Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador Aneel. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Aneel. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 15 de março de 2017

Luz vai subir por 8 anos

Brasileiros vão pagar fatura extra de R$ 59,6 bilhões. É a conta da festa política no setor elétrico, que embalou a reeleição de Dilma e as campanhas do PT e do PMDB

A conta de luz vai subir em todo o Estado do Rio a partir de amanhã. O aumento médio será de 12% para clientes da Light e da Ampla. É o começo de um reajuste extraordinário nas tarifas de energia em todo o país. Nos outros estados acontecerá a partir de 1º de julho. Em alguns a alta será de 27%. Vai ser assim pelos próximos oito anos. Todos os consumidores serão obrigados a pagar um extra, um adicional ao reajuste anual. Nesse período acontecerá uma transferência de renda de R$ 59,6 bilhões de quem consome para as empresas transmissoras de energia. [o mais  irônico de tudo é que primeiro lançaram um boato, via nota da ANEEL de que tinha havido uma cobrança a maior e que ela seria devolvida; os consumidores se animaram, relaxaram e ficou mais fácil o estupro.
Relaxando como bem diz a Marta suplício entra mais fácil, só que no caso da das tarifas de luz o gozo não é garantido.] 

É dinheiro suficiente para construir três hidrelétricas como Belo Monte, Jirau e Santo Antônio e, ainda, concluir dois projetos de transposição de águas do São Francisco para o sertão nordestino — calcula a associação dos grandes consumidores, Abrace. O impacto na tarifa vai ser “muito forte, muito grande”, reconheceu o diretor da agência de energia (Aneel), Reive Barros, ao votar pelo reajuste.  Por trás desse aumento na conta de luz está uma obra de desestruturação do setor elétrico realizada no governo Dilma Rousseff e executada por dois ministros do PMDB, os senadores Edison Lobão (MA) e Eduardo Braga (AM). Ambos são investigados por corrupção na Petrobras e na Eletrobras.

Em janeiro de 2013, Dilma anunciou redução de 20% na conta de energia “em favor dos consumidores”. O governo sabia que o custo real de geração estava defasado (discrepância avaliada em 93%). Mas Dilma estava mais preocupada em construir sua candidatura à reeleição dentro e fora do PT. E o PMDB queria Temer como vice. O corte nas tarifas foi seguido de aumento no consumo. A combinação produziu um rombo no caixa das geradoras de energia, principalmente na estatal Eletrobras. Os ministros da Energia (Lobão) e da Fazenda (Guido Mantega) montaram um socorro de R$ 60 bilhões do Tesouro e do BNDES. 

Agora, além dos prejuízos dessas “pedaladas”, apareceu uma fatura de R$ 59,6 bilhões em indenizações às empresas transmissoras pelo corte nas tarifas que embalou a reeleição de Dilma. Governo e Aneel levaram três anos para calcular o valor: R$ 24 bilhões como reparação, mais R$ 35 bilhões em juros pelo triênio em que a conta ficou pendurada. A Aneel aceitou indenizar, sem questionar. Vai pagar R$ 556 milhões por um transformador de Furnas com 30 anos de uso, quando o mais caro da usina de Belo Monte custou R$ 100 milhões. 

Antes de deixar o ministério, para votar pelo impeachment da sua presidente, o senador Braga mandou a conta aos consumidores. Temer manteve a fatura, sem revisá-la. Pela obscuridade, o caso deve acabar nos tribunais.  O setor elétrico é um feudo do PMDB. Para aprovar o corte nas tarifas (MP nº 579), Dilma recorreu a Eduardo Cunha, hoje preso em Curitiba. No Senado, a Odebrecht recorreu aos senadores Romero Jucá (RR) e Renan Calheiros (AL) para obter isenções. “Conseguimos”, contou o ex-diretor Claudio Melo Filho aos procuradores que investigam Jucá e Renan por corrupção. Ele indicou pagamentos de R$ 22 milhões em documento sob o título “Meu Relacionamento com Renan Calheiros (Codinome “JUSTIÇA”)”.  O custo total da festa eleitoral de Dilma, do PT e do PMDB no setor elétrico já beira os R$ 200 bilhões. Por causa dela, a conta de luz dos brasileiros vai ter um grande aumento durante os próximos oito anos. 

Fonte: José Casado, jornalista - O Globo

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

No pior dos mundos

Tragédia de Mariana exibe falha enorme, da regulação à fiscalização do cumprimento das normas ambientais

Das 12 linhas de transmissão de energia oferecidas ontem em leilão, apenas quatro foram arrematadas. Não houve ofertas para as outras oito. Portanto, foi um fracasso. Para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), porém, se consideradas as condições atuais do país, pode-se dizer que foi um sucesso.

Essas condições são conhecidas: a recessão, a dificuldade de obter financiamento público e/ou privado, os juros mais elevados quando saem os empréstimos, as restrições de rentabilidade colocadas pela Aneel.  Mas há um outro problema, sempre citado pelo pessoal do setor, tanto do privado quanto do governo: a dificuldade na obtenção de licença ambiental. Há duas broncas: regras muito rigorosas (e custosas) e uma burocracia infernal dos órgãos reguladores.

