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sexta-feira, 7 de julho de 2017

A Câmara está de pé ou de quatro para Janot e Globo? O Planalto ou a guilhotina espera Maia?

O Congresso, por intermédio da Câmara, tem a chance histórica de repudiar os métodos ilegais do MPF e de dizer “não” a um conglomerado de comunicação que agora ousa depor e eleger presidentes

Tudo indica que Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), relator da CCJ da denúncia oferecida por Rodrigo Janot contra o presidente Michel Temer, fará um relatório em favor da continuidade do processo. Caberá ao Congresso no momento, à Câmara — ajoelhar-se diante do Grupo Globo e dos métodos totalitários de Rodrigo Janot e de sua trupe de aloprados ou resistir. Há, sim, muitos modos de fazer política. Mas só uma postura é digna: com a planta dos pés do chão e a coluna ereta. Será que defendo a permanência de Temer no cargo a qualquer custo? Responderei também a essa questão. Adiante.

Teria Zveiter se deixado convencer pelos argumentos do procurador-geral? Muito provavelmente, não, uma vez que o próprio chefe do MPF admite, na prática, tratar-se de uma ilação. Quando ele mesmo diz que evidenciar a ligação de Temer com os R$ 500 mil de Rodrigo Loures corresponderia a produzir a “prova diabólica” (impossível), que ele chama “satânica” para posar de engraçadinho, o que se tem é a admissão tácita de que está a pedir a cabeça do chefe do Executivo sem ter de demonstrar por quê.

Assim que Zveiter foi escolhido, saiu batendo no peito, arrotando independência. Perguntei aqui se seria independente também da Globo, com quem sua família tem ligações, digamos, históricas. Tudo indica que não. E, como é escancaradamente notório, o grupo quer a cabeça de Temer com batatas coradas. E foi além: não pretende apenas depor o presidente. Também já decidiu eleger seu sucessor: Rodrigo Maia (DEM-RJ), que comanda a Câmara, ele próprio investigado em dois inquéritos, com a possibilidade de um terceiro. O deputado vai decidir se será o Kerensky tupiniquim (escreverei um posto a respeito). Consta que não pertence à arquitetura golpista. Tomara que não! Na Argentina, no entanto, pronunciou palavras ambíguas demais para o meu gosto. Agradeceu, por exemplo, a defesa que Tasso Jereissati fez de seu nome para a Presidência indireta. A ver.

A Câmara tem a chance histórica de deixar claro ao Ministério Público e ao maior conglomerado de comunicação do país que não se aceitarão métodos que não estejam consagrados pela democracia. “Ah, e o impeachment de Dilma?” Apontem-me uma só ilegalidade naqueles procedimentos. Nos empregados por Janot contra Temer, há uma penca. Mais: observem que o boato sobre a pré-delação de Cunha é empregado para influenciar a votação. Tasso Jereissati, presidente interino do PSDB, o evoca como um argumento a mais contra o governo. O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), ele próprio um já cassado, dá o presidente por derrotado.

Essa gente toda está certa de que será beneficiária desse processo. E não será.
Quando alertei, há coisa de seis meses, que a Lava Jato, Janot em particular, e a direita xucra estavam recriando as condições de fortalecimento da esquerda, fui dado como louco, não é? Pois é. A realidade está aí, aos olhos de todos. A eventual queda de Temer significará a absolvição moral do PT, ainda que Lula seja, como é mesmo?, “preso amanhã”. Nesse caso, aliás, o tiro poderá sair pela culatra. A prisão do “companheiro” na sequência de uma deposição do presidente compõe a receita ideal para criar um herói.

Temer a qualquer custo? “Mas você defende a permanência de Temer a qualquer custo, Reinaldo?” É o tipo de pergunta que não se coloca. Nada, a não ser um valor absoluto, se impõe a qualquer custo. Não aceito meios ilícitos de investigação. Repudio que se proponha a queda de um presidente sem que haja provas. Rejeito a forma que as delações tomaram no Brasil. O MPF e setores da Justiça manipulam os instrumentos da delação premiada e até da condenação, tendo como referência não os marcos legais, mas seus objetivos estratégicos.

Querem um exemplo? Os critérios adotados por Sérgio Moro com outros acusados não explicam por que ele absolveu Cláudia Cruz, mulher de Eduardo Cunha. Mas e se Cunha, especulo eu, impôs a absolvição da mulher como precondição para fechar a sua delação premiada? Notaram? Estamos num terreno movediço em que tudo é possível.  Evidenciada a eventual culpa do presidente Michel Temer, dentro de um processo regular, que ele arque com as consequências, ora. A exemplo de qualquer um. O que me causa repulsa é que se recorram a instrumentos de exceção contra qualquer acusado — e isso sempre valeu também para os petistas, desde o começo, à diferença do que dizem os esquerdistas, como atesta arquivo do meu blog.

