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domingo, 10 de dezembro de 2017

2018 JÁ-4: Bolsonaro, o rebento da união homopolicialesca de Carlos Fernando e Dallagnol, é a primeira pedra no caminho

Ai, ai…

Acho, como já afirmei, que o segundo turno terá um candidato de esquerda. A questão é saber como um candidato do centro Geraldo Alckmin, por exemplo dá um jeito em Jair Bolsonaro, desbancando-o do segundo lugar (ou do primeiro, a depender do caso). [é sempre bom considerar a possibilidade de não haver segundo turno - Bolsonaro faturar já no primeiro.] Será mais difícil do que muitos imaginam.


Em circunstâncias normais — vale dizer: sem a militância fascistoide de próceres da Lava Jato (há o lado virtuoso da operação, mas é silencioso, discreto) —, um candidato como Bolsonaro deveria ser solenemente ignorado porque se esfarelaria logo adiante. Sim, sempre haverá gente disposta a substituir a economia política pela vontade de legislar sobre o traseiro alheio. Ou que vai enxergar numa exposição de arte, boa ou ruim (tanto faz), o prenúncio do apocalipse; ou que vai entender que o personagem transgênero da novela das 21h está a destruir as bases da civilização ocidental… A quantidade de bobagens que se diz nessa área é estupenda, com todos os clichês de que a ignorância é capaz. E o maior é “civilização judaico-cristã”. A junção só não é completamente parva porque Cristo, afinal, era… judeu! Isso à parte, perguntem o que a expressão queria dizer para a Santa Inquisição… A ignorância é gratuita e muito bem distribuída. Nessa área, não é preciso haver política redistributivista.
LEIAM TAMBÉM:  Conto de fadas gay para crianças: Prefeitura de Jundiaí faz pior que o Santander


Assim, lugar para os Bolsonaros no espectro político sempre houve. A questão é saber por que ele se tornou certamente maior do que o eleitorado de extrema-direita.

Explica-se.

Bolsonaro é o filho dileto do cruzamento entre Deltan Dallagnol e Carlos Fernando, união homopolicialesca celebrada por Rodrigo Janot, tendo os “repórteres vazativos” como coroinhas — os “investigativos investigam; não ficam tocando flauta de joelhos para procuradores destrambelhados. Personagem tão grotesca só expande seus domínios porque vivemos dias de terra arrasada, de ódio aos políticos e à política. Ora, se ninguém presta, se todos são iguais, se o Congresso não passa de um valhacouto, então existe alguém que, ora vejam!, não faria parte desse arranjo. Quem? Bolsonaro! É bem verdade que o deputado acha tão salubre aquele ambiente que preparou o caminho para toda a filharada. O maior feito do parlamentar até hoje é ter conseguido meter toda a família na política.


Bem, não importa! O fato é que ele se tornou o principal caudatário do discurso de ódio à política. E, sim, esse nicho, no passado, foi bastante explorado por Lula. Não era exatamente contra a política que o Babalorixá de Banânia pregava, mas contra a Dona Zelite. Dava na mesma.  Bolsonaro tem, por óbvio, a simpatia do eleitorado de extrema-direita, mas as pesquisas evidenciam que ele herdou também parcela daquela turma que votava no PT “contra as elites”, que hoje uns tontos chamam de “política tradicional”. Há quem aposte que sua candidatura vai murchar. Tomara! Mas é bom não confundir a personagem com gente como Celso Russomanno. Como este se coloca como um “resolvedor” de coisas, à medida que sua incompetência ou inabilidade se manifestam, ele esmorece. Ninguém vota em Bolsonaro porque gosta de suas soluções. Os que escolhem seu nome gostam mesmo é dos seus insultos. Querem a prova?


