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terça-feira, 28 de abril de 2015

Quem são os sete executados junto com Rodrigo Gularte na Indonésia



Governo confirmou que, além do brasileiro, sete estrangeiros e um indonésio condenados por tráfico de drogas foram mortos por um pelotão de fuzilamento
O governo da Indonésia confirmou que executou oito condenados à morte por tráfico de drogas, entre eles o brasileiro Rodrigo Gularte, na madrugada de quarta-feira (29) - horário local, tarde de terça-feira (28) em Brasília. "Concluímos as execuções", afirmou a procuradoria do país, de acordo com o Jakarta Post.

Além do brasileiro, quatro nigerianos, dois australianos e um indonésio foram mortos no complexo de prisões de Nusakambangan, em Cilacap, a 400 quilômetros da capital Jacarta, por um pelotão de fuzilamento. A Indonésia planejava executar nove condenados. No entanto, o governo decidiu adiar a execução da filipina Mary Jane Veloso. Segundo o jornal Jakarta Post, uma mulher se entregou às autoridades alegando ser a pessoa que aliciou Mary Jane nesta terça-feira, e por isso o governo decidiu adiar a execução da pena.

Saiba quem são os oito estrangeiros condenados:

Myuran Sukumaran, 34 anos
Myuran Sukumaran, de 34 anos, era um cidadão australiano que nasceu em Londres. Depois de deixar a universidade, se envolveu com drogas em Sydney, atraído pela perspectiva do dinheiro fácil. "Eu estava esperando para comprar um carro", disse, em entrevista recente, de acordo com o New York Times. Ele foi preso em um quarto de hotel em Kuta, na Indonésia, em 2005, com mais de 8,3 quilos de heroína que, segundo as investigações, seriam enviadas para a Austrália. Na mesma operação que prendeu Sukumaran, outros oito australianos foram detidos, inclusive Andrew Chan, também condenado à morte. Em 2006, uma corte em Bali considerou-o chefe do cartel "Os Nove de Bali", grupo que contrabandeava droga para a Austrália. Na ocasião, foi condenado à morte. A defesa diz que Sukumaran se recuperou na prisão e virou um artista. Uma de suas últimas pinturas foi exibida para a mídia recentemente pelo seu advogado australiano Julian McMahon. O auto-retrato assombrado retrata um tiro ferindo o seu coração.

Andrew Chan, 31 anos
Andrew Chan, de 31 anos, é australiano e foi condenado na Indonésia por tráfico de drogas como um membro do cartel "Os nove de Bali". Filho de pais imigrantes chineses que trabalharam durante quatro décadas em restaurantes, começou a usar drogas aos 16 anos, quando abandonou a escola. Em 2005, Chan foi preso no Aeroporto Internacional de Ngurah Rai, em Denpasar, na ilha de Bali. Outras oito pessoas foram detidas na mesma operação, entra elas Myuran Sukumaran com mais de 8 quilos de heroína. Segundo a investigação, Chan e Sukumaran foram os líderes da operação de contrabando de heroína da Indonésia para a Austrália. Depois de um julgamento criminal em 14 de fevereiro de 2006, Chan foi condenado à execução por fuzilamento pelo Tribunal Distrital de Denpasar. Seu pedido de clemência foi negado pelo governo indonésio em janeiro deste ano. De acordo com o The Guardian, Sukumaran e Chan foram os dois únicos do grupo condenados à morte. Os sete restantes receberam sentenças de prisão perpétua. A defesa também argumentou que ele se recuperou na prisão e que dava aulas sobre a Bíblia e de culinária. O seu último pedido, conforme o Daily Mail, foi participar de um culto na igreja ao lado da família.

Zainal Abidin, 50 anos
Zainal Abidin, 50 anos, era o único cidadão indonésio entre os nove executados. De acordo com o New York Times, em dezembro de 2010 Abidin estava em sua casa em Palimbão, no sul da ilha de Sumatra, quando dois amigos bateram em sua porta pedindo para passar a noite. Eles carregavam sacos que, de acordo com a defesa do condenado, ele acreditava ser de arroz. Horas mais tarde, depois que a polícia invadiu a casa no meio da noite, descobriu que os sacos estavam recheados de maconha. Um dos visitantes foi preso. À polícia, ele falou que Abidin era o líder de um plano para vender a droga. Acabou preso. Em 2001, Abidin foi condenado a 15 anos de prisão. Mais tarde, no mesmo ano, a Corte de Sumatra revogou a sentença e o condenou à pena de morte. A defesa alegou que Abidin, funcionário de uma fábrica de móveis, não tinha como comprar tanta quantidade de maconha.
 
