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quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Herdeiros de 1968 - Revista Oeste

Theodore Dalrymple

Cada vez mais, nas universidades do mundo ocidental, os estudantes estão dizendo: 'Vocês podem ter a opinião que quiserem, contanto que seja a nossa'

Henry Ford, o grande industrialista, disse certa vez aos compradores de seus carros: “Vocês podem pedir a cor que quiserem, contanto que seja preto”. Cada vez mais, nas universidades do mundo ocidental, os estudantes estão dizendo: “Vocês podem ter a opinião que quiserem, contanto que seja a nossa”. E esse comportamento está rapidamente se espalhando do campus para o restante da sociedade.

O Massachusetts Institute of Technology retirou recentemente o convite ao professor Dorian Abbot, da Universidade de Chicago, para uma palestra pública sobre os desenvolvimentos na ciência climática, assunto em que ele é um especialista reconhecido. Houve protestos no Twitter contra o convite, e o MIT, com a covardice que infelizmente passou a ser previsível entre as autoridades universitárias, cedeu aos manifestantes.

A razão para as queixas ao convite foi um artigo que o professor Abbot publicou questionando a sabedoria das cotas raciais na seleção de estudantes para as universidades: ou seja, ele era contra a discriminação positiva.  Existem argumentos razoáveis em favor da discriminação positiva. Não é totalmente descabido imaginar que, se um inscrito foi bem nos exames apesar de ter uma origem menos favorecida, ele pode ser tão capaz e com certeza tão determinado quanto alguém que foi melhor nos mesmos exames, mas tem uma origem mais privilegiada.

Mas também existem argumentos razoáveis contra as políticas de discriminação positiva, entre os quais está o fato de que os beneficiários dessa discriminação nunca saberão se seu sucesso subsequente foi resultado de seus próprios esforços sem ajuda ou se foi um ato um tanto condescendente de caridade: e isso pode gerar um ressentimento permanente. A discriminação positiva é inerentemente injusta, uma vez que não pode haver discriminação positiva sem uma versão negativa, e não é mais culpa de um homem ter nascido em circunstâncias privilegiadas do que ter nascido em circunstâncias não privilegiadas. Além do mais, a discriminação positiva pode reduzir ou pelo menos inibir os esforços e levar as pessoas a não fazer o máximo que puderem, só o suficiente.

Muitos de nós, talvez a maioria, leem para confirmar as opiniões que já têm

No entanto, quer o professor Abbot estivesse certo ou errado, não é a questão. Existe uma tendência humana natural de não querer ouvir argumentos que vão contra a própria opinião, e essa é uma tendência a que se deve resistir conscientemente. Em sua autobiografia, Charles Darwin conta que, sempre que deparava com uma opinião que contradizia a sua própria, em algum momento, ele a anotava, porque, caso contrário, sem dúvida iria esquecê-la. Poucos de nós são assim. Muitos de nós, talvez a maioria, leem para confirmar as opiniões que já têm. Eu sei que, no passado, comprei livros que, fundamentalmente, não me diziam nada que eu já não soubesse ou achasse, e me pego tendo de resistir a essa tentação de autoconfirmação. É muito raro que alguém mude de ideia de imediato, como em uma conversa sobre religião, mas em algum momento as evidências ou os argumentos surtem efeito, como a umidade em um prédio. É necessário se expor às opiniões contrárias.

Eu mesmo fui recentemente desconvidado pelos alunos da Universidade de Oxford, que tinham me chamado para participar de um debate. O estudante que escreveu para me fazer o convite escreveu para me desconvidar três semanas depois, com a desculpa boba de que “queremos que o debate siga outro rumo” e “queremos envolver uma gama de opiniões” — entre as quais, obviamente, não estava a minha.

Em segredo, fiquei bastante satisfeito, ainda que tenha dito a todo mundo que fiquei incomodado. Em primeiro lugar, na verdade, eu não queria fazer o esforço envolvido (ainda que sinta que tenho a obrigação de falar com a geração mais jovem se ela me chama), mas, em segundo e mais importante, fiquei lisonjeado de agora ser considerado uma pessoa tão má que minha presença não seria mais tolerada. Foi uma espécie de confirmação do trabalho de uma vida.

O feitiço, no entanto, pode por fim estar se virando contra esse fenômeno moderno polimorficamente perverso, o politicamente correto. Na Universidade de Sussex, na Inglaterra, as autoridades se recusaram a dispensar uma professora de filosofia, até então uma feminista radical, por exigência dos alunos — ou melhor, de um grupo barulhento de alunos. Ela os incomodou ao escrever que um homem não se torna literalmente uma mulher (ou vice-versa) ao fazer cirurgias e tomar hormônios. O reitor sênior da universidade se recusou a ceder à exigência dos alunos, que parecem acreditar cada vez mais que vão para a universidade para ensinar, e não para aprender. Mas vale lembrar que a geração atual de professores e administradores universitários é, ela mesma, herdeira e beneficiária da revolta dos estudantes de 1968, que tanto fez para destruir a autoridade acadêmica tradicional. Revoluções costumam devorar seus jovens, tanto que os revolucionários muitas vezes acabam se tornando reacionários, pelo menos quando não ficam estagnados em uma condição de adolescência eterna.

