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terça-feira, 4 de outubro de 2022

O DESCOMPASSO NAS TOTALIZAÇÕES DO TSE E DOS TREs NAS ELEIÇÕES DE 2 DE OUTUBRO - Sérgio Alves de OLiveira

O que mais surpreendeu nas eleições de ontem, 2 de outubro,foi a estupenda vitória dos candidatos apoiados pelo Presidente Jair Bolsonaro,candidato à reeleição,nos Estados,para deputados federais , estaduais, senadores, governadores e "vice",totalmente desproporcionais à sua própria "derrota",com menor votação (43,20%,com 51.071.277 votos),em primeiro turno,para o candidato Lula da Silva (48,43%,com 57.258.115 votos).       

 Somente um "milagre" poderia explicar esse "malabarismo" eleitoral,que não tem qualquer amparo na lógica política.  
Não se trata aqui absolutamente de qualquer  acusação ou insinuação de irregularidade intencional na apuração e divulgação dos resultados, mas tão somente de  uma questão que necessariamente deverá  ser esclarecida, por quem de direito.
Nos  termos da Resolução Nº 23.677, do TSE, as "totalizações" dos votos e a divulgação dos resultados das eleições de primeiro turno, e segundo, se e quando  houver,  como agora é o caso, para Presidente e Vice-Presidente da República, serão da responsabilidade exclusiva  do Tribunal Superior Eleitoral-TSE, ao passo que todas as demais totalizações  para deputados federais e estaduais, senadores, governadores e vice-governadores dos Estados, serão da responsabilidade dos respectivos Tribunais Regionais Eleitorais-TREs. [ao que entendemos os dados dos TREs - totalizações dos votos para deputado federal, estadual ou distrital e senadores são efetuadas nos TREso TSE apenas soma os totais enviados por cada TRE e divulga = sem nenhuma ingerência do TSE nos resultados recebidos.
Nas eleições para Presidente da República e vice, ao que entendemos,  o processo de totalização dos votos e somatório dos totais é realizado pelo TSE, que recebe as informações - votos não totalizados - de cada TRE.] 

Algum problema de "comunicação" entre as urnas e os computadores do TSE e dos TREs na apresentação das respectivas totalizações? 
Como explicar essa absoluta falta de lógica política entre as apurações estaduais dos TREs e a "Central" do TSE?
 
 Recomendamos ler: clicando AQUI..... e/ou nAQUI.
 
Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo (mas antes alguém que se dá o direito de "pensar")
 

sexta-feira, 17 de maio de 2019

Não ao Golpe tucanalha do Parlamentarismo!

Toda vez que se fabrica uma crise política no Brasil, aventando-se o risco de armação para derrubar um Presidente, a tucanalhice meliante articula a conversa fiada do “Parlamentarismo”. É para lamentar que o decadente senador José Serra (PSDB-SP) esteja articulando, nos bastidores, uma Proposta de Emenda Constitucional para instituir o regime que a população brasileira já rejeitou em um plebiscito. O núcleo militar considera a intenção “um golpe inaceitável”.

O Relatório Reservado, tradicional jornal eletrônico editado pela Insight, revelou que “José Serra garante ter o apoio de 42 senadores à apresentação de uma PEC instituindo o parlamentarismo no Brasil – um velho projeto do tucano”. O RR pondera que, “se as contas de Serra estiverem certas, são cinco assinaturas a mais do que o mínimo necessário para dar partida na tramitação da proposta”. A História se repete como golpe em Bruzundanga...

 

Agora fica fácil entender por que o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso – considerado o maior conspirador da República e o mais letrado dos petistas – especula sobre um eventual impeachment de Jair Messias Bolsonaro. Em reunião com sindicalistas, terça-feira passada, FHC teria comentado sobre o possível impedimento, destilando a habitual falsidade de um petista emérito: “Eu, a princípio, não sou favorável. O custo é alto. Mas, às vezes, é inevitável”.

Inevitável é a instabilidade política em um País que vive em meio a uma guerra sem fim de todos contra todos os poderes. Tudo piora e se agrava com a combinação de uma crise artificialmente plantada no seio do Governo Federal. Inevitáveis são as crises geradas pelo esgotamento da Constituição vilã de 1988, que até agora já foi emendada 105 vezes e, com certeza, receberá muitos outros remendos. As conflitantes interpretações permitidas pela Lei Maior são as causas originárias do caos institucional brasileiro. Precisamos de uma nova Constituição, urgentemente...

