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quinta-feira, 30 de junho de 2016

Atentado na Turquia é alerta para a Rio-2016

A pouco mais de um mês para as Olimpíadas, ataque a aeroporto de Istambul reforça necessidade de vigilância e ação integrada internacional contra o terror

O atentado no Aeroporto Ataturk, em Istambul, que matou ao menos 41 pessoas na terça-feira e feriu cerca de 240, se soma a uma série de atos terroristas recentes na Turquia, evidenciando que o país se tornou alvo crescente de extremistas. Desde junho do ano passado, foram realizadas 14 ações por militantes separatistas curdos e extremistas do Estado Islâmico (EI), com quase 300 vítimas fatais. No ataque desta terça-feira, a maioria dos mortos era de nacionalidade turca, mas também havia cinco sauditas, dois iraquianos e um cidadão de China, Irã, Jordânia, Tunísia, Ucrânia e Uzbequistão, segundo dados oficiais. 

A violência política, étnica e religiosa reflete a complexidade de uma nação que representa a fronteira real e simbólica — entre o Ocidente e o Oriente, especialmente a cosmopolita Istambul, cujo aeroporto é um dos mais movimentados do mundo, funcionando como ponto de conexão para dezenas de milhões de passageiros entre Europa, Oriente Médio, África e Ásia. 

Membro da Otan, a Turquia também participa da coalizão que vem combatendo as posições do EI na Síria e no Iraque. Tal iniciativa despertou o ódio dos radicais islâmicos.
Internamente, o país sofre com divisões políticas profundas, especialmente entre muçulmanos que apoiam o presidente Recep Tayyip Erdogan e a oposição, que defende uma nação secular e nacionalista. Há ainda uma guerra entre o governo e a minoria curda que há décadas luta para se separar, transformando o Sudeste da Turquia numa região conflagrada.
Os separatistas curdos estiveram por trás de inúmeros atentados. Já o regime turco é acusado de autoritarismo e de agir com truculência contra a minoria, o que retardou o processo de adesão formal do país à UE. 


Em meio à crise humanitária provocada pelo fluxo de refugiados sírios à UE, a Turquia desempenhou um papel crucial, ao aceitar receber refugiados pegos tentando entrar irregularmente na Europa. A contrapartida do acordo foi a aceleração do processo de incorporação do país ao bloco europeu, apesar das acusações de violações de direitos humanos. Além disso, os atentados de terça-feira ocorreram um dia após o governo turco ter anunciado uma reaproximação diplomática com Israel e Rússia, reforçando seu papel como ator estratégico na região. 

Os radicais, como se vê, miram alvos com alto poder simbólico, além de civis inocentes. É assim que chamam a atenção para suas causas, e isto é inadmissível. Nenhuma população pode ficar refém de extremistas. O atentado no aeroporto Ataturk é o mais recente alerta sobre a necessidade de uma ação conjunta contra o terror.  A  pouco mais de um mês de sediar as Olimpíadas, o Rio se encaixa neste perfil e deve redobrar a vigilância. Por isso, é louvável a iniciativa do governo federal para uma atuação ainda mais integrada com serviços de segurança estrangeiros, sobretudo o americano e o israelense.

Fonte: Editorial - O Globo

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Brasil, PÁTRIA EDUCADORA, é segundo país com pior nível de aprendizado, aponta estudo da OCDE - apenas a Indonésia está em pior situação

Cerca de 12,9 milhões de estudantes com 15 anos de idade não têm capacidades elementares para compreender o que leem, nem conhecimentos essenciais de matemática e ciências

O Brasil tem o segundo maior número de estudantes com baixa performance em matemática básica, ciências e leitura em uma lista de 64 países de todo o mundo. Cerca de 12,9 milhões de estudantes com 15 anos de idade - de um total de 15,1 milhões que compõem o universo do estudo - não têm capacidades elementares para compreender o que leem, nem conhecimentos essenciais de matemática e ciências. Destes, 1,1 milhão são brasileiros.
As conclusões constam de uma análise sobre qualidade da educação de jovens publicada nesta quarta-feira, 10, pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), em Paris. O relatório, intitulado "Alunos de baixo desempenho: por que ficam para trás e como ajudá-los?", baseia-se em dados de 2012 do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), da própria organização.