O último caso — de adolescência eterna — substituiu a juventude eterna como uma meta almejada, mas impossível. Em toda parte, vejo homens e mulheres de 70 anos vestidos como se ainda tivessem 19 ou 20. Existem poucas imagens mais patéticas do que astros do rock apegados ao que consideram seus dias de glória. Seus rostos costumam parecer uma alvenaria que desmoronou.

É comum dizer que a adolescência e o começo da vida adulta são períodos de idealismo na vida. Olhando em retrospecto para a minha própria — se for considerada típica, o que, claro, ela pode não ser —, não posso discordar. A juventude é mais um período de arrogância e egoísmo disfarçados de idealismo do que de idealismo em si. Quando a essa arrogância juvenil se acrescenta a arrogância do cliente que tem sempre razão, ex officio (uma vez que os estudantes nas universidades agora são clientes, em vez de jovens sentados aos pés dos velhos), é apenas natural que eles exijam a demissão, a punição e, sem dúvida, um dia a execução dos professores.

Leia também “Paulo Freire e sua pedagogia do oprimido”

e Geniais no fracasso Existem jornalistas que são excelentes guias para o mundo, contanto que você acredite exatamente no contrário do que escrevem

Theodore Dalrymple, colunista  - Revista Oeste


sábado, 29 de maio de 2021

Excesso de certezas - Eurípedes Alcântara

O Globo

O certo e o complexo

Parece cada vez mais difícil para mais gente admitir que não sabe o bastante sobre alguma coisa a ponto de ter uma opinião. As conversas sobre qualquer assunto estão ficando insuportáveis pelo excesso de certezas absolutas, antes só permitidas aos muito jovens. 
Certeza é um dos sintomas da imaturidade. 
Ser adulto é aprender a conviver com incertezas. “Não sou jovem o suficiente para saber tudo”, diz o sábio ditado ora atribuído ao poeta irlandês Oscar Wilde, ora ao primeiro-ministro britânico da Era Vitoriana Benjamin Disraeli.

Por essa régua, vivemos numa sociedade de imaturos, inseguros, buscando muletas para se apoiar. Esse ambiente favorece duas situações indesejáveis. A primeira é a tentação de delegar decisões da vida pessoal a uma ideologia, a um partido ou até a um governo. A segunda é o recolhimento ao conforto do pensamento binário simplório, com o consequente pavor da complexidade. Assustador é essa ilusão ser cultivada por jovens, principalmente das grandes cidades do Ocidente. Jovens americanos dos movimentos Antifa e Black Lives Matter, [movimentos terroristas que deveriam ser proibidos (julgamento feito em um momento em que procuramos pensar de forma mais , digamos, antiga, madura.] excluídos embora tenham recentemente começado a trocar sopapos entre si, costumam definir-se como socialistas ou mesmo comunistas.

[PARABÉNS ao ilustre articulista; matéria que deveria ser leitura obrigatória (decoreba mesmo)para a quase totalidade dos jornalistas ligados à midia militante - tal pessoal, passou a exercer o péssimo hábito de considerar seus pensamentos, suas interpretações, suas vontades,   como se fossem certezas absolutas e narrá-las como se FATOS fossem.
Um exemplo: todos sabem que o RDE - Regulamento Disciplinar do Exército honrando o próprio título, estabelece normas, procedimentos e todo o necessário para tipificar qualquer transgressão disciplinar e aplicar o tratamento cabível.
 
Só que grande parte da mídia militantes, inclusive alguns dos seus expoentes (ainda que
tenham honrado
tal título apenas no passado) Escrevem trechos dramáticos, mentem descaradamente buscando transmitir a ideia de uma crise eminente   - que só existe na cabeça dos militantes do pessimismo, do 'quanto pior, melhor'
- entre o presidente da República e o Exército Brasileiro.
Se for cabível a justificativa da transgressão atribuída ao general Pazzuelo, o RDE será cumprido.
Sendo ele condenado e o presidente da República entender conveniente revogar a punição, será revogada e o RDE também  será respeitado. 
 
Até nos EUA que,  apesar do desastre resultante da eleição do esquerdista Biden, é a maior e mais sólida democracia do mundo o presidente da República tem poderes de anistiar até condenados a morte.
E o Poder Judiciário do país norte-americano, começando pela Corte Suprema, acata a decisão do presidente.
 