Concluo
Vamos ver se o Congresso a Câmara em particular ainda existe. Líderes da base aliada — realmente aliada — têm de se organizar e de promover a eventual substituição de membros da CCJ que estejam dispostos a flertar com as feitiçarias de Janot. É legítimo, regimental e legal. O que é ilegítimo, ilegal e inconstitucional é usar em juízo uma prova ilícita, por exemplo. O que é indecoroso e golpista é impor a um preso que delate o presidente em troca da liberdade. Ou ameaçar com a cadeia quem está livre se não atender a igual propósito.

Tomara que Rodrigo Maia tenha a clareza de que não é a cadeira presidencial que o aguarda em caso de queda de Temer. Ele apenas estará entrando na fila da guilhotina do terror global-janotista.
Quantos deputados ainda há com a coluna ereta?

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo

 

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Moro manda devolver passaporte de Cláudia Cruz, esposa de Eduardo Cunha



Em despacho emitido ontem (24), o juiz Sergio Moro determinou que seja devolvido o passaporte da jornalista Cláudia Cruz, esposa do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha. O documento havia sido entregue à Justiça pela própria defesa.

Consultados, os procuradores do Ministério Público Federal (MPF) se manifestaram contra a liberação do documento, no entanto, em sua decisão, o juiz Sergio Moro afirmou ser remoto o atendimento às condições que justifiquem a apreensão do passaporte, inclusive devido ao papel secundário da jornalista nos crimes investigados no âmbito da Operação Lava-Jato.  

“Considerando ainda o papel subsidiário da acusada no suposto esquema criminoso, não vislumbro razões concretas para estabelecer tal proibição, reputando remoto o risco à aplicação da lei penal especificamente quanto a ela”, escreveu o juiz da vara federal de Curitiba.

A jornalista só poderá deixará deixar o país, entretanto, mediante autorização judicial. No início deste mês, Moro negou requerimento da defesa para que fosse suspenso o processo contra Cláudia Cruz que corre na 1ª instância em Curitiba, recusando as alegações de cerceamento de defesa e permitindo a continuidade da ação.


Fonte: Revista IstoÉ – Editorial 

sábado, 16 de julho de 2016

O chororô de nossos políticos



Rodrigo Maia chora na vitória. Eduardo Cunha chora na derrota. São chorões só os políticos ou todos os brasileiros? 

Brasileiro chora quando perde (Eduardo Cunha) e quando ganha (Rodrigo Maia). Enquanto o primeiro-ministro britânico David Cameron, agora ex, se despede do comando do Reino Unido fazendo piada e cantando “doo dooo, doo doooo”, os políticos brasileiros ficam com olhos cheios de lágrimas. Na vitória ou na derrota.

E é sempre ao falar da família. Eduardo Cunha abandonou a frieza quase psicopata, ficou com a voz ainda mais fina e os olhos injetados, a boca entortando como menino que teve a bala roubada, ao mencionar a mulher, Cláudia Cruz, e uma filha, atingidas por seu “trust” inocente na Suíça alimentado por dinheiro público e propina. Não me pareceram lágrimas de crocodilo, só de perdedor.

Rodrigo Maia aguentou firme na Câmara até mencionar o pai em seu discurso, o ex-prefeito do Rio de Janeiro Cesar Maia. Ao agradecer ao pai, virou menino também, enxugou as lágrimas, os olhos ficaram vermelhos, quase soluçou, juntou frases improvisadas e ficou um pouco fora de si. Não é virtude nem defeito. É cultural? Essa emoção incontida parece muito verde-amarela. Nenhum inglês, francês, americano, alemão faria isso na Câmara ou no Senado ao assumir um comando. Aliás, nem espanhol, italiano ou português. Talvez, nem argentino.

Ao assumir como presidente na Argentina, Mauricio Macri ensaiou uns passos muito cafonas de dança, bem desengonçado. Claro, nenhum poderoso neste planeta chega aos pés de Barack Obama, que dança em qualquer ritmo, discursa em qualquer país, universidade ou situação delicada, de diplomacia, emergência ou terror, sem escorregar na pista ou na palavra.

