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segunda-feira, 3 de julho de 2023

O dogma trans tomou conta das escolas - Joanna Wiliams, da Spiked

 Revista Oeste

Uma adolescente foi perseguida em sala de aula por dizer que o sexo biológico existe

 

Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock

Uma baronesa deu uma palestra para os últimos anos do ensino médio de uma escola particular do Reino Unido para meninas.  
Depois disso, uma garota foi cercada por um grupo grande de colegas. Elas gritaram, atacaram, xingaram e cuspiram na adolescente, que fugiu, mas desmaiou por não conseguir respirar direito.

A palavra bullying é usada de forma leviana hoje em dia. As crianças se veem como vítimas do bullying quando se sentem excluídas. Chefes que colocam a equipe sob pressão para cumprir prazos podem ser acusados de bullying. De modo geral, essas são apenas experiências desagradáveis. Mas uma estudante ser atacada, cercada, xingada e cuspida por suas colegas sem dúvida é um caso evidente de bullying.

Sendo assim, nesse caso, poderíamos esperar que os professores — totalmente treinados em todas as orientações antibullying mais atuais — interviessem e acabassem com o sofrimento dessa garota, não é? Seria de esperar que ela recebesse cuidados, e suas algozes fossem punidas, certo?

Mas não foi isso que aconteceu. Em vez de receber apoio de seus professores, a aluna cercada por uma multidão enfurecida foi “afastada” da escola. E, em vez de serem punidas, as colegas que a perseguiram foram tratadas como vítimas. 
Inacreditavelmente, tudo indica que a diretora da escola se desculpou com as alunas envolvidas por “não conseguir manter um ‘espaço seguro’ e ter sido vista por tanto tempo oferecendo apoio à vítima [do bullying]”, que a essa altura tinha sido “isolada na biblioteca”, para sua própria segurança.

Crime hediondo
A herege em questão supostamente cometeu um crime tão hediondo do ponto de vista moral que as cusparadas e os xingamentos foram considerados uma reação quase justificável. 
Na sequência da fala da aristocrata sobre “transfobia no Parlamento”, a garota que causou o estardalhaço ousou questionar as ortodoxias da identidade de gênero.  
Ela cometeu a temeridade de sugerir que o sexo pode ser biológico e imutável. Esses crimes de pensamento a fizeram ser considerada uma transgressora que mereceu ser punida.
 
O incidente veio à tona depois que um professor da escola entrou em contato o Transgender Trend, um grupo de pais, mães, profissionais e acadêmicos preocupados com o rápido aumento de crianças diagnosticadas como transgênero
Dali, a história chegou ao jornal The Times. E, então, finalmente, as cenas dignas do filme As Bruxas de Salém ocorridas na escola foram expostas ao escrutínio público.
 
Vale mencionar que a escola envolvida é uma “defensora da diversidade”, e a aristocrata, que foi conversar com as estudantes durante uma aula de educação pessoal, social, de saúde e economia, é uma conhecida ativista e palestrante da questão LGBTQ. 
Suas opiniões sobre as questões relacionadas à transgeneridade teriam reiterado posições já conhecidas pelas garotas — se elas não as tivessem ouvido na cultura popular, teriam escutado de figuras como a instituição beneficente trans Mermaids, que tinha sido convidada para falar na escola no ano passado.

As estudantes — que têm 17 e 18 anos — não estavam deparando com o tema pela primeira vez. Elas tiveram anos de treinamento sobre a forma “correta” de pensar. E tinham sido totalmente preparadas para concordar com tudo o que a baronesa dissesse. Mas parece que sua educação de alto nível não as preparou para a discordância dessa opinião. Como uma professora da escola descreveu, as estudantes presumiram que a garota que se atreveu a fazer perguntas “mereceu totalmente o corretivo que tinha acabado de receber”.

O pensamento woke é cada vez mais apresentado não como algo político, mas como uma questão de boas práticas para promover a igualdade

Que adolescentes se comportassem assim é uma coisa. Mas e os professores? De acordo com o Times, de início, muitos deram apoio à aluna em questão, mas “recuaram depois de reclamações de outras alunas do mesmo ano que a acusaram de transfobia”. Pelo jeito, ou eles concordaram que a aluna de fato era uma herege, e por isso mereceu aquele tratamento, ou foram covardes demais para se manifestar em defesa dela.

Culpa da vítima
Quando voltou para a escola depois de seu confronto com a multidão, a garota foi informada de que teria de estudar na biblioteca se dissesse qualquer coisa provocadora nas aulas.  
Os repetidos xingamentos e as acusações de transfobia significaram que ela já passava os intervalos e o horário do almoço na biblioteca. 
Os professores pareciam supor que era a garota que estava errada que ela era o problema por expressar discordâncias e por ousar fazer perguntas —, e não as garotas que a cercaram. 
Sob quaisquer outras circunstâncias, isso teria sido chamado de “culpar a vítima”. Infelizmente, mas talvez não surpreendentemente, a garota saiu da escola em dezembro e está estudando em casa desde então.