A disciplina e hierarquia do Exército Brasileiro é certamente bem mais sólida do que  a democracia e a Constituição de 88 - que vez ou outra são violadas a pretexto serem preservadas.
Em tempo: o presente comentário nao foi escrito em um momento de assomo  de juventude ou de maturidade - chegar a conclusão acima, basta ler as leis que cuidam do assunto.]
 
  

“Esses moços, pobre moços (...)/ Saibam que deixam o céu/ Por ser escuro/ E vão ao inferno/ À procura de luz.” Dizem os versos de Lupicínio Rodrigues. Acabei de ouvi-los na linda voz de Adriana Calcanhotto. É um convite lírico a pensar nas lutas dos jovens militantes. Uma lei histórica mostra que ninguém milita com o objetivo de continuar oprimido quando sua causa triunfar: o militante se imagina sempre dirigente na nova ordem. É uma lei incontrastável.

Quando o objetivo da luta é obter a igualdade plena entre todos, caso a insurreição triunfe, o militante logo se arvora a ser “mais igual” que os outros, na exata observação de George Orwell no livro “A Revolução dos Bichos”. Cuidado com o que pedem, pois podem conseguir e descobrirão muito tarde não ser o coletivismo igualitário o resultado, mas a ditadura.

A segunda situação indesejável trazida pelo excesso de certeza é o medo do pensamento complexo. O mundo real não é preto e branco. A complexidade é um fato da vida. O pensamento complexo é aberto à crítica, condição obrigatória a toda formulação merecedora de atenção. É atento à sua própria obsolescência, sensível ao novo, ao desconhecido, ao estranho.

Admitir a complexidade de certos assuntos e reconhecer não ter opinião válida sobre eles é uma opção adulta, madura, em qualquer idade. Viva a complexidade! O pensamento complexo é sempre receptivo à incerteza, à contradição, à ambivalência. Como nos ensina o sábio francês Edgar Morin, são essas as qualidades de quem se propõe a escapar da arrogância e do dogmatismo.

Essas reflexões, acredito, valem para oprimidos e opressores. O espírito do nosso tempo comanda que “tudo é política”. Essa é a premissa do livro mais recente de Paul Krugman, ganhador do Prêmio Nobel de Economia em 2008 e hoje o economista com maior influência sobre o governo do presidente americano, Joe Biden. O título do livro de Krugman em português é “Discutindo com zumbis: economia, política e a luta por um futuro melhor”. Conheci Krugman quando ele ainda dava aulas no Massachusetts Institute of Technology (MIT) e era um zeloso fiscalista. Agora ele incentiva Biden a imprimir dólares para impedir a recessão contratada pela pandemia de Covid-19. As certezas numéricas da juventude deram lugar à aventureira complexidade da política. Ele está certo? Não sei. Não conheço bastante a política monetária americana para dar uma opinião.

Eurípedes Alcântara, colunista - O Globo 

 

domingo, 23 de dezembro de 2018

Do Palácio à prisão - Lula, sem ceia passará Natal sozinho na Polícia Federal e vai comer cardápio regular na cela que ocupa: arroz, feijão, salada e carne



Lula é o primeiro ex-presidente a ser preso por crime de corrupção


Condenado em primeira instância, pelo juiz federal Sérgio Moro, a 9 anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve sua sentença confirmada e a pena aumentada por unanimidade no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) em janeiro deste ano. Lula é o primeiro ex-presidente da República a ser condenado e preso pela Justiça por crime comum. Apesar de diversos recursos e pedidos de habeas corpus impetrados pela defesa do ex-presidente, o início do cumprimento da pena, na sede da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, foi inevitável. 

Sem ceia, Lula passará Natal sozinho na Polícia Federal

Preso desde abril, ex-presidente vai comer cardápio regular na cela que ocupa: arroz, feijão, salada e carne

Abatido com a derrota do PT nas eleições e a chegada de Jair Bolsonaro (PSL) ao poder, o ex-presidente Lula passará o Natal sozinho e sem direito a nenhum privilégio. A Polícia Federal (PF) em Curitiba, onde o petista cumpre pena por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá, não autoriza visitas de familiares em feriados, tampouco a entrada de comidas especiais. A ceia de amanhã seguirá o cardápio padrão, com arroz, feijão, salada e um tipo de carne. Podem completar o menu comidas não perecíveis, como chocolates e frutas secas, levadas pelas visitas. 

