Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador baronesa. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador baronesa. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 3 de julho de 2023

O dogma trans tomou conta das escolas - Joanna Wiliams, da Spiked

 Revista Oeste

Uma adolescente foi perseguida em sala de aula por dizer que o sexo biológico existe

 

Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock

Uma baronesa deu uma palestra para os últimos anos do ensino médio de uma escola particular do Reino Unido para meninas.  
Depois disso, uma garota foi cercada por um grupo grande de colegas. Elas gritaram, atacaram, xingaram e cuspiram na adolescente, que fugiu, mas desmaiou por não conseguir respirar direito.

A palavra bullying é usada de forma leviana hoje em dia. As crianças se veem como vítimas do bullying quando se sentem excluídas. Chefes que colocam a equipe sob pressão para cumprir prazos podem ser acusados de bullying. De modo geral, essas são apenas experiências desagradáveis. Mas uma estudante ser atacada, cercada, xingada e cuspida por suas colegas sem dúvida é um caso evidente de bullying.

Sendo assim, nesse caso, poderíamos esperar que os professores — totalmente treinados em todas as orientações antibullying mais atuais — interviessem e acabassem com o sofrimento dessa garota, não é? Seria de esperar que ela recebesse cuidados, e suas algozes fossem punidas, certo?

Mas não foi isso que aconteceu. Em vez de receber apoio de seus professores, a aluna cercada por uma multidão enfurecida foi “afastada” da escola. E, em vez de serem punidas, as colegas que a perseguiram foram tratadas como vítimas. 
Inacreditavelmente, tudo indica que a diretora da escola se desculpou com as alunas envolvidas por “não conseguir manter um ‘espaço seguro’ e ter sido vista por tanto tempo oferecendo apoio à vítima [do bullying]”, que a essa altura tinha sido “isolada na biblioteca”, para sua própria segurança.

Crime hediondo
A herege em questão supostamente cometeu um crime tão hediondo do ponto de vista moral que as cusparadas e os xingamentos foram considerados uma reação quase justificável. 
Na sequência da fala da aristocrata sobre “transfobia no Parlamento”, a garota que causou o estardalhaço ousou questionar as ortodoxias da identidade de gênero.  
Ela cometeu a temeridade de sugerir que o sexo pode ser biológico e imutável. Esses crimes de pensamento a fizeram ser considerada uma transgressora que mereceu ser punida.
 
O incidente veio à tona depois que um professor da escola entrou em contato o Transgender Trend, um grupo de pais, mães, profissionais e acadêmicos preocupados com o rápido aumento de crianças diagnosticadas como transgênero
Dali, a história chegou ao jornal The Times. E, então, finalmente, as cenas dignas do filme As Bruxas de Salém ocorridas na escola foram expostas ao escrutínio público.
 
Vale mencionar que a escola envolvida é uma “defensora da diversidade”, e a aristocrata, que foi conversar com as estudantes durante uma aula de educação pessoal, social, de saúde e economia, é uma conhecida ativista e palestrante da questão LGBTQ. 
Suas opiniões sobre as questões relacionadas à transgeneridade teriam reiterado posições já conhecidas pelas garotas — se elas não as tivessem ouvido na cultura popular, teriam escutado de figuras como a instituição beneficente trans Mermaids, que tinha sido convidada para falar na escola no ano passado.

As estudantes — que têm 17 e 18 anos — não estavam deparando com o tema pela primeira vez. Elas tiveram anos de treinamento sobre a forma “correta” de pensar. E tinham sido totalmente preparadas para concordar com tudo o que a baronesa dissesse. Mas parece que sua educação de alto nível não as preparou para a discordância dessa opinião. Como uma professora da escola descreveu, as estudantes presumiram que a garota que se atreveu a fazer perguntas “mereceu totalmente o corretivo que tinha acabado de receber”.

