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quarta-feira, 12 de julho de 2023

Deputados usam PEC para blindar trecho considerado racista no hino do RS

 Partes do hino do Rio Grande do Sul incomodam a população negra. A principal queixa é com o trecho que diz que "povo que não tem virtude, acaba por ser escravo"

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou, na terça-feira (11/7), por 38 votos a 13, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que blinda os símbolos estaduais de eventuais mudanças, como o hino, o brasão e a bandeira. 
Com a legislação, que ainda precisa ser aprovada em segundo turno para entrar em vigor, partes do hino do estado considerados racistas e que incomodam a população negra permanecerão como estão. Um dos trechos diz que "povo que não tem virtude, acaba por ser escravo". Segundo os críticos, a aprovação da PEC preserva uma tradição do "período do colonialismo e da escravidão". [símbolos nacionais ou estaduais buscam cultuar e reservar tradições e não podem estar sujeitos a interpretações feitas por leigos. A escravidão foi um FATO - que, graças a DEUS,  foi EXTINTA no Brasil há 135 anos, pertence ao PASSADO e lá deve ficar.
Se formos retirar fatos históricos dos símbolos, logo surgirão propostas para retirar até da biografia de personalidades ou de atos o fato que a tornou uma personalidade ou colocou aquele ato em destaque.
Não será surpresa se logo pretenderem retirar da definição do que foi a LEI ÁUREA, a menção que foi através dela que foi extinta a escravidão no Brasil e da biografia da Princesa Isabel,  menção ao fato de ser ela a autora da referida lei.]

Proposta pelo deputado Rodrigo Lorenzoni (PL) e outros 19 parlamentares, a PEC visa impedir que se coloque em discussão as alterações dos trechos do hino"A nossa tradição e a nossa história mostram que somos um só povo", defendeu Rodrigo, filho do ex-ministro Onix Lorenzoni. Enquanto discursava na tribuna, manifestantes se viraram de costas para ele, em protesto.

Em oposição, a deputada Luciana Genro (PSOL) argumentou que há um "racismo intrínseco" na estrofe do hino do estado. "Nós ocupamos um lugar de privilégio em uma sociedade onde as pessoas negras são as que detêm os menores salários, detêm as menores oportunidades, trabalham nos serviços mais duros e vivenciaram, ao longo da história desse país, a crueldade e o crime da escravidão", pontuou.

Desde 1838, o hino do Rio Grande do Sul já foi alterado três vezes para retirar trechos considerados polêmicos. "O Hino Rio-Grandense que hoje é cantado possui uma história bastante peculiar. A partir de sua criação, muitas controvérsias se apresentaram no caminho até o formato atual. Existe o registro de três letras para a composição, desde os tempos do Decênio Heróico (como também se conhece a Revolução Farroupilha) até agora. Num espaço de tempo de quase um século, as três letras diferentes foram utilizadas até que uma comissão abalizada definisse o formato final", informa o governo.

A letra do hino é de Francisco Pinto da Fontoura, a música é de Comendador Maestro Joaquim José Mendanha e a harmonização de Antônio Corte Real. Parlamentares da oposição defenderam que o povo negro seja mais ouvido pela Assembleia Legislativa. "Esse debate só acontece porque pela primeira vez na história chegou uma bancada negra nesta Casa", disse a deputada Bruna Rodrigues (PCdoB).

Política - Correio Braziliense


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