Uma das miragens mais festejadas do primeiro ano do governo Lula
foi a de que, com a liderança do novo presidente, o Brasil passou a ter
uma posição de “protagonismo” no cenário internacional. Não se sabe com
precisão o que significa isso.
“Protagonismo” é uma dessas palavras da
moda que surgem de repente, ficam baratas rapidamente e logo acabam nos
programas de auditório da televisão – onde se juntam à linguagem dos
cientistas políticos, dos jornalistas e dos comentaristas de futebol.
No
caso de Lula, “protagonismo” tornou-se o termo semioficial quando se
fala no papel imaginário que o Brasil de Lula teria passado a exercer no
mundo – uma posição de primeira fila, em que somos ouvidos com
reverência pelas grandes potências e como o novo líder por todas as
demais, incluindo aí um ectoplasma que chamam de “Sul Global”.
O problema, como ocorre com o PAC, o fim da pobreza e a picanha para todos é que o “protagonismo” não existe.
Na
vida real, o que se tem mesmo é a permanência irremediável do Brasil
como anão diplomático – grande país, grande povo, grande economia, mas
um pigmeu na política internacional.
A única diferença é que o anão,
agora, desfila pelo mundo levando consigo comitivas com 1.337 pessoas
para ir à uma única reunião, exibe-se ocupando andares inteiros em
hotéis de paxá e, sobretudo, sempre pede a palavra para dizer um
caminhão de bobagens.
Lula, logo no começo, quis “negociar” a guerra da
Ucrânia.
Achou uma boa ideia, então, dizer que a Ucrânia era responsável
pela invasão militar do seu próprio território – e acabou aí mesmo o
seu “protagonismo” no embate pela paz mundial.
Propôs o fim do dólar
como moeda para o comércio internacional, com os efeitos que se pode
imaginar – ou seja, nada.
Quis ser o líder da “América do Sul”. Não
conseguiu, sequer, ganhar a eleição na Argentina.
Intrometeu-se na
política interna do vizinho, apostou tudo num candidato e viu seu
inimigo dar-lhe uma surra histórica.
No presente conflito entre Israel e os terroristas do Hamas, vacilou no começo, mas logo passou para o campo do terror; desde então não fala outra coisa que não seja acusar Israel de “genocídio”, de “matar crianças” e de jogar bombas sem se importar com as consequências.
Só ganhou com isso o desprezo das nações democráticas, sem levar nada
do “Sul Global”.
Jogou o Brasil no apoio aos aiatolás do Irã, uma das
mais venenosas ditaduras do mundo, e classificado como terrorista por
todas as democracias sérias.
Só vai aos países ricos para reclamar de
seus governos - e pedir dinheiro a eles. Afastou o Brasil de tudo o que é
prosperidade, avanço e democracia no mundo e juntou-se a tudo o que é
atraso e ditadura.
discursos a favor
da “redução no consumo de combustível fóssil”, desentendeu-se com a
Petrobras e entrou na Opep+, o clube dos produtores de petróleo que só
aceita ditaduras como sócios.
Como o ano está acabando, o prejuízo deve
ficar por aí.
Mas o futuro promete.
O mandamento número 1 do governo
Lula é não abandonar, nunca, o que está dando errado.
J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S.Paulo
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