Mas a tragédia de Mariana exibe uma falha enorme em todo o processo, da regulação à fiscalização do cumprimento das normas ambientais, sem contar as de segurança. O desastre, portanto, permite argumentar que a legislação é frouxa, a regulamentação é falha e a fiscalização, inexistente. Sim, são setores diferentes, mineração e energia elétrica, mas guardam estreita aproximação nessa questão ambiental, um dilema político, econômico e social.

Temos aqui dois polos opostos. Um lado diz: o sistema de controle ambiental é tão rigoroso que bloqueia investimentos, cuja falta atrasa a economia, o progresso, a geração de empregos. De outro lado, a contestação: o sistema é tão frágil, tão favorável às empresas, que os desastres são inevitáveis durante a execução das obras e depois, quando o serviço está funcionando.

Esse é o debate que envolve, por exemplo, a reforma do Código de Mineração. Ou a construção de Belo Monte e tantos outros grandes projetos. E aí, como ficamos? No pior dos mundos. É verdade que há demora e dificuldades excessivas na obtenção de licenças ambientais. Vai daí, é verdade, que isso atrapalha o crescimento do PIB. É verdade também que há muitos desastres que poderiam e deveriam ter sido evitados. E não estamos falando de acidentes menores.

Como se chegou a isso? O sistema é ruim. A legislação é frequentemente inadequada e exagerada, e os órgãos licenciadores são ineficientes, especialmente pela falta de mais pessoal especializado. Em consequência, projetos corretos acabam barrados enquanto os errados recebem a autorização, não raro por pressão política de governantes e políticos ansiosos por tocar uma obra de prestígio. Claro, há pressões privadas, mas estas necessariamente passam pela instância política.

E a coisa vai mal também depois que a licença, correta ou equivocada, é concedida. A fiscalização dos governos falha clamorosamente e, com isso, muitas empresas se sentem, digamos, estimuladas a “flexibilizar” as normas estipuladas na licença e nas leis.
Portanto, há muito o que fazer. Em primeiro lugar, acalmar o debate. Não se pode partir da ideia de que todas as empresas são bandidas e estão dispostas a matar pelo lucro. Também não se pode partir da ideia de que todos os ambientalistas querem simplesmente parar o país.

Moderação, pessoal.
E uma sugestão: inverter a lógica de todo o sistema. Em vez de uma legislação complexa e rigorosa, de difícil aplicação, escrever leis mais flexíveis, que combinem a necessidade econômica e social das obras com a prevenção, minimização e compensação dos danos ambientais.

E, em vez de aplicação frouxa das regras, o rigor extremo na fiscalização do governo e, sobretudo, a punição pesada para as empresas e os executivos responsáveis quando o erro, a imperícia ou fraudes são cometidas, das pequenas às desastrosas. Deve-se incluir aqui a punição às autoridades que falhem no cumprimento de suas funções. Como nas sociedades abertas e democráticas: o cidadão é livre, mas, se violar a lei, o peso do Estado desaba sobre ele.

SALVAR A EUROPA
E por falar em sociedades abertas e livres: a melhor construção do último século está em perigo. A crise dos imigrantes e o terrorismo ameaçam o Espaço Schengen — essa área formada por 30 países europeus pelos quais as pessoas circulam livremente, sem vistos, sem mostrar passaporte. O Espaço foi proposto em 1985, em Schengen, Luxemburgo, e depois assinado por países membros e não membros da União Europeia. Depois de duas guerras brutais no século XX, a Europa conseguiu terminar o período numa celebração da tolerância e da liberdade.

É claro que isso favorece também a movimentação e a articulação dos terroristas, assim como a entrada de imigrantes acima da capacidade de absorção dos países membros. Mas a humanidade estará melhor se os europeus conseguirem lidar com essas ameaças preservando a liberdade. É preciso salvar o Espaço Schengen.


Fonte: Carlos Alberto Sardenberg, jornalista - O Globo

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Dilma mente: a redução será de até 20% na bandeira vermelha = no valor total da conta será inferior 5%

Governo vai reduzir preço da bandeira vermelha da conta de luz em até 20%

A redução vai ser inferior a R$ 1 do valor da bandeira, o que no total da conta é pouco mais que nada.  Reduzir R$ 5 no valor total da conta de luz é menos de 1% para uma conta que só este ano já teve reajuste superior a 50%

Dilma anunciou que redução será possível devido ao desligamento de usinas térmicas na última semana; segundo o ministro de Minas e Energia, redução do preço começa em setembro