Acho engraçado, curioso mesmo, que um cara de 46 anos como Rodrigo Maia, deputado veterano há quase duas décadas, ao ser eleito presidente da Câmara faça um discurso lacrimoso e diga publicamente que tomou três calmantes! Você não sabe se chora junto com ele ou se ri. Você afinal se envergonha ou se comove? Para quem está acostumado aos rituais políticos bem mais sóbrios na Europa, parece uma pantomima. O presidente da Câmara também falou, no discurso de vitória, do “Rodriguinho”, seu filhinho caçula e único varão. Rodrigo Maia é pai ainda de três filhas.

Perguntei ao psiquiatra Luiz Alberto Py os motivos dessa emoção que extravasa e expõe. “Primeiro, é cultural. É óbvio. A cultura do norte da Europa, anglo-saxônica, é mais fria que a cultura mediterrânea e latina. Mesmo no convívio e na rua, brasileiros se abraçam, se beijam, são mais expansivos. Em países do norte, emoção é algo reservado, privado, íntimo. Aqui no Brasil não há o menor constrangimento, nenhum esforço para reprimir. Até quando se ri, é com gargalhadas. Nada a ver com o humor britânico. Nosso humor é escrachado, rimos de nossas desgraças. E reagimos com uma intensidade que chega ao nível da falta de educação.”

Py lembra que uma vez, em Londres, estava no vagão do metrô e o trem parou de repente. Ninguém falou nada por vários minutos. Silêncio total. Até que uma voz no alto-falante disse que tinha havido uma pane e todos ficariam ali por um tempo ainda indefinido. “O cara que estava sentado a meu lado deu um profundo suspiro! E só”, disse Py. Sabemos bem que, se um trem para de repente num túnel no Brasil, todo mundo vai reclamar em voz alta, puxar conversa com o vizinho, gritar. Essa expansividade pode ser mais que um traço latino. Pode ser resultado de nossa mistura particular de latinos, indígenas e africanos. Nosso caldeirão.

Já que estamos às vésperas da Olimpíada, preparem seus lenços. Quando um atleta brasileiro, esforçado, estiver disputando uma medalha, em qualquer modalidade, todos se esquecerão das inconveniências do prefeito Eduardo Paes, e do governador parado no hospital, e do governador parado em exercício e até da Secretaria de Insegurança. Publiquei aqui uma coluna, em 2008, intitulada “Essa gente bronzeada e o chororô olímpico”. Os leitores se dividiram, entre elogios e ataques a meu suposto “antipatriotismo”. Eu escrevi, há oito anos: “A mídia dá cambalhotas para minimizar o constrangimento de anunciar repetidas derrotas de atletas brasileiros para telespectadores insones. Ninguém aguenta mais acordar cedo para ver o Brasil perder. Na falta de medalhas, a mídia entrevista famílias com voz embargada. E vamos todos à maternidade, onde está o filho recém-nascido do Marcelinho do vôlei. Close nos olhos vermelhos de todos. A musa Ana Paula também chora com saudade do filho. E o brasileiro chora junto, porque é sentimental e adora uma novela. Na categoria de choro derramado, o Brasil já é ouro.”

Brasileiro também chora com o hino, embora nem saiba a letra inteira. Tudo bem. Só não dá para chorar por político nenhum, em exercício ou afastado, em presídio ou em liberdade. Não merecem um pingo de nossa emoção.

Fonte: Ruth de Aquino - Época

 

domingo, 12 de junho de 2016

A hora de Cunha se aproxima

Mesmo fora da presidência da Câmara, Cunha continua a manobrar para evitar sua cassação, em franco desafio ao Supremo

Nos últimos dias, surgiram vários sinais de que a longa epopeia de desfaçatez e de impunidade protagonizada por Eduardo Cunha pode finalmente estar perto de seu epílogo. O aríete que começou a pôr abaixo os portões do castelo em que esse notório parlamentar está refugiado – e que ele considerava invulnerável – está sendo conduzido tanto pela Justiça quanto por alguns dos principais partidos da Câmara, que, mesmo sendo adversários entre si, encontraram em Cunha o inimigo comum.

No âmbito judicial, uma das novidades mais importantes foi a decisão do juiz Sérgio Moro, tomada na quinta-feira, de aceitar denúncia contra a mulher de Cunha, Cláudia Cordeiro Cruz, transformando-a em ré no processo em que o deputado é acusado de receber propina de um empresário português para conseguir contratos da Petrobrás na África. Cláudia teria ocultado valores em contas secretas no exterior e lavado dinheiro por meio da compra de bens de luxo e do pagamento de despesas.

