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domingo, 7 de janeiro de 2024

E agora, Zelensky? A Ucrânia está cada vez mais sozinha, e o mundo perderá com isso - Gazeta do Povo

Leonardo Coutinho - VOZES

Brasil, América Latina, mundo (não necessariamente nesta ordem)

Guerra na Ucrânia E agora, Zelensky?

Os presidentes Joe Biden e Volodymyr Zelensky durante visita do norte-americano à Ucrânia, em fevereiro de 2023.

Os presidentes Joe Biden e Volodymyr Zelensky durante visita do norte-americano à Ucrânia, em fevereiro de 2023.| Foto: Adam Schultz/White House/Flickr

A neve que tinge de branco algumas paisagens da Ucrânia nos avisa que a guerra de agressão da Rússia, iniciada em fevereiro de 2022, já alcançou o seu terceiro inverno.  
O frio torna o conflito ainda mais duro e brutal. 
Mas há algo ainda mais gélido que a hostilidade do clima. Os ucranianos estão cada vez mais sozinhos.

O presidente americano, Joe Biden, avisou que, se o Congresso não aprovar novos pacotes de ajuda financeira, ele não tem como fazer isso de forma discricionária para ajudar a Ucrânia a enfrentar a invasão russa. O dinheiro acabou.

A notícia trouxe o presidente Volodymyr Zelensky a Washington no mês passado, mas ele voltou para casa de mãos vazias. E possivelmente sabendo que, sem o suporte americano, a resistência ao agressor se torna um desafio ainda mais duro.

    Os ucranianos estão cada vez mais sozinhos

Não custa relembrar que, quando Biden diz que “o dinheiro acabou”, não quer dizer que os Estados Unidos estão de cofre vazio. Ele fala de orçamento – algo que os rivais dos Estados Unidos não têm como limite de ação. 
No caso ucraniano, Vladimir Putin não tem nada que o impeça de investir na guerra. Nem as sanções, que deveriam ser o dificultador, parecem ter sido capazes de parar seu expansionismo. [desde o inicio da guerra, que temos dito ser o conflito Ucrânia x Rússia uma guerra que o ex-comediante, que atualmente preside a Ucrânia, arrumou  confiando que os outros países iriam guerrear pela Ucrânia.
Enganou aos incautos, especialmente ao valoroso povo ucraniano e a alguns líderes  que estão na OTAN.
Todos confiaram que um boicote ao governo de Putin levaria a Rússia à derrota. 
Esqueceram que a Rússia é autosuficiente em petróleo e com condições de boicotar o fornecimento de gás a muitos países europeus.
Tudo nos leva a perguntar: até onde Israel vai? conseguirá o que deseja?]

Como se não bastassem as questões orçamentárias, Biden está em um ano eleitoral. E, por mais que possa parecer estranho, ajudar a Ucrânia parece ter virado uma questão tira-voto.  

Para além dos trumpistas desmiolados que acham que Putin é um cara bacana, pois enfrenta o climatismo, o globalismo e a ideologia de gênero, muitos americanos estão convencidos de que os bilhões de dólares de seus impostos, que serviram para reforçar as defesas ucranianas, seriam mais bem usados nos Estados Unidos.

Republicanos acham que o dinheiro tem de ser usado para reforçar a proteção da fronteira sul, por onde entram milhares de imigrantes ilegais, e combater a pandemia de opioides
Democratas acham que o dinheiro poderia servir para mitigar o peso dos imigrantes ilegais nas contas dos estados e cidades receptoras, como Nova York, que vive um verdadeiro caos com a gestão da invasão dos ilegais.

Veja Também:

    As várias frentes de uma mesma guerra

    É assim que Putin mexe com sua cabeça e seu coração

    O espião de Putin no Brasil será devolvido para a Rússia, com amor

De norte a sul dos polos da política americana há uma falta de compreensão de que o caos na fronteira, os opioides, a guerra na Ucrânia e em Gaza, a tensão sobre Taiwan, as estripulias de Nicolás Maduro e as ameaças do Irã fazem parte do mesmo conflito. 

São frentes distintas de uma só guerra. A barbárie do Hamas, seguida da reação de Israel, desviou o foco da Ucrânia, que por sua vez foi um laboratório para a China estudar como o mundo reagiria a uma invasão de Taiwan.

Biden está com sua reeleição ameaçada e precisa olhar para dentro se não quiser ser trucidado nas urnas. O resultado disso é um novo vácuo de influência que será preenchido pelo eixo liderado por China e Rússia. A derrota da Ucrânia será a derrota de todos nós. Quando isso ficar claro, vai ser tarde

A campanha democrata sabe que não há como derrotar Donald Trump sem fazer este ajuste de rota. Mas isso pode significar que a Ucrânia não resista até novembro, quando o presidente americano para os próximos quatro anos será conhecido. Talvez este seja o mais longo inverno.

Zelensky nunca se mostrou disposto a ceder em um acordo de paz desfavorável para os ucranianos, como o que o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva ensaiou mediar. Um acordo que “leve em conta a segurança da Rússia”, como chegou a afirmar o assessor presidencial e chanceler de fato, Celso Amorim.