É totalmente absurdo que qualquer estudante de 18 tenha de ser tratada dessa maneira apenas por fazer perguntas educadas a uma palestrante convidada. Que isso tenha acontecido mostra não apenas a completa dominação intelectual da ideologia transgênero nas escolas, mas também como ideias nada científicas de identidade de gênero foram ensinadas às crianças como ortodoxias morais inquestionáveis. Do berçário em diante, os estudante são levados a absorver de maneira acrítica a crença de que o sexo não importa, de que o gênero está num espectro e de que pensar qualquer coisa diferente disso é transfobia.

Além do mais, esse caso específico da aluna que foi perseguida expõe a completa covardia de muitos professores.  
Eles não só não são capazes de questionar as narrativas identitárias dominantes, como também não conseguem defender os alunos que o fazem. 
Na mente de muitos docentes, o incentivo à curiosidade intelectual e ao debate foi substituído como objetivo fundamental da educação pela necessidade de promover um dogma woke
Esses professores parecem estar tão afastados de seu grande propósito moral que não se pode nem mais confiar que eles vão manter a segurança de seus alunos nas escolas.
 
Os colégios estão sujeitos a requisitos legais de imparcialidade política. Recentemente, os ministros do governo reiteraram essa obrigação. 
 Um obstáculo enfrentado por aqueles que estão comprometidos com a imparcialidade na educação é que o pensamento woke é cada vez mais apresentado não como algo político, mas como uma questão de boas práticas para promover a igualdade, a diversidade e a inclusão. Nada poderia estar mais equivocado. 
O que está acontecendo nas nossas escolas é uma forma de doutrinação moral. E está tendo um efeito devastador nas crianças.

Leia também “Uma agressão às mulheres”

 Joanna Williams é colunista da Spiked e autora do livro How Woke Won (no prelo)

sábado, 22 de outubro de 2022

Por que vou votar em Bolsonaro - Reginaldo de Castro

A eleição presidencial deste ano guarda, em relação as que a precederam, desde o início da República (e não há exagero nisso), uma singularidade: não se trata de discutir nomes, partidos ou mesmo interesses de ordem fisiológica.

O que está em pauta são caminhos. E caminhos antípodas, que hão de marcar o país não por um ou dois mandatos, mas pelas próximas gerações, para o mal ou para o bem.Lula e Bolsonaro são apenas as fisionomias que expressam esses rumos antagônicos. É preciso, portanto, examinar o entorno de cada qual, a proposta que vocalizam, em vez de perder tempo examinando os modos, o palavreado, rendendo-se a melindres.

O cenário é de guerra e, nesses termos, não se esperem gestos cavalheirescos de nenhuma das partes.

Vamos, pois, ao que interessa: para onde nos leva (ou nos quer levar) cada um dos projetos em pauta.

O PT já deu mostras suficientes do que quer. Em 16 anos de exercício do poder, conjugou fatores que levaram o país à tragédia: corrupção (a maior de que se tem notícia), má gestão e descaso pelo Estado democrático de Direito. Nada menos.

Não tenho qualquer relação pessoal ou de qualquer outra ordem com o presidente Jair Bolsonaro. Ao contrário, recebi sua chegada ao poder com reservas, tendo em vista sua longa atuação parlamentar, em que mostrava pouco zelo com as palavras, dando cabimento ao de que lhe acusavam os adversários, de que flertava com o autoritarismo.

Não foi, porém, o que se deu em sua gestão presidencial. Pode-se divergir de algumas atitudes, algumas palavras, mas não se pode acusá-lo de agir contra a ordem democrática. E aí está a primeira e grande diferença entre ele e Lula: se for ele o eleito, teremos eleições daqui a quatro anos; se, inversamente, for Lula, não saberemos.

Diante de tal risco o de suportar o PT deformando o povo e o Estado brasileiros, por tempo indeterminado -, concluí que seria imperdoável covardia manter-me neutro no presente processo eleitoral. Optei por votar em Bolsonaro.

Os arroubos do presidente, é verdade, dificultam os mais cuidadosos de o apoiarem. Mas o fato é que a hipótese de retorno do PT supera tais idiossincrasias. 
Não se conhecem ainda os termos do projeto de governo de Lula. Ele preferiu só revelá-lo se eleito. Mas, do que já adiantou, há elementos suficientes para temê-lo. [dar um cheque em branco para um sujeito condenado por nove juízes diferentes, com sentenças confirmadas em três instâncias? A China está em processo de eleições - Xi-jinping fica, por imposição - é isso o que as pessoas que votarem no descondenado petista querem para o Brasil?

Depois de acusar o agronegócio – carro-chefe da economia – de fascista, avisou que o MST terá papel preponderante em seu governo. E voltou a incentivar as invasões, no campo e na cidade. Se, antes mesmo de vencer, já faz isso, imagine-se o que fará se eleito.

Avisou que promoverá a regulação da internet e dos meios de comunicação, eufemismo óbvio de censura.

Não respeitará o teto de gastos, anulará as privatizações de estatais e voltará a usar o BNDES para financiar e promover obras em ditaduras vizinhas e africanas, dando-lhes prioridade em relação às demandas internas. Já vimos esse filme. E morremos no fim.