A acusação contra Cláudia desmonta o argumento central da defesa de Cunha, o de que ele não tem contas no exterior apenas um truste, sobre o qual não teria controle. “Os criminosos mais antiquados usavam laranjas e testas de ferro; criminosos modernos e mais sofisticados usam offshores e trustes”, explicou o procurador Deltan Dallagnol.

Tanto ou mais importante que a demolição da tese de defesa de Cunha foi o ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, ter liberado para julgamento uma denúncia contra Cunha, também a propósito de suas contas secretas na Suíça. A denúncia havia sido oferecida pela Procuradoria-Geral da República em março. Naquele mês, o Supremo transformara Cunha em réu, sob acusação de receber propina em contratos de navios-sonda da Petrobrás. Nesse caso específico, o ministro Teori, em despacho no dia 7 passado, deu a Cunha cinco dias para defesa. Ao estabelecer esse prazo, que só começa a contar a partir da notificação do réu, o Supremo reduz um pouco mais o espaço de que Cunha dispôs até agora para suas chicanas.

A zona de conforto na qual o peemedebista trafegava já havia sido limitada quando o Supremo, em maio, decidiu afastá-lo da presidência da Câmara – medida carregada de excepcionalidade, [o afastamento da presidência da Câmara foi consequência da aplicação ao acusado da "pena" SUSPENSÃO DE MANDATO PARLAMENTAR, sanção que inexiste na Constituição Federal e na legislação infraconstitucional - é questão de tempo que seja a anomalia jurídica devidamente reparada.
Por mais graves que sejam os crimes dos quais Cunha é ACUSADO, o Estado Democrático de Direito não permite que nenhum criminoso seja punido com pena inexistente.]  mas que o tribunal considerou inevitável em razão do uso que Cunha vinha fazendo de seu cargo de presidente para se safar.

Mesmo fora da presidência da Câmara, Cunha continua a manobrar para evitar sua cassação, em franco desafio ao Supremo. Como um senhor feudal, formou uma bancada de vassalos dedicada dia e noite a impedir que prospere a ação contra ele e a chantagear o governo. Mesmo sem Cunha e seus ardis, a Câmara já não seria um exemplo de retidão e de defesa dos interesses públicos; com ele, impune e desafiador, o Legislativo reduziu-se a pouco mais que um balcão de negócios.

Talvez seja por isso que partidos hoje rivais, como PT e PSDB, estejam se articulando para fazer frente à bancada arregimentada por Cunha e eleger um novo presidente da Câmara. Não se sabe se essa concertação, embora obviamente necessária, terá resultado, pois as diferenças entre tucanos e petistas são imensas, mas a simples disposição para conversar já dá uma ideia do desafio que Cunha representa para a política nacional.

Resta esperar que o PMDB, partido de Cunha e do presidente em exercício Michel Temer, também colabore para abreviar essa agonia. Diante das suspeitas de que o Planalto estaria interessado em salvar Cunha, Temer mandou dizer que seu governo “não é ação entre amigos”.

Que assim seja, pois tudo o que se deseja é que a justiça afinal se faça e que Cunha seja punido conforme a lei, sem mais delongas. Mas o País também precisa se perguntar como foi possível que um único deputado pudesse causar tantos estragos, mobilizando tão formidável bancada pessoal no Congresso, totalmente indiferente ao voto recebido de seus eleitores e devotada apenas à proteção de seu suserano. A derrota desse parlamentar não pode ser o fim do esforço para sanear o Legislativo. É preciso ir além e desmontar o sistema que permitiu que alguém tão desqualificado para a vida pública pudesse amealhar tanto poder

Fonte: Editorial - O Estado de S. Paulo 

 

sábado, 11 de junho de 2016

Janot vai a jato com Cunha. Já com os outros…

Procurador-geral oferece terceira denúncia contra presidente afastado da Câmara

Há uma coisa, vamos admitir, que realmente anda a jato na Lava-Jato: as denúncias de Rodrigo Janot contra Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente afastado da Câmara. Depois de tudo o que a gente viu e sabe sobre o Afastado, é até provável que seja tudo verdade. Mas por que a lentidão nos outros casos?

Janot oferece nesta sexta a terceira denúncia contra Cunha. Ele teria recebido propina de R$ 52 milhões do consócio que tocava Porto Primavera, composto por Odebrecht, OAS e Carioca Christiani Nielsen Engenharia.

