"Sr. Presidente do ... STF, Câmara Federal, Senado, TCU, TSE,
STJ, TST, Deputados, Senadores... : Como ocorre desde 1988, a nossa
Marinha realiza exercícios em Formosa/GO. Como a tropa vem do Rio,
Brasília é passagem obrigatória. Muito me honraria sua presença amanhã
na Presidência (08h30), onde receberei os cumprimentos da Força e lhes
desejarei boa sorte na missão", divulgou em rede social Bolsonaro, que
completa sua assinatura lembrando ser o "Chefe Supremo das Forças
Armadas".[Jair Messias Bolsonaro, presidente da República Federativa do Brasil, é o comandante supremo das Forças Armadas, conforme a dispõe o artigo 142, 'caput', da Constituição Federal: "
"Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e
pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com
base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República,
e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por
iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem."]
O Ministério da Defesa planejou para esta terça-feira um desfile de
blindados da Marinha que passará em frente ao Palácio do Planalto, em
Brasília. Os veículos militares seguem para Formosa (GO), onde será
realizado um grande exercício militar, com a presença de membros não
apenas da Marinha como também do Exército e da Aeronáutica.
Embora seja um exercício de adestramento tradicional da Marinha, essa
seria a primeira vez que os blindados entrariam em Brasília. Além
disso, eles seguirão para a Praça dos Três Poderes, em um momento de
grande tensão entre os poderes, em particular entre o Executivo e o
Judiciário. O evento ocorre, por exemplo, em meio uma série de declarações golpistas de Bolsonaro e na semana em que está prevista a votação do voto impresso na Câmara.
Bolsonaro vem promovendo uma série de ataques ao sistema eleitoral
brasileiro. Nessa cruzada, vem criticando diretamente autoridades do
judiciário. Usou mesmo palavras de baixo calão contra o presidente do
TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Luis Roberto Barroso, e
disse sobre o ministro do STF Alexandre de Moraes que "sua hora vai
chegar".
A Marinha buscou minimizar o desfile, afirmando que se trata apenas
da entrega de um convite a Bolsonaro e ao ministro Walter Braga Netto
(Defesa) para que as autoridades participem, na próxima segunda-feira
(16), de um tradicional exercício da Marinha que ocorre desde 1988. O evento não consta na agenda oficial desta terça-feira do presidente
da República, mas autoridades no Planalto consideram sua presença como
certa. Também não consta na agenda oficial divulgada, mas é possível que
Bolsonaro receba alguns ministros para uma reunião no mesmo horário da
chegada dos blindados.
De acordo com a assessoria de comunicação da Defesa, trata-se de uma
ação de divulgação do exercício. Segundo a Marinha, a Operação Formosa
envolverá neste ano mais de 2.500 militares das três Forças —é a
primeira edição que Exército e Aeronáutica participam.
No total, serão 150 diferentes equipamentos, entre carros de combate,
blindados, aeronaves e lançadores de mísseis e foguetes. O objetivo é
simular uma operação anfíbia. "Nesta terça-feira, pela manhã, comboio com veículos blindados,
armamentos e outros meios da Força de Fuzileiros da Esquadra, que partiu
do Rio de Janeiro, passará por Brasília, a caminho do Campo de
Instrução de Formosa", afirma. "Na oportunidade, às 8h30, no Palácio do Planalto, serão entregues ao
presidente da República, Jair Bolsonaro, e ao ministro da Defesa,
Walter Souza Braga Netto, os convites para comparecerem à demonstração
operativa", completa a Marinha, em nota.
O Ministério da Defesa foi questionado pela Folha, [questionado? talvez o adequado seja: "esta Folha solicitou ao Ministério da Defesa informações sobre o evento e aguarda resposta.] mas não informou qual é o custo total do desfile de blindados nem
quantos veículos e militares vão participar do evento. A pasta informou
apenas que iria repassar o pedido para a assessoria de imprensa da
Marinha, organizadora do evento, que também não se manifestou sobre
essas questões.
No início da noite de segunda-feira, a Marinha divulgou nota na qual
buscou esclarecer alguns pontos e amenizar o mal-estar causado pelo
evento. A Força afirma que a entrega simbólica dos convites foi planejada
antes do anúncio da data da votação da PEC do voto impresso, que ocorre
nesta terça-feira, e que não há relação nenhuma entre os dois
acontecimentos ou com "qualquer ato em curso nos Poderes da República".