A presidente Dilma Rousseff disse ser lastimável o aumento nas contas de luz, mas anunciou que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai reduzir de 15% a 20% o preço da bandeira tarifária vermelha graças ao desligamento de usinas térmicas na última semana. "Sem sombra de dúvidas, é verdade que as contas de luz aumentaram, o que nós lastimamos. Por causa da falta de energia para sustentar a oferta de luz tivemos que usar as térmicas, pagando bem mais do que se tivéssemos só energia hidrelétrica no nosso sistema", disse Dilma.
Segundo ela, o desligamento de 2.000 megawatts em geração térmica no último sábado possibilitará uma mudança no regime de bandeira vermelha, que hoje cobra nas contas de luz um adicional de R$ 5,50 para cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos. Desde janeiro vigora a bandeira vermelha, a mais cara, em todo o País. 
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) fará uma consulta pública, mas a estimativa é de uma redução de 15% a 20% na bandeira vermelha. Com a regularização do regime hidrológico, teremos cada vez mais boas notícias", completou.
O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse que haverá um desconto na bandeira vermelha em setembro, mas não uma redução para a bandeira amarela porque o País ainda está em seu "período seco". "Ainda não temos a segurança para acionarmos a bandeira amarela. Em outubro e novembro faremos avaliação", disse.

Segundo o ministro, com o desconto que será definido até o dia 28 deste mês, a bandeira vermelha de setembro cairá dos atuais R$ 5,50 por 100 kilowatts-hora (kWh) para R$ 5 ou até R$ 4,50.


Governo anuncia R$ 186 bilhões de investimento em energia elétrica até 2018
O governo federal anunciou a contratação de investimentos de R$ 186 bilhões até 2018 em energia elétrica, considerando empreendimentos já planejados e anunciados anteriormente, sendo R$ 81 bilhões gastos ate aquele ano e R$ 105 bilhões a partir de 2019. Do total, serão R$ 116 bilhões para geração e R$ 70 bilhões para transmissão de energia. Esses investimentos representam um implemento de geração de 25 mil megawatts (MW) a 31,5 mil MW, além de 37,6 mil quilômetros em novas linhas de transmissão. Os investimentos fazem parte do Programa de Investimento em Energia Elétrica (PIEE), lançado nesta terça-feira, 11, pela presidente Dilma Rousseff e pelo ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga.

O ministro Eduardo Braga afirmou que o governo está avançando com cuidado no que diz respeito à questão ambiental para alcançar um programa robusto no setor elétrico. "O Brasil dará respostas que a economia e o povo brasileiro tanto esperam do governo", disse. "Estamos conseguindo superar os desafios que a natureza e as circunstâncias colocaram à nossa frente. Temos assegurado a entrega da energia", completou.


Segundo o ministro, o racionamento de 2001 teve um grande custo para a economia do País. Ele acrescentou que o custo da energia precisa ser compatível com os preços internacionais. "Precisamos de um setor cada vez mais robusto, com fontes limpas e custos compatíveis", completou.
O programa é um combinado dos investimentos já anunciados pelo setor elétrico para os próximos anos. Segundo o ministro o PIEE tem o objetivo de mostrar que o planejamento de longo prazo do setor elétrico é "vitorioso" e terá continuidade.

De acordo com vídeo institucional apresentado no início da cerimônia, o objetivo do programa é manter a matriz energética limpa e a custos declinantes, para que os custos da eletricidade 2018 cheguem a patamares compatíveis com o mercado internacional.

Braga destacou um dos desafios do programa é ter mais fontes renováveis de energia na matriz brasileira. "Vamos avançar para promover a competitividade necessária para nossos produtos", afirmou.

Entre as hidrelétricas a serem contratadas até 2018, o governo voltou a citar a Usina de São Luiz Tapajós, com capacidade de 8.040 megawatts (MW), que ano após ano não consegue entrar nos leilões do setor. "Estamos em fase final de licenciamento para o leilão dessa usina até o fim do ano", frisou. Outra usina listada na região Norte, no mesmo rio, é a usina de Jatobá, com capacidade de 2.328 MW. Já a região Sul, conta com cinco usinas pequenas: Ercilândia (87 MW), Foz Piquiri (93 MW), Paranhos (67 MW), Telêmaco Borba (118 MW) e Apertados (139 MW).

 Fonte: Agência Estado

 

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Acredite: a conta de luz vai subir pela terceira vez em 12 meses

Mais uma vez a tarifa cobrada pela Companhia Energética de Brasília (CEB) sofrerá reajuste. Além do aumento, o consumidor brasiliense reclama do sistema de bandeiras, que se mantém na cor vermelha desde a sua criação

A conta de luz deve subir ainda mais. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgará, no próximo dia 25, o reajuste anual para a Companhia Energética de Brasília (CEB). Será a terceira revisão tarifária nos últimos 12 meses. Com isso, a energia elétrica se transformou em um dos serviços que mais contribuem para acelerar a inflação e pesar no orçamento familiar. De agosto do ano passado a março deste ano, o consumidor viu a fatura aumentar 47,53%, sem contar o acréscimo proveniente da bandeira vermelha — há 17 meses, o alerta mais caro está vigente e deve se manter até 2016, segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS) e especialistas ouvidos pelo Correio.