Dos 64 países analisados, o Brasil ficou atrás apenas da Indonésia, que tem 1,7 milhão de estudantes com baixo desempenho. Em termos percentuais, o País é o décimo pior avaliado, atrás de Catar, Peru, Albânia, Argentina, Jordânia, Indonésia, Colômbia, Uruguai e Tunísia.

Dos 2,7 milhões de alunos de 15 anos avaliados on Brasil, 1,9 milhão tinha dificuldades em matemática básica, 1,4 milhão em leitura e 1,5 milhão em ciências. Cruzados, os números indicam que 1.165.231 estudantes tinham dificuldades em cumprir tarefas básicas nas três áreas de conhecimento.

Outra constatação do estudo é de que o Brasil está no "top 10" de países mais desiguais do mundo no que diz respeito à diferença de desempenho entre estudantes de classes sociais altas e baixas.

Mas nem tudo são notícias negativas. O Brasil, diz a organização, é um dos nove países que mais reduziram - em 18% - o número de estudantes com problemas em matemática básica no período entre 2003 e 2012, ao lado de México, Tunísia, Turquia, Alemanha, Itália, Polônia, Portugal e Rússia.

Na área matemática, 67,1% dos alunos brasileiros estão abaixo do nível 2 - ou seja, longe dos níveis 5 e 6, que exigem mais conhecimento. Esses patamares são alcançados apenas por 0,8% dos estudantes brasileiros. No ranking, o País fica em 58º lugar, somando 391 pontos na escala do PISA, contra uma média de 494 pontos obtidos por estudantes que vivem em países-membros da OCDE, entidade composta por 34 nações.

Em termos mundiais, entre os 12,9 milhões de alunos com desempenho baixo, 11,5 milhões têm problemas em matemática, 8,5 milhões leem com dificuldades e 9 milhões têm lacunas no aprendizado de ciências.  Para romper o ciclo de baixo nível educacional, a OCDE recomenda que os governos nacionais identifiquem os estudantes com baixa performance e lhes ofereçam estratégias para recuperação de nível.
Entre as propostas da entidade, a maior parte tem caráter estrutural: reduzir a desigualdade no acesso à educação, estimular a inscrição escolar o mais cedo possível, envolver os pais na comunidade escolar e fornecer programas de auxílio financeiro às instituições de ensino e às famílias carentes.

Fonte: Estadão - Conteúdo

 

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

ONG pede que empresas parem atividades em assentamentos israelenses



Para Human Rights Watch, companhias contribuem para sistema abusivo e ilegal que viola direitos dos palestinos
Em um relatório publicado nesta quinta-feira, a Human Rights Watch (HRW) fez um apelo para que empresas com operações ligadas aos assentamentos israelenses interrompam suas atividades. Segundo a organização, as companhias se beneficiam e contribuem para um sistema abusivo e ilegal que viola os direitos dos palestinos. A solicitação ocorre no mesmo dia em que Israel confirmou que planeja se apropriar de uma grande faixa de terra fértil na Cisjordânia ocupada, numa medida que deve agravar as tensões com seus aliados ocidentais.  — As empresas que operam nos assentamentos inevitavelmente contribuem para as políticas israelenses que discriminam e empobrecem severamente os palestinos, ao mesmo tempo em que lucram com o roubo da terra e outros recursos palestinos por parte de Israel — disse Arvind Ganesan, diretor da divisão de empresas e direitos humanos da instituição.

