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sábado, 28 de março de 2020

Esses gestores lançarão um fundo para ir às compras em meio à crise - EXAME

Por Graziella Valenti

Apesar dos efeitos do coronavírus serem ‘imprecificáveis’, Daniel Lemos e Marcos Gonçalves preparam lançamento do primeiro fundo do Riza Asset Management

Com a maior crise econômica global do pós-guerra batendo à porta, como consequência da pandemia da covid-19, Daniel Lemos prepara o lançamento do primeiro fundo da Riza Asset Management na próxima terça-feira (31). Lemos se uniu a Marco Gonçalves, fundador da butique de fusões e aquisições Riza Capital, no ano passado para estruturar e liderar a gestora. A estreia das operações foi no início de fevereiro, com capital próprio. A filosofia para o momento é quase socrática: só sei que (quase) nada sei.

Enquanto a conversa com a EXAME acontecia, no início da noite de sexta-feira, 27, a Agência France Press noticiava a conta: um terço da população mundial está confinada. “Nunca se viu nada parecido na história, desde a Segunda Guerra Mundial”, disse Lemos. Apesar da falta de previsibilidade, a experiência de Lemos no mercado de crédito permite clareza de parâmetros em um momento no qual o futuro da economia – e até das estruturas sociais tal qual conhecemos hoje – é totalmente incerto.

A primeira carteira que será aberta para captação será do Riza Daikon, multimercado com dedicação maior ao crédito privado. A partir do dia 31, o fundo estará nas plataformas do BTG Pactual, antiga casa de Gonçalves, e da XP Investimentos, sociedade que Lemos deixou no início do ano passado. Há outros fundos prontos e novos lançamentos podem ocorrer em abril. “Nossa visão para os fundos é de bastante cautela porque os efeitos secundários desse momento são ‘imprecificáveis’”, explica o gestor, deixando claro que nessa circunstância a carteira precisa manter entre 30% e 40% de caixa, ante um percentual de 15% a 20% para cenários de normalidade. “Com caixa quero dizer LFT, certo”.

(.....)

Soluções
“É preciso estudar formas de retomar a atividade e proteger os riscos. Infelizmente, não haverá como cuidar de tudo perfeitamente: da saúde e da economia. Também é preciso locais dedicados somente ao tratamento da doença. Sabemos que é grave. Temos dois sócios minoritários internados. A situação é grave, mas não há solução perfeita.

Governo vai precisar acionar o seguro e usar parte das reservas internacionais, trazendo para dentro do país parte do total que, com os ganhos desse começo de ano, já deve estar perto de 370 bilhões de dólares. É verdade que o real vai ficar um pouco mais desprotegido, mas será que neste momento vai fazer tanta diferença assim se o dólar for a 6 reais? Será que vai aumentar inflação se ninguém está comprando? 

Por um período, vai inclusive, nos deixar mais competitivos.Também vamos ter de aprender a ver economias e empresas quebrarem. Desde a Segunda Guerra Mundial, nada mais pode dar errado. É incrível o que se fez na Crise de 2008. Quase ninguém quebrou. Não sabemos se isso é mesmo o certo a fazer. Quebrar é parte do aprendizado. Você quebra, aprende, reequilibra as práticas e retoma. Esse é o ciclo.”


Em EXAME - MATÉRIA COMPLETA





domingo, 1 de março de 2020

O Mito e seu lugar de fala - Nas entrelinhas

”Diariamente, Bolsonaro se relaciona com os jornalistas tratando-os como ‘párias’. Suportar essa situação para qualquer um humilhante faz parte das agruras da profissão

A relação entre o discurso e a verdade é cada vez mais complexa. Na teoria, trabalha-se com três conceitos fundamentais: 
- condições de validade (ou seja, se a afirmação é válida ou corresponde aos fatos)
- pretensões de validade (a narrativa ou os argumentos utilizados para o convencimento); 
- e o resgate das condições de validade (quando o discurso é legitimado pelo ideal de fala e como tal, apesar de imposto unilateralmente, obtém certo consenso). Se na filosofia lidar com a verdade é um assunto complexo, nas redes sociais então nem se fala. A verdade morre e ressuscita todos os dias, de diferentes maneiras, num embate cujo desfecho nem sempre é o melhor para a sociedade. A opinião pública se forma a partir do choque de versões, no qual o contraditório acaba sendo o meio mais eficaz de aproximação da realidade.