Ainda que Zelensky resista até o fim do ano, Putin já venceu.  
Estraçalhou a Ucrânia em uma guerra longa, cara e mortal. 
Os custos russos foram igualmente enormes. Mas os ganhos são elevados. Entre eles está a torra dos estoques dos arsenais ocidentais e o desgaste da opinião pública com guerras “dos outros”
Putin já virou a vítima para muitos. Insólito, mas assustadoramente real.

A mesma coisa se aplica ao Hamas. Ainda que perca militarmente frente à reação israelense, os terroristas já venceram. Reavivaram a “causa palestina”, reacenderam o antissemitismo que estava preso no armário e ainda prestaram um serviço e tanto a Rússia e China ao abrir outra frente de batalha política e socialmente onerosa para os americanos – devido à relação dos Estados Unidos com Israel.

Zelensky está em uma grande enrascada. A derrota da Ucrânia será a derrota de todos nós. Quando isso ficar claro, vai ser tarde.


Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

Leonardo Coutinho, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Lula errou em Cuba e deve errar em Nova York

O presidente insiste em defender quem o atrapalha e a atacar quem pode ajudá-lo

Lula está em sua 15ª. viagem internacional. Desta vez por um bom motivo: vai discursar na sessão inaugural da ONU, que o Brasil tradicionalmente abre há muitos anos.

No caminho de Nova York, Lula parou em Cuba. 
Disse que o embargo americano é “ilegal”. Ilegal na lei de quem, cara pálida?  
Cuba confiscou bens americanos e emprestou seu território para que os russos instalassem mísseis nucleares voltados contra os EUA. 
Em mais de uma oportunidade, Fidel disse que se tivesse as senhas, teria disparado os mísseis, e que queria varrer os EUA do mapa. (É curioso que um país que quer destruir o outro reclame de que outro não quer fazer comércio.)
 
Lula defende Cuba não apenas por cacoete, por suas relações com os Castro e por sua visão geopolítica terceiromundista
Neste caso, é também uma explicação prévia para o fracasso que terá na missão de recuperar os R$ 3 bilhões que o Brasil emprestou para ao país durante os governos Lula e Dilma. 
Diante da penúria econômica cubana, o máximo que conseguirá é trocar o calote que já tomamos por um calote que ainda tomaremos.

A linha adotada por Lula é equivocada, mas não surpreende. Surpreendente é a cara de pau em dizer que a ditadura cubana “tem sido defensora de uma governança global mais justa”. Francamente.

Depois de desancar os EUA, reclamou da “dívida histórica dos países ricos pelo aquecimento global”. Nisso, Lula não está errado, o problema é que não faz proposta concreta. E sem proposta concreta, o discurso vira papo de palanque, destinado a justificar a exploração de petróleo na foz do Amazonas.

Lula só discursa na ONU amanhã — mas já se sabe o que ele deve dizer. Deve dizer que “o Brasil voltou”. 
Que o Brasil está comprometido com o combate ao aquecimento global. Que é preciso um grupo de trabalho para negociar a paz (dando a entender que o Brasil deve ser o coordenador desse grupo). 
E deve criticar ricos em geral e EUA em particular. 
 
Mas não vai fazer proposta sobre aquecimento, nem falar de explorar petróleo na foz do Amazonas
Não vai reconhecer que, tendo apoiado o invasor e posto a culpa no invadido, não está em condições de mediar a paz. 
Não vai mencionar o Tribunal Penal Internacional, o qual recentemente atacou e do qual falou em se retirar (para poder receber o invasor Putin). 
 
Entre outros encontros bilaterais, Lula deve se encontrar com Biden e com Zelensky. 
Biden é um dos maiores responsáveis pela não adesão dos militares ao golpe que tiraria Lula do poder, mas Lula não para de atacá-lo. 
Quanto a Zelensky, presidente da Ucrânia, já o causou de ser culpado pela guerra.

Vamos torcer para que Lula faça um discurso que não seja terceiro-mundista demais, e que consiga tirar a má impressão de Biden, Zelensky e Europa.

Ricardo Rangel - Coluna Revista VEJA


segunda-feira, 22 de maio de 2023

Lula fugiu de Zelensky, enquanto brasileiros fogem de Lula - Alexandre Garcia,

Gazeta do Povo - VOZES
 
Japão, MST e presos no 8/1

O presidente Lula está de volta do Japão e a gente fica se perguntando o que ele foi fazer lá. [notório que desperdiçar dinheiro público e fazer turismo com Janja (com nossos impostos) - lá foi mais fácil neutralizar as investidas do Biden. Afinal o que um ignorante tem a fazer em uma reunião de estadistas? Ficar decepcionado,  conforme deduziu o presidente da Ucrânia.] Quanto custou essa viagem para o outro lado do mundo? Mais uma, né. Não falou nem com o Zelensky, que estava querendo falar com ele. Falou com praticamente todo mundo lá, menos com Lula, que estava fugindo depois das declarações que provocaram muitas dúvidas sobre as posições da política externa brasileira em relação ao conflito Ucrânia e Rússia.

Zelensky, perguntado se não estava decepcionado por não ter conseguido conversar com Lula, respondeu rindo: “Ele é que deve estar decepcionado por não ter tido essa conversa comigo”. [o ex-presidiário, também presidente do Brasil,  anda tão desacreditado condição que, por consequência, desmoraliza o país que preside, que até um ex-palhaço faz gozação da conduta do 'estadista'.]