De acordo com a HWR, mais de 500 mil colonos israelenses vivem em 237 assentamentos em toda a Cisjordânia ocupada por Israel, incluindo a parte oriental de Jerusalém, em ações facilitadas por sucessivos governos. Mas a organização internacional aponta que as empresas tiveram um papel crucial na expansão dessas comunidades, muitas vezes se utilizando da mão de obra barata dos palestinos, aluguéis vantajosos ou baixa tributação.  — As empresas devem levar em consideração que usar a terra, água, minerais e recursos palestinos em suas operações nos assentamentos é ilegal e são feitos às custas de grandes prejuízos aos palestinos — disse Ganesan. — Aquelas que alegam estar ajudando, ao oferecer aos trabalhadores sem alternativas empregos com salário mínimo e sem proteções trabalhistas, não apenas os prejudicam como beiram um insulto.

Mas a instituição deixa claro que não defende o boicote de consumidores às empresas ou as sanções a Israel, mas pretende que as companhias cumpram com suas responsabilidades para com os direitos humanos. Aumentando ainda mais a tensão sobre o tema, Israel anunciou nesta quinta-feira que planeja se apropriar de uma faixa de terra fértil na Cisjordânia ocupada, uma área próxima à Jordânia. Na prática, parte do terreno já está sendo explorado por agricultores israelenses e, segundo um órgão do Ministério da Defesa, a decisão política já foi tomada e o processo está no último estágio.

A apropriação cobre 154 hectares de terra no vale do Jordão, perto de Jericó, uma área na qual o governo israelense possui muitas fazendas de assentamentos montados em território que os palestinos buscam incorporar a um Estado próprio. A medida foi criticada pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que emitiu um comunicado denunciando a ação.  “Atividades de assentamento são uma violação da lei internacional e vão contra os pronunciamentos públicos do governo de Israel apoiando uma solução de dois Estados para o conflito”, disse Ban em um comunicado.

A terra, já parcialmente cultivada por colonos judeus em uma área sob controle civil e militar de Israel, está situada perto da ponta norte do Mar Morto. Os palestinos denunciaram o plano de apropriação.

Fonte: Agência France Presse 

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Armas brasileiras, para onde vão?



As exportações de armas brasileiras para a Arábia Saudita cresceram cerca de 235 vezes nos últimos cinco anos – de US$ 462 mil a US$ 109,6 milhões . Nos últimos dois anos, desde 2013, as vendas aumentaram em sete vezes. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, 2015 foi um ano de destaque: as compras da Arábia Saudita entre janeiro e outubro tornaram o país o segundo principal destino das armas leves brasileiras – suplantado apenas pelos Estados Unidos, historicamente nosso maior comprador. Nesse período, o Brasil exportou para os sauditas cerca de R$109,6 milhões em armas. As compras dos americanos, no mesmo período, somaram R$123 milhões. O Brasil é relevante nesse mercado – somos o quarto maior exportador desse tipo de artigo em todo o planeta. Os números apresentados por ÉPOCA foram obtidos a partir de um banco de dados do Ministério do Desenvolvimento. A metodologia que usamos foi verificada pelo exército.

As vendas de armas para a monarquia Saudita preocupam os observadores internacionais. Ao longo dos últimos 10 anos, o país aumentou seus gastos com armamentos. Um dos motivos é seu envolvimento na guerra civil do Iêmen. Desde o início do ano passado, a Arábia Saudita lidera uma coalizão de países que, no Iêmen, combate um grupo rebelde que tenta derrubar o governo reconhecido 
internacionalmente. De acordo com a Anistia Internacional, a atuação saudita no país provocou a morte desnecessária de civis. A Anistia Internacional fez um apelo para que países como Inglaterra e Alemanha, dois dos maiores produtores de armas leves do planeta, deixassem de vender para o país até que os casos fossem esclarecidos. As compras de armas brasileiras pela Arábia Saudita cresceram em 7 vezes em 2015, se comparadas a 2013 (não há registros de vendas em 2014). O período coincide com a entrada do país no conflito iemenita.