Raheem Agbaje Salami, 50 anos
Em 1998, as autoridades da Indonésia prenderam um homem com 5 quilos de heroína com o passaporte espanhol no nome de Raheem Agbaje Salami. O homem contou, no entanto, que o passaporte era falso. Seu nome verdadeiro era Jamiu Owolabi Abashin, ele era nigeriano e vivia como morador de rua em Bancoc quando recebeu US$ 400 para levar uma mala com roupas para Surabaya, a segunda maior cidade da Indonésia. Abashin foi condenado à morte em 1999. Ele recorreu e conseguiu reduzir a sentença para 20 anos de prisão, mas a promotoria recorreu ao Supremo e conseguiu a confirmação da pena de morte. O advogado do nigeriano alega que a condenação é irregular e inválida por um motivo simples: até hoje as autoridades da Indonésia continuam identificando-o como Raheem Agbaje Salami, o nome do passaporte falso.
 
Okwudili Oyatanze, 41 anos
O nigeriano Okwudili Oyatanze foi preso em 2001, com 2,5 quilos de heroína, em um aeroporto de Jacarta. Ele disse às autoridades que tinha uma empresa de vestuário na Nigéria. Essa empresa, no entanto, faliu.  Desesperado, acabou aceitando uma proposta para levantar dinheiro para pagar suas dívidas: engoliu cápsulas de heroína e tentou entrar na Indonésia, quando foi pego. Nas cadeias indonésias, Oyatanze se tornou religioso. Ele escreveu mais de 70 canções gospel, gravou álbuns e tem até músicas no Youtube, o que lhe rendeu o apelido de "o cantor evangélico do corredor da morte".
 
Sylvester Obiekwe Nwolise, 47 anos
O nigeriano Sylvester Obiekwe Nwolise, estava desempregado em Lagos, Nigéria, quando decidiu tentar a sorte no Paquistão. De lá, ele voou para a Indonésia, quando foi pego pelas autoridades com um quilo de heroína em cápsulas no seu estômago. Segundo Fatimah Farwin, sua mulher, em entrevista ao The New York Times, Nwolise foi condenado à morte após um julgamento em que ele não teve direito a um tradutor e seu "advogado indonésio" praticamente não tentou se comunicar com ele. Ela disse que um juiz tentou subornar Nwolise, pedindo que ele pagasse 200 milhões de rúpias (o equivalente a US$ 22 mil, na época) para mudar sua condenação para uma pena de prisão. Ano passado, as autoridades indonésias acusaram Nwolise de comandar o tráfico de drogas na prisão. Ele foi investigado e a polícia não encontrou provas ou evidências da procedência da acusação.
 
Martin Anderson, 50 anos
Martin Anderson, também conhecido como Belo, foi preso em 2003 pelo crime de possessão de 50 gramas de heroína em Jacarta. Ele foi identificado pelas autoridades indonésias como ganês, mas na verdade é um nigeriano - Anderson estava com passaporte falso, e a informação nunca foi corrigida no processo penal. Segundo seu advogado, ele foi baleado na perna pela polícia indonésia ao ser preso – o que seria uma "abordagem comum" por parte da polícia local. Seu pedido de clemência foi rejeitado em janeiro deste ano.

Fonte: Revista Época

Indonésia não cede a pressões e executa criminosos condenados



Brasileiro Rodrigo Gularte é executado em pelotão de fuzilamento na Indonésia
Condenado á morte por tráfico, brasileiro foi executado junto com outros sete presos
A Indonésia confirmou na tarde desta terça-feira (28) que o brasileiro Rodrigo Gularte foi executado por um pelotão de fuzilamento no complexo de prisões de Nusakambangan, em Cilacap, a 400 quilômetros da capital Jacarta. A informação foi confirmada pelo jornal local Jakarta Post.