O pensamento woke é cada vez mais apresentado não como algo político, mas como uma questão de boas práticas para promover a igualdade

Que adolescentes se comportassem assim é uma coisa. Mas e os professores? De acordo com o Times, de início, muitos deram apoio à aluna em questão, mas “recuaram depois de reclamações de outras alunas do mesmo ano que a acusaram de transfobia”. Pelo jeito, ou eles concordaram que a aluna de fato era uma herege, e por isso mereceu aquele tratamento, ou foram covardes demais para se manifestar em defesa dela.

Culpa da vítima
Quando voltou para a escola depois de seu confronto com a multidão, a garota foi informada de que teria de estudar na biblioteca se dissesse qualquer coisa provocadora nas aulas.  
Os repetidos xingamentos e as acusações de transfobia significaram que ela já passava os intervalos e o horário do almoço na biblioteca. 
Os professores pareciam supor que era a garota que estava errada que ela era o problema por expressar discordâncias e por ousar fazer perguntas —, e não as garotas que a cercaram. 
Sob quaisquer outras circunstâncias, isso teria sido chamado de “culpar a vítima”. Infelizmente, mas talvez não surpreendentemente, a garota saiu da escola em dezembro e está estudando em casa desde então.

É totalmente absurdo que qualquer estudante de 18 tenha de ser tratada dessa maneira apenas por fazer perguntas educadas a uma palestrante convidada. Que isso tenha acontecido mostra não apenas a completa dominação intelectual da ideologia transgênero nas escolas, mas também como ideias nada científicas de identidade de gênero foram ensinadas às crianças como ortodoxias morais inquestionáveis. Do berçário em diante, os estudante são levados a absorver de maneira acrítica a crença de que o sexo não importa, de que o gênero está num espectro e de que pensar qualquer coisa diferente disso é transfobia.

Além do mais, esse caso específico da aluna que foi perseguida expõe a completa covardia de muitos professores.  
Eles não só não são capazes de questionar as narrativas identitárias dominantes, como também não conseguem defender os alunos que o fazem. 
Na mente de muitos docentes, o incentivo à curiosidade intelectual e ao debate foi substituído como objetivo fundamental da educação pela necessidade de promover um dogma woke
Esses professores parecem estar tão afastados de seu grande propósito moral que não se pode nem mais confiar que eles vão manter a segurança de seus alunos nas escolas.
 
Os colégios estão sujeitos a requisitos legais de imparcialidade política. Recentemente, os ministros do governo reiteraram essa obrigação. 
 Um obstáculo enfrentado por aqueles que estão comprometidos com a imparcialidade na educação é que o pensamento woke é cada vez mais apresentado não como algo político, mas como uma questão de boas práticas para promover a igualdade, a diversidade e a inclusão. Nada poderia estar mais equivocado. 
O que está acontecendo nas nossas escolas é uma forma de doutrinação moral. E está tendo um efeito devastador nas crianças.

Leia também “Uma agressão às mulheres”

 Joanna Williams é colunista da Spiked e autora do livro How Woke Won (no prelo)

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Temos uma cultura que persiste, seja qual for a forma de governo

Alexandre Garcia

"Vamos ponderar se a responsabilidade pelas mazelas deste país não é do sistema de governo, mas dos que operam as instituições do Estado brasileiro"

O plebiscito de 1993, previsto cinco anos antes pela Constituição, mostrou que 86,6% dos eleitores preferiam o sistema republicano e 13,4%, a monarquia. Ontem, quando o presidente em exercício Hamilton Mourão postou nas redes um texto comemorativo à Proclamação da República, a reação não veio na mesma proporção do resultado do plebiscito. Talvez, metade das manifestações, ou perto disso, culpa a República pelos nossos males e defende que a monarquia teria evitado muitas de nossas mazelas. No plebiscito de 1993, todos os eleitores só haviam vivido numa república e nenhum em regime de monarquia parlamentar; e não havia redes sociais para debater sistemas de governo.