Vejam seus vídeos na Internet e o título que lhe dão seus admiradores e sua própria equipe de “agitprop”: ele sempre está destruindo, estraçalhando, esmagando, humilhando… Caso você assista aos filmes, verá que o argumento do deputado é irrelevante ou nem existe. Ele triunfa, segundo seus admiradores, quando ofende o oponente.  No limite, basta que diga a quem o contesta: “Vai pra Cuba”. E a turma urra.  Esse brejo das almas foi revolvido pela Lava Jato na sua sanha em favor da destruição da política. Bolsonaro não é o único monstrinho da relação. Há, por exemplo, o general Mourão. Também este foi gestado no ventre de aberrações da República de Curitiba.


Uma candidatura como a de Alckmin tem a delicada tarefa de expor as falácias da postulação de extrema-direita, que hoje teria o seu lugar no segundo turno, mostrando-se a alternativa eficaz contra os descalabros que poderiam advir de uma nova jornada petista à frente da Presidência. [reiteramos que o Alckmin, quando se candidata à Presidência da República ajuda os adversários e quando não é candidato atrapalha os aliados - basta contar as derrotas que ele já sofreu quando candidato a presidente e a derrota do Serra, resultado mais da ação amiga de apoio do Alckmin que da rejeição a Serra.]  

Blog do Reinaldo Azevedo


segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Grupo de WhatsApp com Batistas e quase-irmã de Barroso sugere flagrante armado contra Aécio



 Participavam da patota Joesley, Wesley, Fernanda Tórtima e Marcelo Miller. É Fernanda, a quase-irmã, quem trata, com todas as letras, da possibilidade do flagrante criminoso

Certa feita, num diálogo com um jornalista muito influente, na semana em que vieram à tona os episódios envolvendo Aécio Neves e o presidente Temer, afirmei: “O que se tem aí não é operação controlada, mas flagrante armado”. Entusiasta da coisa toda, ele ficou meio zangado. Segundo disse, eu não tinha “elementos para afirmar”. Bem, o elemento principal, de saída, era a escolha do relator no STF, feita por Rodrigo Janot. Sim, refiro-me a Edson Fachin. No dia 19 de maio, escrevi um texto chamado “Temer foi vítima de atos ilegais; democracia rejeita ‘entrapment’”.

Era tão evidente que se estava diante de uma armadilha.
Na Folha desta segunda, leio o seguinte: Uma troca de mensagens encontrada pela Polícia Federal sugere que procuradores orientaram executivos da JBS a gravar por conta própria –ou seja, sem autorização judicial– o momento da entrega de dinheiro a pessoas que seriam delatadas pelo grupo comandado pelo empresário Joesley Batista. Os diálogos ocorreram em um grupo de WhatsApp de nome Formosa, provável referência à cidade natal dos irmãos Joesley e Wesley Batista, em Goiás.

As conversas ocorreram em 4 de abril, data em que os advogados da empresa participaram de uma reunião na sede da PGR (Procuradoria-Geral da República) com Eduardo Pelella, chefe de gabinete do então procurador-geral, Rodrigo Janot, e Sérgio Bruno, do grupo da Lava Jato.  Na ocasião, os sete executivos da JBS não tinham se tornado oficialmente colaboradores da Justiça. O pré-acordo de colaboração premiada foi assinado em 7 de abril e a homologação saiu em maio.

No dia seguinte à troca de mensagens, em 5 de abril, o executivo Ricardo Saud gravou, por conta própria, a entrega de R$ 500 mil para Frederico Pacheco, primo do senador Aécio Neves (PSDB-MG). A gravação foi feita na sede da JBS, em São Paulo.  Esse foi o primeiro de um total de quatro pagamentos combinados entre Joesley e Aécio, completando R$ 2 milhões. Os repasses das outras parcelas foram filmados pela Polícia Federal com autorização judicial.  Participavam do grupo de WhatsApp o ex-procurador Marcello Miller, a advogada Fernanda Tórtima, Joesley, Wesley, Saud e Francisco de Assis e Silva, advogado e delator. Os diálogos indicam pressa da PGR para fechar a delação.
(…)
As mais de 200 mensagens, às quais a Folha teve acesso, estavam no celular de Wesley, apreendido em maio.
“Eles acham que podem desconfiar se adiarem [os pagamentos pendentes]. [Procuradores] Acham que vcs podem fazer uma vez sozinhos gravando e deixariam a controlada para a seguinte”, escreveu Tórtima no grupo.