As obras do Porto de Mariel, em Cuba, tiveram como garantia charutos. Como o calote é no valor de bilhões, é possível que haja charutos em quantidade para prover toda a população brasileira.

Além desse projeto suicida de poder, que demolirá a economia e provocará em algum momento, tal como ocorreu na Venezuela e na Nicarágua – países modelos do PT -, uma convulsão social, há ainda a personalidade psicopata de Lula. Não é pouca coisa.

Basta lembrar que, certa vez, ele se autoqualificou de “metamorfose ambulante”. É um ser humano inconfiável, mentiroso, dissimulado. Na atual campanha, se desdisse com a maior desfaçatez mais de uma vez. Numa semana, proclamou-se favorável ao aborto, “fator de saúde pública”. Mas, ao falar a evangélicos, contrários à tese, disse que é radicalmente contra o aborto e que defende a vida desde sua concepção. Sua dissimulação o faz esconder seus mais fiéis amigos, como José Dirceu, seu braço direito, pilar do regime totalitário que, na hipótese de sua vitória, seria instalado em Brasília.

De outra parte, Bolsonaro, mesmo enfrentando luta desigual contra algumas autoridades do STF, do TSE e da mídia mainstrean, tem obtido resultados importantíssimos na economia: deflação, crescimento do PIB acima das previsões do FMI, redução do desemprego e dos índices de violência.

Sem jamais apelar a medidas arbitrárias, jogando, como gosta de dizer, “dentro das quatro linhas da Constituição”, granjeou popularidade indiscutível, que exibe nas ruas, em contato direto com a população, bem ao contrário de Lula, que fala apenas a plateias amestradas, em recintos fechados.

Aos que buscam evitar uma opção entre os dois candidatos, alegando que se equivalem, digo apenas o seguinte: mesmo nesse caso, há uma vantagem em optar por Bolsonaro. Se ele ganhar, você poderá criticá-lo, sem risco de ser punido, pelos próximos quatro anos. Não é possível afirmar o mesmo em relação a Lula.

*         Reginaldo de Castro, advogado e jurista, é ex-presidente nacional da OAB

**        Publicado originalmente no Diário do Poder

 

quinta-feira, 1 de setembro de 2022

E se fosse o Alexandre? - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino - VOZES

Tudo que é preciso fazer para se ter noção do incrível duplo padrão vigente em nosso país hoje é o exercício hipotético de trocar a vítima, aquilo que o advogado faz no filme “Tempo de Matar”, substituindo a menina negra estuprada por uma loira, para demonstrar o racismo existente naquela sociedade. Hoje, o que devemos fazer é substituir Bolsonaro, o “pária”, por Alexandre de Moraes, a “muralha da democracia”, e esperar para ver a mágica acontecer.

Bolsonaro fazia mais uma motociata no Paraná quando um sujeito chegou bem perto de sua moto e lançou um objeto. Falha grave da segurança, claro, em que pese o enorme desafio de proteger um presidente que se mistura o tempo todo com o povo, pois não tem medo dele como seu adversário, que vive escondido. [Bolsonaro é aplaudido, chamado de o mito, já ser adversário é vaiado, ovado, chamado de ladrão, corrupto, etc...]A imprensa está tratando a coisa de forma banal, ignorando até que o mesmo Bolsonaro já sofreu atentado de um militante esquerdista que quase lhe tirou a vida.

Seu filho Carlos, paranoico com a segurança do pai com toda razão, desabafou: “Mais uma tentativa covarde de atingir fisicamente o chefe do Poder Executivo. Algum daqueles clássicos vagabundos dando opiniões em suas redes sociais, inquérito, manifestação pela democracia, lisura do processo eleitoral? Nada! Não é difícil enxergar o que querem desde o início!”

A narrativa sobre polarização e risco de violência vem sempre associada ao bolsonarismo, enquanto na prática as ameaças concretas partem muito mais da esquerda contra bolsonaristas. Mas como eles foram demonizados, então parece que tudo bem. 
Podemos, então, fazer o exercício hipotético: e se fosse Alexandre o alvo de uma agressão dessas? [COMENTÁRIO: no mínimo,  Bolsonaro e algumas dezenas de apoiadores seriam incluídos no 'inquérito do fim do mundo', sob acusação de terem realizado a motociata visando atrair Moraes e permitir o atentado contra o 'estado democrático de direito', à 'democracia', à Constituição, às instituições e tudo o mais que o ministro, por atos e ações,  se declara defensor perpétuo.]
O que aconteceria com o meliante? 
Qual seria a reação da mídia?
 
Quando Bolsonaro critica as urnas eletrônicas, postura coerente desde sempre no seu caso, a imprensa e os ministros supremos chamam isso de “ataque”, como se o presidente estivesse quebrando os objetos inanimados com marretas por aí. 
Mas quando um sujeito consegue o domínio Bolsonaro.com.br e transforma a página numa chuva de ataques e ofensas pessoais, colocando o presidente como se fosse Hitler, a imprensa chama isso de... crítica!