A família do petista antecipou a celebração para a última quinta-feira. Lula recebeu os filhos um dia após a disputa entre os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello, que pretendia soltar quem cumpre pena após condenação em segunda instância, como o petista, e Dias Toffoli, que cassou a liminar. O cardápio da visita foi apenas um lanche. Nesta segunda-feira (24), petistas pretendem fazer uma celebração na “Vigília Lula Livre”, pequeno espaço com tendas num terreno em frente à PF. Haverá ato ecumênico e será servida ceia. [espaço que passa a maior parte do tempo abandonado; visto que até os mais fanáticos lulopetistas começam a se convencer que Lula permanecerá preso por um bom tempo - a vergonhosa derrota do ministro Marco Aurélio, desmotivou mais ainda aquela corja, que começa a ficar ciente que mesmo que a prisão em segunda instância venha a ser revogada (difícil de acontecer, porém possível)  não facilitará a vida do presidiário, haja vista que até abril/2019 - a sentença do criminoso terá sido confirmada em 3ª Instância, STJ;

com essa situação o petista continuará preso pelo caso do triplex e com outra condenação advinda do processo do sitio de Atibaia.]  “Desde a prisão, foi definido que não deveríamos deixá-lo sozinho. Numa data dessas, é mais simbólico e importante que ele não se sinta só”, diz Luiz Marinho, presidente do PT-SP, que irá ao evento. Na noite de Réveillon, o tratamento a Lula na PF deve ser o mesmo. E os petistas pretendem fazer uma celebração. Segundo Marinho, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, deve ir ao Ano-Novo. Dirigentes do PT evitam falar em previsão de público para os atos [qualquer estimativa superior a mais de 100 pessoas se revelará ser Fake News.] . Em abril, quando Lula chegou à prisão, o entorno da PF foi tomado por centenas de barracas e dezenas de ônibus de movimentos sociais. 

Com o tempo, a mobilização esfriou. Nesse sentido, interlocutores viram a guerra jurídica que envolveu a soltura de Lula como um fato positivo. Sua imagem voltou à evidência, o que pode ajudar a reanimar seus apoiadores. Ao mesmo tempo, abriu flanco para o discurso petista de que a Lava-Jato atua de maneira arbitrária e influencia juízes de primeira instância a desrespeitarem decisões tomadas pelo STF. [a Lava-Jato não exerce nenhuma influencia sobre o Judiciário - tanto que a sentença condenando Lula foi confirmada pelo TRF4, por Turmas do STJ, por Turmas do STF, pelo Plenário Virtual da Corte Suprema e por dezenas de negativas de habeas corpus, proferidas por ministros do STF - só o ministro Fachin negou quase meia centena de HC ao condenado petista.]

No penúltimo andar do prédio da PF, onde fica a cela em que Lula cumpre a pena de 12 anos e um mês, os corredores são silenciosos. Lá, petistas costumam propagar que ele ouve dia e noite as falas dos apoiadores na vigília. Quem conhece o local pondera que só é possível escutar o som bem distante e abafado

As informações são do jornal O Globo

Relembre os fatos mais importantes sobre a prisão do ex-presidente:


O triplex
O ex-presidente foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) em setembro de 2016. Lula foi apontado como recebedor de vantagens pagas pela empreiteira OAS em um triplex no Guarujá, litoral de São Paulo. Os laudos apontam melhorias no imóvel avaliadas em mais de R$ 777 mil, além de móveis estimados em R$ 320 mil e eletrodomésticos em R$ 19,2 mil.

De acordo com o MPF, Lula teria participado conscientemente do esquema criminoso, inclusive tendo ciência de que os Diretores da Petrobras utilizavam seus cargos para recebimento de vantagem indevida em favor de agentes políticos e partidos políticos.
Nas alegações finais, a defesa argumentou que o triplex apontado pelos procuradores como sendo de Lula pertence a Caixa Econômica Federal. “Nem Léo Pinheiro nem a OAS tinham a disponibilidade deste imóvel para dar ou para prometer para quem quer que seja sem ter feito o pagamento à Caixa Econômica Federal”, declarou o advogado Cristiano Zanin Martins.
Na sentença, Moro condenou o ex-presidente a 9 anos e seis meses de prisão por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
 Segunda instância
O julgamento do recurso do ex-presidente Lula no TRF4 aconteceu no dia 24 de janeiro deste ano. Durante 9 horas, o trio de desembargadores da 8ª Turma analisou o processo e apresentou seus votos. A decisão foi unânime em concordar com a sentença de Moro e aumentar a pena fixada para 12 anos e 1 mês em regime fechado.

A defesa do ex-presidente impetrou embargos de declaração, como são chamados os recursos contra a decisão no colegiado da segunda instância, que não foram aceitos. Com a prisão iminente, sustentada pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que define que a pena deve ser cumprida após a segunda instância, a defesa do ex-presidente apresentou uma série de habeas corpus às instâncias superiores do Judiciário, mas todas foram negadas.