Para Luciano Duque, mestre em engenharia elétrica do Uniceub, o reajuste para a CEB deve ser mais alto do que a inflação. “As distribuidoras tinham dívidas com o Tesouro Nacional, mas, em períodos passados, ele bancou a dívida. Com a crise, não bancou mais. Esse é o caso da CEB. Parte dessa dívida deve ser inserida no aumento de tarifas, fora os aumentos no custo de geração”, analisa.

Duque lembra também que o desconto de 18% para o consumidor residencial anunciado pela presidente Dilma Rousseff, em janeiro de 2013, ainda repercute no aumento, pois, sem poder subir os preços e com reservatórios vazios, as concessionárias ficaram endividadas e tiveram de recorrer a empréstimos.

A conta ficou ainda mais salgada com a vigência das bandeiras de consumo, desde janeiro de 2015. No ano passado, o sistema estava em funcionamento, mas sem a cobrança. O sinal vermelho para as regiões Centro-Oeste e Sudeste está acionado desde fevereiro de 2014. Dessa forma, desde a implantação da tarifa, o brasiliense pagou pela geração mais cara. “A tendência é manter a bandeira vermelha porque o custo da geração vai continuar alto. Isso virou a CPMF da energia elétrica. É um dinheiro a mais que o governo acostumou a receber”, analisa Luiz Gonzaga, engenheiro eletricista e proprietário da Comparte Serviços e Participações.


Fonte: Correio Braziliense




sexta-feira, 31 de julho de 2015

Bandeira vermelha - Conta de luz segue mais cara em agosto, diz Aneel



Pela bandeira vermelha, os consumidores pagam R$ 5,50 a mais para cada 100 quilowatt-hora utilizados
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) confirmou nesta sexta-feira, 31, que a bandeira tarifária de agosto continuará vermelha para todo o País. Desde quando começou a vigorar, em janeiro deste ano, o regime de bandeiras permanece no patamar que gera maior cobrança adicional nas contas de luz, refletindo o alto custo da geração de eletricidade.

Quando a bandeira é vermelha, os consumidores pagam R$ 5,50 a mais para cada 100 quilowatt-hora (kWh) utilizados. No caso da bandeira amarela, essa taxa sobre as tarifas é de R$ 2,50 a cada 100 kWh consumidos. Já na bandeira verde, acionada nos meses mais favoráveis à geração de eletricidade, não há cobrança adicional nas contas de luz. As bandeiras só não valem para os Estados de Roraima e Amapá, que ainda não estão conectados ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

Apesar da melhora no regime de chuvas e da diminuição da demanda prevista de consumo de eletricidade no País, o diretor geral da Aneel, Romeu Rufino, havia adiantado na última terça-feira que a bandeira tarifária de agosto deveria continuar vermelha. "Apesar das chuvas terem melhorado e de haver uma sinalização de redução na carga prevista até o fim do ano, mesmo assim a bandeira tarifária continuará vermelha. Mas estamos vendo um cenário positivo à frente e o preço da energia no curto prazo (PLD) tem sido decrescente", avaliou Rufino.

E essa cobrança pode ficar ainda maior a partir de 2017. Para tentar solucionar o problema do déficit na geração de energia hidrelétrica - o chamado risco hidrológico (GSF) -, o governo propôs esta semana aos agentes produtores de eletricidade transferir o risco dessa falta de energia dos geradores para os consumidores finais, por meio das bandeiras tarifárias. Em contrapartida, haveria um desconto nos preços de geração.

terça-feira, 14 de abril de 2015

Deu a louca nas contas de luz

Não adianta sair apagando as luzes e tropeçar na escuridão, na vã esperança de economizar energia

 A bandeira vermelha anda fazendo estragos por onde passa. Foi fincada em nossas contas de luz – e o consumidor berra como pode nas redes sociais contra algo que escapa a sua compreensão. A cor vermelha da bandeira significa “perigo”: um adicional pelo uso da energia das termelétricas.

Ao receber uma conta até três vezes mais alta, é esquisito ler que o reajuste médio da tarifa de energia elétrica foi de 39%. E só neste ano de 2015. Porque a realidade é muito pior – e também envolve a inépcia, a omissão e o mau funcionamento de operadoras, leituristas e medidores. Além de falta de transparência no atendimento.

Não adianta sair apagando as luzes e ir tropeçando na escuridão, na vã esperança de ser premiado por economizar e viver na penumbra. A conta é um choque maior a cada mês. O Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) subiu 1,32% em março, o pior resultado em 20 anos. O vilão maior? A tarifa de luz, que só no mês passado subiu 22,08%.

Somos vítimas da incompetência de anos desse governo na administração das contas públicas. Somos punidos pela conveniente cegueira do PT em ano eleitoral, ao ignorar a crise da água. Prefeitos podem processar a presidente Dilma quando ela tenta “renegociar”, eufemismo para “arrecadar mais e cobrir o rombo federal”. Prefeitos têm a caneta na mão e não querem pagar pela irresponsabilidade fiscal da equipe de Dilma no primeiro mandato, que maquiou cifras e contabilidades. Nós, consumidores, só podemos entubar.

