Olavo ficará furioso
se mais um dos seus discípulos for demitido do governo. Os três filhos
políticos de Bolsonaro, Flávio, senador, Carlos, vereador, e Eduardo,
deputado, são contra a demissão. Os bolsonaristas de raiz nem querem
ouvir falar disso. Por outro lado, os
ministros militares são a favor de mandar o cavalo ir pastar ou fazer
porcaria em outro lugar. E é grande a pressão de ministros do Supremo
Tribunal Federal para que assim seja. Se não for, ameaçam prender
Weintraub, que os ofendeu.
Se dependesse do
Congresso, ele já teria sido substituído há muito tempo. Ali, tudo que
parta de Weintraub ou que possa beneficiá-lo é barrado. Recente Medida
Provisória que dava ao ministro o poder de nomear reitores temporários
foi devolvida ao presidente. Dias Toffoli,
presidente do Supremo, ofereceu um acordo a Bolsonaro. Se Weintraub for
demitido, o ministro Alexandre de Moraes, encarregado do caso, imprimirá
marcha lenta ao inquérito que investiga a máquina bolsonarista de
produção de fake news.
Bolsonaro hesita em
acreditar que o acordo seja para valer. Primeiro porque Toffoli está no
ocaso do seu mandato de presidente. Em setembro, cederá o lugar a Luiz
Fux. Segundo, Alexandre parece disposto a dar mais velocidade ao
inquérito. As garantias que
Bolsonaro quer em troca da cabeça de Weintraub, o Supremo não lhe dará.
Quer a garantia de que seus filhos serão poupados de envolvimento com as
fake news. E a garantia de que alguns empresários seus amigos também
serão poupados. [até entre os bolsonaristas de raiz a saída do Weintraub é necessária - os motivos dados pelo próprio ministro são tantos, que equivale praticamente a uma renúncia.
Mas depende somente do presidente da República demitir Weintraub. Não, depende do Congresso nem do Supremo a permanência ou saída do 'mau cavalo' - o Congresso até pode pensar em, caso fosse possível, demitir Weintraub, mas o STF, guardião da Constituição, não pode, nem deve ficar pensar em demitir Weintraub = pisar sobre a Constituição que guarda.
A outra alternativa, além da vontade do PR, seria Weintraub nos privilegiar com sua ausência, via renúncia.]
Ontem à noite, o
presidente procurava uma saída honrosa para o mau cavalo. Quem sabe ele
não poderia ganhar um cargo no exterior? Ou até mesmo um cargo
secundário no Palácio do Planalto? Mas no palácio já trabalha um irmão
de Weintraub. À distância segura, a boca aberta do Centrão saliva só ao sentir o aroma de carne assada.
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