 

Sem ainda ter completado o primeiro dos oito semestres previstos de governo, o próprio Presidente Jair Bolsonaro, na visita aos Estados Unidos, cometeu o sincericídio de admitir o risco de sofrer pedido de impedimento, caso seja forçado a descumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal. Bolsonaro fica sob ameaça se o Congresso não conceder crédito adicional ao orçamento estourado ou se os parlamentares não modificarem o limite para endividamento no pagamento de despesas inevitáveis de custeio.  [Bolsonaro exagera; 

afinal, ele não pode reclamar se descumprir uma lei e ser alvo de pedido de impeachment - quem descumpre uma lei, ainda que seja o presidente da República, ou de qualquer um dos outros dois poderes, ou o chefe do Ministério Público, TEM QUE SER PUNIDO.

No caso do nosso presidente é simples, cumprir a LEI e deixar claro de quem é a responsabilidade pelo desastre de não estar efetuando pagamentos inevitáveis e, em consequência, descumprindo outras leis.]

O Governo não entrou em pânico, porém perdeu a tranqüilidade diante da agressividade dos inimigos institucionais e da absoluta falta de vergonha da extrema mídia. Aliás, seria muito bom que o General Santos Cruza quem está subordinada a área de publicidade do governo – respondesse a uma provocativa indagação do José Márcio Castro Alves, via Twitter: “Se o Presidente Bolsonaro ainda não cortou a ZERO a publicidade do governo para as mídias comunistas, é um caso de internação, de manicômio”. O porta voz, General Rego Barros, bem que poderia informar...

Acertar a Comunicação Institucional de Bolsonaro é a prioridade estratégica urgentíssima. O Executivo precisa de uma Comunicação oficial, direta, objetiva e bem explicada tecnicamente. Tudo que for divulgado precisa sempre, antes, passar por uma avaliação crítica de risco, impacto, oportunidade e consequências (boas ou ruins). [regra que precisa ser seguida pelo presidente da República, haja vista que falar de improviso, responder 'pegadinha' de alguns repórteres a serviço da turma do 'quanto pior, melhor', é ruim quando qualquer membro do governo assim procede e, catastrófico, quando quem fala é o presidente da República - este não pode ser um boquirroto. 

Por óbvio, vale também para os filhos do presidente, que devem usar a palavra no Plenário das casas legislativas que integram. O 'aiatolá de Virginia' deve simplesmente ser desprezado  e FHC receber a sugestão, e cumprir, dada pelo rei da Espanha ao Hugo Chávez.]

Impõe-se que só porta-voz pode e deve falar.]

O Alerta Total recomenda o mantra sugerido pelo ativista digital David Svaiter, no grupo de debates “Brainstorm de Direita”: “O que falta no Governo é de fato capitanear a grande massa de indignados, tornando-a apoiadores atuantes e efetivos. E isso se faz com Economia, Segurança, Saúde e Comunicação”. Fica mais um conselho para o Presidente Jair Bolsonaro adotar, antes que seja tarde demais.

Também vale toda mobilização para as manifestações de rua dos dias 26 de maio 13 de junho, em favor da Agenda Conservadora e da pauta Pró-ativa do Governo Bolsonaro. A esquerda corrupta, que perdeu a eleição presidencial, não pode ter sucesso em sua armação golpista. Bolsonaro tem o direito legítimo de cumprir seu governo de transição – cuja missão máxima é neutralizar – e se possível vencer - o Establishment do Crime Institucionalizado em todos os poderes.

 

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net


 

 

sábado, 10 de setembro de 2016

De costas para a sociedade

De costas para a sociedade, governo não escapará ao fisiologismo

A efetivação do presidente Michel Temer, na imediata sequência do impeachment, processou-se como mero ato burocrático, despojado do simbolismo que o acontecimento impunha. Política também é feita de gestos e símbolos. Foram subestimados.  Ato contínuo, as forças derrotadas, que levaram o país à ruína e protagonizaram os maiores escândalos financeiros de toda a nossa história —mensalão, petrolão e agora o ataque aos fundos de pensão, o fundão—, foram às ruas, em atos de vandalismo explícito, "denunciar" as medidas de austeridade a que o país terá de recorrer para curar-se das lesões que elas próprias lhe impuseram.