Alguns economistas tentam acalmar os ânimos dizendo que o governo concentrou seu pacote de maldades agora para aliviar depois. “É aquela ideia do Maquiavel de que maldade se faz toda de uma vez”, disse ao jornal O Globo Luís Otávio Leal, economista-chefe do Banco ABC Brasil.

Mas já está claro que voltamos a viver no mundo assombrado das estatísticas mirabolantes. Ler na imprensa que a inflação anual está em 8,13% e que o custo com alimentação em março subiu 1,17% é um convite irresistível para as donas de casa brasileiras saírem em gigantesco panelaço contra a dona da casa do Planalto.

Quem vai ao supermercado semanalmente sabe que o custo com comida subiu muito mais. No mercado, ainda dá para substituir produtos. Mas, na hora em que a tarifa da energia elétrica chega, dá até medo abrir e verificar consumo e valores. Se não pagarmos, a luz será cortada. Simples assim.  O círculo é vicioso e viciado. Não há como fazer caber no orçamento doméstico os aumentos súbitos e escorchantes como os das tarifas públicas, transporte, educação, saúde e alimentos. O desemprego sobe.

As distribuidoras de energia estão se prevenindo contra a inadimplência desde já. Se você pensa que sua conta de luz já chegou ao limite máximo, prepare-se. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estuda como repassar o “calote” do vizinho para você. Assim, vamos pagar mais ainda por quem não pode arcar com os aumentos.   O consumidor também precisa estar atento para erros absurdos em suas contas. Por causa de medidores defeituosos, falhas em leituras ou motivos não revelados. No Rio de Janeiro, reuni alguns exemplos de queixas consideradas procedentes e improcedentes pela Light.

A atriz Guida Vianna reproduziu suas contas nas redes sociais. Em janeiro, R$ 237,41. Em fevereiro, R$ 333,13. Em março, R$ 960,20. “É possível?”, perguntou. A Light admitiu, em carta, que o valor identificado para devolução era de R$ 660,19 e seria descontado nas próximas contas. “Sinceramente”, disse Guida, “acho que o que valeu foi botar a boca no Facebook.” Não foi explicada a origem do erro.

Outra atriz, Dani Antunes, não obteve a mesma atenção da Light. Sem ar, sem TV, sem ferro de passar, com chuveiro elétrico queimado, num apartamento pequeno de dois quartos no Morro do Vidigal, Zona Sul da cidade, viu seu consumo médio de luz, de 70 kWh, saltar para 150 kWh, depois para 220 kWh e, enfim, 621 kWh. Mandou e-mail para a Ouvidoria, a Light prometeu verificar, mas não enviou ninguém. Em carta, disse que a reclamação era “improcedente” e que, se ela não pagasse a conta, a luz seria cortada e o nome da proprietária iria parar no SPC. Abuso? “A Light sempre aumenta aleatoriamente meu consumo no verão, mesmo que eu passe o verão fora da cidade, com  apartamento fechado”, disse Dani.

Fiz várias perguntas específicas à Light por e-mail. Perguntei quantas reclamações desse tipo a Light recebeu nos três primeiros meses por ano, quantas foram consideradas procedentes e quantos clientes foram ressarcidos. Perguntei qual foi o valor total cobrado a mais erradamente nesse período. E quais são os principais motivos de erro nas contas. Recebi uma resposta protocolar, me remetendo ao site da Aneel. Descaso? No Brasil, ficamos no escuro.

Por: Ruth de Aquino - Revista Época

 

segunda-feira, 30 de março de 2015

Mesmo ferrado, Brasil desmonta e reforma usina térmica para doar para a Bolívia. "generosidade' custará ao Brasil 60 MILHÕES

Em crise energética, Brasil vai reformar térmica por R$ 60 mi e doá-la à Bolívia

A doação da usina faz parte dos compromissos bilaterais assumidos entre os dois países em 2011

Em meio a uma crise de energia sem precedentes no país e em busca de fontes alternativas para evitar um racionamento, o governo brasileiro vai gastar 60 milhões de reais para reformar e doar uma usina térmica para a Bolívia. O Ministério de Minas e Energia está nas tratativas finais para viabilizar a negociação.

A usina térmica Rio Madeira pertence à Eletronorte, uma das empresas do grupo Eletrobras. Inaugurada em 1989, ela foi uma das responsáveis por abastecer os estados de Rondônia e Acre por 20 anos. Com potência de 90 megawatts, o empreendimento fica em Porto Velho (RO) e é capaz de fornecer energia para uma cidade de 700 mil habitantes.

Segundo uma fonte, a usina precisa passar por uma "recauchutagem geral" para entrar novamente em operação. Antes de doá-la, a Eletronorte vai converter a usina para gás natural, combustível abundante na Bolívia.  Essa reforma, com o transporte e montagem na Bolívia, custará 60 milhões de reais. O dinheiro já foi transferido pelo governo para a Eletronorte, responsável pela reforma. Uma usina térmica nova, com capacidade de 100 MW, custa hoje em torno de 100 milhões de reais.