Prisão
No dia 5 de abril, com a negativa de todos os pedidos de habeas corpus, a 13ª Vara da Justiça Federal, em Curitiba, recebeu o ofício autorizando a prisão e o juiz Sérgio Moro, em poucas horas, determinou que o ex-presidente se entregasse na sede da Polícia Federal (PF), na capital paranaense, o que não ocorreu como fora determinado.

Após o despacho, Lula permaneceu no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP), por dois dias. O local, cercado pela militância petista, teve atos políticos, discursos do ex-presidente e uma missa em homenagem à ex-primeira-dama Marisa Letícia, que faria aniversário de 68 anos.  Lula deixou o sindicato apenas por volta de 19h do dia 7 de abril. Ele fez exame de corpo de delito em São Paulo e chegou a Curitiba, de helicóptero, por volta de 22h.

Manifestações
O movimento de apoio ao ex-presidente montou acampamento na região da Superintendência da PF durante meses. Em julho, Vigília Lula Livre alugou um terreno há poucos metros do prédio para selar um acordo entre moradores da região e autoridades. Diariamente, o acampamento promoveu atos políticos, com a participação de autoridades do partido e convidados, programações culturais, além de ‘bom dia’ e ‘boa noite’ diariamente ao ex-presidente.
[A 'palhaçada da solidariedade' ao presidiário petista, se esvaziou - tanto que no seu último depoimento (e primeira vez em que saiu da cadeia, saindo da cela para uma viatura da PF que o conduziu até a 13ª Vara Federal de Curitiba) ocasião em que foi enquadrado pela juíza Gabriela Hardt,  não houve necessidade de esquema de segurança especial.

Atualmente, vez ou outra, alguns vagabundos lulopetistas, fazem barulho e somem.]

Paraná Portal 





domingo, 23 de abril de 2017

‘Se tiver, você destrua’

Até Sérgio Moro julgar Lula, essas quatro palavras dividirão opiniões

Até o dia em que o juiz Sérgio Moro vier a encerrar o julgamento de Lula, quatro palavras dividirão opiniões. Disse? Não disse? Nessa queda de braço com seu ex-amigo e empreiteiro Léo Pinheiro, sócio da OAS, Lula joga sua liberdade. O prestativo mandarim acompanhou uma visita do casal Silva ao apartamento do edifício Solaris, no Guarujá. 

Segundo ele, em “abril ou maio” de 2014, Lula disse-lhe que destruísse quaisquer anotações relacionadas com suas transações com o então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Lula nega, e não há testemunha dessa conversa. Lula também nega que seja o proprietário do apartamento, cuja reforma acompanhou. Até bem pouco tempo Léo Pinheiro negava que a OAS distribuísse capilés e operasse políticos pelo caixa 2. É difícil saber quando qualquer um dos dois diz a verdade.

A Polícia Federal e o Ministério Público poderão levantar detalhes que ajudem a esclarecer o mistério das quatro palavras. (O da serventia do apartamento nunca foi um enigma respeitável.)  Passaram-se três anos e a ordem dos fatos embaralhou-se na memória de quem é obrigado a cuidar da própria vida. Tomando-se “abril ou maio” como referência, percebe-se que estranhas coisas estavam acontecendo e poderiam justificar a recomendação. No dia 17 de março a Polícia Federal prendera o operador Alberto Youssef. No dia 20, caiu Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras. Dias depois Nestor Cerveró, outro ex-diretor, foi para a Europa, em férias.

Em seu escritório, o advogado Márcio Thomaz Bastos prenunciava uma tempestade. Em 2011 ele conseguira uma vitória espetacular das empreiteiras sobre a Polícia Federal e o Ministério Público, anulando a Operação Castelo de Areia no Superior Tribunal de Justiça. A tempestade chegou em junho, quando um procurador suíço bloqueou US$ 23 milhões depositados por Paulo Roberto Costa. Ele havia sido libertado, e um juiz pouco conhecido mandou prendê-lo de novo. Era Sérgio Moro. Percebia-se que se estabelecera uma colaboração entre Curitiba e Genebra. Se essa colaboração vazou em “abril ou maio”, não se sabe. Sabe-se, porém, que Lula chamou Léo Pinheiro ao seu instituto. Estava “preocupado” e fez uma pergunta “muito objetiva, muito clara”: “Se a OAS tinha feito algum pagamento no exterior para João Vaccari”. Depois, tratando de eventuais anotações contábeis de Léo Pinheiro com o PT, disse-lhe: “Se tiver, você destrua”.  Abre-se uma questão. É provável que Pinheiro e a OAS tivessem anotações. Se elas existiram seria razoável que fossem destruídas ou, pelo menos, transferidas para um lugar seguro.