O governo Temer começa a perder uma batalha vital:
a da comunicação. O ambiente de desobediência civil, com conclamação a greve geral e até mesmo a guerra civil, proclamado por pelegos das centrais sindicais e autoridades da ordem deposta —a começar pela própria Dilma e seu mentor, Lula—, transmite ao público sinais invertidos: de que o impeachment não apenas é golpe mas imporá sacrifícios desnecessários para lesar "conquistas sociais".

Quem fala são investigados da Justiça –alguns já réus, caso de Lula, ou denunciados, caso de Dilma–, a adotar tom acusatório, quando têm só direito à defesa nas barras dos tribunais. E o que fazem o presidente e seu governo? Limitam-se a conversar com o Congresso, em busca de aprovar medidas legais contra a crise. Isso é indispensável, mas não basta. De costas para a sociedade, não escaparão ao fisiologismo.  O novo governo irá se legitimar nas ruas se estiver sintonizado, em permanente comunicação. É preciso que a sociedade saiba como estão as contas do país e quem e como as dilapidou. A analogia com o orçamento doméstico é de fácil assimilação pelo cidadão.

Simples: não se pode gastar mais do que se tem; não se pode endividar além da capacidade de pagar. O governo deposto gastou o que tinha e não tinha –e gastou mal. E roubou –muito.  Os números são eloquentes. Segundo os investigadores, o ataque aos fundos de pensão –um assalto a aposentados e viúvas de pensionistas!– soma mais de R$ 50 bilhões.

É mais que o petrolão, com os seus R$ 42 bilhões já auditados pela Lava Jato —e que o jornal "The New York Times" havia classificado como o maior roubo da história da humanidade. E há ainda por investigar, entre outros, BNDES, Caixa, Banco do Brasil, Dnit, Eletrobras. E a quadrilha é exatamente a recém-deposta pelo mais brando dos seus delitos, o crime de responsabilidade fiscal: PT, seu governo e seu aparato sindical, os mesmos que hoje bagunçam as ruas, no inacreditável papel de acusadores indignados.

É o ladrão acusando a vítima de roubá-lo. Sem interlocução do governo com as ruas, a vítima acabará abraçada ao ladrão e acusando a polícia e a Justiça. Já há sinais preocupantes.  A elite vermelha do PT, que controla várias centrais sindicais, investe no caos, em defesa de seu projeto bolivariano, indiferente à crise, que já produziu 12 milhões de desempregados. Com uma mão, pressiona o governo por aumentos a categorias que já desfrutam de estabilidade funcional e ameaça com greve geral; com a outra, saqueia os fundos de pensão, lesando os aposentados. A sociedade precisa saber disso.


Precisa repudiá-las e entender que não se sai da crise sem sacrifício. Porém, é preciso a força moral do exemplo, cortando na própria carne. Daí o desastre simbólico dos aumentos e da submissão aos lobbies corporativistas. O governo precisa enfrentar o PT e seus asseclas, sobretudo agora, quando seus crimes começam a vir à tona.
 
Fonte: Ronaldo Caiado - Folha de S. Paulo 
 

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

TV Brasil, que segundo Lula seria a nossa BBC, tem mais funcionários que espectadores



Eles só pensam naquilo
A TV Brasil, que Lula dizia que seria a nossa BBC, custa uma fortuna, mas tem mais funcionários do que espectadores
O ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, que tem como qualificação profissional a militância no Sindicato dos Bancários e na bancada federal do PT-SP, sem noção de tecnologia e do mundo das comunicações modernas, que há anos prega a “regulamentação da mídia” (e talvez por isso tenha sido colocado no ministério pela ala soviética do partido ), é a cara do Brasil atual, onde a militância sindical é a mais alta qualificação para qualquer cargo.