Além de Gularte, outros sete presos condenados por tráfico foram executados nesta terça.
Rodrigo Gularte foi preso em 2004 ao tentar entrar na Indonésia com seis quilos de cocaína escondidos em prancha de surfe. Um ano depois, ele foi condenado à morte. Na prisão, ele desenvolveu problemas mentais. O brasileiro foi diagnosticado com esquizofrenia paranoide e, apesar dos inúmeros pedidos de autoridades brasileiras e da família de Gularte para interná-lo em um hospital psiquiátrico, o governo da Indonésia rejeitou os pedidos.
Perfil publicado em ÉPOCA em fevereiro conta um pouco sobre a vida de Rodrigo Gularte. Surfista, ele tinha o sonho de morar em Bali, na Indonésia, ilha conhecida pelas grandes ondas e praias exóticas. Ele saiu do Paraná, sua terra natal, com a promessa de ganhar quase US$ 500 mil para entrar com seis quilos de cocaína no arquipélago. A aventura terminou no aeroporto de Jacarta, quando o equipamento de raios-X detectou a droga. Gularte se torna o segundo brasileiro a ser executado em pena de morte na Indonésia. No dia 17 de janeiro, o carioca Marco Archer enfrentou o pelotão de fuzilamento, também condenado por tráfico de drogas. Nesta terça, outros sete presos foram executados: um indonésio, dois australianos e quatro nigerianos.
Filipina não foi executada
A Indonésia planejava executar nove condenados. No entanto, o governo decidiu adiar a execução da filipina Mary Jane Veloso. Segundo o jornal Jakarta Post, uma mulher se entregou às autoridades alegando ser a pessoa que aliciou Mary Jane nesta terça-feira, e por isso o governo decidiu adiar a execução da pena. [Joko Widodo, presidente indonésio, pisou nos tomates: o correto seria executar a sentença contra a filipina, levar a julgamento a mulher que diz ter aliciado Mary Jane, condená-la à pena capital e executar a sentença nos próximos dias.]

Crise diplomática
A execução de prisioneiros estrangeiros causou mal-estar entre o governo da Indonésia e de países com cidadãos no corredor da morte. A Austrália, por exemplo, fez uma intensa campanha para tentar evitar a morte de dois cidadãos australianos, e o ministro Tony Abbott pediu, sem sucesso, clemência para os dois.
No Brasil, a execução de Marco Archer causou uma crise diplomática com os indonésios. O governo brasileiro convocou o embaixador em Jacarta para explicações e a presidente Dilma negou as credenciais ao embaixador indonésio. [o “chilique” da Dilma não teve nenhum efeito; a Indonésia executou mais um brasileiro condenado por tráfico de drogas e, se necessário, executará outros que forem flagrados traficando drogas naquele País.
O embaixador indonésio tem mais é que agradecer a Deus por Dilma não ter recebido suas credenciais e com isso ele ficou livre de residir no Brasil e correr o risco de ser  um entre os mais 50.000 que são assassinados no Brasil.]

Fonte: BBC Brasil

quarta-feira, 4 de março de 2015

Indonésia: finalmente decide fazer JUSTIÇA - criminosos condenados - incluindo o brasileiro protegido da Dilma - são transferidos para o local de execução

Indonésia transfere estrangeiros para local da execução

Condenado à morte por tráfico, brasileiro Rodrigo Gularte não está entre os presos deslocados na operação. Procedimento indica que data dos fuzilamentos está próxima

Quatro estrangeiros condenados à morte por tráfico de drogas na Indonésia foram transferidos nesta quarta-feira para o local da execução, informou a imprensa local. Dois australianos, um filipino e um nigeriano formavam o grupo que foi conduzido de uma cadeia Bali para a ilha-prisão de Nusakambangan, no Sul de Java, onde ocorrem os fuzilamentos.
Australianos condenados à morte deixam a prisão em Bali em veículo blindado(Sonny Tumbelaka/VEJA)

Os quatro condenados estão entre os nove estrangeiros que devem enfrentar o pelotão de fuzilamento nos próximos dias, na segunda rodada de execuções autorizada pelo governo do presidente Joko Widodo

O brasileiro Rodrigo Gularte faz parte do grupo, mas não está claro se ele já foi transferido para a prisão insular.

A transferência de parte dos presos indica que a data das execuções está próxima, mas as autoridades da Indonésia avisam os condenados sobre o fuzilamento com 72 horas de antecedência.