Nessa guerra de informação, a tropa de elite é formada pelos jornalistas profissionais, cuja relação com a política é quase inseparável. Há cerca de 100 anos, numa palestra antológica (“A política como vocação”), o sociólogo alemão Max Weber destacou que os jornalistas pertencem a uma espécie de “casta de párias” e que “as mais estranhas representações sobre os jornalistas e seu trabalho são, por isso, correntes”. Ao discorrer sobre o mundo da política, o papel da imprensa e as vicissitudes do jornalismo, dizia a que a vida do jornalista é muitas vezes “marcada pela pura sorte” e sob condições que “colocam à prova constantemente a segurança interior, de um modo que muito dificilmente pode ser encontrado em outras situações”: “A experiência com frequência amarga na vida profissional talvez não seja nem mesmo o mais terrível. Precisamente no caso dos jornalistas exitosos, exigências internas particularmente difíceis lhe são apresentadas. Não é de maneira alguma uma iniquidade lidar nos salões dos poderosos da terra aparentemente no mesmo pé de igualdade (…) Espantoso não é o fato de que há muitos jornalistas humanamente disparatados ou desvalorizados, mas o fato de, apesar de tudo, precisamente essa classe encerra em si um número tão grande de homens valiosos e completamente autênticos, algo que os outsiders  não suporiam facilmente”.

Grandes mulheres também, diria Max Weber, nos dias de hoje, porque há 100 anos o jornalismo não era uma profissão majoritariamente feminina, como agora acontece; muito pelo contrário, havia poucas mulheres nas redações. Mesmo assim, sobrevivem ainda o machismo, a misoginia e o assédio sexual e/ou moral, em todos os níveis de relações de poder, às vezes até nas redações. É óbvio que estou contextualizando o embate entre o presidente Jair Bolsonaro e a jornalista Vera Magalhães, colunista do Estado de São Paulo que divulgou mensagens de WhatSApp do presidente da República em apoio às manifestações contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF), convocadas para 15 de março.

Comportamento
Diariamente, Bolsonaro se relaciona com os jornalistas tratando-os como “párias”, ao sair do Palácio do Alvorada. Suportar essa situação para qualquer um humilhante faz parte das agruras da profissão, da mesma forma como aspirar gás lacrimogêneo na cobertura de manifestações e correr o risco de ser vítima de uma bala perdida nas reportagens policiais. Bolsonaro coleciona agressões verbais a jornalistas, como as recentes declarações misóginas contra Patrícia Campos Mello. Volte e meia, ofende um colega numa coletiva. Suportar esse tipo de agressão não faz parte dos manuais de redação. Não existe um comportamento padrão para isso, a reação depende de cada um. No caso mais recente, porém, Bolsonaro colidiu com “Sua Excelência, o fato”, como diria Ulysses Guimarães, numa situação na qual se contrapôs ao Congresso, ao Supremo e à Constituição de 1988. Perdeu! Vera validou o que disse com três vídeos compartilhados pelo próprio Bolsonaro.

A “mimesi” de Bolsonaro nas redes sociais faz parte da construção do “Mito”. É uma imitação da realidade, não uma reprodução. A mimesi ocorre quando a ação humana é representada de forma melhor (tragédia e epopeia) ou pior (comédia) do que a realidade. É uma representação em torno do mito, ou seja, da ação, que deve seguir sempre os critérios da verossimilhança. O mito é caracterizado por um conjunto de ações escolhidas e organizadas, sua construção se remete a algo que poderia acontecer e não ao que aconteceu.