Antes que se alegue que a proclamação da República foi um golpe militar tramado por uma elite intelectual e apoiado por escravistas furiosos com a abolição; antes que se lembre que Deodoro era amigo e admirador do imperador e o derrubou depois que Benjamin Constant o fez sair do leito de enfermo com a fofoca que Pedro II chamara Gaspar Silveira Martins para ser chefe do governo — logo ele, Gaspar, de quem Deodoro tinha ciúmes por causa de Maria Adelaide, a "baronesa" do Triunfo; antes que se argumente que a família real amava mais o Brasil que os políticos da República — vamos ponderar se a responsabilidade pelas mazelas deste país não é do sistema de governo, mas dos que operam as instituições do Estado brasileiro.

Quem quer que leia as biografias dos grandes do impériopolíticos do parlamento e ministérios e das províncias, empresários, senhores de terras, generais, juristas —, vai encontrar muita semelhança com deputados, senadores, ministros, governadores, juízes, empresários, que vieram depois de 1889. Antes e depois, tivemos leis a serviço de interesses individuais e de grupos, ações de governantes, legisladores e juízes em defesa, não do bem comum, mas de setores mais próximos do poder. O império, a República Velha e a Nova República conservaram os maus hábitos, sempre em defesa dos interesses dos que se apropriam do Estado que, por sua vez, defende a sua burocracia administrativa e jurídica, como se fossem mais do que guardiões — verdadeiros donos do governo.

Assim, temos uma cultura que persiste, seja qual for a forma de governo. Essa cultura escreveu, no único parágrafo do primeiro artigo da Constituição, que todo poder emana do povo, que o exercerá diretamente ou por seus representantes eleitos. 
Essa mesma cultura escreveu na Constituição que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. 
Que não haverá censura, que é livre a manifestação do pensamento, que é livre a locomoção no território nacional, que a casa é o asilo inviolável, que deputados e senadores são invioláveis por quaisquer opiniões, que o Ministério Público é essencial à Justiça. 
A cultura que escreveu isso é a mesma que mudou de monarquia para República, para o bem país — e se manter. São amarras centenárias enraizadas, que resistem e reagem quando sentem a ameaça de mudança real. No Brasil de hoje, cumprir a Constituição já será uma boa mudança.
 
Alexandre Garcia, colunista - Correio Braziliense
 

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Supremos tribunais: urubus de toga ou excelsos imparciais? - Veja Mundialista

Por Vilma Gryzinski

Em geral, nem uma coisa nem outra, mas a politização exacerbada prejudica a imagem e as funções dos juízes constitucionais em vários países

Piadinha americana:
“Um juiz dirige-se aos advogados que representam as partes litigantes de uma causa.”
“‘Vejam bem’, diz ele. ‘Ambos os doutores me deram uma propina’. Os advogados fazem expressão constrangida.”
“‘O doutor Leon me deu 15 mil dólares. E o doutor Campos me deu 10 mil dólares’.”
“O juiz põe a mão no bolso e tira um cheque. Entrega-o ao doutor Leon.”
“‘Agora que devolvi cinco mil dólares, vamos decidir a causa puramente com base no mérito jurídico’.”
Isso é coisa de juízes caipiras, claro, lá dos cafundós dos Supremos tribunais e adjacências.
Mas a atuação dos togados das altas esferas, os guardiães dos guardiães, é atualmente debatida com muito mais do que o calor natural provocado pela interpretação da lei e da constituição.

Em lugares bem diferentes, com tradições diversas sobre o papel dos supremos tribunais, como Estados Unidos, Grã-Bretanha e Peru, para não mencionar as chamas que ardem na Praça dos Três Poderes, a chapa ferve. Politização, captura de poderes legislativos, choques com o executivo, entre outros focos de incandescência, fogem espetacularmente da serenidade e da glacial imparcialidade associadas ao peso da toga mais honorável.

