Incompetência
A extensão dessas áreas protegidas equivale a 54% do território europeu ou à soma das áreas de 15 países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Eslovênia, Eslováquia, Espanha, França, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Holanda, Portugal e Reino Unido.???
No Brasil em que a maioria das áreas protegidas reúne terras com potencial madeireiro, agropecuário e mineral???
Um passo importante foi a comissão especial criada pela OMS, que divulgou seu relatório. [até hoje a OMS não conseguiu mostrar aos que analisam seu desempenho com imparcialidade: - qual sua real utilidade? o que fez de útil no combate à pandemia? não valem as declarações do ex-guerrilheiro que a preside - quase sempre recorrentes e a reboque dos fatos (a propósito: cuidados com a saúde e guerrilha, combinam?) de que a pandemia vai piorar e que só as vacinas resolvem). Nele, o grupo liderado pela ex-primeira-ministra da Nova Zelândia Helen Clark aponta os erros da própria OMS, que perdeu um mês antes de decretar a emergência.
Governos locais — com seu negacionismo, isso conhecemos bem —também foram responsáveis por políticas destruidoras.[conhecemos e bem, mas mesmo assim fazemos questão de destacar que a definição governos locais, por óbvio, não inclui Governo Federal.]
Em outras palavras, a tragédia que o mundo vive hoje poderia ter sido evitada. Comissões internacionais como essa são importantes para despertar uma nova consciência. No final da década dos 60, o Clube de Roma publicou um relatório de personalidades políticas alertando para a produção e o consumo insustentáveis. Isso foi um marco.
No meu entender, existe uma lição implícita na pandemia, já absorvida no século XIX por Humboldt. Ao escalar a montanha do vulcão Chimborazo, ele compreendeu algo que já estava amadurecendo em seu pensamento: os elementos da natureza são interligados, ela é uma rede viva e, portanto, vulnerável. Lição semelhante pode ser transplantada para a política internacional num caso de pandemia. Estamos todos no mesmo barco. Ninguém estará a salvo enquanto todos não estiverem a salvo.
Essa noção de interdependência deve ser levada também para o plano interno, em que, sem solidariedade, dificilmente atravessaremos a crise. O governo brasileiro fez tudo errado. Negou a pandemia, resistiu à vacina e contribuiu para que tivéssemos um número absurdo de mortes. Como se não bastasse isso, o desmatamento na Amazônia atinge números recordes, o Congresso acaba com as leis que definem o licenciamento ambiental. O processo de destruição da natureza será mais acentuado no Brasil, sem falar no aumento da pobreza, por remarmos contra a corrente mundial que defende a sustentabilidade. O governo e o Congresso não respeitam o alerta sobre uma exploração sustentável da natureza. E muito menos os conselhos para preservar vidas durante uma pandemia. [com o devido respeito ao articulista, sugiro: ele e demais leitores,nos honrem com a leitura dos primeiros quatro parágrafos e, obviamente, confiram tudo neles afirmado.]
Simultaneamente, portanto, criam as bases de uma nova pandemia e estabelecem a política negacionista de um sacrifício humano ainda maior.A única esperança, se isso merece o nome de esperança, é que não conseguirão destruir tudo nem matar todos os brasileiros até 2022.
É simples: ou deixam o poder, ou acabam com o Brasil.[fiquem tranquilos: com a reeleição do capitão, o fim da pandemia e a recuperação da economia, os inimigos do Brasil vão nos privilegiar se ausentando do Brasil por alguns anos ou em privilégio.]
Blog do Gabeira - Fernando Gabeira, jornalista
Artigo publicado no jornal O Globo em 17/05/2021