Retomo
A reportagem da Folha evidencia o que afirmei aqui em maio, três dias antes de algum vagabundo vazar uma conversa minha com fonte para tentar me constranger. Reproduzo trecho:
Os absurdos cometidos contra o presidente Michel Temer podem colaborar para que a Lava Jato volte aos eixos à medida que será preciso reconhecer erros grotescos de procedimento, que não podem se repetir. Do contrário, a operação estará, ela mesma, correndo riscos. Está claro, a esta altura, que a turma não tem limites.

Nota: o braço da Lava Jato que atinge o presidente Michel Temer e o senador Aécio Neves (PSDB-MG) recebeu o sugestivo nome de “Operação Patmos”. É a ilha grega onde São João recebeu as revelações do Apocalipse. Se alguém ainda duvidava do caráter messiânico da turma…

É um absurdo que tantos advogados silenciem a respeito da barbaridade que se urdiu contra Temer. Aquilo nada tem de “ação controlada”, prevista no Artigo 9º da Lei 12.850. Retardar um flagrante em benefício da prova é diferente de preparar, de forma deliberada, as circunstâncias para o cometimento de um crime.

Precisamos, isto sim, é saber se não estamos diante daquilo que, nos EUA, é chamado de “entrapment”, que é uma cilada legal. Usa-se o aparato de estado para induzir um flagrante. Por lá, é um procedimento ilegal. Por aqui, também. Assim é em todo o mundo democrático. Só as ditaduras consagram tal meio.

Caso se investigasse a investigação, chegar-se-ia ao óbvio.
Segundo a versão da carochinha, espalhada por Joesley Batista com a ajuda do MP e da PF — e na qual a maior parte da imprensa cai por uma série de motivos, que merecerão post exclusivo —, o empresário decidiu ele próprio fazer a gravação. Não teria acertado isso nem com Ministério Público nem com Polícia Federal, que só teriam entrado em cena depois.

Pois é, meus caros. E a doutora Tórtima?
Sei bem o que tudo isso me custou. Entre outras coisas, dois pedidos de demissão. Mas não me arrependo nem um segundo sequer. Eis aí. Estamos em outubro. O leitor deste blog encontrava razões para desconfiar já em 19 de maio, há mais de cinco meses.
A propósito: não está na hora de a OAB indagar se a doutora Fernanda Tórtima não exerceria o seu trabalho de modo um pouco ortodoxo? E lá está Marcelo Miller, aquele que escreve textos à beira da autocanonização. A propósito: o que resultou da investigação determinada pela ministra Cármen Lúcia? Não está na hora de Raquel Dodge atuar, pautando-se apenas pela lei.

E mais um convite ao ministro Barroso
E, para encerrar, vamos ver. No dia seguinte àquele em que deu um piti porque não suportou ouvir que o Estado do Rio está quebrado, o ministro Roberto Barroso, do Supremo — queridinho de setores da imprensa; especialmente do setor carioca; vai ver quebradeira pouca é bobagem… —, afirmou ter “quase passado dos limites”.

O advogado de um ex-terrorista, condenado em seu país pelo assassinato de quatro pessoas, condenação esta referendada por cortes internacionais insuspeitas de perseguir esquerdistas, julga que uma reação corporativista (é isso na hipótese benigna….), em que acusa outro membro do tribunal de parceria com a leniência com o crime do colarinho branco, é “quase” (APENAS QUASE!) passar dos limites… Fico aqui a imaginar o que seria, de fato, passar.