Bolsonaro construiu o Mito a partir de um “lugar de fala” que não é a Presidência da República, mas o universo de origem de sua candidatura. Procura manter um eleitorado cativo, com perfil originário de suas eleições para a Câmara, mas agora nacionalizado: militares, policiais, milicianos, caminhoneiros, taxistas, ruralistas, pentecostais, ultraconservadores e reacionários. [todos, possuidores individuais de um voto = ao de qualquer eleitor, seja ele quem for.] Em consequência, aparta a autoridade constituída — a Presidência — do carisma do “Mito” e se isola politicamente. Ocorre que um determinado mito pode ser episódico (são os piores) e fruto da surpresa (emoção causada por fatos inesperados). Isso depende da percepção do espectador, não depende, por exemplo, de haver um único herói na trama. Na tragédia, como na sua campanha eleitoral, o mito se forma pela peripécia e o reconhecimento; na comédia, porém, acaba desconstruído. É o que pode acontecer com Bolsonaro na Presidência quando briga com os fatos.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo - Correio Braziliense


domingo, 29 de setembro de 2019

A farra dos desembargadores - Elio Gaspari



O Globo

Tribunal de Justiça de São Paulo quer construir duas torres de 24 andares com seis subsolos para 1.300 vagas de estacionamento

Tribunal de SP quer construir novo prédio com custo estimado de R$ 1,2 bilhão 

 

 Imagem de anteprojeto de arquitetura do prédio que o Tribunal de Justiça de SP quer construir – Reprodução
A menos de um quilômetro de distância do pedaço do Vale do Anhangabaú onde as filas de desempregados se formam ao amanhecer, o Tribunal de Justiça de São Paulo quer construir duas torres de 24 andares com seis subsolos para 1.300 vagas de estacionamento. Coisa estimada em R$ 1,2 bilhão. Esse assunto rola desde 1975, e por ora o tribunal trata do projeto executivo da obra, que poderá custar até R$ 26 milhões. Deve-se à desembargadora Maria Lúcia Pizzotti o bloqueio da farra. Se ninguém mais puser a boca no mundo, esse negócio vai adiante. Vai aos poucos, mas vai. 

Quem ouve falar em duas torres para o Tribunal de Justiça pode até achar que um país rico, em regime de pleno emprego, precisa de uma boa sede para o Tribunal de São Paulo. Não é nada disso. Os edifícios destinam-se a abrigar apenas os gabinetes dos 360 desembargadores. Todo mundo pagará pela farra, mas as torres terão 28 elevadores e 12 serão privativos para desembargadores e juízes. Os doutores terão também um andar exclusivo para seu restaurante. Isso e mais um posto bancário só para desembargadores.

Uma das razões dadas pelos faraós seria a economia de R$ 58 milhões/ano que são gastos com aluguéis. Conta outra, doutor, sobretudo porque o Tribunal de Justiça já gastou R$ 141 milhões em projetos e estudos em torno dessa obra. São Paulo tem 360 desembargadores com carro, motorista, um salário de R$ 35,5 mil, para começar, mais auxílio-moradia. (Um dos doutores recebia o penduricalho mesmo sendo dono de 60 apartamentos.

Chanceler faz falta
Jair Bolsonaro foi a Nova York para discursar na Assembleia das Nações Unidas. Por diversos motivos, não teve encontros paralelos com outros chefes de Estado. Noves fora um aperto de mão com Donald Trump, reuniu-se com Rudolph Giuliani, o ex-prefeito de Nova York.

Se o capitão tivesse um chanceler teria sido aconselhado a evitar esse encontro pelos seguintes motivos:
Giuliani não ocupa cargo público.
Como advogado, ele cuida dos interesses particulares de Donald Trump. Sua mais conhecida atuação deu-se na defesa do cliente do cala-boca pago à atriz Stormy Daniels.

Quando Bolsonaro chegou a Nova York sabia-se que Giuliani estava encalacrado no lance do telefonema de Trump para o presidente da Ucrânia. Nele o presidente americano pediu que o colega conversasse com Giuliani, e o advogado foi a Madri conversar com funcionários ucranianos. Dois colaboradores seus foram a Kiev.

No dia seguinte à partida de Bolsonaro, Trump viu-se obrigado a divulgar sua conversa com o ucraniano.
Na quinta-feira conheceu-se o teor das acusações feitas contra Trump por um funcionário dos serviços de informações americanos, onde ele diz que Giuliani foi “uma figura central” na trama para usar o governo da Ucrânia para prejudicar o ex-vice-presidente Joseph Biden, que é candidato a presidente.
Se Bolsonaro tivesse chanceler, teria sido aconselhado a gastar aquela meia hora conversando com um engraxate brasileiro na Grand Central Station.

(...)

