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terça-feira, 24 de janeiro de 2017

PARABÉNS a DONALD TRUMP por retomar medida que dificulta o aborto

Medida retomada por Trump dificulta abortos em países pobres

[precisamos de um Trump brasileiro.]

A regra criada por Ronald Reagan proíbe ONGs internacionais de fazerem abortos se quiserem receber financiamento americano

Depois de deixar sua posição “pró-vida” clara durante a corrida eleitoral, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu o primeiro passo de seu mandato contra o abortoatingindo o resto do mundo no caminho. Nesta segunda-feira, o republicano assinou uma ordem executiva que corta o financiamento do governo a ONGs internacionais que realizam abortos, ou oferecem informações sobre o tema.

A medida, conhecida como “lei da mordaça global” nos Estados Unidos, foi criada por Ronald Reagan e é uma das regras básicas que mudam a cada troca de poder entre republicanos e democratas. Depois de ser instituída em 1984, a ordem foi derrubada por Bill Clinton, em 1993, retomada por George W. Bush, em 2001, e repelida novamente por Barack Obama, em 2008.  O início de uma nova era republicana, apesar de Trump não se encaixar completamente nos padrões do partido, coloca ONGs pró-legalização pelo mundo em posição difícil, algo que não viam há oito anos. O governo dos Estados Unidos é, isolado, o maior doador a esforços globais na área da saúde, oferecendo quase 3 bilhões de dólares por ano por meio da Agência pelo Desenvolvimento Internacional (USAid), segundo o jornal britânico The Guardian.

As pessoas afetadas pela medida de Reagan, retomada Trump, portanto, não são americanas, mas mulheres estrangeiras. As consequências são ainda mais pesadas pelo fato de Obama ser um amplo apoiador do aborto legalizado, facilitando que ONGs de saúde feminina se desenvolvessem em seus dois mandatos. [uma das características do governo Obama foi apoiar tudo que não presta, incluindo o aborto.] Apesar de buscar impedir abortos, essa pode não ser a consequência direta da decisão de Trump. A África subsaariana, por exemplo, onde atuam ONGs com financiamento americano, teve taxas de aborto maiores – quase dobradas – depois que Bush filho retomou a regra, informa a Organização Mundial da Saúde. O motivo é que as mesmas ONGs que realizam abortos também oferecem acesso a métodos contraceptivos e outros serviços de saúde da mulher. Ao se recusarem a colocar fim nos abortos, as organizações tiveram cortes de gastos brutais – o que deve voltar a ocorrer.

Apenas em Gana, A Associação de Planejamento Parental (PPAG, na sigla inglês), maior responsável por oferecer serviços de saúde reprodutiva, perdeu 200.000 dólares (cerca de 633.000 reais) de financiamento americano em 2003, ao rejeitar a medida. Como resultado, o uso de seus serviços – incluindo orientação a famílias – caiu em 40%. Segundo a organização Marie Stopes International, que oferece abortos e prevenção de gravidez em países subdesenvolvidos, a perda do dinheiro americano deve impedir que a ONG realize 2,2 milhões de abortos entre 2017 e 2020, [medida de Trump impede o assassinato de 2,2 milhões de seres humanos inocentes e indefesos, matança essa que seria realizada por apenas uma organização criminosa.] mas também significa que falhará em prevenir 6,5 milhões de gestações indesejadas e 21.7000 mortes de mulheres grávidas por abortos em condições precárias.


Fonte: VEJA


 

 

sábado, 16 de julho de 2016

Por que os atentados estão ficando cada vez mais brutais

Um motorista assassino no comando de um caminhão deixa um rastro de mais de 80 mortos no sul da França – e o terrorismo sobe mais um degrau na escalada da brutalidade 


A sensação de déjà-vu foi inevitável. A cada novo relato, vídeo publicado ou imagem compartilhada de Nice, o balneário chique da icônica Côte d’Azur francesa, o mundo foi transportado mais uma vez à Paris de novembro de 2015. A cidade do sul da França foi alvo, na quinta-feira, do segundo maior atentado terrorista da história recente do país: foram 84 mortos, entre eles dez crianças e adolescentes. Os feridos ultrapassam os 200, dos quais 50 se encontram em estado grave, sob tratamento em hospitais da cidade. A arma da vez foi um caminhão frigorífico de 19 toneladas. Ele foi lançado contra uma multidão reunida à beira-mar para comemorar o 14 de Julho, maior feriado cívico do país. No Dia da Bastilha, Nice virou um palco de carnificina de inocentes, sem sentido ou explicação plausível, como a Paris daquela sexta-feira 13 de novembro.