Ou nem preciso imaginar. Acho que Barroso passa dos limites quando não se dá por impedido ao votar no caso JBS. Fernanda Tórtima é sua irmã — por consideração ao menos. É filha de um outro casamento da ex-mulher de seu pai. E os dois privaram, por óbvio, da chamada intimidade familiar — esta, sim, real. Acho que Pedro Bial não sabia disso quando o entrevistou, e o doutor, com a ligeireza disfarçada de gravidade, que lhe é bem própria, resolveu fazer digressões sobre suposto impedimento de um desafeto seu.

Ou será que Barroso acha que só há impedimento (se houvesse) quando se concede um habeas corpus, mas não quando se nega, estando a sua quase-irmã no polo oposto daqueles que são vítimas da decisão?
Flagrante armado.
O nome disso é crime.
Ah, sim, quanto ao jornalista influente: eu estava certo, e ele, errado.
Paguei o preço de estar certo. E o que se paga pelo erro?
Nada!

PS: Ah, sim! Imaginem uma parenta, deixem-me ver, do ministro Gilmar Mendes como advogada da JBS, sugerindo, de moto próprio, num grupo que inclui futuros delatores e um membro da PGR, que se arme um flagrante criminoso… Acho que daria “Jornal Nacional”.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo

domingo, 21 de maio de 2017

Temer, pede para sair

Para que adiar uma decisão e se agarrar a uma cadeira mendigando apoio? 

"Não renunciarei." Pois deveria, Michel Temer. Conversa com a Marcela. É melhor para o senhor e sua história. Não há mais o que fazer. Não há mais reforma que o senhor possa comandar, não há agenda para cumprir, não há como influir nas dez medidas contra a corrupção, no projeto de abuso de autoridade ou no debate sobre foro privilegiado. Não há como ser o fiador de mudanças na República. Não há como continuar a presidir o Brasil. Se resistir, será pior para o país, para a economia, para a paz.

Não existe mais a tal governabilidade, palavra horrível que significa “a capacidade de governar”. O senhor deve ter sentido o ímpeto de renunciar. Pelo insustentável peso do isolamento. Sua base aliada ficou como barata tonta. Seus ministros se dividiram. Não existe rua do Brasil apoiando o senhor, não existe esquina a seu favor, o senhor nunca foi popular e assumiu isso publicamente.  Presidente, para que adiar uma decisão e se agarrar a uma cadeira mendigando apoio? Para que esperar o desmoronamento de indicadores econômicos que ensaiavam uma tímida recuperação? Para que testemunhar, na Presidência, o constrangimento de quem não quer ser visto a seu lado? Por orgulho? O país hoje quer saber se o senhor está bem ou não está bem com o Eduardo.

Com a operação do apocalipse, “o Eduardo” preso em Curitiba e já condenado a 15 anos e quatro meses de reclusão por corrupção recebe agora mais um mandado de prisão preventiva. Em defesa própria, o Eduardo queria “fustigar” o presidente com 21 perguntas. Foi o verbo que o senhor usou, Temer. As perguntas foram barradas pelo juiz Sergio Moro. Agora, serão feitas?

Ninguém levantará uma bandeira “Fica, Temer”. Lembra quando Dilma Rousseff foi impedida? Por falta de apoio de ministros, do Congresso, dos sindicatos e das ruas? E porque a economia desabava e ela havia perdido o comando? Não foram apenas as pedaladas, por mais escandalosas que fossem. Ah, e ela não estava bem com o Eduardo, então presidente da Câmara. Ela estava mal com a população, que se sentia traída por suas mentiras de campanha e se via obrigada a pagar a dívida da incompetência do PT.
O caixa dois que poderia cassar a chapa Dilma-Temer estava – e ainda está – no colo do Tribunal Superior Eleitoral, o TSE. Uma hora será julgado. O senhor acha que, em sua atual fragilidade, conseguirá se descolar de Dilma na campanha de 2014? A mesma campanha em que a JBS foi a maior “doadora oficial” para 178 deputados? O que dirá seu cupincha, Joesley Batista, dos R$ 366 milhões que a JBS doou ao todo para 24 partidos em 2014? Sua amizade com Joesley permitiu uma conversa íntima sobre crimes contra a República no Palácio do Jaburu, onde o senhor mora com sua família.