A transação está prestes a ser concluída pela estatal e depende apenas de um sinal verde do Ministério de Minas e Energia. A doação da usina faz parte dos compromissos bilaterais assumidos entre os dois países.

A térmica Rio Madeira foi desativada em outubro de 2009, quando o Estado de Rondônia foi conectado ao Sistema Interligado Nacional (SIN) e passou a ser abastecido por hidrelétricas, que produzem energia mais barata.  [as hidrelétrica produzem energia mais barata, só que a produção de energia hidrelétrica no Brasil é insuficiente e por isso os brasileiros estão pagando mais caro.
Agora a soberana búlgara prefere gastar dinheiro público - nosso - para ser generosa com os bolivianos a reformar a usina e utilizar para atender os brasileiros.
Tudo agradecendo à Bolívia ser tão 'boazinha' com os brasileiros.

Relembrem:
- no primeiro governo Lula a Bolívia utilizou seu poderoso exército para roubar duas refinarias da Petrobras instaladas em território boliviano.
Devido a leniência do Lula - ou mesmo covardia - o Brasil ficou de 'quatro' diante da Bolívia, que deslocou suas poderosas tropas  para cercar as duas refinarias e guarnecer sua fronteira com o Brasil;
- a 'pobrezinha' da Bolívia já aumentou os preços do gás que fornece ao Brasil.
Dona Dilma, isso é traição.] 
 
Em janeiro de 2014, a fiscalização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) constatou que a usina, embora desligada, tinha condições de operar parcialmente. Seu prazo de concessão acabava apenas em 2018. No entanto, "devido ao alto custo de operação, esta dificilmente seria despachada".

Por essa razão, a Aneel declarou os bens da usina como "inservíveis à concessão de serviço público". Em 2010, cada megawatt-hora (MWh) produzido pela usina custava 846,98 reais. Atualmente, a térmica mais cara em operação no Brasil é a de Xavantes, também a movida a óleo diesel, com custo de operação de 1.167 reais por MWh.


Continuar lendo.........................




segunda-feira, 2 de março de 2015

Tarifa de luz no DF sobe acima da média nacional, a partir desta segunda



A revisão foi aprovada pela Aneel para a CEB e mais 57 empresas responsáveis pela distribuição de energia no país
Os consumidores do Distrito Federal devem preparar o bolso: o valor da conta de luz aumenta 24,1% no DF, a partir desta segunda-feira (2/3), acima da média nacional, de 23,4%. E não para por ai, já que as bandeiras tarifárias, que entraram em vigor em janeiro, também sofrerão aumento.

Isso significa que além dos 24,1%, os brasilienses deverão pagar R$ 5,50 adicionais a cada 100 quilowatts (kW) consumidos. Além disso, todas as distribuidoras de energia do Brasil passam por revisões anuais nas tabelas uma vez ano.  Assim, o reajuste da CEB (o terceiro a incidir sobre a conta, este ano) está previsto para 26 de agosto, data em que a empresa completa aniversário. Ainda não há definição sobre esse terceiro aumento. Em 2014, a CEB pediu à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorização para aumentar em 45% a conta de luz, mas o percentual aprovado foi de 18,88%.

Brasil

A revisão na conta de luz foi aprovada pela Aneel para a CEB e mais 57 empresas responsáveis por serviços de distribuição de energia no país. Os maiores aumentos serão para as distribuidoras AES Sul (39,5%), Bragantina (38,5%), Uhenpal (36,8%) e Copel (36,4%). Os reajustes mais baixos serão aplicados para as distribuidoras Celpe (2,2%) e Cosern (2,8%).

Para as concessionárias das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, o impacto médio será de 28,7% e para as distribuidoras que atuam nas regiões Norte e Nordeste, de 5,5%. A diferença ocorre principalmente por causa do orçamento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e da compra de energia proveniente de Itaipu.
[curiosidade: o reajuste no Norte e Nordeste, regiões em que a Dilma obteve grande quantidade de votos, estranhamente, é o menor de todo o Brasil.]

Entre dezembro de 2014 e fevereiro de 2015, várias empresas solicitaram a revisão extraordinária, por causa da falta de chuvas e a maior necessidade de compra de energia de termelétricas, que é mais cara.

Fonte: Agência Brasil

Conta de luz sobe em média 23,4% a partir desta segunda-feira - neste aumento não está incluído o reajuste de 83% na bandeira tarifária

Maior alta é para clientes da AES Sul, no RS. No Rio, Light faz reajuste de 22,5%

A partir desta segunda-feira, a conta de luz dos consumidores de 58 distribuidoras de energia de todo o país vai aumentar. O reajuste médio será de 23,4%, mas em alguns casos, ficará bem mais alto, como para os clientes da AES Sul (RS), que será de 39,5%. Os clientes da Bragantina (SP) pagarão mais 38,5% na conta de luz. No Rio, a tarifa da Light vai aumentar em média 22,5%. A Ampla, que abastece boa parte da região metropolitana e do interior fluminense, não passará pela revisão tarifária neste momento, porque seu dia de reajuste é 15 de março, data em que todos os custos são incluídos na tarifa.