Trata-se do terceiro atentado de grande magnitude a atingir a França em um espaço de 18 meses. O Estado Islâmico assumiu a autoria do atentado no sábado, afirmando que "o homem por trás da operação em Nice era um soldado do Estado Islâmico e lançou o ataque para atender aos chamados para atacar os cidadãos dos países que fazem parte da coalizão internacional que combate o Estado Islâmico". Especialistas em terrorismo ainda questionam se o motorista tinha ligação de fato.

O governo francês, na figura do presidente François Hollande e do primeiro-ministro Manuel Valls, disse tratar-se, sim, de um ato terrorista, independentemente da procedência. A França parece ter se convertido no alvo preferencial – e vulnerável – para tais atentados. Isso é consequência em parte de seu papel como integrante da coalizão liderada pelos Estados Unidos que combate o Estado Islâmico na Síria e no Iraque. Os franceses estão envolvidos também em ações militares contra grupos islâmicos militantes na África subsaariana

A articulação de células jihadistas bem-sucedidas no recrutamento de terroristas nos subúrbios e nas prisões francesas também é um fator importante na sequência de atentados. E as multidões, pacíficas, em festa e em momentos de descontração parecem ser cada vez mais atrativas para a escalada empreendida pelos terroristas que lançam mão de qualquer tipo de arma até mesmo caminhões –, apenas com o objetivo de propagar o medo e a sensação de uma guerra civil .

 >> O atentado em Nice escancara a vulnerabilidade da França



O alvo da vez foram as comemorações do Dia da Bastilha, marco da Revolução Francesa, que reúnem milhares de pessoas todos os anos com desfiles militares, programação cultural e queimas de fogos. Em Nice, o feriado é celebrado à beira-mar, quando turistas e moradores, muitos com suas famílias e crianças pequenas, abarrotam bares e cafés e se reúnem para assistir ao show pirotécnico nas praias da Promenade des Anglais, a charmosa avenida que serpenteia a costa mediterrânea na cidade e abriga a casa de ópera da cidade e o icônico hotel Negresco. É uma espécie de versão local da Avenida Atlântica carioca.

O horror começou por volta das 11 da noite (horário local), quando o show de fogos estava acabando. A multidão que participava da festa caminhava pela avenida, retornando para suas casas ou se encaminhando para os bares abertos. Foi quando um grande caminhão branco entrou na Promenade, próximo a um hospital infantil. Ali, se iniciou um trajeto mortal (leia no mapa no final da página): o motorista, o tunisiano Mohamed Lahouaiej Bouhlel, de 31 anos, lançou o veículo contra uma das calçadas, atropelou logo duas pessoas, retornou à rua e avançou em alta velocidade ziguezagueando. Ele foi derrubando quem e o que estivessem a sua frente.

O caminhão só foi interceptado pela polícia, que trocou tiros com Bouhlel até conseguir abatê-lo, depois de ele percorrer 2 quilômetros, deixando atrás de si um rastro de mortos e feridos. “Eu vi corpos voar como pinos de boliche na pista. Ouvi barulhos e gritos que nunca vou esquecer”, descreveu o jornalista francês Damien Allemand, do jornal local Nice Matin. Câmeras capturaram imagens de mães carregando carrinhos de bebê e gritando horrorizadas, buscando abrigo nos edifícios próximos. Vídeos chocantes de corpos estendidos, desconjuntados e desfigurados, espalhados pela avenida, tomaram as redes sociais.


