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segunda-feira, 5 de julho de 2021

Que vacina? Qualquer uma - Alon Feuerwerker

Israel é um líder mundial em imunização, e a vacina ali é a da Pfizer. E Israel encara uma escalada dos casos de Covid-19. Em parte nos que não se vacinaram. Mas também nos vacinados. Numa reunião com a bancada do seu partido, o ex-ministro Benjamin Netanyahu disse que cinco amigos dele, vacinados, pegaram a doença. E completou: "Usem máscaras" (leia).

Parece acontecer com a vacina da Pfizer o mesmo que vai com as coirmãs: alta taxa de proteção contra formas graves da Covid-19, mas não tão alta contra as formas mais leves. Aliás, é uma situação que a humanidade já conhece, por exemplo, no caso da gripe. Quem se vacina não o faz só para não pegar a virose: o objetivo principal é não ficar vulnerável às complicações.

Infelizmente, a turbulência política interna tornou o Brasil presa fácil na guerra comercial entre os fabricantes de vacinas. Estamos vulneráveis não apenas ao vírus, mas à desinformação. Um resultado disso é o fenômeno apelidado de "sommeliers de vacina", gente que perambula pelos postos de vacinação rejeitando umas e escolhendo outras (leia).

A observação do que acontece em Israel apenas reafirma: bom mesmo é se vacinar, com a vacina que estiver disponível. E se, lá na frente, a vacina que você recusou acabar se provando mais eficaz?

Vale a pena ler:  Vamos falar sobre a CoronaVac


terça-feira, 19 de maio de 2020

A pele e o coronavírus - Letra de Médico




Conheça as sete manifestações cutâneas relacionadas a Covid-19

Desde o início da pandemia pelo coronavírus, médicos estão descrevendo diferentes sinais e sintomas, nos mais variados órgãos e sistemas, que podem cursar com a infecção. Tal ato é nobre pois, além de traçar métodos clínicos mais sugestivos para se estabelecer diagnósticos precoces dessa enfermidade, pode, em última instância, tentar estabelecer critérios apurados para se conhecer o prognóstico da doença.

Nesse sentido, algumas manifestações cutâneas do coronavírus já foram relatadas e merecem discussão na coluna desse mês. Até agora, sete possíveis manifestações foram observadas: acroisquemia, eritema pérnio, exantema morbiriforme, exantema purpúrico/petequial, exantema tipo varicela (“catapora”), urticária e SDRIFE.

• Acroisquemia: considerada, talvez, a mais grave das manifestações cutâneas do coronavírus, a acroisquemia foi descrita em casos mais graves da doença, em pacientes internados em unidade de terapia intensiva. Esses pacientes apresentavam cianose de extremidades, bolhas de sangue e necrose, provavelmente, resultantes de fenômenos microembólicos sistêmicos causados pela evolução da doença viral.

• Eritema pérneo: caracterizado por placas violáceas sobre base avermelhada, infiltradas e dolorosas, nas faces laterais dos pés e dorsais dos dedos dos pés. Esse manifestação foi vista principalmente nos pacientes do norte da Europa, sugerindo, inclusive, estar associada a uma manifestação leve do coronavírus.

• Exantema morbiriforme: é uma manifestação cutânea comum de várias doenças virais e alergias medicamentosas, manifestando de mais variadas formas. As mais comuns são caracterizadas por manchas avermelhadas associadas a pápulas (“bolinhas”) avermelhadas, vesículas ou lesões purpúricas.

• Exantema purpúrico/petequial:
manifestação considerada rara, caracteriza-se por exantema que evoluiu com púrpuras e petéquias. O quadro é parecido com o exantema presente na dengue, o que pode levar a erros diagnósticos em áreas onde dengue é considerada endêmica.

• Exantema tipo varicela (“catapora”): caracterizada por pápulas avermelhadas e vesículas distribuídas principalmente no tronco. Foi descrito como surgindo após 3 dias de aparecimento dos sintomas gerais do coronavírus.