Witzel e os vivos
A repórter Flávia Oliveira resgatou uma palavra criada por um escritor africano para definir a essência da administração do governador Wilson Witzel (Harvard Fake’15). É a “necropolítica”. 

Sempre que o governador do Rio entra em cena, há uma morte por perto. No mundo dos vivos, a última estatística de criação de empregos no país mostra que em São Paulo eles foram 200 mil. No Rio de Janeiro, 3.900, número pior que o do Pará (6.800) e melhor que o de Rondônia (3.500).[óbvio que com a violência à solta no Rio, fica dificil alguém investir e gerar empregos;
enquanto não deixarem o governador executar sua política de Segurança Pública - bandido bom, bandido morto - a geração de empregos não ocorrerá.]
 
Santas palavras
O ministro Alexandre de Moraes disse tudo:
“Dizer que devido processo legal atrapalha o combate à corrupção seria semelhante a dizer que direitos humanos atrapalham combate à criminalidade.” [lembramos que o chamado 'devido processo legal' restringe em muito o emprego de medidas que tornariam mais eficaz o combate à corrupção, da mesma forma,que a concessão excessiva de direitos humanos aos criminosos atrapalha  o desenvolvimento da atuação policial no combate à criminalidade.]

Publicada Folha de S. Paulo e O Globo - Elio Gaspari, jornalista


quinta-feira, 19 de setembro de 2019

A guilhotina "142" no pescoço do Congresso se ele derrubar os vetos do Presidente à Lei de Proteção aos Bandidos - Sérgio Alves de Oliveira

Estou pagando para ver se a valentia do Presidente Bolsonaro, manifestada  todos os dias, geralmente em  questões de menor importância, irá  ou não se repetir  com uma “oposição” mais poderosa, ou seja, se o Congresso Nacional  DERRUBAR os vetos presidencias a 19 dos 34 artigos da Lei de Abuso de Autoridade, aprovada às pressas, na calada noite,pela quadrilha de malfeitores que se adonou da política.
 
Para começo de conversa, as duas Casas Legislativas não possuem qualquer MORAL para legislar com isenção  sobre essa matéria, principalmente pelo fato de muitos dos seus membros  estarem “enleados” com os órgãos de combate ao crime, com a Polícia, o Ministério Público e a própria Justiça, sempre protegidos pelo chamado  “foro privilegiado”, onde  ninguém é condenado.  O    que foi aprovado e submetido à sanção  presidencial não se trata somente de  tentativa de criminalização de  eventuais abusos de autoridade, mecanismos inclusive já existentes na atual legislação, porém de  INIBIR TODAS AS AUTORIDADES PÚBLICAS de investigar e processar pessoas  suspeitas da prática de crimes.                                                                                                                                                                                                          

Em psicologia, mais precisamente,na área da ANÁLISE TRANSACIONAL,esse tipo de COAÇÃO,ou CHANTAGEM, em forma de “lei”, sobre o conjunto de todas as autoridades públicas, chamar-se-ia  ESTÍMULO NEGATIVO CONDICIONADO,com uma permanente  AMEAÇA  implícita inibidora de todas as etapas de uma persecução criminal. Isso significa que ninguém mais seria processado e a bandidagem ficaria totalmente livre para agir. A “liberdade” para o crime seria total. Mais do que já é hoje. O “bandido” passaria a ser a “autoridade” encarregada de combater o crime da  verdadeira autoridade. É como se diz por aí: “o bandido caçando o mocinho”.

“Aparentemente”- mas só aparentemente  mesmo - o rechaço que o Congresso deverá fazer com os VETOS de Bolsonaro à Lei de Abuso de Autoridade,seria um MAL, por abrir caminho livre à prática do crime. Mas se isso ocorrer,não será um MAL .  Ao contrário, será um BEM. Surpresos? Então prestem atenção ao raciocínio.


Com certeza, todos  já devem ter ouvido os provérbios populares segundo os quais  “O BEM PODE  TRAZER O  MAL”, e  ”O MAL QUE PODE TRAZER O BEM”.