A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta sexta-feira os pedidos de revisão extraordinária das distribuidoras. Ela levou em conta o aumento da CDE, da energia gerada pela hidrelétrica de Itaipu que subiu 46%, e os custos das empresas com a compra de energia nos leilões.  No caso da energia de Itaipu, segundo a Aneel, ela representa cerca de 20% da compra de energia das empresas das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

BANDEIRAS TARIFÁRIAS
A Aneel também aprovou nesta sexta-feira o aumento dos valores das bandeiras tarifárias. O novo valor da bandeira tarifária vermelha para o ano de 2015, passa de R$ 3,00 por quilowatt/h (kWh) para R$ 5,50 o kWh, um aumento de 83%. A bandeira tarifária amarela sobe de R$ 1,50 a cada 100 kWh para R$ 2,50 o kWh. Estes foram os mesmos valores que estavam em audiência pública. Com o sistema, as contas de luz podem ter aumentos mensais se a bandeira for vermelha ou amarela, e Em janeiro e fevereiro, a bandeira tarifária ficou vermelha e deverá permanecer assim a maior parte do ano em todos os subsistemas do país - Sudeste/Centro-Oeste (regiões Sudeste e Centro-Oeste, Acre e Rondônia); Sul (região Sul); Nordeste (região Nordeste exceto o Maranhão) e Norte (região Norte, exceto Pará, Tocantins e Maranhão).

O governo centralizou em uma única conta, uma espécie de fundo, os recursos arrecadados dos consumidores pelas distribuidoras com a cobrança das bandeiras tarifárias. No início deste mês ele baixou um decreto criando a “Conta Centralizadora de Recursos das Bandeiras Tarifárias” e determinado que os valores depositados na conta são administrados pela Câmara Comercializadora de Energia Elétrica (CCEE).

Fonte: O Globo

domingo, 8 de fevereiro de 2015

A conta chegou... quem mandou acreditar na Dilma?

Depois de vir a público prometer a redução das tarifas de energia, governo volta atrás e luz deve subir até 45%


A mensagem da presidente Dilma Rousseff não poderia ter sido mais clara. Os investimentos que fizemos permitem ao Brasil superar as dificuldades momentâneas, mantendo a política de tarifas baixas”, disse ela em 2014, sobre o preço final da energia para o consumidor. Meses antes, em cadeia nacional de rádio e TV, Dilma preconizava a vitória de seu governo nessa área. “O Brasil tem e terá energia mais que suficiente para o presente e para o futuro, sem nenhum risco de racionamento”, anunciou. Em mensagem anterior, a presidente repetia o mantra: “A partir de agora, a conta de luz das famílias brasileiras vai ficar 18% mais barata”, dizia Dilma. “O Brasil, que já é uma potência energética, passa a viver uma situação ainda mais especial no setor elétrico.” Enquanto a presidente entoava sua cantilena e incentivava o consumo, as usinas térmicas, cuja produção é mais cara, começavam a ser acionadas para suprir a crescente demanda. Mas elas não deram conta de tudo. Resultado: não só houve racionamento como o custo da energia disparou – o oposto, portanto, de tudo que a chefe da nação tinha prometido. Na terça-feira 3, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou um reajuste salgado para seis distribuidoras de energia. A conta de luz dos consumidores atendidos por elas – a maioria da região Sudeste do País – vai ficar de 18,6% a 45,7% mais cara.


Para especialistas, o reajuste anunciado na semana passada é um sinal de que o aumento para as outras 57 distribuidoras será da mesma magnitude. O reajuste deve cobrir um rombo bilionário do fundo CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), destinado a programas sociais, como o Luz para Todos, e subsídios para as famílias de baixa renda. Além disso, a Aneel reajustou as bandeiras tarifárias na sexta-feira 6, o que permite, segundo analistas, concluir que novos aumentos deverão ser impostos aos consumidores. “Até pouquíssimo tempo atrás, o governo vinha a público dizer que energia no Brasil era farta e barata”, afirma Cláudio Sales, presidente do instituto Acende Brasil. “Está mais do que na hora de passar o sinal correto à sociedade e iniciar um programa de racionamento.” Programa esse que Luís Gameiro, diretor da Trade Energy, comercializadora de energia no mercado livre, não acredita que o governo implementará. “Acho difícil, mesmo que o nível dos reservatórios fique abaixo de 20% até abril, pela experiência política que tivemos com o racionamento em 2001”, diz.