Informa Folha: “Em seus acordos de delação premiada, os empresários Ricardo Pernambuco e Ricardo Pernambuco Júnior entregaram uma tabela de transferências de contas no exterior.
De acordo com os empresários, as transferências eram propina para Cunha com o objetivo de obter a liberação de verbas do fundo de investimentos do FGTS para o projeto do Porto Maravilha, no Rio, do qual a Carioca Engenharia obteve a concessão em consórcio com as construtoras Odebrecht e OAS. Essa liberação ocorreria por influência de Fábio Cleto — então vice-presidente da Caixa Econômica Federal.”

Ouvido, Cunha acusou Janot de selecionar os alvos e se disse inocente. Como sempre, né?

Cunha afirma que patrimônio de mulher é fruto de indenização trabalhista

A ex-jornalista Cláudia Cruz, segundo o peemedebista, recebeu 5 milhões de reais da TV Globo

O presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), voltou a sair em defesa de sua mulher, a ex-jornalista Cláudia Cruz, ré na Operação Lava Jato, e a negar que ela tenha recebido ou utilizado recursos de origem ilícita. Cunha afirmou que o patrimônio de Cláudia Cruz é fruto de indenização trabalhista recebida contra a TV Globo. A assessoria do peemedebista informou ao site de VEJA que o valor da indenização foi de cerca de 5 milhões de reais.

Conforme denúncia do Ministério Público acatada pela Justiça nesta quinta-feira, a conta suíça Kopek, que tinha Cláudia como beneficiária final, lavou 1,079 milhão de dólares (cerca de 3,66 milhões de reais) de recursos oriundos de propina na compra de serviços e artigos de luxo. "Entre 20/01/2008 e 2/04/2015, por inúmeras vezes, dentre outros locais em lojas de artigos de luxo localizadas nas cidades de Nova Iorque, Miami, Orlando, Barcelona, Zurique, Paris, Roma, Lisboa e Dubai, a denunciada Cláudia Cordeiro Cruz, dolosamente, utilizando-se de valores de propina recebidos na conta suíça Kopek (em que a denunciada Cláudia Cruz era beneficiária final), converteu em ativos de aparência lícita consistentes em bens e serviços, incluindo artigos de grife como ternos, bolsas, sapatos e roupas femininas", detalha o MP.

Em nota divulgada nesta sexta, Cunha disse que Cláudia detinha conta individual, em seu nome pessoal, onde ela não figurava como beneficiária, mas sim como titular "da referida conta, que apenas tinha nome de referência Kopek e não empresa chamada Kopek".

Segundo o peemedebista, que também é réu na Lava Jato, o patrimônio de sua mulher que foi transferido para um trust e que suportou os gastos familiares "teve origem antiga, de atividades privadas, sem nenhuma relação com a atividade pública". "O patrimônio da minha esposa foi constituído pelo seu trabalho na atividade de televisão, sendo a maior parte dele fruto de indenização trabalhista, recebida em ação judicial contra a TV Globo, o que explica boa parte da animosidade e relevância com relação à dada por veículos dessa organização", continuou Cunha.

"Volto a reafirmar que não houve nem recebimento nem utilização de qualquer vantagem indevida, e que a acusação de que valores de propina foram gastos em artigos de luxo são falsas, sendo que a referida denúncia não apresentou qualquer prova em relação a isso", repetiu o presidente afastado da Câmara.

 Pimentel manobrou e ainda está sem punição

Fernando Pimentel se mantém no governo de Minas enquanto STJ não decide se aceita acusação contra ele

A cada dia se complica a situação do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT). Ele é suspeito de receber suborno e de se beneficiar de recursos ilícitos na última eleição. A Operação Zelotes moveu uma denúncia contra o petista por ajudar ilegalmente montadoras quando era ministro do Desenvolvimento, na gestão Dilma. O STJ até agora não decidiu se aceita a acusação, o que apearia automaticamente Pimentel do cargo. Enquanto isto, o braço-direito do petista resolveu contar tudo o que sabe em troca de redução de pena. 

O empresário Benedito Rodrigues, o Bené, disse que, entre outras operações, Pimentel recebeu milhões de empreiteiras para fazer lobby junto a governos do exterior. Afirmou também que o governador direcionou parte do dinheiro ilegal para negócios de um sobrinho. Não é primeira acusação contra familiares do petista. A primeira-dama Carolina Oliveira é também alvo dos agentes da Zelotes. Em uma estratégia suspensa pela Justiça, Pimentel tentou nomeá-la secretária estadual para lhe dar foro privilegiado e atrapalhar as investigações.

Fonte: Isto é, Veja, Blog do Reinaldo Azevedo