Por que as pessoas saem do Brasil?
Eu queria perguntar para os jovens que estão me escutando, o que eles acham do Brasil do futuro? Vão casar? Já estão recém-casados? Seus filhos estão pequenos? Um dia vocês terão netos, que Brasil vocês querem?  
Um Brasil rico, que possa dar uma boa renda para vocês? 
Que tenha empresas que possam pagar bons salários, que tenha uma boa educação para seus filhos? 
Que sobretudo seus filhos tenham segurança!

Estou dizendo isso porque estou em Portugal, e cada vez que encontro um brasileiro que mora aqui, eu pergunto: por que você veio?  A primeira coisa que eles me dizem é “já fui assaltado cinco vezes”. Ou “aqui eu tenho mais oportunidades”, “aqui eu tenho mais oportunidades para os meus filhos”, “aqui eu tenho mais chances de receber mais”, “aqui eu tenho mais paz”, “aqui eu tenho liberdade”.

Pois é, tem uma questão abstrata, que vale tanto como a vida
A nossa liberdade, a despeito de ser garantida por cláusula pétrea na Constituição, estão tentando separar aquilo que nós podemos dizer e o que nós não podemos dizer. 
Começou com essa bobagem do politicamente correto. Revoltante. 
As pessoas têm que se comprometer que não vão falar de tais e tais assuntos, ou que vão falar assim e assado, meu Deus do céu!

Que intromissão na liberdade natural das pessoas. Alguns podem dizer que é uma dádiva divina, digamos que é um direito natural a liberdade de expressão. Isso é muito importante.

O STF e o militar que mandou prender as pessoas em frente ao quartel
Eu queria falar também com vocês a respeito desses julgamentos que o STF está fazendo. É muito estranho. 
Por exemplo, Fernando Collor, ele não é mais senador desde fevereiro, então o foro dele não é mais o Supremo
Mas por outro lado, 1.050 brasileiros já foram considerados réus pelo Supremo. E são gente humilde, gente do meio rural que vieram se manifestar em Brasília, não sabem até agora porque foram presos. E, no entanto, foram presos.

A gente já viu isso na história dos governos ditatoriais. Prisões em massa, que não são prisões em flagrante
Agora um general, o ex-comandante militar do Planalto confessa que foi ele que mandou prender. 
Mas ele não é juiz, não é delegado de polícia e não era flagrante
Como é que prendeu, que cercou, para depois levá-los presos? 
Como disse o ministro Nunes Marquessem nenhum indício de terem praticado crime nem da individualização da conduta de cada um. Assim como não havia o juiz natural para mandar prender. 
Se estivessem em flagrante delito qualquer um do povo poderia prender.

Mas a lei e a Constituição, parece que estão entregues ao arbítrio. Daí eu pergunto para os jovens, para um casal recém-casado: é esse o Brasil que querem?

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


segunda-feira, 27 de junho de 2022

Zelensky pede que G7 'faça o máximo' para terminar guerra até fim do ano - O Globo

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fez um apelo nesta segunda-feira para que os líderes do Grupo dos Sete (G7), que reúne algumas das economias mais avançadas do mundo, "façam o máximo" para pôr um fim à invasão russa até o fim do ano, afirmando, porém, que "este não é o momento para negociações". O grupo, que se reúne na Alemanha, prometeu a ajudar Kiev "financeira, humanitária, militar e diplomaticamente" pelo "tempo que for necessário".[comentando, sendo até recorrente: esse Zelensky não é só um ex-comediante, é na realidade uma comédia; o cidadão arruma para a Ucrânia uma guerra que não pode ganhar - também contava que os aliados do País que preside iriam combater contra a Rússia e ele fazer discursos e na Ucrânia tudo normal - e agora quer que os aliados acabem a guerra no tempo que ele quer - "até o fim do ano".
Uma guerra em que o Ocidente não vai combater - fornecerá equipamento militar, ajuda humanitária, dinheiro, sanções econômicas (de efeito demorado e de pouca valia) e a Rússia continuará no controle da guerra, decidindo quando e onde atacar e a força do ataque, retaliando os países europeus que continuam dependentes do petróleo e gás russos, os países mais pobres tendo a fome aumentada e, infelizmente, mais ucranianos morrendo.  
Ao que pensamos ou o presidente ucraniano aceita uma negociação em que seu país perderá alguma coisa - não perdendo tudo - ou a Ucrânia terá que mais adiante dispensar os serviços do Zelensky e aceitar paz sobre condições mais duras.
Não estamos de nenhum dos lados, apenas expressamos o que nos parece ser o desfecho inevitável.]

O G7, até agora, disse que irá impor novas sanções para restringir as importações russas de tecnologia bélica, reafirmando em uma declaração conjunta de apoio à Ucrânia seu "comprometimento irrevogável com o governo e povo" do país. As sete nações disseram ainda que irão expandir as medidas para russos responsáveis por crimes de guerra e que pioram "a insegurança alimentar global" ao "roubar e exportar grãos ucranianos".

Os comentários vieram após Zelensky participar por videoconferência da reunião no castelo Elmau, na Baviera, no Sul da Alemanha. Segundo fontes da AFP, ele "apresentou uma mensagem muito forte e disse que é necessário fazer o máximo para tentar acabar com a guerra antes do fim do ano".