O bandido-mor da JBS levou um gravadorzinho muito ordinário no bolso para gravar suas palavras e seus silêncios, às 22 horas, em sua casa, Temer. Para reforçar que mantinha Cunha calado, Joesley disse: “Eu tô bem com o Eduardo”. O ex-deputado continua a receber propina na prisão. Mas o presidente não achou impróprio. Joesley também lhe disse que estava “segurando as pontas” de juízes e procuradores para não ser prejudicado. O senhor disse: “Ótimo”. “Está segurando as duas pontas.” Que raio de pontas é preciso segurar na Justiça, Temer?

Agora, vai rifar seu amigo Rodrigo Rocha Loures, o mesmo deputado que o senhor indicou a Joesley para “resolver os problemas da JBS”? O mesmo Loures filmado pela Polícia Federal começando a receber R$ 500 mil por semana, num trato que iria durar 20 anos? Vinte anos? Quanta ganância de quem o senhor chamou de “belíssima figura”.  Joesley é um desclassificado, um cupim de dinheiro público, como tantos. Deu desculpas esfarrapadas à nação depois de faturar milhões de dólares até com sua própria delação. Do pequeno açougue que o pai abriu em Anápolis, Goiás, em 1953, os filhos Joesley e Wesley enriqueceram vertiginosamente e se tornaram um conglomerado internacional, com ajuda do BNDES, nos governos Lula e Dilma. O faturamento da JBS em 2006 era de R$ 4,3 bilhões, em 2016 passou a R$ 170 bilhões. Esse Joesley lhe disse, presidente: “Tamu junto”.


Temer, seu governo perdeu apoio de quatro partidos e o senhor tinha, na sexta-feira, oito pedidos de impeachment. O senhor se diz vítima de uma “conspiração” e de “gravações clandestinas”. Todos se dizem assim. Lula, Dilma, Eduardo Cunha, Renan Calheiros e o abominável tucano Aécio Neves, que ainda está solto para ver a irmã presa pelos malfeitos e pela arrogância dele. Obstrução da Justiça é fichinha para Aécio.  Estamos remexendo no lixo da História, que ainda vai cheirar mal por muito tempo. E assim deve ser. O Brasil precisa ser saneado. Presidente, o Supremo abriu um inquérito contra o senhor.  Com respeito, Temer, pede para sair.

 Fonte: Ruth de Aquino - Época


quinta-feira, 18 de maio de 2017

STF afasta Aécio, e irmã do senador é presa em BH

Senador foi flagrado em gravação pedindo 2 milhões de reais; Andréa Neves, irmã do parlamentar, foi presa na manhã desta quinta-feira em Belo Horizonte

O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) sejam imediatamente afastados de seus mandatos parlamentares. A decisão de Fachin se assemelha à tomada pelo ministro Teori Zavascki em 2016, quando foi determinado o afastamento do então deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). [e é tão inconstitucional, arbitrária e mesmo vergonhosa quanto foi aquela. A Constituição Federal está em vigor e estabelece um rito para afastar um parlamentar do exercício do seu mandato.]
 
Os mandados são cumpridos no gabinete do presidente do PSDB e na na casa do parlamentar em Brasília. A irmã de Aécio, Andréa Neves, foi presa na manhã desta quinta em Belo Horizonte, informou a VEJA o advogado criminalista Alberto Toron. A prisão preventiva de Andrea Neves foi autorizada pelo ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).