Vamos apenas imaginar qual seria a reação se fosse uma página com o ministro Alexandre sendo retratado da mesma forma. Sabemos que quase toda a imprensa estaria dando enorme visibilidade ao fato e constatando que se trata de um inaceitável ataque às instituições democráticas do país.

Empresários “bolsonaristas” foram alvos de abusos a pedido do senador petista que convocou o MST para “derrubar o governo”. 
E se fossem empresários petistas tratados desta forma? 
E se vazassem conversas do ministro Alexandre? 
Quem seria investigado, no caso, seria o autor do vazamento, com certeza.
 
Dementes jogaram bola com uma réplica da cabeça de Bolsonaro à guisa de pelota. E se fosse o Alexandre? Jornalista da Folha desejou a morte do presidente abertamente, com "justificativa" pseudo-filosófica. [outro, não recordo o nome, foi jornalista do Correio e da VEJA - atualmente parece estar desempregado, sugeriu que o presidente se suicidasse.]  
E se fosse o Alexandre? 
Atriz global quis esfregar a cara de Bolsonaro no asfalto quente. 
E se fosse o Alexandre?

A conclusão salta aos olhos: no Brasil de hoje, há um salvo-conduto para quem falar qualquer coisa que seja contra Bolsonaro, enquanto jamais seria tolerado o mesmo comportamento se o alvo fosse o ministro supremo. A reação da imprensa e da "Justiça" muda completamente dependendo que quem é a vítima.

Isso expõe o preconceito existente em nossa sociedade. Aqueles que tanto falam em "diversidade" e "tolerância" não aceitam a existência dos bolsonaristas

Eles assinam cartinhas patéticas "pela democracia" ao lado de petistas bajuladores de ditaduras comunistas, mas não dão um pio para protestar contra as agressões sofridas pelo Presidente da República eleito com quase 58 milhões de votos.

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


quinta-feira, 17 de março de 2022

MENORES SITIADOS. É A GUERRA CULTURAL. - Percival Puggina

Criança não vota. Por isso a esquerda perdeu o rumo no caso do Danilo Gentili. Saiba: a guerra cultural em curso no Brasil é uma guerra suja, ainda mais suja que a invasão da Ucrânia. Aqui, ela é silenciosa e visa crianças e adolescentes
Mentes deformadas são menos visíveis do que edifícios em chamas. Muitas vezes, os estragos reais dessa guerra se farão sentir anos mais tarde, como acontece em certos experimentos bélicos de laboratório.

(Calma, leitor, já vou falar sobre o filme.)

Foi assim que tudo começou, aliás, nos laboratórios de Ciências Sociais da Escola de Frankfurt, nas primeiras décadas do século passado. A ideia central, como costuma acontecer no Brasil, só chegou ao conhecimento público com meio século de atraso, quando o processo já ia longe e quando os alertas já soavam como reclamos de quem grita para o ônibus que já partiu.

Correndo livre, leve e solto, inclusive sem nome de batismo conhecido, o politicamente correto já então inibia a manifestação de contrariedade e toda reclamação era percebida e combatida, entre outras rotulagens, como conservadorismo exacerbado e reacionarismo. Houve tempo suficiente para o completo controle da cultura da elite e da cultura popular. Aquela, na Universidade; esta, nos grandes meios de comunicação.

Como não poderia deixar de ser, a saborosa cultura do Ocidente foi virando essa gosma intragável que não sabe o que é nem para onde vai. Onde o que importa é fazer crer que há algo acontecendo. Pois é a própria Escola de Frankfurt: seus membros queriam destruir uma civilização sem a menor noção sobre o que iria ocupar esse lugar.

(Calma, leitor, já vou falar sobre o filme.)

Entre os autores que eu lia nos anos 60 e 70, apenas Gustavo Corção e Nelson Rodrigues pareciam ver, nos acontecimentos, a guerra cultural e suas consequências. Com coragem, partiam para o ataque severo, no campo das ideias. Em palavras de Corção, “não há guerra com espingardas de rolha, baionetas de papelão e bombas de creme”.

Danilo Gentili foi à guerra. A violência que proporcionou, na cena de pedofilia que me recuso a descrever, não se combate com reclamação encaminhada a um 0800 da vida.  À sociedade, cabe chutar o politicamente correto, a tolerância covarde e viciosa, e responder com interdição, investigação e processo.

A cultura não é e não pode ser um valhacouto de criminosos, nem lugar sagrado onde só os devotos possam entrar. Num e noutro caso, porém, os membros do clube dispõem, como se sabe, de poderes próprios para lacrações e cancelamentos...

A audácia desse sujeito serviu para mostrar que não cometia qualquer excesso quem, contemplando a esmagadora derrota que sofríamos na guerra cultural até a eleição de 2018, enumerava os objetivos do esquerdismo revolucionário frankfurtiano: normalização da pedofilia e do incesto, publicidade e liberação das drogas, destruição da instituição familiar, implosão da Igreja Católica e infamação do cristianismo.

O governo, através do Ministério da Justiça, não jogou bombas de creme. Interditou. Cumpriu seu papel. Cumpra o seu o eleitor.

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


terça-feira, 15 de março de 2022

Ministério da Justiça determina retirada de filme de Gentili e Porchat com cena de masturbação - O Globo

O não cumprimento resulta em multa diária de R$ 50 mil, informou o ministro Anderson Torres 

[O Brasil das pessoas de BEM, dos defensores da FAMÍLIA, da MORAL, dos BONS COSTUMES, dos VALORES RELIGIOSOS, e, especialmente das nossas CRIANÇAS, espera que  um desses partidecos SEM NADA, não acione o STF para reverter a decisão. 

Provavelmente vão acionar - o lixo precisa feder para ser percebido - só que confiamos que os  ministros da Suprema Corte  RESPEITEM a FAMÍLIA, a MORAL, os BONS COSTUMES, os VALORES RELIGIOSOS, e, especialmente, nossas CRIANÇAS. Aliás, os indivíduos citados no parágrafo abaixo deveriam ser presos e processados por, no mínimo, abuso de vulnerável.]

 Após polêmica repercutir, o Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Secretaria Nacional do Consumidor, determinou que o filme "Como se tornar o pior aluno da escola" (2017) seja removido dos catálogos das plataformas de streaming no Brasil. O não cumprimento resulta em multa diária de R$ 50 mil, informou o ministro Anderson Torres nesta terça-feira. O que motivou a decisão foi uma cena que viralizou no fim de semana, na qual o personagem de Fábio Porchat, o pedófilo Cristiano, assedia sexualmente dois garotos. Cristiano interrompe Pedro (Daniel Pimentel) e Bernardo (Bruno Munhoz), pede que eles parem de discutir e, para não serem prejudicados na escola, o masturbem.

Na segunda-feira, Torres, se manifestou sobre a situação, informando ter pedido a "vários setores" que tomassem "providências cabíveis" contra a obra, baseada no livro homônimo de Danilo Gentili, devido ao que ele descreveu como "detalhes asquerosos".

Segundo o "Guia prático de classificação indicativa", referência da indústria audiovisual brasileira cuja quarta edição foi publicada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública em 2021 (ou seja, já durante o governo Bolsonaro e na gestão de Torres), "conteúdos em que um personagem se beneficia da prostituição de outro" ou nos quais há indução ou atração "de alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual" não são recomendados para menores de 14 anos — que é justamente a classificação indicativa de "Como se tornar o pior aluno da escola".

Algumas personalidades se manifestaram desde domingo, acusando o filme de pedofilia. Entre elas estão o secretário especial da Cultura, Mario Frias, o deputado estadual André Fernandes (Republicanos-CE), a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), o deputado federal Marco Feliciano (PL-SP) e o vereador de Niterói Douglas Gomes (PTC-RJ), que compartilhou o vídeo da cena polêmica.

Frias afirmou que o filme faz "apologia ao abuso sexual infantil". Em seu perfil no Twitter, o titular da Cultura escreveu que "é uma afronta às famílias e às nossas crianças. Utilizar a pedofilia como forma de 'humor' é repugnante! Asqueroso!"

[Pela remota possibilidade do aplicativo TELEGRAM ser utilizado para veicular material que possa prejudicar as próximas eleições, os ministros Barroso e Fachin, já estão tentando expulsar aquela plataforma do Brasil.

A NETFLIX, de forma recorrente, tem disponibilizado produtos inadequados; nos parece que talvez seja a hora de ser acionada judicialmente pelo que está FAZENDO (não é como no caso do TSE que os ministros alegam que pode vir a fazer), e sua expulsão do Brasil ser considerada. 

Entendemos que a matéria tanto pode ser tratada no Poder Judiciário quanto no Congresso Nacional - talvez em conjunto com o processo que pretende expulsar o TELEGRAM pelo risco da plataforma ser utilizada para cometer algum ilícito. Senhor Congressistas, por favor,  considerem o assunto.]

REPUGNANTE, ASQUEROSO

"O repugnante filme 'Como se tornar o pior aluno da escola' naturaliza a pedofilia a fim de normalizá-la. Já informei ao Ministério da Família ao qual oficiarei, assim como denunciarei ao MP e solicitarei informações ao CNMP acerca dos procedimentos em curso", disse Zambelli em post no Twitter.

Em Filmes - O Globo - MATÉRIA COMPLETA


domingo, 6 de março de 2022

Insider: “Como se defender de um ataque nuclear”

 Revista Oeste

Algumas das orientações parecem bem ingênuas, mas podem funcionar em alguns casos 

Com as constantes ameaças de escalada militar de Vladimir Putin, a possibilidade de uma guerra nuclear voltou a se tornar assunto. O site Insider publicou um passo a passo de algo considerado praticamente impossível: defender-se da devastação de armas atômicas.

O “guia” diz que em caso de ataque, a população teria de 15 a 30 minutos para tomar alguma providência. Isso vai depender da distância que você estiver do centro da explosão. A radiação emanada pela bomba diminui 55% uma hora depois da explosão e 80% depois de 24 horas.

Primeiros 30 minutos procure abrigo, proteja os olhos, jogue-se no chão, mantenha a boca aberta para evitar o rompimento dos tímpanos com a pressão.

Primeiros 45 minutos – fuja da direção do vento, que vai trazer a nuvem radiativa. Se não encontrar um abrigo específico para guerra nuclear, procure qualquer construção. Se for num edifício, tente chegar aos andares intermediários. E fique longe das janelas.

Primeiras 24 horas – tome um banho assim que puder com água quente sem machucar a pele. Mesmo em hospitais especializados um banho é a primeira providência tomada para afastar os elementos radiativos da pele. Não coma nada que não estiver embalado, enlatado ou dentro de um refrigerador, especialmente frutas e vegetais.

As recomendações parecem ingênuas, mas podem funcionar em muitos casos. Mas escapar de uma explosão nuclear é apenas a primeira parte do problema e o mais importante é evitar que uma guerra desse tipo aconteça. Algumas das suas  piores consequências acontecem depois das explosões, como alertou o filme O Dia Seguinte, de 1983.

 Redação - Revista OESTE


sábado, 5 de março de 2022

O Fim da Beleza vira alvo de esquerdistas radicais, mas já foi visto por mais de 1 milhão - Cristina Graeml - VOZES

Gazeta do Povo

O Fim da Beleza, documentário recém-lançado da Brasil Paralelo, é o mais novo alvo das milícias digitais travestidas de "censores do bem". Depois de um dia inteiro de ataques nas redes sociais, sem querer a militância trouxe à tona, de novo, a hipocrisia do discurso da esquerda, que acusa os outros do que ela própria faz.

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Quem é retrógrado e autoritário? Quem se propõe a valorizar o que é belo e construir um pensamento crítico acerca da poluição visual das cidades, por exemplo, ou da feiúra hoje tratada como arte? Ou quem sequer aceita o debate e tenta até impedir que ele exista?

Ao promover mais uma uma campanha de cancelamento contra quem pensa diferente, a militância de extrema esquerda deixa claro que é ela quem adora tirania e censura.

A vítima da vez foi uma trilogia que propõe um novo olhar sobre o que estamos vendo e o que nos está sendo empurrado como arte. Aparentemente a esquerda não quer assistir, nem discutir o assunto, mas também não quer permitir que os outros assistam ou discutam.

Prefere propor o banimento do filme para que as pessoas fiquem presas à ideia de que bonito é o só o que os ditos “progressistas” criam ou apreciam.

Brasil Paralelo e “O Fim da Beleza”
O Fim da Beleza
é uma série documental de três episódios, que estão disponíveis de graça no YouTube da Brasil Paralelo, como todos os outros filmes da produtora, que surgiu em 2016 se propondo a ampliar o acesso à cultura e tratar de temas ignorados pela maior parte dos cineastas e produtores de filmes nacionais.

A linha condutora dos roteiros é conservadora, pautada em valores que são os mesmos da maior parte dos brasileiros, conforme já ficou provado em pesquisas. Não à toa as dezenas de documentários já lançados nesses 5 anos de atuação da empresa tiveram milhões de visualizações. O público tem aprovado a qualidade do material produzido e provado que existe demanda por conteúdo que fuja do massacre midiático imposto pela esquerda.

Campanhas de cancelamento e censura
Desde que surgiu a Brasil Paralelo vem sendo alvo de críticas e campanhas de difamação promovidas pela militância de esquerda, que não aceita ver produções questionando o “politicamente correto”, levando o público a reflexões que não vinham sendo feitas nas últimas décadas, onde um pensamento único dominou o meio artístico e acadêmico.

Nessa trilogia, especificamente, a Brasil Paralelo convida o público a questionar o lado estético da arte contemporânea e até a arquitetura das cidades, levantando um debate sobre o que é belo, afinal, nesses tempos em que museus exibem telas em branco ou com qualquer rabisco, sem moldura ou assinatura.

A série de documentários mostra obras de arte consagradas contrastando com a feiúra e o vazio criativo explicitados em performances com gente nua, disponível até para ser tocada pelo público (incluindo crianças), como se isso fosse uma grande expressão artística.[RELEMBRE: 'queermuseu' é uma aberração com apologia à pedofilia, à zoofilia, vilipendio à religião e consiste de tudo mais que for reprovável, repugnante.]

É claro que os “inteligentinhos”, como bem definiu o filósofo e escritor Luís Felipe Pondé (um dos entrevistados, aliás, no documentário o Fim da Beleza), não gostaram de ver a “arte” que eles tanto valorizam questionada.  Partiram para o ataque, chamando a Brasil Paralelo de "produtora de extrema direita" e lançando uma campanha contra a exibição do documentário.

Acontece que a triologia já estava lançada e fazendo muito sucesso. Somados, os três episódios já tinham ultrapassado a marca de um milhão de visualizações no YouTube quando a esquerda descobriu o filme.  E só descobriu, porque a produtora lançou um convite para estudantes organizarem exibições do documentário nas universidades e, assim, promoverem um debate saudável e necessário sobre um tema sobre o qual professores não costumam se debruçar. Muitos, de fato, fizeram sessões de cinema seguidas de discussões sobre arte e beleza.


Tentativa de censura na UFPR
Na Universidade Federal do Paraná (UFPR), um grupo de alunos ousou agendar a exibição do primeiro episódio do filme para uma sala da faculdade de Direito. Tão logo souberam do evento, professores e alunos de esquerda começaram a pressionar a coordenação do curso de Direito e até a reitoria, para tentar impedir que a sessão de cinema ocorresse, alegando ser incompatível com um espaço de universidade pública.

Um perfil no Twitter, criado só para difamar e lançar campanhas de ódio contra os fundadores da Brasil Paralelo, foi pela mesma linha e propôs censura ao filme.

“O Fim da Beleza da BP [Brasil Paralelo] tem uma exibição marcada amanhã [dia 3] na faculdade de direito (sic) da @UFPR. É inadmissível este tipo de conteúdo sendo propagado em universidades PÚBLICAS. Conto com vocês para compartilhar e pressionar para impedir essa exibição. Os perfis são @DireitoUFPR e @UFPR”

Publicação do perfil Brasil para lerdos, no Twitter

A partir desse perfil, universitários e jornalistas militantes de esquerda fomentaram a campanha de censura, sugerindo inclusive que todas as produções da Brasil Paralelo fossem consideradas criminosas.  Agiram, mais uma vez, como um verdadeiro gabinete de ódio ou milícia digital, expressões que tanto usam para adjetivar os outros.

Os adeptos da cultura do “cancelamento” foram rápidos. Uma das  primeiras respostas ao post propondo censura sugeriu que marcassem o perfil do reitor da UFPR, para aumentar a pressão. No comentário seguinte o reitor já estava sendo marcado e cobrado. “É aceitável a propagação desse tipo de conteúdo dentro da Universidade Pública, senhor reitor?”, perguntou um militante, sem especificar o que há de errado com o filme.

Provavelmente nem sabia. É típico da esquerda falar do que não sabe, atacar um conteúdo só porque não gosta de quem produziu. Fingem que lutam contra a censura e promovem campanhas de censura; fingem defender a liberdade e tentam impedir a livre expressão do pensamento e o livre acesso a produções culturais sempre que o viés for diferente daquelas ideologias que defendem.

Este parece ser, aliás, o modus operandi da esquerda. Por que não criticaram o conteúdo, apresentando falhas, trazendo uma contra-argumentação? Quando não conseguem debater com argumentos tentam desqualificar o interlocutor.

Tentativa de criminalizar a produção de conteúdo conservador
Vários perfis, inclusive de jornalistas de esquerda, entraram na campanha de difamação do documentário, aparentemente sem sequer assistir. Teve militante de redação, que se diz liberal, promovendo enquete no Twitter para tentar associar o trabalho da Brasil Paralelo a crime. “Você seria a favor da proibição legal de documentários da Brasil Paralelo? E acha que produzi-los e veiculá-los deveria ser crime?”, perguntou o militante sem a menor vergonha de revelar-se autoritário. Tomou uma lavada! Quase 90% dos que responderam disseram NÃO.

O reitor da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca, também não se rendeu à pressão. Ele defendeu a liberdade de expressão dos estudantes e o direito de usarem as dependências da universidade para exibir o filme.

Tiro saiu pela culatra
O Fim da Beleza
nada mais é do que uma retrospectiva de cem anos de manifestações artísticas, desde o fim da Primeira Guerra Mundial, quando as máquinas da revolução industrial começaram a inspirar até a arquiteura e as formas artísticas foram deixando de se inspirar no homem e na natureza para seguir o maquinário industrial.

Professores, críticos de arte, arquitetos, filósofos e psicólogos entrevistados defendem que a decadência estética interferiu negativamente na sociedade, mudando nosso jeito de ver a beleza. É uma tese até que pode ser contestada, mas por que precisaria ser abolida do debate? Este não foi o primeiro documentário da Brasil Paralelo que sofreu campanha de difamação por pessoas que claramente sequer conheciam o conteúdo.

A turma que sempre exige empatia, respeito às diferenças, que se diz contra a censura, mas ataca a liberdade de expressão dos outros, já tinha promovido ataques de ódio e desinformação contra a produtora de filmes na época do documentário de estreia - 1964, Brasil Entre Armas e Livros.  O filme aborda o período do regime militar no Brasil, apresentando depoimentos e documentos inéditos levantados até no exterior, que trazem novos elementos para entender aqueles anos da história política brasileira.

Aqui vale um parênteses: jornais que difamaram a empresa Brasil Paralelo e o filme 1964, antes mesmo do lançamento, foram condenados pela Justiça a se retratar, abrindo espaço para direito de resposta. Tiveram que admitir que tinham falado mal do filme sem sequer conhecer o conteúdo e que os artigos publicados não condiziam com a realidade.

Liberdade de expressão
Não adianta quererem cancelar pessoas e produções só por serem conservadoras.
Ser conservador não é crime. Ainda que na pandemia a gente tenha visto até as redes sociais entrarem na onda da censura, impedindo médicos, cientistas, parlamentares e jornalistas conservadores e questionadores de falar, a liberdade de expressão está garantida na Constituição brasileira.

Quase todos que tiveram vídeo derrubado ou perfil bloqueado, e entraram na Justiça, conseguiram resgatar o acesso a posts apagados e contas banidas. No caso específico da tentativa de censura ao filme O Fim da Beleza, o feitiço virou contra o feiticeiro, como diz o ditado popular.

A sessão de cinema na Universidade Federal do Paraná foi mantida. O documentário foi assistido por um grupo pequeno de estudantes, como estava previsto, mas agora tem muito mais visibilidade, graças à repercussão feita pelos militantes raivosos que queriam, porque queriam censurar.  A Brasil Paralelo inclusive aproveitou que os fãs dos documentários da produtora estavam contestando os difamadores nas redes sociais e escancarou a hipocrisia. Primeiro compartilhou o post de um seguidor que fez um apanhado de fotos de “performances artísticas” bastante questionáveis, exibidas dentro de universidades federais.

“O Fim da Beleza” nas universidades não pode, mas…”, diz a legenda para o repost de fotos dos “artistas” nus se acariciando em público ou em poses obscenas para causar constrangimento a quem assistia. No texto, junto da publicação, o perfil da Brasil Paralelo publicou um resumo do ataque que sofreu.

"Quando criticados (nunca censurados) por suas "performances artísticas", alegam que as universidades são território de livre expressão. Mesmo o corpo humano é exposto e explorado publicamente. Nossa primeira produção de 2022 aborda um problema silencioso, pouco discutido no país, mas que afeta todos nós."

Post da Brasil Paralelo no Instagram.

"Viajamos pela Europa, EUA e Brasil para entrevistar grandes especialistas no assunto. Para o documentário O Fim Da Beleza ganhar vida, não investimos apenas dinheiro. Nossa equipe também investiu incontáveis horas de trabalho para chegar no cerne da questão e explicá-lo de modo simples. Debates, análises e investigações…"

"O longo processo criativo resultou na trilogia disponibilizada gratuitamente. Em poucos dias, a exibição voluntária de O Fim da Beleza em escolas e universidades começou a ocorrer. Ao compreenderem a profundidade da questão, alunos e professores enxergaram a necessidade de discutir o conteúdo dos episódios."

"Mesmo com todo esse esforço, há quem queira censurar o documentário. Não querem o livre debate em universidades. Influenciadores se manifestaram contra nossa liberdade de expressão. Universitários pediram boicote. Parecem estar fazendo de tudo para que apenas um lado do debate seja ouvido."

"Por que não nos deixam introduzir novas ideias no debate público? Após anos batalhando pela liberdade de expressão, não podemos aceitar a censura. O Fim da Beleza precisa circular livremente. Ajude-nos assistindo e divulgando o documentário."

A produtora também compartilhou no Instagram uma reportagem do jornal Folha de São Paulo que alimentava a polêmica. E escreveu: “O Fim da Beleza, mais novo documentário da Brasil Paralelo, segue incomodando quem estava acostumado a um discurso único, hegemônico, nas universidades”.

"Bastou confirmarmos a exibição do filme na Universidade Federal do Paraná e os censores de Twitter já começaram a se mobilizar, ganhando mesmo destaque na grande imprensa. Ironicamente, um filme que critica o autoritarismo está sofrendo tentativa de censura. É um documentário com a presença de acadêmicos nacionais e internacionais, de reputação consolidada e com extensa bibliografia."

"Logicamente estamos abertos a críticas, mas a universidade brasileira precisa aprender a dialogar em vez de tentar proibir. Eles podem defender um mictório como arte, crianças tocando em um homem nu como arte, mas não podemos defender as obras de Florença, Veneza e Michelangelo?"

Post da Brasil Paralelo no Instagram.

Para finalizar, vale dizer que o documentário O Fim da Beleza parte de uma pergunta: “Se a beleza está nos olhos de quem vê, como estamos enxergando o mundo”?

É uma boa provocação. Olhe ao seu redor, pense nas pichações, chamadas por muitos de “arte urbana”. Pense no que se vê nas bienais de arte e no que se produziu antes, por gerações passadas, que deixaram um legado de muita beleza para a humanidade.

Ao me deparar com notícia a notícia de que estavam querendo calar uma reflexão profunda como essa, sobre a morte do belo, lembrei da famosa frase de um de nossos maiores poetas e compositores. Vinícius de Moraes não foi cancelado ao dizer: “as feias que me perdoem, mas beleza é fundamental”.

E como sua obra sobrevive até hoje, acho que continua valendo o recado que, penso eu, ele quis passar: olhe e aprecie o que é belo, porque a beleza é inspiradora.

Se ainda não tiver assistido, assista ao documentário O Fim da Beleza. Não se deixe manipular. Comente só depois de assistir. Se não gostar do que viu, argumente. Assim você não paga o mico de ficar dando uma de rebelde sem causa, como esses que tentaram censurar o filme e acabaram virando motivo de chacota.

Cristina Graeml, colunista - Gazeta do Povo - VOZES