O governo ucraniano crê que o plano do Kremlin é postergar o conflito até o inverno no Hemisfério Norte, que é bastante rigoroso na Ucrânia. Segundo Kiev, Moscou crê que o frio e a neve poderão facilitar novos ganhos territoriais. Além disso, as consequências na Europa da redução do envio de gás russo serão mais sentidas. [um pouco de História: foi o "general inverno"  que derrotou a poderosa Wehrmacht - no caso a Rússia foi quem ganhou com o inverno, era quem estava sob ataque alemão,  e agora  quer usar o "general  inverno" para atacar a Ucrânia e ganhar a guerra mais rapidamente.]

Segundo fontes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) ouvidas pelo Financial Times, acredita-se que o Kremlin deve frear sua ofensiva em algum momento nos próximos meses para reagrupar e repensar sua estratégia, voltando com força máxima no fim do ano. O plano russo seria similar ao visto no fim de março, quando, após acumular fracassos em seus planos iniciais de tomar grandes cidades, como Kharkiv e a própria capital, Kiev, fez uma correção de curso. Os esforços foram concentrados em Donbass, no Leste, composta pelas regiões de Donetsk e Luhansk. Na sexta, caiu Severodonetsk, a penúltima cidade controlada pelos russos em Luhansk e que agora está segundo seu prefeito,  Oleksandre Striuk, totalmente ocupada pelos russos.

Segundo as fontes com conhecimento sobre os pontos discutidos nesta segunda, Zelensky disse para os líderes do G7 que o inverno boreal significará que “entraremos em uma situação em que as posições ficarão congeladas”. É necessário, disse Zelensky, que as sanções sejam “intensificadas e a pressão seja mantida”.

Em uma nota, o governo francês disse que o presidente ucraniano foi direto em seu pronunciamento, afirmando que “agora não é o momento para negociações, que a Ucrânia negociará quando estiver em posição de fazê-lo”.

As negociações estão paralisadas desde abril. Kiev, que inicialmente concordara em deixar a Península da Crimeia, anexada por Moscou em 2014, fora das negociações, e em dar autonomia às regiões onde atuam separatistas pró-Rússia em Donbass, mudou de posição depois de receber armamentos mais sofisticados do Ocidente. "Entretanto, é necessário pôr fim a guerra o mais rápido possível", disse o Eliseu, destacando como prazo o inverno no Hemisfério Norte e afirmando que Zelensky insistiu na "necessidade de um apoio pleno, completo e muito operativo" para "restaurar a integridade territorial" ucraniana.

Já o chanceler alemão, Olaf Scholz, disse que o grupo seguirá “aumentando a pressão” sobre o líder russo, Vladimir Putin: “Como G7, estamos unidos ao lado da Ucrânia e continuaremos apoiando-a. Para isso, precisaremos tomar decisões difíceis, mas necessárias”, tuitou o social-democrata, anfitrião da cúpula. “Seguiremos aumentando a pressão sobre Putin. Essa guerra deve terminar.”

Pelo Telegram, Zelensky agradeceu pela "ajuda relativa na defesa e nas finanças", afirmando que Kiev "sente o apoio". Fez, contudo, um apoio para que os líderes sejam mais ambiciosos: “Para nós, é importante que os países do G7 adotem uma posição coerente no que diz respeito às sanções. Elas devem ser mais reforçadas, limitando o preço do petróleo exportado pelo agressor”, escreveu.

Ele refere-se ao debate sobre a imposição de um teto ao preço do petróleo russo, buscando minar a capacidade do Kremlin de financiar o conflito. Logo após o início da invasão, em 24 de fevereiro, países como os Estados Unidos, o Reino Unido e a Austrália anunciaram boicotes ao petróleo russo. O impacto dos cortes e sanções, contudo, não tem sido significativo até o momento.

China e Índia, os países mais populosos do mundo, investiram para comprar aproximadamente o mesmo volume de petróleo russo que teria ido para o Ocidente. Como o preço do produto disparou, Moscou recebe mais do que em janeiro, um mês antes do conflito eclodir.

De acordo com fontes, o mecanismo debatido no G7 só permitiria o transporte de petróleo e derivados russos vendidos abaixo de um limite acordado. Embora esse acordo possa ser fechado na cúpula — incluindo as nações convidadas, grupo que inclui a Índia — ainda não está claro se os líderes serão capazes de definir detalhes específicos, como o nível do teto de preço, antes do final do encontro.

A discussão vem no mesmo dia em que Moscou entrou em calote pela primeira vez em mais de um século, depois que venceu no domingo o período de carência para o pagamento de cerca de US$ 100 milhões em juros de uma dívida que expirou em 27 de maio. O país nega ter dado o calote, já que tem dinheiro para pagar a dívida, mas está praticamente excluído do sistema financeiro global devido às sanções ocidentais.

Formado por EUA, Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália e Japão, o G7 foi criado durante a Guerra Fria pelas maiores economias do mundo capitalista. Hoje, é um grupo de coordenação entre países aliados dos EUA, do qual participa também uma representação da União Europeia (UE).

Outra demanda perene de Zelensky é por mais armas, após Kiev esgotar seu arsenal próprio e depender dos aliados para mais apoio militar. Dias após enviar os poderosos sistemas de foguetes Himars prometidos no início do mês, Biden deve anunciar nesta semana que Washington vai comprar e doar para Kiev os chamados Sistemas Nacionais de Mísseis Aéreos Avançados (Nasams, na sigla inglês), sistemas de defesa aérea de médio a longo alcance.