A operação desta quinta-feira foi batizada de Patmos, em referência à ilha grega onde o apóstolo João teria escrito o Livro do Apocalipse. Segundo o empresário Joesley Batista, que fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República, ao lado de seu irmão Wesley Batista e outros cinco executivos da JBS, Aécio pediu 2 milhões de reais para supostamente custear a defesa dele na Operação Lava Jato.

 De acordo com O Globo, que revelou a delação premiada nesta quarta-feira, o presidente do PSDB teria dito ao empresário que o valor custearia o trabalho do advogado Alberto Zacharias Toron. A conversa teria durado 30 minutos e foi gravada em um hotel em São Paulo. “Se for você a pegar em mãos, vou eu mesmo entregar. Mas, se você mandar alguém de sua confiança, mando alguém da minha confiança”, teria dito Joesley ao tucano. “Tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer delação. Vai ser o Fred com um cara seu. Vamos combinar o Fred com um cara seu porque ele sai de lá e vai no cara. E você vai me dar uma ajuda do caralho”, teria respondido Aécio, em uma suposta referência a seu primo Frederico Pacheco de Medeiros.

Ainda segundo a publicação, o dinheiro foi entregue em quatro parcelas de 500.000 reais a Medeiros pelo diretor de relações institucionais da JBS, Ricardo Saud. Uma das entregas teria sido filmada pela Polícia Federal, ocasião em que Frederico Medeiros teria repassado o dinheiro a Mendherson Souza Lima, secretário do senador Zezé Perrella (PMDB-MG).

O jornal também informa que a PGR tem indícios de que essa parte do dinheiro não foi destinada ao pagamento do advogado. A PF teria seguido Souza Lima, que fez três viagens de carro a Belo Horizonte para levar a propina. Ele teria remetido os 500.000 reais à empresa Tapera Participações Empreendimentos Imobiliários, de Gustavo Perrella, filho de Zezé Perrella.  Ontem, o perfil de Aécio no Twitter comentou as denúncias feitas pelos donos da JBS.

Irmã de Aécio, Andrea Neves é presa em Belo Horizonte

Irmã do senador Aécio Neves foi alvo de operação da Polícia Federal; Andréa é suspeita de ter pedido dinheiro, em nome do irmão, para Joesley Batista

Saiba mais, sobre a prisão fundada em suspeita - vivemos em um Estado Democrático de Direito, que permite que um ministro do Supremo, de forma monocrática, adote medidas não previstas na Constituição Federal e que inclusive contraria o RITO estabelecido na Carta Magna - clicando aqui.

Fonte: Revista VEJA  - Laryssa Borges 

 

terça-feira, 2 de maio de 2017

Paulinho vira líder “antiburguês” com grana de banco e montadora!

É... Em festança patrocinada por “patrões”, o líder inigualável acha que reforma só beneficia grandes empresas e bancos... 

Oh, as centrais sindicais ameaçam o presidente Michel Temer com o fim do mundo, o Apocalipse, a batalha final? Não me digam!  Sabem quem realmente desafia, como diria Belchior, “O meu som, a minha fúria/ e essa pressa de viver”? Paulinho da Força (SD-SP). O chefão da central não sabe, mas foi para ele que La Rochefoucauld (foto) cravou a frase: “A hipocrisia é o tributo que o vício presta à virtude”. Já chego ao ponto. Antes, algumas outras considerações.


O objetivo, obviamente, é intimidar o Congresso. Se os parlamentares aprovarem as reformas trabalhista e da Previdência como estão, o presidente Temer terá assegurado um lugar de honra, dos mais elevados, na história. E também as lideranças políticas que estiverem a seu lado.

Ocorre que Temer não vai disputar cargo nenhum em 2018, e os deputados e senadores vão. Quando as centrais ameaçam o país com a ingovernabilidade e a com reação, miram mesmo é o Congresso Nacional.  Pois bem: Paulinho, este monumento à coerência e à moral, fez a sua tradicional patuscada de 1º de Maio. Sorteou uma penca de carros no evento da Força e distribuiu chocolates.