Austrália - A condenação capital de dois australianos provocou revolta no governo do país, que prometeu lutar até o último momento pelas vidas de seus cidadãos. "A posição da Austrália é que nós abominamos o crime envolvendo drogas, mas também abominamos a pena de morte, medida que pensamos estar abaixo de um país como a Indonésia", declarou o primeiro-ministro Tony Abbott, que disse se sentir "revoltado" com a situação.

Andrew Chan e Myuran Sukumaran foram condenados à morte em 2006 por dirigir uma rede de tráfico de heroína.  O presidente indonésio Joko Widodo tem adotado uma postura dura contra traficantes de drogas desde que assumiu o poder, no final de 2014, negando todos os pedidos de clemência para estrangeiros condenados. Na primeira rodada de execuções do novo governo, cinco estrangeiros foram mortos, entre eles o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira.

Fonte: VEJA 

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terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Indonésia adia execuções - se espera que não seja um recuo da política 'tolerância zero' com criminosos condenados

Indonésia adia execução de brasileiro


Paranaense Rodrigo Gularte está na fila da morte e deveria ser executado em fevereiro; família quer transferência dele para hospital psiquiátrico.

A Indonésia adiou a execução de prisioneiros, inclusive do paranaense Rodrigo Muxfeldt Gularte, prevista para este mês, alegando que a prisão onde as sentenças de morte seriam cumpridas não está pronta. Rodrigo, de 42 anos, está preso desde julho de 2004, após tentar entrar na Indonésia com 6kg de cocaína escondidos em pranchas de surfe. Ele foi condenado à morte no ano seguinte.

O porta-voz do procurador-geral da Indonésia, Tony Spontana, disse à BBC que "está quase certo" que as execuções não serão realizadas neste mês, mas não anunciou quando elas irão ocorrer. As penas de morte por fuzilamento são realizadas na ilha de Nusakambangan e, segundo ele, os preparativos se atrasaram.


A família de Rodrigo, no entanto, tenta impedir que ele seja executado, solicitando a transferência do brasileiro para um hospital psiquiátrico, após um médico do governo indonésio tê-lo diagnosticado com esquizofrenia. [com a execução a doença do traficante Rodrigo se acaba. Problema resolvido.]  A família espera que o diretor do presídio onde Rodrigo é mantido assine o laudo médico na quarta-feira. O documento, então, deverá ser enviado ao procurador-geral da Indonésia, que poderá solicitar a transferência do brasileiro para um hospital, disse à BBC Brasil Angelita Muxfeldt, prima de Rodrigo, que está na Indonésia.

Este é o último recurso para evitar a morte de Rodrigo, já que seus dois pedidos de clemência foram negados e, segundo a família, a lei indonésia proíbe a morte de um prisioneiro que não esteja em plenas condições mentais. [o que deve ser levado em conta é o estado do criminoso durante a prática do delito e não o constatado anos após o crime.] Na Indonésia, a execução é por fuzilamento.  "A pressão está fazendo efeito", disse ela, por telefone. "Ele realmente está doente e precisa de tratamento, não estamos inventando".

A mãe de Rodrigo, Clarisse Gularte, esteve com ele na prisão nesta terça-feira. Segundo Angelita, Rodrigo teve "conversas desconexas e falava nada com nada". "O mundo dele é outro, a realidade dele é outra. Não adianta falar (com ele). Ele não acredita em nada", disse ela.

No mês passado, outro brasileiro condenado à morte por tráfico de drogas na Indonésia - o carioca Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos - foi executado com outros cinco prisioneiros, apesar do pedido por clemência feito pela presidente Dilma Rousseff.  O presidente indonésio, Joko Widodo, se elegeu no ano passado após prometer rigor no combate ao crime e que negaria pedidos de clemência. O governo tem defendido o direito de usar a pena de morte para enfrentar o que chama de situação de emergência causada pelo tráfico de drogas.

O adiamento também beneficia outros prisioneiros, inclusive dois australianos - Myuran Sukumaran e Andrew Chan - condenados à morte em 2006 por liderar um grupo de tráfico de drogas conhecido como "Os Nove de Bali". Eles são mantidos em Bali e ainda têm que ser transferidos para Nusakambangan.  Mais cedo, o procurador-geral H.M. Prasetyo disse que a transferência dos australianos havia sido adiada para que eles pudessem passar mais tempo com seus familiares.