A reunião do G7 vem em meio a uma maratona de cúpulas internacionais em que Kiev estará no centro dos debates. No final da semana passada, os líderes da União Europeia se reuniram e confirmaram que os ucranianos tornaram-se candidatos à adesão ao bloco. Já entre os dias 28 e 30, os chefes dos países-membros da Otan se reunirão em Madri para discutir o maior reforço militar desde a Guerra Fria.

O Globo; Agências Internacionais — Schloss Elmau, Alemanha

 

terça-feira, 10 de maio de 2022

Zelensky pede fim de bloqueio portuário para evitar crise alimentar global

Importante fonte de trigo e milho, Ucrânia é conhecida como 'celeiro da Europa' e exporta para países do Oriente Médio e Norte da África

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, fez um apelo à comunidade internacional por medidas imediatas para acabar com o bloqueio da Rússia aos portos da Ucrânia, um dos maiores produtores de trigo no mundo. O líder ucraniano alertou que os ataques russos à região portuária de Odessa, atingida por mísseis na segunda-feira, 9, afetam as exportações de grãos e podem gerar uma crise alimentar global. “Pela primeira vez em décadas não há movimento normal da frota mercante, nenhum porto está funcionando normalmente em Odessa”, disse Zelensky nesta terça-feira, afirmando que a crise na região portuária da Ucrânia é a pior desde a Segunda Guerra Mundial.

As declarações do presidente ocorrem um dia após mísseis russos atingirem um shopping center e um depósito nos arredores do porto do Mar Negro, uma das principais portas de entrada da Ucrânia para o mundo. De acordo com as Forças Armadas ucranianas, uma pessoa morreu e cinco ficaram feridas durante o ataque.

O incidente interrompeu uma reunião entre Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, e o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, forçando-os a entrar em um abrigo antiaéreo. Michel disse ao The Guardian que viu armazéns cheios de grãos, trigo e milho impossibilitados de exportar. “Este alimento tão necessário está retido por causa da guerra russa e do bloqueio dos portos do Mar Negro, causando consequências dramáticas para os países vulneráveis”, disse ele. A autoridade da União Europeia acrescentou que é necessária uma “resposta global” aos ataques. [comentando: a leitura da presente matéria deixa a impressão que o ex-comediante que o povo ucraniano escolheu para presidir seu país, considera uma guerra uma comédia, uma brincadeira de faz de conta.
É necessário que aquele senhor entenda que GUERRA é GUERRA. 
Óbvio que por razões humanitárias algumas práticas são terminantemente proibidasensejando sérias punições aos que a praticam; destacamos, sem intenção de limitar:  - ataques a mulheres, crianças, idosos, asilos e orfanatos, escolas, hospitais, atos cruéis sejam contra a população civil ou militares prisioneiros, uso de determinadas armas.
Fora tais restrições o direito de ataque às instalações militares, aeroportos e portos, pontes, bloqueio naval, aéreo, terrestre, ataques a indústrias, restrições à livre circulação de mercadoria, tudo é válido. 
Esta longa introdução é para mostrar que o senhor Zelenski continua promovendo uma guerra na qual seu objetivo é que outros combatam pela Ucrânia.  
Uma das suas mais recentes artimanhas é apelar à comunidade internacional por medidas imediatas para acabar com o bloqueio da Rússia aos portos da Ucrânia.  Que o senhor Zelenski entende por uma guerra??? O bravo povo da Ucrânia morrendo e o seu presidente fazendo discursos virtuais em parlamentos? ]

Ucrânia é conhecida como o “celeiro da Europa” e é uma importante fonte de trigo e milho especialmente para países do Oriente Médio e Norte da África, que dependem de importações. A provável quebra da colheita neste ano pode ter grandes repercussões, diminuindo a oferta e elevando os preços de produtos agrícolas importantes. Segundo o Banco Mundial, a guerra causará o maior choque das commodities em 50 anos. “Sem nossas exportações agrícolas, dezenas de países em diferentes partes do mundo já estão à beira da escassez de alimentos. E com o tempo, a situação pode se tornar absolutamente terrível”, alertou Zelensky.

O chefe de Estado ucraniano apontou que o risco de uma crise alimentar global é uma consequência direta da agressão russa e, portanto, a situação só poderia ser superada com uma ação conjunta de todos os países europeus. Diversas partes da cidade portuária de Odessa, ponto crucial da economia ucraniana, vem sofrendo a ofensiva da Rússia. No final de abril, mais de quarenta pessoas morreram em um incêndio de uma sede sindical da cidade. Informações do Ministério do Interior da região indicaram que o incidente foi provocado por um confronto entre separatistas pró-Rússia entrincheirados dentro do prédio e grupos pró-Kiev.

O aeroporto de Odessa também foi alvo de mísseis no dia 30 de abril. O ataque gerou estragos na pista de pouso e decolagem.  A cidade de Odessa, localizada no sul do país, é a quarta maior da Ucrânia e era uma das poucas afetadas pela guerra. Contudo, nas últimas semanas, a área no sul do país virou alvo dos russos por ser considerada estratégica para o avanço das tropas para a Transnístria, região separatista pró-Rússia na Moldávia.