Por isso a DERRUBADA dos vetos do Presidente à famigerada lei em questão,pelo Congresso, à primeira vista poderia  parecer  um MAL. Mas sua consequência poderia ser  um BEM. Ou seja: seria um MAL que traria o BEM.  Emmanuel Kant levou essa  discussão sobre os ditos provérbios populares para a área da filosofia. Em “Crítica  da Razão Prática”, Kant desenvolveu uma teoria segundo a qual o idioma alemão seria muito mais preciso que os idiomas derivados do latim (onde a língua portuguesa se inclui), evitando muita confusão sobre os conceitos do BEM e do MAL  (no latim, “bonum” e “malum”). Segundo o filósofo,o idioma alemão tem a ventura de possuir....expressões exatas que não permitem passar despercebida tal diferença. 

Para o que os latinos denominam com uma só palavra ‘bonum’ ,(o alemão)  tem dois conceitos muito diferentes e também expressões de todo diversas: para ‘bonum’,Gute e Wohl; para ‘malum’,’Bose’ e “Ubel’,de forma que são dois juízos bem diversos a considerar numa só ação o ‘Gute” e o “Bose”,ou melhor,o nosso ‘Wohl’ e ‘Ubel”.  Traduzindo Kant para o problema sobre o qual estamos tratando,a “derrubada” dos vetos de Bolsonaro à referida lei, seria em princípio  um MAL. Mas um MAL  somente na aparência, numa  primeira percepção, mas que logo atrás  traria como consequência um BEM maior. E esse “BEM MAIOR” estaria na percepção de que todo o procedimento imoral relativo à derrubada  dos vetos do Presidente à referida lei estaria plenamente AMPARADO NA CONSTITUIÇÃO, que os algozes do atual Governo escreveram em 1988, e sobre a qual os governistas,principalmente os militares, declamam “juras-de-amor”. Tratam a Constituição como se ela fosse um MANUAL militar qualquer, que ninguém contesta e todos a ele se submetem incondicionalmente. Mas não percebem a diferença entre um “manual” militar  e uma “Constituição”,que disciplina os interesses de todo um Povo.

Resumidamente queremos dizer que toda essa “lambança” política que está acontecendo tem o “aval” da Constituição. É imoral, porém “constitucional”. O conflito entre os Três Poderes ,com a “frente” formada pelo Poder Legislativo (Congresso Nacional), mais o Poder Judiciário (STF), contra o Poder Executivo,a partir da posse de Bolsonaro,reside no fato do Presidente ter prometido acabar com o tradicional e repetitivo  “toma lá-dá-cá” infiltrado nos Três Poderes desde 1985 (posse de Sarney). Aí deu para ver que os Poderes que de fato  “mandam”  são os Poderes Legislativo e Judiciário, cumprindo ao Poder Executivo o poder/dever de “obedecer”. Está ficando claro que o poder de “veto” presidencial às leis aprovadas no Congresso, não passa de poder de veto para “inglês ver”,ou seja,fictício. Ficou provado que o Presidente não pode vetar nada que venha do Congresso,e este pode vetar tudo  da Presidência da República. Com os poderes do Supremo  Tribunal Federal,representando o Poder Judiciário,dá-se o mesmo. O Supremo pode reformar qualquer ato presidencial. O inverso não acontece. Em suma:o Poder Executivo não manda nada. 


Portanto, no Brasil não se aplica a “harmonia”,”independência” e “equilíbrio” entre os Três Poderes,conforme preconizado e adotado no mundo livre desde Montesquieu. Tudo é uma grande farsa   prevista numa Constituição feita  sob inspiração “esquerdista”, do primeiro ao último artigo, onde só  se   estabelece direitos,em detrimento dos deveres/obrigações, num desequilíbrio tamanho que inviabilizaria a existência sadia de qualquer país.


Mas mesmo para os “crentes” da Constituição, nela mesma há um dispositivo, ”somente um”, vulgarmente conhecido como  “intervenção”, que facultaria mandar para o “quinto dos infernos” o maior óbice para as mudanças necessárias no arcabouço político/jurídico do país, criando todas as condições necessários ao mais pleno desenvolvimento das potencialidade humanas brasileiras. E isso jamais seria conseguido pelas vias políticas tradicionais, com toda a certeza. O Brasil não pode ficar refém dessa pretensa “democracia”  e da patifaria política que o domina.


Sérgio Alves de Oliveira


Advogado e Sociólogo