• Urticária: podendo aparecer antes ou após a sintomatologia geral do coronavírus, são placas avermelhadas, pruriginosas, que, em alguns casos, confundiu o diagnóstico precoce de infecção por coronavírus.

• SDRIFE: caracterizado por exantema em áreas de dobras, parecido com “Symmetrical Drug-Related Intertriginous and Flexural Exanthema” (daí, a sigla SDRIFE), também conhecido como síndrome do babuíno.
Por enquanto, é ainda cedo fazer o estabelecimento direto dessas manifestações de pele com o coronavírus, seja como meio diagnóstico, seja como meio prognóstico dessa virose. As citações dessas manifestações foram frutos de relatos de casos, o que nos obriga esperar por dados vindos de estudos epidemiológicos mais abrangentes e conclusivos. 

No entanto, esses relatos já alertam para a possibilidade do coronavírus ser, sim, mais do que uma “simples gripezinha”, tratando-se de uma doença de abrangência sistêmica, que atinge vários órgãos e sistemas, e que merece a atenção e o empenho das autoridades políticas e de saúde do mundo todo.

Letra de Médico - Adilson Costa, dermatologista - VEJA


domingo, 5 de abril de 2020

OMS: organização política - O Tempo

Marco Antonio Felicio

Pandemia e motivações da organização e de seu dirigente

Como sempre, aproveitando-se das últimas declarações do presidente Bolsonaro acerca da volta ao trabalho por parte da população ativa em vez de um completo “isolamento social” – preocupado que ele está com a situação econômica atual do Brasil e com o pós-pandemia –, parte da imprensa, tendo à frente a Rede Globo (chamada de “Rede Lixo”), o massacrou, tentando colocá-lo em confronto com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e seu diretor geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Assim, tal imprensa difundiu que Bolsonaro passa vergonha perante a comunidade internacional, pois editou nota assinada pelo dirigente da OMS, um “líder mundial”, e disso se aproveitou para justificar as suas próprias declarações, ditas contrárias às do diretor geral da organização. A maioria dos governadores brasileiros apoiou a OMS, visando a seus interesses políticos individuais, esquecendo-se dos interesses da nação.


São sempre os mesmos jornalistas, hipócritas e ignorantes, pois não sabem o que falam. Aquele ao qual se referem como um “líder mundial” não passa de um ativista e guerrilheiro comunista, partícipe de cruenta ditadura na Etiópia como ministro de governo. É acusado de não ter respeitado os direitos humanos quando ocupava a pasta. É cercado na OMS de bandidos oriundos de ditaduras africanasÉ essa a OMS que quer impor nefastas regras ao nosso país, o que é apoiado e facilitado pela ignorância de tais jornalistas e de pretensas lideranças brasileiras que as levam a aceitar como verdade incontestável o que diz a Organização Mundial da Saúde, embora seja um organismo político e não trate de ciência. Atuando contra Bolsonaro, o irresponsável presidente do Senado declara à imprensa que temos a séria obrigação de seguir tudo o que a OMS está mandando fazer durante a atual pandemia.

Esbanjando insensatez também desejando desmoralizar Bolsonaro –, o ministro do Supremo Gilmar Mendes afirmou: “As orientações da OMS devem ser rigorosamente seguidas por nós”. “Não podemos nos dar ao luxo da insensatez”. Esquecem que temos gente competente e que nossos problemas requerem soluções adequadas às especificidades do país, embora não desprezemos as experiências vindas de fora quando pertinentes.

A realidade é que a OMS não passa de uma agência política, um órgão da ONU e que não preza democracias. O seu diretor não é médico e é acusado de ter sido incompetente em situações semelhantes ocorridas na África, tendo sido responsável por milhares de mortes durante o problema Ebola naquele continente. Foi eleito diretor geral da OMS sob pressão e interesse do governo chinêsNo início desta pandemia, a entidade ajudou o governo comunista da China a esconder o que acontecia. Durante quatro semanas inteiras, ainda em dezembro de 2019, com a virose sendo intensamente disseminada, a China se recusou a admitir a existência de qualquer problema na cidade de Wuhan. A posição da OMS foi dar apoio pleno ao governo da China e ao que ele determinou internamente. Qualquer dúvida quanto à pandemia foi considerada preconceito” e “racismo”.