Marcelo Odebrecht só mandou “higienizar” os “apetrechos” de suas “operações estruturadas” em novembro de 2014, quando diretores da empreiteira foram presos. Essa circunstância mostra a extensão da onipotência dos mandarins das empreiteiras. Apesar disso, o caso de Léo Pinheiro é diferente. Ele recebeu a recomendação de Lula, um ex-presidente da República, padrinho da titular do cargo e comissário-chefe do PT.
A defesa de Lula sustenta que Léo Pinheiro inventou essa história para salvar a própria pele. Se ele mostrar quais provas destruiu, como e quando, fortalece sua denúncia.

TEM CAIXA DOIS, ESTÁ AQUI
As investigações haverão de esclarecer se Lula disse a Léo Pinheiro que deveria destruir suas anotações, mas a polícia e o Ministério Público poderão verificar um episódio onde deu-se o inverso: a Odebrecht diz que enviou a Dilma Roussef as provas da corrupção de sua campanha na eleição de 2014. O portador dos papéis teria sido o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel.  São dois os testemunhos da Odebrecht. Um, de Marcelo, seu presidente, outro de João Nogueira, um dos seus templários. Os documentos teriam sido levados a Dilma depois de 17 de novembro e antes de 29 de dezembro. A manobra poderia ser chamada de chantagem ou, numa versão bem educada, ameaça: Me ajude, senão você morre comigo.

A empreiteira estava desesperada pois tinha vários diretores trancados em Curitiba. Já não se tratava de buscar a nulidade da Lava-Jato numa manobra tipo Castelo de Areia 2.0. Era desespero mesmo. Passados os feriados de fim de ano, a Advocacia-Geral da União defendeu o recurso a balsâmicos acordos de leniência, para evitar que empresas fossem prejudicadas por causa da conduta de funcionários. Já a Controladoria-Geral defendeu a cobrança de multas às empresas, deixando-se as coisas no âmbito administrativo. A casa continuou caindo, e, em fevereiro, a Camargo Corrêa acertou sua colaboração com o MP.
Emílio Odebrecht escreveu um artigo intitulado “Uma agenda para o futuro” e ensinou: “Corrupção é um problema grave, mas é fundamental dedicar nossas energias para o debate sobre o que é preciso fazer para mudarmos o país”.

Um mês depois, em junho de 2015, Marcelo Odebrecht foi preso. Desde então, pai e filho dedicam suas energias a revelar o que fizeram, como fizeram e com quem fizeram.

MADAME NATASHA
Madame Natasha quer pedir ajuda ao Ministério Público para combater o caixa 2, por onde trafegam expressões da língua inglesa que acabam enfiadas no cotidiano nacional.
Quando a senhora ouviu pela primeira vez a palavra “empoderamento” pensou em suicídio. Passou o tempo e ela reconhece que, assim como o caixa 2 das empreiteiras, o seu uso disseminou-se.
Natasha orgulhosamente anuncia que o uso dessa maldita palavra ganhou um ilustre patrono. Marcelo Odebrecht revelou que mantinha uma política de “empoderamento” de seus principais executivos, “empoderando-os” para tratar da distribuição de capilés.

MÁ NOTÍCIA
Para quem acha que o poder das empreiteiras foi abalado, aqui vai uma má notícia:
Está na Câmara, depois de ter sido aprovado pelo Senado, um projeto que esburaca a Lei das Licitações, permitindo que o poder público contrate obras com valor abaixo de R$ 20 milhões a partir de simples anteprojetos.
Os deputados poderiam aproveitar o embalo fixando um teto para o percentual das propinas dos prefeitos, governadores e ministros.

BOA NOTÍCIA
Em janeiro 6 alunos do ensino médio do Rio foram aceitos para o torneio de Matemática da Universidade Harvard e do Massachusetts Institute of Technology. Precisavam de R$ 44 mil para a viagem até Boston e recorreram a uma vaquinha eletrônica. Conseguiram a grana e embarcaram. (Uma boa alma doou R$ 10 mil).

Numa das competições a equipe tinha 1h para formular dez problemas difíceis. Os brasileiros ficaram em 45º lugar, numa disputa em que havia representantes de cem países.
Fonte: O Globo - Elio Gaspari,  jornalista

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Dos males do antiamericanismo

A rigor, por causa disso acabamos por perder recursos e oportunidades

Na última década, fomos capazes de estreitar relações com Cuba, Iraque, Venezuela e Angola dentre outras nações vanguardistas do cenário político e econômico mundial –, mas não com os Estados Unidos. No mais emblemático dos casos desse período envolvendo uma eventual parceria com os americanos, fizemos questão de desqualificar o melhor produto, que concorria com preço competitivo. Os caças F/A-18 Super Hornet, da Boeing, preferidos pelos nossos militares, únicos testados com sucesso em combate, foram, primeiro, preteridos por causa de uma exigência de transferência de tecnologia (depois atendida pela empresa) e posteriormente, na falta de outra desculpa, por um suposto mal-estar provocado pelo vazamento de práticas de espionagem do governo americano no caso WikiLeaks.