“Vimos os fogos e estávamos voltando para pegar o bonde. Dependemos dele para voltar para casa porque moramos longe do centro. Estávamos caminhando pela rua, porque ela estava fechada, e aí subimos na calçada. Dois ou três minutos depois, ouvimos os tiros”, diz a brasileira Ana Carolina Pereira, de 38 anos. Ela mora com o marido, cidadão português, em Nice, há dois meses. “Eu não olhei para trás, eu não vi o que estava acontecendo. Só ouvi os tiros e vi gente correndo. Recém-operado da coluna, meu marido não pode correr. Minha preocupação era ele. Entramos em um restaurante na praia e procuramos abrigo. Nós perguntávamos para as pessoas o que estava acontecendo e ninguém sabia”, diz Ana Carolina, ao relatar seus momentos de pânico.


 3. Policiais diante do caminhão usado no crime (Foto: VALERY HACHE/AFP)

Entre as mais de 80 vítimas estão um executivo americano e seu filho de 11 anos, uma estudante russa de 21 anos  e uma mulher marroquina, mãe de sete filhos. O jornal New York Times testemunhou a reza da família de uma das vítimas, uma mulher muçulmana, estendida na avenida: seu filho orava para que ela fosse “aceita no paraíso”. Os corpos espalhados pela rua foram cobertos com toalhas de mesa tiradas dos restaurantes próximos, numa tentativa mínima de preservar sua dignidade. “Perdi minha amiga de infância, uma pessoa linda”, lamentava uma usuária de um grupo de moradores de Nice no Facebook. “Quero prestar-lhe homenagem e dizer que estamos todos unidos.”

Até o momento, ao menos um brasileiro consta entre os feridos. O técnico de enfermagem Anderson Happel, de 24 anos, foi atingido na perna esquerda pelo para-choque do caminhão. “Tinha muita criança morta e as mães pedindo a Deus para elas voltarem a viver. Vi muita gente morta, isso me deixou em estado de choque”, afirmou Happel em depoimento ao site de notícias G1.

Pouco depois do ataque, dezenas de posts começaram a circular no Facebook e Twitter – retratos de pessoas com mensagens como “desaparecida desde ontem às 23 horas”, “a família está em busca”, “por favor, passem adiante”. A foto de um bebê de 8 meses, perdido pela família, foi compartilhada centenas de vezes – de acordo com a publicação on-line, o bebê foi encontrado, mas toda a sua família estava internada. Moradores montaram uma página, a SOS Nice, para compartilhar os casos de desaparecidos: dezenas de retratos de esposas, maridos, filhos, casais – que não dão notícias desde a noite de quinta-feira e encontravam-se num local próximo ao atentado.


As motivações por trás do ataque ainda precisam ser esclarecidas. Bouhlel trabalhava como motorista e tinha ficha policial com casos de furtos e roubos. Mas não era investigado e nem estava incluído em nenhuma lista de terrorismo – autoridades francesas e tunisianas afirmaram que Bouhlel não aparecia conectado a nenhuma rede jihadista. Sua primeira condenação criminal, uma agressão no trânsito, aconteceu em março. Seus vizinhos dizem que ele não aparentava ser religioso. Vizinhos da esposa, da qual estava separado, o descrevem como  agressivo e violento. Dentro do caminhão, foram encontrados duas armas automáticas, munição, um celular, os documentos de Bouhlel, além de armas falsas. Um egípcio, presente na hora em que a polícia interceptou o veículo, testemunhou o tiroteio em que ele foi abatido. “Nós pensamos no começo que fosse um acidente, até vermos que ele sacou uma arma e começou a atirar contra a polícia. Nesse momento, entendi que havia algo de errado. Começamos a correr porque pensávamos que poderia haver uma bomba dentro do caminhão. Eu o  vi por um momento. Ele estava muito nervoso, procurando algo dentro do caminhão”, disse à BBC.

A circulação de veículos pesados não é permitida no centro de Nice. Por causa das festas do Dia da Bastilha, havia ainda restrições adicionais ao trânsito. Para completar, a França está em estado de alerta máximo e de emergência desde novembro do ano passado. Ainda não foi esclarecido como Bouhlel, com todas essas barreiras, foi capaz de furar o perímetro de segurança organizado para as festividades. De acordo com relatos publicados pelo jornal britânico The Telegraph, o caminhão teria sido parado pela polícia, e Bouhlel, para conseguir avançar com o veículo, disse que iria entregar sorvete. 

 A França mergulha em um novo período de luto e atenção máxima. O ataque em Nice, assim como os que o precederam, foi simbólico. Atinge o espaço público, num dia de uma festividade nacional. Nas redes sociais, marchas em homenagem às vítimas começavam a ser organizadas. Em um grupo organizado por moradores da cidade, o J’ai Nice Dans la Peau! (Sou apaixonado por Nice), a convocação teve respostas positivas. “Permanecemos unidos e fortes perante o horror”, disse uma moradora de Nice. “Vamos à Promenade na próxima quinta-feira e acenderemos velas às 23 horas. Vamos mostrar que desafiamos esses obscurantistas loucos”, reagiu outra francesa. Parece um bom jeito de recomeçar: contra a escuridão do radicalismo, só as luzes da resistência e da união podem ser eficazes.


 >> FOTOS: Atentado provoca pânico na multidão em Nice

>> Parte da reportagem de capa da edição de ÉPOCA desta semana

 

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Aborto = um dos atos mais covardes que uma mulher pode praticar = assassinato de um SER HUMANO INOCENTE e INDEFESO - qual a diferença entre uma mãe que pratica o aborto e um executor do Estado Islâmico?



Sobre o aborto
Quem sabe agora, diante do desastre e da gritaria, tomem vergonha e tenência
A epidemia de zika e o aumento explosivo do número de casos de microcefalia puseram na ordem do dia o debate sobre a descriminalização do aborto. Da escuridão, às vezes, nasce a luz: tenho a impressão de que, em menos de um mês, foram publicados mais artigos e entrevistas sobre o assunto do que nos dez anos anteriores.
Amaldiçoado com uma das classes políticas mais cínicas e calhordas do mundo, que foge de qualquer tema que possa desagradar aos religiosos, o Brasil está se devendo essa discussão há tempos — mas a simples menção da palavra “aborto” basta para que os nossos legisladores, salvo raras e heroicas exceções, virem para o lado e façam cara de paisagem. Pouco importam, para eles, as vítimas da sua covardia. Quem sabe agora, diante do desastre e da gritaria, tomem vergonha e tenência. [a alegada covardia dos legisladores, citada neste texto,  é a forma mais eficaz para o combate da mais covarde das covardias, aquela que uma mãe comete quando concorda em assassinar um filho que ainda está no seu ventre, totalmente inocente, indefeso e dependente.]

Interromper uma gravidez, em qualquer situação, é prerrogativa da mulher. A maioria dos países do Primeiro Mundo — aqueles que melhor resolveram as suas desigualdades econômicas e sociais — já reconheceu isso. [quer dizer que um país ao se tornar país do primeiro mundo, também   se torna DONO do direito de assassinar covardemente os que não podem se defender;
Se os países do primeiro mundo assassinam crianças NÃO NASCIDAS e são tomados como exemplo de competência na resolução de suas desigualdades, fica difícil de entender que as barbaridades cometidas pelo Estado Islâmico (repudiamos aquele estado e as barbaridades que pratica)  sejam repudiadas pelos mesmos países.
Ou será que a ilustre articulista considera menos covarde, menos cruel, assassinar uma criança ainda no VENTRE MATERNO do que assassinar um adulto que caiu nas mãos daquele bárbaro estado?
Se não é reprovável aos países do primeiro mundo assassinar crianças – assassinar crianças é reprovável em qualquer circunstância e mais ainda quando se trata de crianças ainda não nascidas -  , não tem sentido considerar reprovável que o Estado Islâmico, quarto ou quinto mundo, assassine adultos.] O aborto é legal, sem restrições, em toda a América do Norte, na Europa (com as significativas exceções da Polônia e da Irlanda), na Austrália e numa boa parte da Ásia, para não falar em países que nem são tão desenvolvidos assim, mas que têm feito um esforço nesse sentido, como nosso vizinho Uruguai ou a África do Sul.

Em outros, como Índia, Japão ou Islândia, foram estabelecidos limites de tempo para a interrupção da gravidez, mas mesmo esses limites podem ser flexibilizados em casos de doença grave da mãe ou do feto, ou circunstâncias socioeconômicas adversas. Eles entendem que a maternidade é um compromisso para a vida inteira, e que um aborto é muito menos traumático, individual e coletivamente, do que uma criança indesejada.

O Brasil, porém, está alinhado com o Afeganistão, a Somália, a Líbia, o Sudão, o Mali, o Burundi, o Iêmen ou o Haiti, países onde a vida humana, caracteristicamente, vale muito pouco. Até Paquistão e Arábia Saudita, que tratam as suas mulheres feito lixo, têm leis melhores do que as nossas, para não falar numa quantidade de países da África subsaariana, como Zâmbia, Namíbia ou Quênia.

Digo que o Brasil precisa discutir o aborto, mas eu mesma, pessoalmente, não tenho mais ânimo para isso. Sei que existem pessoas boas genuinamente angustiadas com a sorte dos fetos alheios, para além de dogmas religiosos e falsos moralismos, mas essas pessoas têm sido minoria nas discussões acaloradas da internet.

Nessas discussões, as pessoas que mais se dizem horrorizadas com as mortes de fetos — chamando-os de “crianças” para maior efeito dramático, fingindo desconhecer o fato de que “crianças”, ao contrário de embriões, conseguem sobreviver fora do corpo da mãe — são estranhamente insensíveis às mortes das mulheres obrigadas a abortar em condições sub-humanas. [obrigadas? Elas abortam por opção, por falta do instinto materno, por crueldade, até mesmo por prazer e por não possuírem qualquer resquício de piedade. Para elas, a vida de uma criança, ainda no ventre materno – que deveria ser um abrigo seguro – não tem o valor de um pedaço de carne. Pode ser descartada.]  Para elas, a vida, tão preciosa dentro do útero, deixa de ter valor do lado de fora. Defendem a inviolabilidade da vida, e sustentam que a legislação brasileira, retrógrada ao extremo, basta para qualquer mulher; não veem contradição nenhuma em defender o aborto em casos de estupro e em gritar que toda vida é sagrada. Mas, se é, que diferença há entre os fetos gerados por estupro e os fetos gerados por amor? As “crianças” não são todas iguais? Hipocrisia é o nome do jogo.

Defender a criminalização do aborto é fechar os olhos para o fato de que quase um milhão de abortos são realizados anualmente no Brasil, com cerca de 200 mil internações decorrentes de procedimentos mal feitos; é ignorar as estatísticas mundiais que mostram que o número de abortos se mantém estável quando a legislação muda a favor da mulher; é contribuir para a desigualdade social, porque mulheres ricas continuarão fazendo aborto sempre que necessário. [a tese das malditas abortistas é que as crianças com microcefalia dão trabalho, causam incômodos durante a vida; a se consolidar este raciocínio, se pergunta: E quando vão passar a assassinar crianças com Síndrome de DOWN? Elas também dão trabalho, incomodam.]

Mas defender a criminalização do aborto é, acima de tudo, um ato de inacreditável soberba, que põe todos os “juízes” acima da mulher que optou por interromper a gravidez. Ora, fazer aborto não é uma decisão fácil ou leviana; nenhuma mulher faz aborto por esporte. Qualquer uma que chega a essa decisão já pensou muito, e já pesou, dentro da sua capacidade, os prós e contras da questão — mas os senhores e senhoras que a condenam acham que conhecem melhor as suas condições e os seus sentimentos do que ela mesma, e se acreditam no direito de castigá-la.