Em março, o presidente da Ucrânia apontou planos de Putin para atacar a cidade, que abriga cerca de um milhão de pessoas. “Estão se preparando para bombardear Odessa. Será um crime militar. Será um crime histórico”, especulou Zelensky na ocasião. A tomada de Odessa por Vladimir Putin seria um passo decisivo ao controle total do sul ucraniano por Moscou, inviabilizando o acesso do governo de Kiev ao Mar Negro.

 Mundo - Revista VEJA


domingo, 10 de abril de 2022

Além dos vídeos, Zelensky usa lei marcial para consolidar apoio e conter dissidências internas - O Globo

 Filipe Barini

Presidente viu popularidade chegar a 90% depois do início da invasão russa e é visto como 'herói' no Ocidente, mas analistas apontam que algumas de ações, como a suspensão de siglas de oposição, podem ter impactos após o fim do conflito

Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, entrega alimentos a moradores da cidade de Bucha, nos arredores de Kiev, no dia 4 de abril Foto: STR / AFP
Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, entrega alimentos a moradores da cidade de Bucha, nos arredores de Kiev, no dia 4 de abril Foto: STR / AFP

Em 31 de março, pouco depois de a Rússia anunciar uma mudança de estratégia na invasão da Ucrânia, com a redução “drástica” de seus ataques à região de Kiev, o presidente Volodymyr Zelensky revelou dois raros sinais de dissidências internas. Primeiro, anunciou a demissão de dois integrantes do Serviço de Segurança da Ucrânia, dois agora ex-generais apontados como “traidores” e “anti-heróis”. Depois, ordenou o retorno de seus embaixadores na Geórgia e no Marrocos, afirmando que eles não cumpriram suas funções de defender o país.[Será que a queda da máscara do ex-comediante ??? permitirá que o mundo perceba,  apesar do noticiário da mídia adestrada pelo esquerdismo progressista, que Zelensky é apenas um aproveitador, a favor dos seus interesses e dos seus aliados de  Ocidente que estão mais para aliados de 'palanque' e que para satisfazer sua vaidade permanece em uma guerra que sabe que não vai vencer e causará morte de milhares de ucranianos.]

Desde o início do conflito, Zelensky ostenta uma imagem de líder forte, contrariando uma postura vista como instável e questionada por adversários até semanas antes da invasão — em entrevista à Time, em março, amigos revelaram proibi-lo de olhar o Facebook, uma vez que comentários negativos o deixavam triste.

Isso até as primeiras bombas russas começarem a cair, quando Zelensky passou a criticar as forças de Moscou e a pedir aos ucranianos que resistissem a todo custo, incluindo com coquetéis-molotovs. Ao exterior, intensificou os apelos por ajuda militar e sanções contra os invasores, tornando-se uma espécie de “herói” no Ocidente. Até no Grammy, a maior premiação da música nos EUA, ele discursou.

Caçada de espiões:Medo de sabotadores da Rússia causa ansiedade e paranoia na Ucrânia

Hoje, sua popularidade, que era de 30% a 35% em meados de dezembro, está perto dos 90%, resultado da nova postura e da coesão entre seus assessores mais diretos, alguns deles conhecidos dos tempos de ator e comediante. A imagem de um governo unido é reforçada nas falas do presidente— Estamos todos aqui. Nossos militares estão aqui. Cidadãos da sociedade estão aqui. Estamos todos aqui defendendo nossa independência, nosso país, e isso vai continuar da mesma forma — disse Zelensky em vídeo de 25 de fevereiro, horas depois do início da invasão, do lado de fora do palácio presidencial em Kiev.

Lei marcial e imprensa
Mas nem só de vídeos de incentivo, apoio de adversários políticos e imagens da resistência contra os russos é feita a base do poder de Zelensky em tempos de guerra. Um de seus pilares de ação é a lei marcial, adotada nas primeiras horas de 24 de fevereiro, que, além de impedir a saída de homens aptos ao serviço militar da Ucrânia, restringe os direitos civis, incluindo de expressão.

Dois dias depois da adoção da medida, as principais empresas de mídia da Ucrânia anunciaram uma plataforma conjunta de informação, com viés pró-Kiev, que seria transmitida 24 horas por dia. [algo tipo o consórcio brasileiro, contra Bolsonaro, liderado por uma TV que foi campeã em audiência e que hoje, devido queda da audiência,  demite seus principais profissionais?] A iniciativa foi transformada em decreto presidencial no dia 18 de março. “Nós entendemos o quão poderosa a máquina de propaganda russa é, e quais os tipos de esforços que o agressor faz para propagar notícias falsas e cinicamente enganar as pessoas. Nós absolutamente nos opomos a isso”, diz o manifesto das empresas, publicado em 26 de fevereiro. A essa altura, canais de TV russos já eram proibidos no país.

Declarações e ações vistas como “antipatrióticas” também passaram a ser punidas. Até o início de março, segundo a agência Interfax Ucrânia, 38 pessoas estavam sendo investigadas por “assistência ao agressor”, e poderiam ser enquadradas no artigo 111 do Código Penal do país, relacionado ao crime de alta traição.

Entre os suspeitos estavam autoridades de cidades ocupadas e representantes de governos locais um morador de Kramatorsk, na região de Donetsk, foi o primeiro indiciado em um caso de traição, acusado de publicar vídeos no TikTok “negando a agressão armada da Rússia” e de ter feito convocações para atos de apoio a Moscou. Caso condenado, pode receber uma pena de até 12 anos de prisão.