Se não é exatamente uma surpresa os governos do PT terem certa ojeriza dos ianques, é interessante perceber que nosso sentimento antiamericano vai além dos simpatizantes das ideias socialistas e afins. Embora não difundido por toda a população, esse sentimento extrapola a classe dos nossos políticos – quase todos autoproclamados de esquerda ou centro-esquerda – e se estende principalmente pelas camadas ditas mais esclarecidas, particularmente entre acadêmicos e “intelectuais” diversos.

Há 20 anos, Alvaro Vargas Llosa, Plinio Mendoza e Carlos Alberto Montaner lançaram o Manual do Perfeito Idiota Latino-Americano, que trata com muita inteligência e ironia das crenças predominantes nesta região do mundo sobre as causas de nossa pobreza e nosso atraso. Nele retratam que nenhum preconceito, ressentimento ou desculpa pelos nossos fracassos é tão difundido quanto o antiamericanismo, dado que por estas bandas os americanos são considerados não apenas como a quintessência dos valores burgueses e do liberalismo, mas também do consumismo e da exploração imperialista dos fracos da Terra. 


Segundo eles, as origens dessa crença – dos Estados Unidos como fonte primal dos nossos males se encontram na cultura hispano-católica, na visão econômica nacionalista ou marxista, na história de conflitos armados entre os EUA e os países ao sul e ainda em sentimentos antagônicos de inveja e admiração.

Em nosso caso, seria cabível desprezar o elemento bélico – seguramente nunca entramos num embate com os gringos; mas talvez acrescentar aquele fator de ordem acadêmica, dada a inclinação histórica de boa parte dos nossos professores e doutores – em especial nas universidades públicas – por autores europeus. Principalmente a França, a Alemanha, a Itália e mesmo a Inglaterra sempre foram olhadas – certamente com razão – como fontes inequívocas e legítimas de teorias, conceitos, estudos e análises, sem as reservas não raramente dirigidas aos americanos. Em minha prosaica, embora longa, passagem – de 1980 a 2005 – pela Universidade de São Paulo fui beneficiado pela frequente exposição às ideias e obras de europeus, porém desproporcionais reduzidas vezes aos acadêmicos e pensadores dos Estados Unidos. Ao menos em minha vivência, essa predileção pelos europeus se fazia presente nas aulas ligadas aos mais diversos temas. Para minha sorte e melhor formação, fui orientado por um excepcional professor que não sofre e nunca sofreu desse viés, ele mesmo estudou na californiana Stanford University durante seu doutorado.

Voltando aos dias de hoje, é verdade que a prática se tem imposto ao pensamento antiamericano com significativa força: são centenas de milhares de brasileiros que estudaram e estudam nos EUA, o número de turistas brasileiros por lá é da ordem de mais de 1 milhão/ano, são também cerca de 1 milhão os brasileiros que migraram para lá e a grande maioria dos 85% de conteúdo internacional das TVs por assinatura no País vem dos Estados Unidos, apenas para citar alguns números. Por outro lado, embora ainda uma das oito maiores economias do mundo, o Brasil é destino de apenas 2% das exportações dos EUA (11.ª posição) e apenas 1% da origem das importações americanas (17.ª posição).

A rigor, com nosso antiamericanismo acabamos por perder recursos e oportunidades. Perdemos recursos porque poderíamos intensificar e tornar mais vantajosas as trocas comerciais entre os dois países e também perdemos oportunidades de desenvolvimento de nossa sociedade por deixarmos de admitir que temos o que aprender com eles em inúmeras frentes, como educação, tecnologia, economia, infraestrutura, gestão pública e cidadania.

Ninguém precisa admirar a Associação Nacional do Rifle ou gostar de Donald Trump, mas ignorar a priori todas as contribuições e os avanços americanos é um total nonsense. Seria importante que, ao menos a partir de agora, tivéssemos uma posição estruturada, institucional, constante e atuante a favor do estreitamento e fortalecimento da relação Brasil-Estados Unidos. Os primeiros sinais da nova fase do Ministério das Relações Exteriores parecem muito promissores. Que a tendência prossiga e independa deste ou daquele titular do Itamaraty.

Para finalizar, vale a pena resgatar uma história que novamente tem que ver com aviões: em 1943 e 1944, Casimiro Montenegro, militar e aviador, fez uma série de visitas ao Massachusetts Institute of Technology, o MIT, com a ideia de desenvolver a Aeronáutica no Brasil. Com a colaboração do chefe do Departamento de Engenharia Aeronáutica do MIT, Richard Habert Smith, concebeu o Instituto de Tecnologia Aeronáutica (ITA), que viria a ser fundado em 1950. Como consequência direta da existência do ITA, e tendo-o como condição sine qua non, surgiu em 1969 a Embraer, das mãos de um grupo de iteanos liderado por Ozires Silva. Passados quase 50 anos, a Embraer é hoje uma das quatro maiores empresas de aviação civil do planeta, na companhia da americana Boeing, do consórcio europeu Airbus e da canadense Bombardier.