Segundo o valentão, as reformas propostas pelo governo Temer só beneficiam os bancos e as grandes empresas. Entendi.  Pois saibam: a festança da Força foi patrocinada por uma montadora, um banco e uma empresa de chocolates.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo - VEJA

 

domingo, 9 de abril de 2017

O comissariado ouviu o povo e assustou-se

Hoje, uma mulher branca, de 30 anos, acha que a politica está contaminada e seria bom "jogar tudo no lixo"

A Fundação Perseu Abramo, do PT, fez uma pesquisa que chamou de "Percepções e Valores Políticos nas Periferias de São Paulo". Um mergulho na alma política de famílias da classe média baixa (renda familiar de até cinco salários mínimos, R$ 4.685), gente que votou no PT de 2000 a 2012, mas não foi atrás de Dilma Rousseff em 2014, nem de Fernando Haddad em 2016.

Os 63 entrevistados foram divididos em cinco grupos e vinte entrevistados haviam sido beneficiados por programas sociais dos governos petistas, do Bolsa Família ao ProUni.
O resultado da pesquisa está na rede. Ele surpreendeu muita gente, até mesmo os redatores do relatório final. Verdadeiro Apocalipse: "as camadas populares passaram a se identificar mais com a ideologia liberal que sobrevaloriza o mercado".

Esse morador da periferia acredita que o Estado é o inimigo do povo, pois arrecada impostos e não devolve serviços, confia no mérito e no esforço pessoal para melhorar a vida das pessoas: "Muitos assumem o discurso propagado pela elite e pelas classes médias, apontando a burocracia e os altos impostos como empecilhos para o empreendedorismo".  Hoje, uma mulher branca, de 30 anos, acha que a politica está contaminada e seria bom "jogar tudo no lixo".

Se aparecesse diante dos comissários de hoje um jovem viúvo da periferia do ABC dizendo que os partidos políticos são "farinha do mesmo saco", defendendo o fim da unicidade sindical, dizendo que a Consolidação das Leis do Trabalho é uma bola de ferro amarrada à perna do trabalhador, eles certamente veriam nele um seguidor da "agenda definida pela mídia hegemônica".

Pena, nos anos 70 esse personagem chamou-se Luiz Inácio Lula da Silva, que foi o Baiano e o Taturana, antes de virar o Lula de todos os santos.  Foi com o discurso do operário que precisa de direitos e oportunidades que ele virou uma liderança nacional.
Acredite-se, houve um tempo em que Lula cavalgava uma agenda moderna. A Fundação Perseu Abramo é uma das poucas áreas instigantes do pensamento petista e sua pesquisa ajudará a entender um povo em nome do qual muita gente fala, desde que não precise ir às quebradas onde ele vive.

Fonte: Elio Gaspari, jornalista - O Globo

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

O balanço da Lava Jato anuncia a morte da Era da Canalhice

Confrontados com o Petrolão, os escândalos protagonizados pelos quadrilheiros do Mensalão e da FIFA parecem coisa de black bloc

 O juiz federal Sérgio Moro, participa de manifestação em Curitiba (PR), com outros juízes, contra a lei que torna crime abuso de autoridade - 28/07/2016 (Rodolfo Buhrer/Reuters)
[Comentário: um dos raros erros do juiz Sérgio Moro é sua resistência a que a lei contra o abuso de autoridade seja aprovada. O digno magistrado esquece, ou finde esquecer, que se algum indiciado na Lava Jato ou em qualquer outra operação denunciar o juiz responsável pelo crime de 'abuso de autoridade' a denúncia só irá em frente se acolhida por um procurador - e só será acolhida de procedente.
Mesmo após acolhida e o MP apresentar denúncia o julgamento caberá a um juiz, mais uma garantia de não sendo procedente o processo será arquivado.
Moro, temer o que?]