[qualquer recuo por parte da Indonésia na manutenção da política de 'tolerância zero' para traficantes vai desmoralizar o combate as drogas.
As execuções precisam ser sistemáticas, realizadas com regularidade e proximidade, já que só a persistência na manutenção da política antidrogas os 'barões do tráfico' começarão a ter dificuldades de arrumar criminosos para transporte das drogas.
O recuo - caso o adiamento não seja motivado por razões técnicas (dificil de acreditar, afinal seria plausível um adiamento na primeira rodada de execuções) fará com que prevaleça o argumento que de a pressão contra as execuções está dando certo, aliás, já manifestado pela prima do traficante brasileiro. Adiar a segunda rodada, com o êxito recente da primeira não convence.]

Fonte: G 1
Colaborou Alice Budisatrijo, da BBC em Jacarta

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

JUSTIÇA IMPLACÁVEL e JUSTA - Mais um criminoso será executado na Indonésia



Rodrigo Gularte teve tudo do bom e do melhor. Agora está no corredor da morte na Indonésia
O brasileiro sonhava com festas, mulheres e drogas em Bali. Agora depende de uma improvável clemência para não ser fuzilado
O sonho do surfista paranaense Rodrigo Muxfeldt Gularte era morar em Bali, na Indonésia, pegar ondas o dia todo e viver rodeado por mulheres e amigos. Em busca desse objetivo, traçou um plano ousado: vender cocaína em um país que pune traficantes com a pena de morte. O retorno seria alto: quase US$ 500 mil como recompensa para levar 6 quilos de cocaína para Bali. Os devaneios de Rodrigo foram por terra em 16 de julho de 2004. Ao desembarcar em Jacarta, a capital da Indonésia, a aparelhagem de raios-X do aeroporto internacional, moderna e recém-adquirida, descobriu a droga, escondida em pranchas de surfe.

Preso e condenado à morte por fuzilamento, Rodrigo espera a execução no corredor da morte do complexo de prisões da ilha de Nusakambangan, conhecido como a “Alcatraz” da Indonésia. Os recursos judiciais praticamente se esgotaram e sobra-lhe a esperança de uma clemência para escapar da execução. Ele deve ser o segundo brasileiro condenado à morte a ser executado no mundo. O primeiro, o carioca Marco Archer, também condenado por tráfico de drogas no país asiático, foi fuzilado em pé e de olhos vendados em 17 de janeiro. Seus pedidos de clemência foram negados, apesar dos apelos do governo brasileiro. [O último pedido de clemência a que Gularte tinha direito foi devida e merecidamente negado pelo presidente da Indonésia.]

Nascido em Foz do Iguaçu, filho de Rubens Borges Gularte, um renomado médico gaúcho, e Clarisse Gularte, herdeira de uma tradicional família de latifundiários produtores de soja, Rodrigo sempre teve tudo do bom e do melhor. “O que ele queria, ele tinha, era só pedir”, diz Clarisse Gularte. “Ele era um anjo, tinha boas notas, estudava, era educado. Sonhávamos que seria médico, como o pai.” Como toda mãe zelosa, dona Clarisse culpa as “más companhias” pelo descaminho do filho. Aos 13 anos, em Curitiba, Rodrigo começou a usar drogas. Primeiro, fumou maconha. Depois cheirou solventes. Em pouco tempo já provara de tudo. Aos 18 anos, mesmo depois de ser preso por porte de maconha, ele ganhou um carro. Usou o presente para viajar pela América Latina com amigos, para beber e se drogar.

Enveredou então num frenesi de drogas, sexo e rock and roll. Patrocinado pela mãe, Rodrigo viajou pela América Latina, por Estados Unidos, África e Europa – sempre consumindo todo tipo de drogas. “Achei que essas viagens fariam bem, que ele ia espairecer, se livrar das más influências”, diz dona Clarisse. O resultado foi o oposto. Cada vez mais viciado, Rodrigo voltou em 1994 para Curitiba. Aos 24 anos, sem trabalhar nem estudar, notívago, Rodrigo se envolveu num grave acidente de trânsito depois de sair de uma festa, bêbado e drogado. Para evitar sua prisão, dona Clarisse internou o filho. 


