foi divulgada após o ato contra a democracia protagonizado por Bolsonaro, em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília. Segundo militares ouvidos pela reportagem, Azevedo repete que o conteúdo da nota segue valendo, após o segundo ato antidemocrático com a presença e estímulo do presidente da República.
Vinicius Sassini, jornalista - O Globo
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