(...)

Partidos suspensos
Uma das decisões tomadas por Zelensky, embora justificável em tempos de guerra, pode assombrá-lo no futuro, depois que as armas silenciarem e quando o país precisará discutir um acordo de paz com os russos e a sua própria reconstrução como um Estado. Também em 30 de março, o presidente anunciou a suspensão temporária de 11 partidos de oposição, acusados de serem “pró-Rússia”: entre eles, a principal sigla contrária ao governo na Rada, o Parlamento local, a Plataforma de Oposição - Pela Vida, que tem 34 cadeiras.
 
(...)

Analistas apontam que todos os partidos suspensos expressaram apoio ao governo ucraniano e são contra a guerra, sugerindo que a finalidade de Zelensky seria outra.“Tudo indica que a decisão de suspender siglas de esquerda e de oposição tenha pouco a ver com as necessidades de segurança da Ucrânia em tempos de guerra, e muito a ver com a polarização da política após a Euromaidan, além da redefinição da identidade ucraniana que empurrou posições dissonantes para fora dos limites tolerados”, escreveu, em artigo na Al Jazeera, Volodymyr Ishchenko, pesquisador associado do Instituto de Estudos do Leste Europeu, na Universidade Livre de Berlim. “Também tem a ver com as tentativas de Zelensky para consolidar o poder político iniciadas bem antes da invasão russa.”

Mundo - O Globo - MATÉRIA COMPLETA


sexta-feira, 18 de março de 2022

Líder mais solitário do mundo: Zelensky terá que ceder para acabar guerra? - Blog Mundialista - VEJA

 Vilma Gryzinski

Fora a hipótese, impraticável, de uma queda de Putin, só resta a alternativa de concessões que arranquem nacos da Ucrânia - e talvez nem isso baste  

[esse cidadão está destruindo a Ucrânia e o povo que,ingenuamente, lhe confere apoio. 
Quanto mais tempo ele permanecer presidente,  mais sofrimento para os ucranianos. Ele está tentando transformar um conflito localizado em uma guerra mundial, com perdas irreversíveis para todo o planeta Terra.
Faz pedidos absurdos, que sabe não serão atendidos pelos seus 'aliados'.]

Por que Volodymyr Zelensky continua a pedir ao mundo ocidental uma zona de exclusão aérea, como apelou ontem, de novo, ao Congresso americano?  Ele sabe que isso não vai acontecer, como já foi explicitado várias vezes. Uma zona de exclusão implicaria em confrontos diretos entre aliados da Otan e russos, o caminho mais curto para a Terceira Guerra Mundial.

É possível que Zelensky ainda tenha esperança de que a barbárie russa crie alguma alternativa para o que ele pede, é possível que esteja simplesmente desesperado e também é possível que ele conheça muito bem as regras do jogo – e esteja colocando na mesa um pedido, para retirá-lo quando tiver que negociar para valer o fim da guerra.

E como essa guerra termina?  Duas versões opostas circulam atualmente. Uma é maximalista e foi resumida pelo primeiro-ministro Boris Johnson: “Putin tem que fracassar e parecer que fracassou”. Caso contrário, uma agressão inominável, que detona os princípios básicos das relações entre as nações, sairá recompensada.

 A outra proposta é pragmática: Putin tem que ter uma porta de saída. Em inglês, off ramp, ou uma alternativa que não o recompense, mas também não o deixe com a cara no chão, pois isto só desfecharia fúrias ainda mais destruidoras sobre a Ucrânia. Entre elas, o uso de armas biológicas ou até de bombas nucleares táticas que atingem o adversário no teatro de operações, caso conclua que “não apenas o seu poder, mas também sua fortuna e até sua vida estejam correndo risco”, segundo especulou Tom McTague na Atlantic.

A opção pragmática leva em conta que, militarmente, a Rússia tem um poderio várias vezes superior, capaz de se impor mesmo com todos os percalços vistos até agora e apesar da bravura e do engenho demonstrados pelas forças ucranianas. O que nos leva de volta à questão inicial: a guerra, desse ponto de vista, só termina se Zelensky fizer inevitáveis concessões – sem contar que também tem que ter condições de fazer isso. A popularidade propulsionada a 91% pode não sobreviver se o carismático herói da resistência fizer concessões que a população ou diferentes correntes das forças armadas rejeitem.

Sem que ninguém assuma isso abertamente, Zelensky será pressionado pelos aliados que agora ajudam a manter a Ucrânia de pé caso a “porta de saída” para Putin seja considerada viável.  
Um balão de ensaio já circulou na semana passada. 
Segundo uma fonte ucraniana disse a dois órgãos de comunicação israelenses, o primeiro-ministro Naftali Bennett, ao voltar de uma reunião com Putin em Moscou, havia pressionado Zelensky a aceitar uma proposta russa. 
 Se eu fosse você, pensaria na vida do meu povo e aceitaria a oferta”, 
foi uma frase atribuída a Bennett – e veementemente desmentida pelas duas partes.

A questão é particularmente complicada porque Zelensky é judeu e Israel tem uma grande afinação com a Rússia de Putin, tanto por motivos estratégicos quanto pelo 1,2 milhão de judeus “russos” que vivem no país. (Natan Sharansky, ucraniano que foi um dissidente encarcerado ainda na época da União Soviética, disse que Putin “é o primeiro líder russo em mil 
anos a ter uma visão positiva dos judeus”).