Em janeiro, o nível das represas do Sudeste/Centro-Oeste, responsável por 70% da capacidade de armazenamento do sistema elétrico como um todo, ficou em 16,8%. No fim do verão no ano passado, era próximo de 40%. De acordo com Gameiro, “deixaram uma bomba-relógio para 2015.” Nos cálculos da Trade Energy, a expectativa de aumento médio nas tarifas neste ano, que antes estava entre 30% e 40%, agora chega a quase 50%. O Sistema Firjan, que representa as indústrias do Rio de Janeiro, estima que o aumento do custo da energia para o setor deve ser de 34% neste ano. O valor, contudo, pode ser revisto para 39,8% segundo o novo percentual estipulado para as bandeiras tarifárias. No ano passado, o reajuste foi próximo de 20%. “Não consigo enxergar uma reversão dessa tendência de alta, porque nenhuma medida estrutural tem sido tomada”, diz Cristiano Prado, gerente de competitividade industrial e investimentos do Sistema Firjan. “A consequência é nefasta num momento em que o País não está crescendo. Isso diminui a produção, a competitividade e o investimento.” De acordo com a diretora de relações institucionais da Confederação Nacional da Indústria, Mônica Messenberg, “a elevação das tarifas representa um obstáculo adicional, dentro de um cenário adverso, para a recuperação da atividade industrial, no curto prazo.” No varejo, a notícia também espalhou pessimismo. “Desde 2001, o setor investe na geração de energia e na redução do consumo”, diz Glauco Humai, presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers. “Hoje somos penalizados mesmo sendo o setor que provavelmente mais investe em eficiência energética.”

Apesar do aumento significativo nos custos, o risco de apagão não está descartado. Segundo o instituto Acende Brasil, o País ainda está exposto a novos blecautes ao longo deste verão, já que não há previsão da entrada de capacidade adicional até março. Se em 2014 o pico de demanda aconteceu em meados de fevereiro, neste ano ele chegou mais cedo. Na tarde de 19 de janeiro, dez Estados e o Distrito Federal ficaram 50 minutos sem luz. Os recursos disponíveis de geração, inclusive térmica, e transmissão estão todos sendo usados no limite.

Fonte: IstoÉ On Line  


terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Conta de luz poderá ficar 19,97% mais cara no Sul, Sudeste e Centro Oeste - A culpa é de quem votou no PT - eu votei no Aécio

Culpa não é minha, eu votei no Aécio

Tesouro nacional vai suspender ajuda de R$ 9 bilhões ao setor elétrico

Com o fim da ajuda de R$ 9 bilhões do Tesouro Nacional, a conta de luz dos consumidores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste terá de subir 19,97% devido aos gastos com programas sociais que voltarão a ser cobrados na tarifa de energia. Para os consumidores do Norte e Nordeste, a conta de luz vai subir 3,89%.

Os números fazem parte da proposta da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para o orçamento do fundo setorial Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Segundo o relator do processo, diretor Tiago Barros de Correia, as despesas com programas setoriais do setor elétrico vão atingir R$ 25,961 bilhões, enquanto as receitas próprias da CDE somarão apenas R$ 2,75 bilhões. Restam, portanto, R$ 21,28 bilhões em gastos que terão de ser cobertos por meio de aumentos na conta de luz de todos os consumidores.
 
O motivo da distinção do repasse na conta de luz entre as regiões do País é a energia de Itaipu. A tarifa subiu 46% em 1º de janeiro deste ano, em dólar, mas a energia é consumida apenas pelas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Por essa razão, é preciso arrecadar R$ 13,05 por megawatt-hora (MWh) no Norte e Nordeste, mas R$ 59,09 por megawatt-hora no Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
 
Restos a pagar
Do total de despesas da CDE deste ano, R$ 5,464 bilhões são despesas de anos anteriores que ficaram para 2015, ou seja, restos a pagar. A maior parte, R$ 20,495 bilhões, são gastos correntes previstos para este ano, que incluem indenizações para empresas que aderiram ao pacote de renovação antecipada das concessões, subsídios para irrigantes, produtores rurais e carvão mineral, Tarifa Social da Baixa Renda, Luz pra Todos e despesas com combustível para as térmicas da Região Norte do País.
 
As receitas próprias da CDE são compostas por multas, pagamentos de financiamentos e dívidas parceladas por empresas, além de cobranças sobre Uso de Bem Público (UBP). Parte da receita vem da primeira parcela da devolução do empréstimo do Tesouro feito às distribuidoras em 2013. Do valor total, de R$ 9,8 bilhões, R$ 1,4 bilhão serão devolvidos neste ano diretamente para o fundo, ou seja, não voltam para o caixa do Tesouro e entram como receita da CDE, abatendo parte dos gastos. A proposta da Aneel ainda terá de passar por audiência pública, mas os valores, ainda que provisórios, já serão repassados para a tarifa. Como essas cotas são cobradas em 12 vezes, uma vez por mês, por meio das contas de luz, e o mês de janeiro já passou, o diretor Tiago de Barros Correia sugeriu que a despesa de janeiro seja cobrada em 10 de fevereiro, e a de fevereiro, em 24 de fevereiro.

Fonte: AE