Embora a imprensa negue e deturpe, o diretor da OMS mudou o discurso após a reação de Bolsonaro, dando-lhe razão, em seu último pronunciamento, admitindo, então, que o vírus se comporta de formas diferentes em determinados países, e salientou a impossibilidade do "lockdown" em um mundo onde as pessoas precisam, nas palavras dele, "ganhar o pão de cada dia". Posicionou-se, portanto, pela análise particular das necessidades, de acordo com o contágio em cada local.

Como breve conclusão, parte de nossas lideranças, entre elas a nossa classe política – estando inclusa a maioria dos governadores, em oposição a Bolsonaro –, sob o discurso demagógico de "cuidar" da população, em verdade, em hora de grave crise, coloca os seus interesses pessoais e partidários acima dos interesses da nação.

Marco Antonio Felicio, general Exército - O Tempo


quarta-feira, 25 de março de 2020

A saúva e o Brasil - Alexandre Garcia


Gazeta do Povo

Brasil de joelhos  


Há 200 anos, o naturalista francês Auguste de Saint Hilaire, que percorreu o Brasil por seis anos, advertiu: “Ou o Brasil acaba com a saúva, ou a saúva acaba com o Brasil”.

Nesses tempos de recolhimento que nos fazem pensar, a advertência continua atual. A formiga já está sob controle, mas há muitas saúvas que insistem em acabar com o país, ainda que depois da devastação, nada mais tenham para se sustentar. Entre elas está a saúva do masoquismo. Não precisamos sofrer para pagarmos nossos pecados e ganhar a vida eterna. Se ficarmos à mercê dos arautos do medo, seremos presa dessa saúva. Intimida e reina.

Nessa virose, aplaudimos enterros e corruptos e ignoramos heróis. Amyr Klink atravessou remando sozinho o Atlântico Sul, da Namibia à Bahia, e não lhe caiu um único pedaço de papel picado nas grandes avenidas do país. A professora Helley Batista deu a vida salvando 25 crianças na creche de Janaúba há dois anos, mas é uma desconhecida na maioria das escolas brasileiras. Entregamos os impostos gerados pelo nosso trabalho aos que saqueavam nossas estatais e serviços públicos e não apenas ficamos calados, mas os reelegemos.

Agora o herói é o coronavírus. O Brasil está posto de joelhos diante dele. Virose, neurose, psicose, são apenas rimas e não são a solução. Estão sendo cautelosos os economistas que preveem uma profunda recessão se continuarmos assim. Na verdade, o que estamos semeando se chama depressão. Sem produção não há arrecadação para custear a saúde e pagar o funcionalismo. Sem produção não se pagam impostos, nem credores, nem empregados. Sem caixa companhias aéreas não pagam combustível e não decolam. Sem dinheiro não se come. E dinheiro não cai do céu nem vem de graça como o vírus. Municípios com zero coronavírus foram paralisados por prefeitos com neurose agravada pela proximidade da eleição municipal.

Não há soluções simples. A Itália pôs todos em casa e os jovens levaram o vírus para os idosos acamados em domicílio. É preciso proteger os de saúde já debilitada, e considerar que o Brasil é um país continente. O que é preciso fazer em São Paulo, não será preciso no Pará. O que é preciso fazer onde houver um único caso, não será necessário em lugar sem registro algum do vírus.

Quase 30% da população da Itália são de idosos; a nossa maioria é de 85% de não-idosos
Europeus ainda fumam muito; nós estamos entre os países com menos fumantes, como menos gente de risco. Então, é preciso a cada dia avaliar a atividade do vírus e a atividade econômica. E dar a ambos a dose certa para preservar os brasileiros.

Alexandre Garcia, jornalista - Vozes - Gazeta do Povo