O  fato é que acordos de paz estão sendo rascunhados em várias instâncias. Um deles foi esboçado por um professor de Cambridge, Mark Weller, especialista em conflitos internacionais. Propõe ele:
- a região separatista de Donbass ganha autonomia, mas continua ucraniana no papel; 
- a Crimeia mantém o status quo (ou seja, continua russa na prática); 
- a Rússia ganha garantias de um regime de moratória para a entrada da Ucrânia na Otan,[pelas propostas em discussão a Ucrânia não entrará na Otan.] e possivelmente também a Georgia e a Moldova. 
Mais ainda: não haveria reparações para os horríveis crimes de guerra que a Rússia está cometendo, dos quais o último é o hediondo bombardeio de um teatro em Mariupol onde mais de mil pessoas procuravam refúgio.

São concessões duras para a Ucrânia, embora na realidade remetam à situação existente antes da invasão. “Só será possível um acordo quando a vitória for improvável ou quando as perdas impostas a cada lado por uma continuação do conflito pareçam verdadeiramente insuportáveis”, disse Weller.  

Propostas desse tipo já estão sendo discutidas ou acabarão entrando na mesa. Ontem, Zelensky disse mais uma vez que os ucranianos “estão aceitando” que nunca entrarão para a Otan. Como entrou no modo tirano total, Putin pode simplesmente dar risada das propostas de paz. Ele também pode ter um sentimento pessoal de vingança contra o presidente ucraniano, que satirizou sua “esposa secreta”, a ex-ginasta Alina Karbaeva, num programa humorístico, usando um agasalho rosa choque.

Zelensky, propulsionado ao estrelato mundial como símbolo de bravura e resistência, terá que considerar as propostas. Isto o deixa num lugar muito solitário, talvez o mais solitário do mundo, diante de duas opções horríveis: continuar a ter o país destruído ou fazer concessões ao homem  responsável por esta destruição? [em nossa opinião nenhum presidente, rei, monarca ou o que seja,  tem o direito de destruir seu país apenas para não fazer concessões a quem ele considera inimigo.] 

“A paz não é feita com amigos. É feita com inimigos intragáveis”, disse Yitzhak Rabin. O primeiro-ministro israelense foi morto em 1995 por um radical judeu que não aceitava o acordo assinado com Yasser Arafat.

Vilma Gryzinski, colunista - Blog Mundialista - Revista VEJA

 

segunda-feira, 14 de março de 2022

Bomba e purpurina - Guilherme Fiuza

Revista Oeste

Os não tão inocentes se defendem como podem 

 
Foto: Montagem Revista Oeste/ Shutterstock
Foto: Montagem Revista Oeste/ Shutterstock

A guerra da Rússia contra a Ucrânia sacrifica inocentes. Já os não tão inocentes se defendem como podem:

E aí, tudo bem?

— Não.

— O que houve?

A guerra na Ucrânia.

— É. Triste.

— Muito.

— Tomara que acabe logo.

Não vai acabar.

— Por quê?

— Porque não.

— É, se demorar complica mais ainda. Vamos torcer pelo cessar-fogo.

— Não vai cessar.

— Poxa. Assim você me assusta.

— É a realidade.

— Mudando de assunto: você tá entendendo essa história do passaporte vacinal? Acabou numa parte do mundo, outra parte continua exigindo… Será que estamos numa pandemia regional?

— Zelensky.

— Hein?

— Vai resistir.

Te perguntei sobre passaporte sanitário.

— Ucrânia livre.

— Não entendi.

— Você não entende a democracia.

Calma lá. Estou justamente perguntando sobre a suspensão de direitos democráticos na pandemia.

— Sou mais o Biden.

— ?

— Grande estadista.

— Ok. Vamos em frente. Estou preocupado com a revelação do documento da Pfizer. Nove páginas de efeitos adversos. E os casos de miocardite estão aumentando por aí, ninguém investiga a onda de mal súbito em atletas…

— Zelensky.

— Teve mal súbito?

— Vai resistir. A democracia vai resistir. Os direitos humanos…

Isso. Direitos humanos. Os seres humanos saudáveis que sofreram sequelas ou morreram depois de se vacinar vão ter seus casos investigados?

— Fora Putin.

— Tá bom. Não vou mais falar de vacina. Você viu o Boris Johnson sendo questionado sobre a ineficácia do lockdown? Será que ele vai ter que responder por isso à Justiça?

— Zelensky.

— …

— Foi lindo o pronunciamento do Zelensky ao Parlamento inglês.

— Falei do Boris Johnson.

Tá com o Zelensky. Macron e Trudeau também estão com Zelensky. Todos pela democracia.

— Democracia? Macron e Trudeau decretaram a ditadura sanitária e desceram o pau na população.

— Viva Zelensky.

— Tudo bem. Viva. Foi um prazer te ver. Vou andando que já estou atrasado.

— Boa sorte, se possível.

— Obrigado. Só uma última pergunta: você já sabe quando vai me devolver aquele dinheiro que te emprestei?

Estamos numa guerra. Não tenho cabeça pra falar disso agora.

— Entendo. Por falar em cabeça, o que é esse brilho na sua testa?

Purpurina. Desfilei no bloco pela paz mundial.

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Guilherme Fiuza, colunista - Revista Oeste