Quem acha que o Brasil já não tem salvação, que nem capim voltará a crescer na terra arrasada por oito anos de Lula e cinco de Dilma, que depois da passagem dessas duas cavalgaduras do Apocalipse está tudo para sempre dominado ─ quem acredita, enfim, que a única saída é o aeroporto deve adiar a compra do bilhete e visitar o site da Lava Jato. O balanço da operação ─ ainda muito longe do fim, insista-se ─ informa que os bandidos perderam. Valeu a pena a luta travada nos últimos 13 anos pela resistência democrática. O projeto criminoso de poder fracassou.

A Era da Canalhice está morrendo em Curitiba, atesta o quadro acima. Os números resumem o que aconteceu entre entre março de 2014, quando as investigações se concentraram no bando do Petrolão, e 18 de dezembro de 2015. “Até o momento, são 80 condenações, contabilizando 783 anos e 2 meses de pena”, avisa o tópico que fecha o cortejo de cifras superlativas. Algumas são decididamente assombrosas, como a que revela que “os crimes já denunciados envolvem pagamento de propina de cerca de R$ 6,4 bilhões”. A herança maldita do lulopetismo anexou a criação do pixuleco bilionária.

Confrontados com o maior esquema corrupto forjado desde o dia da Criação, os escândalos protagonizados pelos quadrilheiros do Mensalão e da FIFA parecem coisa de black bloc. A roubalheira consumada pelos 37 mensaleiros julgados em 2012, por exemplo, foi orçada em R$ 141 milhões pela Procuradoria Geral da República. Somadas as condenações ao regime fechado, aberto e semiaberto, as penas mal chegaram a 270 anos. E o Supremo Tribunal Federal só tratou com severidade os desprovidos de imunidades parlamentares.

A maioria dos ministros mostrou-se tão branda com a ala dos políticos que José Dirceu já dormia em casa quando foi devolvido à cadeia pelo que fez no Petrolão. A performance do reincidente sem remédio sugere que, se não tivesse entrado na mira do juiz Sérgio Moro, da força-tarefa de procuradores e da Polícia Federal, o ex-chefe da Casa Civil de Lula poderia igualar em em poucos meses a quantia embolsada ao longo de 24 anos pelos cartolas da FIFA algemados por agentes do FBI e indiciados pela Justiça americana: 200 milhões de dólares.

Duas linhas do balanço ─ “40 acordos de colaboração premiada firmados com pessoas físicas” ─ ajudam a entender a angústia dos advogados que, por falta de álibis consistentes e truques eficazes, trocaram tribunais por manifestos ditados por doutores da Odebrecht e agora fingem enxergar na Lava Jato a versão brasileira da Inquisição. Para bacharéis especializados em canonizar culpados e insultar homens da lei, são 40 clientes a menos. O desespero dos doutores com a redução da freguesia será decerto aguçado pelo levantamento da Procuradoria Geral da República divulgado no Estadão desta segunda-feira.

Entre março de 2014 e dezembro passado, defensores dos quadrilheiros apresentaram 413 recursos a instâncias superiores. Desse total, apenas 16 reclamações foram aceitas, integralmente ou em parte. O STF, por exemplo, rejeitou 50 dos 54 recursos ali julgados. Tudo somado, menos de 4% das decisões do juiz Sérgio Moro foram reformadas. O levantamento pulveriza a lengalenga dos signatários do papelório que tentou transformar os condutores da Lava Jato em torturadores dos presos políticos que saquearam a Petrobras.

“Magistrados das altas cortes estão sendo atacados ou colocados sob suspeita para não decidirem favoravelmente aos acusados”, fantasiou um trecho do manifesto a favor do Petrolão. “Pura fumaça”, replicou uma nota da Associação dos Juízes Federais. Quem vê as coisas como as coisas são enxerga, atrás da fumaça, uma vigarice de quinta categoria ─ e mais uma evidência de que os vilões do faroeste à brasileira não escaparão do final infeliz. Infeliz para eles, naturalmente.

Fonte: Blog do Augusto Nunes