O caso do Peru, com a casquinha de institucionalidade e a instabilidade inerentes à América Latina, é quase alucinante. Resumo rapidão: para começar o capítulo atual, tudo está ligado ao modelo de corrupção exportado pela construtora Odebrecht em parceria público-privada com a máquina comandada pelo apenado e influencer de Curitiba.  Como o modelo investigativo e de amplo uso da delação premiada também foi exportado, a Lava Jato peruana capturou todos os presidentes dos últimos vinte anos. Problema: o Congresso tem maioria, numa formidável surpresa, de representantes ligados aos partidos investigados. Tentou uma manobra latina, ou ladina: nomear “gente sua” para as seis vagas do Tribunal Constitucional, que funciona no Peru em sistema rotativo e não vitalício.

Dez dos onze indicados são carne, unha e sabe-se lá que outras partes corporais com os partidos majoritários – fujimoristas e apristas.
Adivinhem qual seria sua missão principal.
O presidente, que era vice, Martín Vizcarra, dissolveu o Congresso e antecipou novas eleições. O Congresso declarou-se não dissolvido e deu posse, no lugar dele, a Mercedes Araóz, que de segunda vice tinha passado a primeira.
Mercedes viu o tamanho da encrenca, “renunciou” e a encrenca ficou do mesmo tamanho. Governo e fujimoristas agora estão negociando eleições antecipadas de comum acordo.

TAPETES LUXURIANTES

(...)
 


Brenda Hale, que tem título de baronesa e faz um estilo a hora do espanto, incluindo broches enormes em formato de insetos, virou ícone da esquerda.
Quase uma Ruth Bader Ginsburg, a juíza que continua incrivelmente viva aos 86 anos e vários cânceres, à qual antitrumpistas mais exaltados oferecem doar órgãos só para não “dar” a Donald Trump mais uma vaga na Suprema Corte americana.
Escrevendo na Spectator, Charles Day disse que a decisão da baronesa Hale, que logo vai deixar o cargo, e companhia foi um “escândalo constitucional”, especialmente num país onde foi gestado o direito anglo-saxão, com tradição de não maximizar o papel de advogados e juízes.

Nos países da linha do direito romano-germânico, ou Civil law, “os advogados são respeitados e os juízes reverenciados. Estão no topo da constituição. Antes do experimento de Tony Blair com uma Suprema Corte, os Lordes Juízes viviam num corredor apertado em cima do Parlamento e dividiam uma secretária.
“Não tinham juízes auxiliares para servi-los nem tapetes luxuriantes para deleitá-los e sabiam que seu lugar era fora da política. É difícil enxergar alguma melhoria com o novo sistema.”

(...)

ATIVISMO JUDICIÁRIO
O sistema de uma Corte Suprema foi criado pela constituição americana, com o conhecido objetivo dos fundadores da nação de equilibrar os três poderes de forma a que todos vigiassem todos justamente para evitar abusos. Desde o início deu confusão. Um dos primeiros processos de impeachment do novo país foi aberto contra um juiz da Suprema Corte, Samuel Chase.

Não um juiz qualquer, mas um dos signatários da Declaração de Independência dos Estados Unidos, nomeado por ninguém menos do que George Washington.
E encrencado com ninguém menos do que Thomas Jefferson, outro pai da pátria.
Motivo: ativismo judiciário. E dos bravos. Chase e colegas entraram em choque com o Congresso e com Jefferson por desejo de aumentar os próprios poderes.
Impulsivo e falastrão, Chase também foi acusado de deturpar politicamente julgamentos importantes. Mesmo com fama nada boa, acabou vencendo no Senado, a instância final dos processos de impeachment.

Foi somente durante algumas décadas que prosperou a ideia de juízes de grande e reconhecido saber jurídico, espetacularmente imparciais, aprovados pelos dois partidos, com zero influência dos presidentes que os haviam indicado para a Suprema Corte, quando não votando “contra” eles. A politização progressiva atingiu o ápice com a última nomeação, a de Brett    Kavannaugh. Acusado de um abuso sexual quando era adolescente, o juiz foi pintado como um monstro brutal pela oposição e a imprensa antitrumpista.

Leia grátis por 30 dias no


Em VEJA - Blog Mundialista, leia MATÉRIA COMPLETA