O envolvimento do Brasil tornou-se polêmico em outubro de 2015. Naquele mês,a Anistia Internacional denunciou o uso de bombas cluster brasileiras por tropas sauditas no país. Bombas cluster são um tipo de armamento leve banido pelo Direito Internacional Humanitário. São perigosas e cruéis – porque, quando acionadas, lançam centenas de pequenos explosivos no ar. A estratégia amplia o alcance destrutivo da bomba e aumenta as chances de ferir, gravemente, civis. Cerca de cem países já proibiram a fabricação, estocagem e uso desse tipo de armamento. Países como Brasil, EUA e Coreia do Norte continuam a usá-las. Em outubro, de acordo com a Anistia Internacional, estilhaços de bombas cluster brasileiras foram encontradas em uma zona residencial  na cidade de Ahma, norte do  Iêmen.

As vendas para países como Arábia Saudita têm implicações éticas. Além das acusações de crime de guerra, a monarquia saudita mantém um regime autoritário internamente, e apoia a manutenção de regimes semelhantes na região. Ativistas brasileiros cobram que as vendas de armas pelo Brasil sejam mais controladas: “A indústria de armas brasileira é uma das mais antiéticas do mundo”, diz o sociólogo Antônio Rangel, ex-consultor da ONU e consultor da ONG carioca Viva Rio.Há uma linha entre os militares brasileiros que acha que o armamento que a gente exporta não é problema nosso, é problema dos outros.” Desde 2013, O Brasil é signatário do Tratado sobre o Comércio de Armas (ATT) da ONU, mas o documento ainda não foi ratificado (aprovado pelo Congresso). O tratado tenta moralizar a venda de armas no mudo. Pelos termos do acordo, o país signatário fica impedido de vender armas a nações com histórico de desrespeito aos direitos humanos

As vendas ficam proibidas também quando houver suspeita de que o armamento será utilizado para cometer crimes de guerra. O tratado interfere, por exemplo, nas vendas da Rússia ao governo Sírio que usa armas contra civis. E pode afetar as vendas do Brasil para países com regimes autoritários ou envolvidos em guerras civis: “Pelos termos do tratado, fica proibido vender para países como a Arábia Saudita ou muitos outros dessa região”, diz Rangel. “Do ponto de vista legal, não dá para condenar o Brasil. Mas, do ponto de vista moral, a venda é no mínimo questionável.” Época entrou em contato com representantes da indústria de armas brasileira para comentar a questão, mas não obteve resposta. 


Além da Arábia Saudita, o Brasil passou a vender mais, desde 2010, para outros países do Oriente Médio e Norte da África. Cresceram as exportações brasileiras para nações como os Emirados Árabes, Bahrein, Omã, Jordânia e o Líbano. O aumento pela procura de armamento brasileiro acompanhou o aumento geral da procura de armas por esses países nesse período. “A Arábia Saudita, e outros países do Oriente Médio, aumentaram massivamente seus gastos militares nos últimos dez anos”, diz Sam Perlo-Freeman, pesquisador sênior do Instituto Internacional de Estocolmo para Pesquisas sobre a Paz, o Sipri, na sigla em inglês. De acordo com dados do Sipri, os gastos sauditas com armamento cresceram 112% entre 2005 e 2014. Eles não se limitaram a compras de armamento leve vendido pelo Brasil – como revólveres, pistolas e granadas. Esses gastos incluem armamento pesado, como tanques de guerra.

Além dos conflitos do Iêmen e na Síria, Perlo-Freeman aponta outros motivos para a corrida armamentista da Arábia Saudita: as tensões com o Irã; a alta no preço do petróleo até 2014, que deu ao país dinheiro para investir em armas; a Primavera Árabe. “As tensões que se seguiram à Primavera Árabe fizeram com que os países da região quisessem assegurar que têm forças de segurança leais e bem armadas, para guardá-los contra rebeliões internas”, diz Perlo-Freeman.

Em 2011, uma bomba de gás lacrimogêneo brasileira foi usada para reprimir protestos em prol da democracia no Bahrein. Por lá, a repressão à Primavera Árabe contou com a ajuda de militares da Arábia Saudita – hoje, um dos grandes compradores dos artigos brasileiros. Se não avaliar com cuidado para quem vende suas armas, o Brasil – uma democracia – corre o risco de estimular o autoritarismo pelo mundo.

Fonte: Revista Época