Depois de seis meses de desintoxicação, em 1996, Rodrigo tentou mudar de vida. Tornou-se empresário, mas quebrou dois restaurantes. Em 1999, passou no vestibular de letras da Universidade Federal de Santa Catarina. No meio do curso, desistiu. Voltara a se encontrar com as “más companhias”. Entrou para o tráfico. Viajou para a Europa e para a América Latina trazendo na bagagem vários tipos de maconha. Em 2004, surgiu a oportunidade de levar as pranchas recheadas de cocaína para a Indonésia.

No afã de ganhar dinheiro fácil para concretizar seu sonho em Bali, Rodrigo não percebeu que traficar drogas no Sudeste da Ásia é brincar de roleta-russa. Traficantes podem encarar a pena de morte em sete dos 11 países da região. Na Indonésia, arquipélago com milhares de quilômetros de costas desprotegidas, o perigo ainda é maior. Estima-se que 45% das drogas em circulação na Ásia, vindas do chamado “Triângulo Dourado”, a região entre Mianmar, Laos e Tailândia, passem pela Indonésia.

Além de ser um centro de distribuição das drogas para vizinhos asiáticos e para a Austrália, o país se tornou o maior mercado de anfetamina, ecstasy e cocaína da Ásia. O governo indonésio afirma que quase 50 pessoas morrem por dia no país por causa do tráfico. “A questão das drogas é o maior problema social na Indonésia, e há um grande apelo para um combate firme dentro do país”, afirma Yohanes Sulaiman, professor de ciência política e relações internacionais na Universidade da Defesa da Indonésia. “Pode-se discutir a eficiência da pena de morte, mas essa é uma política que não vai mudar, venha o apelo de onde vier.” Em 1997, a Indonésia criminalizou o consumo e o porte de drogas e decretou a pena de morte aos traficantes. Desde 2007, 71 mil pessoas foram presas por suspeita de posse e tráfico de drogas. Quinze pessoas foram fuziladas por tentar entrar com drogas no país. Há 138 presos por tráfico – 55 são estrangeiros
. [a pena de morte pode não ser tão eficiente no combate ao tráfico de drogas. Mas, uma coisa é certa: cada  traficante executado é sempre um traficante a menos e sempre algum candidato ao tráfico desiste diante da certeza inarredável de que se pego, será fatalmente executado.]

O perfil dos estrangeiros presos na Indonésia por tráfico costuma ser igual. “São surfistas que viram no tráfico, em especial de cocaína, uma chance de se manter em Bali e viver uma vida de fantasia, pegando ondas, indo a festas e encontrando belas mulheres”, afirma Kathryn Bonella, uma jornalista australiana que escreveu o livro Snowing in Bali (Nevando em Bali), sobre o submundo das drogas na mais famosa ilha da Indonésia. “Eles viviam uma bolha de fantasia que não os permitia enxergar o risco do que faziam. Talvez a morte de dois ocidentais sirva de alerta.”

Marco Archer foi o primeiro ocidental a ser fuzilado na Indonésia. O holandês Ang Kiem Soe foi o segundo – no mesmo dia de Archer. Cinco fuzilamentos estão marcados para as próximas semanas. O de Rodrigo Gularte deve ser marcado para o fim de fevereiro. A última esperança da sua defesa é que a Justiça da Indonésia aceite os laudos psiquiátricos que dizem que ele tem esquizofrenia – diagnóstico que Rodrigo rejeita. Pelas leis do país, pessoas com problemas psicológicos não podem ser condenadas à morte. “Ainda temos essa última esperança, e vou me agarrar a ela com todas as forças”, diz dona Clarisse.
[quando cometeu o hediondo crime de tráfico de drogas, Rodrigo gozava de saúde perfeita. Portanto, era plenamente consciente e responsável pelo seu ato criminoso. Não tem sentido qualquer clemencia.]

É pouco provável que a Justiça da Indonésia aceite o pedido. Rodrigo desenvolveu problemas mentais depois da prisão. Nesses casos, segundo a ONG Death Penalty Worldwide, a lei na Indonésia permite a execução. Caso o último recurso também seja rejeitado, Rodrigo dependerá de uma improvável clemência presidencial. No fim do ano passado, o presidente Joko Widodo disse que havia 64 pedidos de clemência em sua mesa –  e que ele rejeitaria todos. 

Fonte: Revista Época