Imagem de anteprojeto de arquitetura do prédio que o Tribunal de Justiça de SP quer construir – Reprodução
A menos de um quilômetro de distância do pedaço do Vale do Anhangabaú
onde as filas de desempregados se formam ao amanhecer, o Tribunal de
Justiça de São Paulo quer construir duas torres de 24 andares com seis
subsolos para 1.300 vagas de estacionamento. Coisa estimada em R$ 1,2
bilhão. Esse assunto rola desde 1975, e por ora o tribunal trata do
projeto executivo da obra, que poderá custar até R$ 26 milhões. Deve-se à
desembargadora Maria Lúcia Pizzotti o bloqueio da farra. Se ninguém
mais puser a boca no mundo, esse negócio vai adiante. Vai aos poucos,
mas vai. Uma das razões dadas pelos faraós seria a economia de R$ 58 milhões/ano que são gastos com aluguéis. Conta outra, doutor, sobretudo porque o Tribunal de Justiça já gastou R$ 141 milhões em projetos e estudos em torno dessa obra. São Paulo tem 360 desembargadores com carro, motorista, um salário de R$ 35,5 mil, para começar, mais auxílio-moradia. (Um dos doutores recebia o penduricalho mesmo sendo dono de 60 apartamentos.)
Chanceler faz falta
Jair Bolsonaro foi a Nova York para discursar na Assembleia das Nações
Unidas. Por diversos motivos, não teve encontros paralelos com outros
chefes de Estado. Noves fora um aperto de mão com Donald Trump,
reuniu-se com Rudolph Giuliani, o ex-prefeito de Nova York.
Giuliani não ocupa cargo público.
Como advogado, ele cuida dos interesses particulares de Donald Trump. Sua mais conhecida atuação deu-se na defesa do cliente do cala-boca pago à atriz Stormy Daniels.
Quando Bolsonaro chegou a Nova York sabia-se que Giuliani estava encalacrado no lance do telefonema de Trump para o presidente da Ucrânia. Nele o presidente americano pediu que o colega conversasse com Giuliani, e o advogado foi a Madri conversar com funcionários ucranianos. Dois colaboradores seus foram a Kiev.
No dia seguinte à partida de Bolsonaro, Trump viu-se obrigado a divulgar sua conversa com o ucraniano.
Na quinta-feira conheceu-se o teor das acusações feitas contra Trump por um funcionário dos serviços de informações americanos, onde ele diz que Giuliani foi “uma figura central” na trama para usar o governo da Ucrânia para prejudicar o ex-vice-presidente Joseph Biden, que é candidato a presidente.
Se Bolsonaro tivesse chanceler, teria sido aconselhado a gastar aquela meia hora conversando com um engraxate brasileiro na Grand Central Station.
Witzel e os vivos
A repórter Flávia Oliveira resgatou uma palavra criada por um escritor
africano para definir a essência da administração do governador Wilson
Witzel (Harvard Fake’15). É a “necropolítica”. Sempre que o governador do Rio entra em cena, há uma morte por perto. No mundo dos vivos, a última estatística de criação de empregos no país mostra que em São Paulo eles foram 200 mil. No Rio de Janeiro, 3.900, número pior que o do Pará (6.800) e melhor que o de Rondônia (3.500).[óbvio que com a violência à solta no Rio, fica dificil alguém investir e gerar empregos;
enquanto não deixarem o governador executar sua política de Segurança Pública - bandido bom, bandido morto - a geração de empregos não ocorrerá.]
Santas palavras
O ministro Alexandre de Moraes disse tudo:
“Dizer que devido processo legal atrapalha o combate à corrupção seria semelhante a dizer que direitos humanos atrapalham combate à criminalidade.” [lembramos que o chamado 'devido processo legal' restringe em muito o emprego de medidas que tornariam mais eficaz o combate à corrupção, da mesma forma,que a concessão excessiva de direitos humanos aos criminosos atrapalha o desenvolvimento da atuação policial no combate à criminalidade.]
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