Quem pede a legalização do aborto não pede a ninguém que aborte ou seja “a favor do aborto”; pede apenas que seja dado às mulheres o direito de decidirem o seu futuro por si mesmas, sem correr riscos de saúde desnecessários, e sem que Estado ou Igreja se metam onde não são chamados.

Este assunto me tira do sério muito mais do que qualquer outro (ou, vá lá, quase qualquer outro) porque nele vejo, além da hipocrisia, muita maldade, falta de compaixão e todo o tipo de chicana moral e religiosa para continuar mantendo as mulheres na posição de submissão em que foram mantidas ao longo dos séculos.

A verdade é simples: a criminalização do aborto é um crime contra a mulher.
[E o aborto é um crime contra uma criança indefesa, inocente e ainda no ventre materno.]

Fonte: Artigo escrito por Cora Ronai, em sua Coluna mantida em O Globo, em 4/2/16.
Pedimos vênia pela transcrição; quanto a opção por replicar ponto a ponto é devido nossa veemente discordância aos que querem usar uma epidemia – a ZIKA – para defender o aborto.
Notícias mais recentes já deixam espaço para outras formas de atuação do vírus em sua capacidade de causar doenças, inclusive de ordem sexual.
Caso se comprove que o vírus ZIKA causa diversas outras doenças, sem nenhuma relação com a gravidez, as mulheres e homens que o contraírem também serão mortos?  


quarta-feira, 27 de maio de 2015

Fome afeta 795 milhões de pessoas no mundo, mostra relatório da ONU



Apesar de melhora no cenário geral, na África Subsaariana, 23,2% dos habitantes passam fome e 24 países africanos enfrentam atualmente crises alimentares - o dobro do que em 1990
A crise econômica prejudicou o combate à fome, que afeta 795 milhões de pessoas, segundo um relatório anual da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado hoje (27), e que registrou queda nos números globais.  De acordo com a última edição do relatório da ONU O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo 2015, estima-se que caiu para 795 milhões o número de pessoas com fome no mundo, 10 milhões a menos do que o registrado no ano passado e 167 milhões a menos do que na década passada.

A situação melhorou nas regiões em desenvolvimento, onde a taxa de desnutrição – que mede a proporção de pessoas incapazes de consumir alimentos suficientes para uma vida ativa e saudável - diminuiu para 12,9% da população, contra 23,3% há 25 anos. Ainda assim, na África Subsaariana, 23,2% dos habitantes passam fome e 24 países africanos enfrentam atualmente crises alimentares – o dobro do que em 1990, indica o relatório, publicado hoje pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida) e Programa Mundial de Alimentos (PMA).

O diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, mostrou-se otimista pelo fato de a maioria – 72 entre 129 dos países monitorados – terem atingido a meta do Objetivo de Desenvolvimento do Milênio de reduzir para a metade a prevalência de desnutrição em 2015, enquanto as regiões em desenvolvimento falharam por uma margem reduzida.

Outros 29 países terão cumprido a meta definida na Cúpula Mundial da Alimentação em 1996, quando os governos se comprometeram a reduzir pela metade o número absoluto de pessoas subnutridas até 2015. "O quase cumprimento das metas mostra que podemos realmente eliminar o flagelo da fome durante esta geração. Nós devemos ser a geração Fome Zero. Esse objetivo deve ser integrado em todas as intervenções políticas e no coração da nova agenda de desenvolvimento sustentável a ser criada este ano", defendeu.

Segundo o documento, a crise econômica dos últimos anos prejudicou os progressos no combate à fome, juntando-se a outras causas como desastres naturais, fenômenos meteorológicos graves, instabilidade política e conflitos civis.  O relatório indica que, ao longo dos últimos 30 anos, as crises têm evoluído de eventos catastróficos, curtos, agudos e de grande visibilidade até situações prolongadas, devido a uma combinação de fatores, especialmente os desastres naturais e conflitos, com as mudanças climáticas, crises de preços e financeiras frequentemente entre os fatores agravantes.

Fonte: Agência Brasil