 
Fonte:  Fabio Biazzi - Engenheiro de produção, doutor em engenharia pela USP, diretor executivo e consultor de gestão, é professor de liderança e comportamento organizacional do MBA executivo do Insper

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Dilma se acovarda e a perspectiva de um processo por 'crime de responsabilidade' faz com que não fale as bobagens que pretendia vomitar em discurso cometido na ONU

Dilma recua de discurso sobre golpe e impeachment na ONU, com medo de cometer crime de responsabilidade 

[A ideia era Dilma falar de improviso; só que Lula proibiu dizendo com todas as letras para Jaques Wagner que junto com Dilma defendiam o improviso: Olha aqui cupanhêro Wagner. Decida logo o que ela vai ler, porque se for no improviso vai ser uma merda.]
A Presidanta Dilma Rousseff foi advertida que poderia terminar enquadrada em crime de responsabilidade, previsto no artigo 85 da Constituição Federal, caso cometesse o suicídio político de usar seus minutinhos de discurso na assinatura da Convenção do Clima, nas Nações Unidas, em Nova York, para denunciar um falso golpe contra seu desgoverno. O recuo forçado de Dilma foi mais um patético capítulo na articulação de adversários e inimigos para conseguir afastá-la do cargo, no máximo, até o final do mês de maio.

Apesar do recuo, a teimosa Dilma insistiu em terminar os quase oito minutos de discurso (estourou o tempo, para variar) com seu recadinho sobre a tensa conjuntura brasileira. Escaldada, Dilma fugiu das palavras golpe ou impeachment: "A despeito disso quero dizer que o Brasil é um grande país, que soube superar o autoritarismo e construiu uma pujante democracia. O nosso povo é trabalhador e com grande apreço pela liberdade, e saberá impedir quaisquer retrocessos. Sou grata a todos os líderes que expressaram a mim sua solidariedade".

Se Dilma insistisse no "golpe retórico" sobre o "golpe do impeachment", contrariando posição pública manifestada por ministros do Supremo Tribunal Federal, ela ficaria enquadrável em crime de responsabilidade, por atentar contra o livre exercício do poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos poderes constitucionais das unidades da Federação. Aliás, Dilma já cometera tal crime com o golpe que deu para nomear Lula ministro da Casa Civil, apenas para lhe conceder foro privilegiado, em clara obstrução ao trabalho normal do Judiciário...

O impeachment no Senado começa a andar depressa, contra a vontade do presidente Renan Calheiros. Nesta sexta-feira, sem enforcar feriado (o que é um enorme sacrifício para os senadores), os líderes dos blocos partidários fecharam indicações dos 42 integrantes da Comissão Especial do impeachment. O plenário do Senado se reunirá na segunda-feira, dia 25, para aprovar em votação a escolha dos indicados. Em seguida, pelo regimento, o senador mais velho do colegiado, o suplente José Maranhão (PMDB-PB), terá de convocar a primeira reunião da comissão para eleger o presidente e o vice. Maior bancada, o PMDB indicou para a presidência o senador Raimundo Lira (PMDB-PB). O PSDB, que tem o segundo maior bloco partidário, quer emplacar o tucano Antonio Anastasia (MG) para relatoria. O PT fará de tudo para que isso não aconteça. O relator pode terminar sendo Ronaldo Caiado...[com Ronaldo Caiado sendo relator,  fica a garantia que a Relatoria estará em boas mãos.]

Contrariando a primeira lei de Tiririca, o que está ruim para o PT pode ficar pior ainda...

É brincadeira, não...
Comentário do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, durante palestra em Cambridge, nos Estados Unidos, em evento organizado por estudantes brasileiros da Universidade Harvard e do Massachusetts Institute of Technology (MIT) sobre o tema corrupção: "No mensalão, houve 40 denunciados e 25 réus condenados. Se vocês fizerem a comparação do que é hoje a Lava Jato e o que foi o mensalão, o mensalão foi brincadeira".

Janot citou os números da Lava Jato: 1.177 procedimentos investigatórios instaurados em primeira instância, 574 mandados de busca e apreensão, 93 condenações e 5 prisões.

No STF, o Procurador-Geral enumerou que houve 47 inquéritos judiciais, 118 mandados de busca e apreensão –sendo que um deles atingiu o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ)–, 5 prisões preventivas –incluindo a do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS), então líder do governo no Senado–, e 9 denúncias contra 2 pessoas.

Fonte: Blog Alerta Total - Jorge Serrão