O texto da Marinha também afirma que, do comboio total de blindados,
14 viaturas vão ficar em exposição para apresentar à sociedade
brasileira os equipamentos e preparo. A Marinha, por outro lado, não
esclareceu se esses serão os únicos veículos que percorrerão a Esplanada
dos Ministérios. "A entrega do convite ao presidente da República foi planejada para
contemplar um comboio composto de algumas das principais viaturas, cujo
total da Operação é 150, e que iniciaram o deslocamento para o Planalto
Central desde o dia 8 de julho", afirma o texto.
"Desse comboio, 14 viaturas ficarão em exposição durante esta
terça-feira, em frente ao prédio da Marinha na Esplanada dos
Ministérios. Os eventos buscam valorizar e apresentar à sociedade
brasileira o aprestamento dos meios operativos da nossa Marinha",
completa. Às vésperas do desfile de blindados, Bolsonaro se reuniu fora da sua
agenda oficial com o ministro Walter Braga Netto. O presidente se
dirigiu na tarde desta segunda a um prédio do Ministério da Economia,
para um compromisso na Autoridade Nacional de Proteção de Dados.
Após mais de uma hora que estava no prédio, Braga Netto chegou ao
local e permaneceu cerca de 15 minutos. Saiu em seguida, sem falar com a
imprensa. Bolsonaro ainda permaneceu no prédio do ministério, mas
também saiu sem dar declarações. A iniciativa do militares repercutiu entre congressistas e gerou reações. Parlamentares de centro, centro-direita e esquerda pretendem, durante
o desfile, se posicionar em silêncio na rampa do Congresso com cartazes
em defesa da democracia. “Em seu desespero de besta acuada, Bolsonaro tenta demonstrar força
colocando tanques na rua. O Parlamento reagirá à altura mostrando a
fraqueza do presidente, que faz um teatro para seus militantes para
justificar a previsível derrota do voto impresso”, afirmou o deputado
Kim Kataguiri (DEM-SP), que organizou a mobilização. [deputado, sua falta de noção o leva a ter a pretensão de se opor a que as Forças Armadas do Brasil desfilem em solo brasileiro?] “Mostraremos, juntando parlamentares de direita, de centro e de
esquerda, que a democracia brasileira é mais poderosa que Bolsonaro. O
tiro sairá pela culatra.”
A deputada Perpétua Almeida (PC do B-AC) avalia que a realização do
desfile é uma tentativa de Bolsonaro de pressionar os parlamentares e
“passar a ideia de que tem força, quando, de fato, não tem.” “Esse trabalho das Forças Armadas é corriqueiro, necessário. Agora,
quando os blindados passam pela Esplanada dos Ministérios num dia
importante como esse, é o Bolsonaro tentando usar as Forças Armadas para
seu projeto pessoal”, disse. “Se a ideia é intimidar, é o inverso que
vai acontecer, porque ninguém gosta disso. Os blindados do Bolsonaro
podem passar por cima do pé dele.”
"Nossa resposta será a derrota do voto impresso”, diz o líder do PT na Câmara, Bohn Gass (RS). Vice-presidente da CPI da Covid no Senado, Randolfe Rodrigues
(Rede-AP) atacou, em uma rede social, a presença de blindados na
Esplanada nesta terça. "Alguns avisos ao sr. inquilino do Palácio do Planalto: 1) Colocar
tanques na rua não é demonstração de força, e sim de COVARDIA; 2) Os
tanques não são seus, pertencem à Nação; 3) Quer tentar golpe Sr.
@jairbolsonaro? É o crime que falta para lhe colocarmos na cadeia",
escreveu. [senador, senador, sua fama de encrenqueiro é conhecida; mas de antipatriota, inimigo da Soberania do Brasil, havia apenas suspeitas, agora o senhor prova que sua ojeriza às Forças Armadas excede qualquer limite que o bom senso tente impor;
- o senhor pretende impedir que as Forças Armadas do Brasil desfilem em solo brasileiro?
Com o devido respeito ao mandato que lhe foi conferido pelos eleitores do Acre, isto é forçação de barra, esticar a corda para que arrebente.]