Agora, ele quer atrapalhar a comunicação entre os brasileiros, chamando o WhatsApp de “pirata” e querendo “regulamentá-lo”, naturalmente inspirado por operadoras de telefonia que dizem estar perdendo dinheiro enquanto o usuário economiza nas tarifas e nos impostos escorchantes. Quem vai pagar um SMS se pode mandar mensagens, vídeos e áudios de graça pelo WhatsApp? Quem é estupido o bastante? Que “causa” de alguns merece a manutenção do atraso de todos? Mas eles só pensam em regulamentar.

Esse pessoal odeia tanto a TV Globo porque, mesmo com enormes verbas públicas e publicidade oficial, nunca conseguiram fazer uma emissora (ou um jornal, uma revista, uma rádio ou um site ) “de esquerda” que fosse popular e influente. A TV Brasil, Lula dizia que seria nossa BBC, é um fracasso absoluto, que custa uma fortuna, mas ninguém vê. Tem mais funcionários do que espectadores. O maior sonho deles seria estatizar a Globo e aparelhá-la para suas causas “progressistas”, mas quebrariam a empresa em seis meses, por incompetência e ladroagem.

Quando eles falam em “regulamentar”, boto logo a mão no bolso e encosto na parede, é o Estado querendo tomar mais dinheiro do cidadão para sustentar os desperdícios e roubos de pessoas que nada entendem das áreas que comandam e têm como principal objetivo manter o partido no poder.

Enquanto isso, o Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicação já acumula 18 bilhões de reais em taxas pagas por usuários e operadoras, e o governo não sabe o que fazer com a bolada, explicando por que a internet no Brasil é uma das piores e mais caras do mundo.  Na campanha Dilma falava em “banda larga para todos”... rsrs. 

Fonte: Nelson Motta, O Globo

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Programa do PT ameaça os brasileiros três vezes, reedita campanha eleitoral e hostiliza manifestantes do dia 16. É o esquenta da megamanifestação

O programa do PT, que vai ao ar à noite — panelas à mão! — é um lixo político, moral e estético. Que seja José de Abreu a apresenta-lo até faz sentido. Ocorre que ele estava muito convincente como Nino, o rei do lixão em “Avenida Brasil”, e se mostra um canastrão constrangedor nessa peça que se desenvolve entre o delírio e a ameaça de caráter terrorista. Sim, o programa do PT decidiu ameaçar os brasileiros, muito especialmente os 66% que querem o impeachment de Dilma, segundo o Datafolha, e os 71% que avaliam que seu governo é ruim ou péssimo.

Vídeo: PT na TV: Programa partidário - 06 de agosto de 2015


João Santana é talentoso, mas escorregou feio. Admita-se: não dá para fazer milagre. O produto que ele tem de vender é ruim, está bichado, ninguém quer comprar. Começo pelo mais grave.


O programa tem uma tese central: a crise política é pior do que a crise econômica, e fica evidente que ela virá, segundo os companheiros, caso se insista no afastamento de Dilma. E aí o partido radicaliza: ameaça o país com um “final trágico”. É mesmo? Convenham: petistas na cadeia em razão da indústria de assalto ao estado que eles promoveram é um final ruim para os bandidos, mas feliz para o país.


Em três momentos, os petistas ameaçam explicitamente a população:
entre 20s e 23s José de Abreu mira o abismo e fala “no final trágico para todos”;
entre 5min21s e 5min45s um rapaz pergunta: “será que tumultuar a política traz solução para a economia?” Nesse trecho, o PT chega a falar em golpe militar (ainda que esteja fazendo uma comparação com 1964);
-entre 6min12s e 6min20s – o partido volta a afirmar que é preciso evitar que a crise política ameace a democracia, “pois, sem democracia, tudo iria ao chão”.

Pergunta-se: quem ameaça a democracia no Brasil? Respondo: os ladrões! Pergunta-se: quem ameaça a democracia no Brasil? Respondo: os que pretendem chamar o cumprimento da lei de “golpe”. Pergunta-se: quem ameaça a democracia no Brasil? Respondo: quem entende o Brasil como a luta permanente “nós” e “eles”.

Eu sintetizo: hoje, a única força que molesta a democracia, porque não chega a ameaçá-la e não chega porque não deixamos —, é o PT.

É estupefaciente que o partido que faz um programa que deveria, então, apelar à concórdia e à união nacional recorra, duas vezes, ente 1min02s e 1min06s e 5min46s e 5min51s, a imagens de líderes da oposição, com o carimbo: “Não se deixe enganar pelos que só pensam em si mesmos”. São contemplados, entre as personagens demonizadas, os senadores Aécio Neves (PSDB-MG), Ronaldo Caiado (DEM-GO), Agripino Maia (DEM-RN), o deputado Carlos Sampaio (SP), líder do PSDB, e Paulinho da Força (SD-SP). Atenção! Três deles são presidentes de partidos de oposição: Aécio, Agripino e Paulinho.

Nesta quarta, num apelo candente, tanto Aloizio Mercadante, ministro da Casa Civil, como Michel Temer, vice-presidente da República e coordenador político do governo, falaram que alguém precisa “unir e reunir” os brasileiros. Como? Ora, acusando os líderes oposicionistas de egoístas e enganadores.

O PT é uma piada grotesca.

Aos 6min23s, eis que aparece Lula: “Nosso pior momento ainda é melhor que o melhor momento dos governos passados; nosso maior ajuste ainda é menor do que o ajuste que ELES fizeram”.

Seria muito fácil demonstrar a mentira de tal afirmação, mas me dispenso disso. Pergunto apenas se essa é a retórica de quem investe na paz ou na guerra. Lula, que nasceu destituído do senso de ridículo, não tem autocrítica. Julgando-se ainda uma referência acima de qualquer questionamento, diz: “Eu mesmo fiz um ajuste na economia e depois o Brasil ficou muito melhor”. De fato, ele se considera a única referência positiva que pode ter um governante na face da Terra. O PT ainda não percebeu que esse tempo passou.

Aos 7min55s, aparece Dilma, de branco. Afirma: “Sei suportar pressões e até injustiças”. Ela disse rigorosamente isso na entrevista concedida a Jô Soares. Era João Santana lá, é João Santana cá. Não temos uma presidente, mas uma personagem protagonizando um roteiro ruim.

O resto, meus caros, é campanha eleitoral, com a ligeira diferença, desta feita, de que Dilma foi eleita há menos de 10 meses. No oitavo mês do segundo governo, os brasileiros já conhecem todas as mentiras contadas pela candidata Dilma — e isso explica, em boa parte, os 71% de rejeição e os 66% que querem o impeachment, segundo o Datafolha.

Quem achou que era uma boa ideia ridicularizar os panelaços, submetendo-os a uma ironia ufanista e autorreferente? O programa certamente vai ajudar a pôr alguns milhares nas ruas no dia 16. Finalmente, e não me estenderei a respeito, José de Abreu, um ator mediano, tem um desempenho patético. Fala escandindo as sílabas, mal escondendo a leitura de um texto no teleprompter. Havia, para ficar com referências da arte dramática, algo de distanciamento brechtiano no seu desempenho: ele não nos deixava esquecer, em nenhum momento, que aquilo era uma farsa, uma representação, um discurso sobre a realidade, remetendo-nos, o tempo todo, para a vida real, que hoje rejeita o PT.

Lula e seu partido, na década de 80, eram Stanislavski. Os atores realmente pareciam possuídos pelo papel que encarnavam, diziam coisas críveis, que soavam naturais. Conduziam muitos à emoção. Agora não! É evidente que nem eles acreditam naquela porcaria. Para encerrar: a ruindade é tamanha que se estampa em letras garrafais, na tela, uma frase que flerta com o incompreensível. Deve ter sido redigida pessoalmente por Dilma. Está lá: “Não é melhor a gente não acertar em cheio tentando fazer o bem do que errar feio fazendo o mal?”.

Do ponto de vista da comunicação, é uma aberração porque: a interrogação é longa demais; – os “nãos” estão muito próximos e tornam a mensagem obscura; há uma óbvia desconexão de sentido entre “errar feio” e “fazendo o mal” como relação de causa e consequência: afinal, quem faz o mal não acha que erra; faz uma opção; torna as pessoas reféns da melancolia. Não há boa saída: ou se erra tentando fazer o bem ou se erra tentando fazer o mal.

A boa notícia é que o programa é mais uma evidência de que o PT morreu. E ninguém aparece para acender uma vela e encomendar o corpo. Ele fica aí, recendendo a cadaverina, em praça pública.
Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo