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quarta-feira, 7 de outubro de 2020

Usam o verde como camuflagem - "Biden ameaça com sanções e nos oferece esmola para nos comprar"

Alexandre Garcia

''O verde é uma boa camuflagem para os interesses reais no subsolo e na biodiversidade. Se a demanda do mundo fosse árvores, a Europa trataria de se reflorestar, depois de devastar sua mata original''

Joe Biden ainda vê Brasil como quintal dos Estados Unidos. No debate eleitoral da semana passada, o candidato ameaçou os brasileiros: “Aqui estão US$ 20 bilhões. Parem de destruir a floresta e, se não pararem, então enfrentarão consequências econômicas significativas”. Ele debatia com Donald Trump, mas se dirigiu aos brasileiros e afirmou que a Floresta Amazônica absorve mais carbono que o que é emitido nos Estados Unidos. Quis mostrar que a floresta interessa ao mundo, por absorção de carbono, o que pressupõe internacionalização. [Tentem internacionalizar - talvez até consigam, difícil, porém possível - talvez se surpreendam, se decepcionem, se desesperem, com o que conseguiram 'internacionalizar'] Desinformado e atrapalhado, Biden repetiu chavões. Estudiosos mostram que a Floresta Amazônica praticamente empata na geração de oxigênio e absorção de carbono.

O verde é uma boa camuflagem para os interesses reais no subsolo e na biodiversidade. Se a demanda do mundo fosse árvores, a Europa trataria de se reflorestar, depois de devastar sua mata original. Biden ameaça com sanções e, em atitude de humilhação, nos oferece esmola para nos comprar. Já antecipa o que fará se for presidente.

A Amazônia não caiu em nossas mãos por acaso. Foi objeto de conquista dos portugueses, que foram além de Tordesilhas, expulsando franceses do Maranhão e holandeses do Xingu; depois, subindo o rio, empurrando os espanhóis, com soldados e flecheiros até Quito e erguendo fortes em pontos estratégicos, até que o Tratado de Madri consolidou os limites. Pedro Teixeira, Plácido de Castro, Rio Branco garantiram as fronteiras com a espada e a caneta. Em 1849, uma missão “científica” da marinha americana concluiu que a livre navegação pela Amazônia seria um “grande benefício para o povo americano”. Coube ao Barão de Mauá organizar apressadamente a Cia. de Navegação do Amazonas para o Brasil ocupar o rio, antes de ser ocupado. Em abril de 2013, o rei Harald V da Noruega, visitou o território Ianomâmi, em Roraima, a convite da Fundação Noruega para a Floresta Tropical, como se estivesse em área internacional. Golbery do Couto e Silva, na “Geopolítica do Brasil”, lembra que a fronteira só existe com a ocupação pelos brasileiros. JK, ao construir Brasília, alargou o Brasil e os brasileiros ocuparam a amplidão antes deserta, criando uma superpotência de alimentos.

O defensor da nossa Amazônia, do nosso petróleo, o juiz e escritor de esquerda, cassado pelo AI-1, Osny Duarte Pereira, ficaria horrorizado ao constatar que a mídia brasileira aprovou as ameaças do intrometido Biden. No Brasil, as ameaças de Biden ganharam apoios que, em outros tempos, seriam tachados de entreguistas pela esquerda liderada por Leonel Brizola. E a direita recebe de presente a bandeira do nacionalismo.

Alexandre Garcia, jornalista - Coluna no Correio Braziliense


sábado, 7 de dezembro de 2019

Na base da ignorância - Editorial - IstoÉ

O fundamentalismo radical da esquadra bolsonarista está posto. O presidente não enxerga outro método. Não concebe nenhuma ponte de entendimento. Difama, calunia, mente e persegue sem limites. Que chefe da Nação é esse? Como é possível anuir ao festival de aberrações que ele professa. A mentira é sua arma mais corriqueira. Usa dela em quase todas as circunstâncias, a fim de provocar ondas de fúria contra seus supostos adversários. Devia ter vergonha na cara. Não tem. Nem se constrange. Sem provas, sem qualquer amparo em fatos e sem respeito à liturgia do cargo que ocupa, o mandatário parte a acusações.

Até o ator americano e ambientalista Leonardo Di Caprio foi alvo recente de sua ira irônica, apontado por ele como financiador de Ongs incendiárias. Nos seus termos, “Di Caprio é um cara legal, não é? Dando dinheiro para tocar fogo na Amazônia”. Seguem-se gargalhadas a afirmação. A galhofa disfarça o petardo. O efeito é reverberado nas redes, ambiente perfeito para a disseminação da fake news. Sem consequências ou freio. Nem Di Caprio, nem as tais Ongs estavam metidos no crime. Mas a versão serve a tumultuar a cena. Como ardil pusilânime, o presidente inicia qualquer ofensiva do tipo na base das suposições. Insinua para depois verter a hipótese em verdade. Na sua verdade! Na prática, uma mera versão ideológica da realidade. No mundo dos seguidores fanáticos dá certo. E as consequências, muitas vezes, são graves.

Contra os brigadistas de Alter do Chão, no interior do Pará, por exemplo, o enredo foi turbinado pelas aleivosias irresponsáveis de Bolsonaro. No programa ao vivo, que realiza semanalmente nas redes digitais, difamou: “estava circulando uma foto dos quatro ongueiros, vi agora há pouco aqui, parece que é verdadeiro, não tenho certeza, né, os caras vivendo em uma luxúria de fazer inveja para qualquer trilionário que anda pelo mundo. Ganhando a vida como? Tacando fogo na Amazônia”. É o presidente da República dizendo isso! Ele age como deputado lambe-botas do baixo clero que  sempre foi. Não se dá conta do papel assumido no Planalto e dos limites republicanos.As ilações contra os brigadistas não paravam de pé. Mesmo assim, eles foram presos. Submetidos à humilhação, cabelo raspado, algemas e exibição pública, na condição de malfeitores. Pais de família, com vergonha do que os filhos poderiam pensar deles naquela circunstância. Deu-se a rebordosa, nada havia contra eles. Foram soltos. A mácula na reputação ninguém tira. A milícia digital, atiçada, seguiu escrachando. Quem paga a injustiça lançada ao quarteto? Bolsonaro não cogita nem pedir desculpa. Causa espanto que ainda não tenha sido processado por nenhuma dessas disparidades. Dias depois, as áreas de queimadas na região apareceram cercadas de arame com placas de “vende-se”. Grileiros repetidamente tomam terras para faturar em cima.

Lá e alhures. Contra eles, nenhuma denúncia lançada. Seja formal ou informal. Bolsonaro apoia, abertamente, ruralistas e as suas causas. Quer agora permitir o comércio de toras cortadas das florestas (preservação que vá para as calendas). Abomina os direitos adquiridos de grupos sociais. Os indígenas são seu alvo preferido. Bolsonaro simplesmente não consegue aceitar que eles sejam donos por direito de enormes parcelas do território nacional. [o direito nem sempre representa bom senso e Justiça; e quanto a está na Constituição não significa, necessariamente que é decisão útil, baseada no bom senso e na própria Justiça.
Alguém em são consciência pode concordar que uma reserva indígena de 50.000 hectares seja destina a doze índios?
Por esse constitucional absurdo é que o Secretário especial de Assuntos Fundiários considera os índios os maiores latifundiários. ]
 Mas está na Constituição. O que fazer? A violência, na base da imposição na marra, é uma alternativa não descartada. Bolsonaro prega o porte de arma de ruralistas, tripudia líderes indígenas como Raoni e vai, enquanto isso, elevando a pressão ao máximo. Acaba de ser denunciado no Tribunal de Haia por crimes contra a humanidade. Justamente por menosprezar e atacar a causa indígena.

Bolsonaro não dá mostras de recuar, dá de ombros. Insiste nas mensagens truncadas em redes sociais como tática de conspiração. Uma tática não fundamentada, lançando tiros na base da roleta giratória. Elege “inimigos” virtuais ou os saca das circunstâncias para fazer valer seus objetivos ignóbeis e manter acesa a chama da fúria sociopata. Mesmo os mais próximos assessores estão contaminados. Na Fundação Palmares, um negro no comando nega o racismo, fala dos benefícios da escravidão e afronta o que chama de “negrada militante”. Um “capitão do mato”, nas palavras do próprio irmão. A ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves, que já colocou Jesus subindo numa goiabeira, fala agora em pote de sangue que levará a Nação a ser destruída por feitiçaria e sacrifícios.

A youtuber índia Ysani Kalapalo, mais nova aliada das pretensões bolsonaristas, diz, para o deleite do chefe Messias, que “índios esquerdistas fazem baderna em Brasília”. O presidente da Funarte alega que o rock ativa as drogas, o sexo e a indústria do aborto e acusa os Beatles de serem comunistas. É o império da ignorância em vigor. Em todos os sentidos. Do conhecimento e do uso da força bruta onde necessária. A fórmula explosiva do capitão reformado, que se alastra como praga aparelhando o Estado, não recorre apenas ao conservadorismo moralista.
Apela ao populismo autoritário. Empurra o País à insensatez. Um presidente dado a digressões tão infames precisa ser contido pelos poderes constituídos. Antes que seja tarde.

Carlos José Marques, diretor editorial da Editora Três


sábado, 28 de setembro de 2019

Brasileiros relatam decepção com a vida em Portugal: ‘Humilhação' - VEJA

Em depoimentos em vídeo, emigrantes relatam a desilusão e as dificuldades vividas no país-irmão

 Reportagem de VEJA desta semana traz as histórias de brasileiros que emigraram para Portugal em busca de uma vida melhor, mas sentiram o gosto da desilusão no país-irmão. No vídeo abaixo, depoimentos desses emigrantes explicam por que o sonho português virou pesadelo para alguns brasileiros.


“Trabalhamos e não recebemos”, lamenta a goiana Claudine Alves, citando uma das principais dificuldades dos expatriados: a inserção no mercado de trabalho. Outra que se decepcionou, a administradora Nathalia de Lima diz que “a pior lembrança” que leva de Portugal é não ter conseguido fazer seu negócio próprio prosperar: “O hábito dos portugueses é muito diferente do nosso”. A gerente comercial Marina Lamar resume o sentimento do grupo: “Sensação de perder dinheiro, perder tempo, humilhação e frustração”.

Em VEJA, leia MATÉRIA COMPLETA 

Publicado em VEJA,  edição nº 2654, de 2 de outubro de 2019

sábado, 20 de abril de 2019

Para completar a humilhação e [Ninguém vai mais falar mal do STF]

Como reparar a lambança no Supremo




Não basta suspender a censura à reportagem da revista eletrônica Crusoé e do site O Antagonista sobre “O amigo do amigo do meu pai”, no caso o ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal, que à época dos fatos era o Advogado Geral da União no primeiro governo Lula.
Ninguém vai mais falar mal do STF

É preciso com urgência acabar com o inquérito aberto por Tóffoli e conduzido por Alexandre de Moraes sobre autores de fake news que tenham como alvo o Supremo, seus ministros e eventuais familiares. Porque da maneira como foi criado o inquérito é uma aberração jurídica. Simples assim.

Toffoli só pôde abri-lo porque se valeu de uma leitura para lá de absurda de suas atribuições. A escolha de Alexandre para presidi-lo desprezou o rito do sorteio que sempre foi respeitado no tribunal. Poderia ter sido sorteado qualquer um dos 11 ministros. Mas Toffoli quis Alexandre de Moraes, e ponto. Por quê? Porque os dois haviam combinado a manobra. Compartilhavam as mesmas intenções. Perseguiam os mesmos objetivos. De resto, Alexandre, além de juiz, no passado foi um policial. Durante parte do último governo de Geraldo Alckmin, em São Paulo, foi secretário de Segurança Pública.

É bem possível que os demais ministros recusassem a tarefa. O Supremo é a instância mais alta da justiça, o que significa a última a que se pode recorrer. Como ele poderia, pois, exercer ao mesmo tempo os papéis de investigar, oferecer denúncia e julgar por fim? Onde já se viu isso? Onde?  Justamente porque nunca se viu é que o tribunal tem agora pela frente um abacaxi de casca grossa e amargo para descascar. Toffoli e Alexandre foram humilhados ao recuarem da imposição da censura ao site e à revista. Nova humilhação os aguarda com o arquivamento do inquérito.

Como disfarçá-la ou torná-la mais suportável? Por enquanto, ninguém no tribunal tem a resposta. Alguma terá de ser arranjada para contornar uma das maiores lambanças da história da solene e austera figura que é o Supremo. [a única resposta adequada, apropriada, para corrigir a lambança é que a matéria seja decidida pelo Plenário, em sessão transmitida pela TV Justiça.

Com tal medida o STF repara a lambança e de tabela pode até estimular seus autores a optarem pela sempre presente possibilidade da renúncia ao cargo que ocupam.

Ou, no mínimo, adotarem a postura de sempre nas sessões plenárias optarem na hora do voto pela abstenção, ou dependendo da complexidade da matéria se valer da opção de faltar àquela sessão.]



segunda-feira, 4 de junho de 2018

A hora da covardia



Nem Alckmin, nem Marina exigiram a garantia dos direitos básicos de circulação nas estradas e de abastecimento de bens essenciais

Não se tem notícia de humilhação similar. Para todos os efeitos práticos, o governo Temer sucumbiu, atropelado por um caminhão. Mas, em meio ao caos, entre as vozes estridentes dos populistas e os ecos secundários dos oportunistas, deve-se registrar o silêncio dos candidatos de centro. Na paisagem de ruínas, ninguém ousou sair em defesa do interesse geral. A covardia será punida nas urnas.  O Planalto sabia que a explosão viria, mas permaneceu inerte. Diante da catástrofe consumada, ensaiou uma valsa de sucessivos rugidos e recuos, até a completa desmoralização. No início, corretamente, identificou a natureza da operação de locaute, que se fantasiava como greve espontânea. Na sequência, renunciou ao exercício da força legítima, oferecendo carta branca aos grandes empresários de transportes e às facções amotinadas dos caminhoneiros. Corte das estradas, abolição do direito de ir e vir, colapso do abastecimento essencial: uma nação sem governo, sem lei, converteu-se em refém da força privada.

Temer capitulou duas vezes, entregando bem mais do que exigiam as milícias invasoras. No meio do percurso, estendeu sua própria humilhação ao STF, que dera amparo à liberação compulsória das estradas, e aos militares, que se preparavam para cumprir a ordem de romper os bloqueios. O presidente e seu círculo de patéticos estrategistas temiam que a aplicação da lei provocasse uma reprodução das “jornadas de junho” de 2013, incendiando as cidades. [O futuro presidente tem que ser confiável para se ter a garantia que o  Poder Executivo não será covarde nem estenderá a outros a humilhação advinda de covardia.] No altar sacrificial da capitulação, eles imolaram todos os bens públicos que tinham ao alcance. [a covardia começou quando aceitou negociar com as estradas bloqueadas - com bandidos só se negocia quando estão de joelhos, dedos entrelaçados na nuca.] A desoneração da folha das transportadoras, o tabelamento do frete, a contratação de transporte sem licitação, o subsídio ao diesel serão financiados por cortes de gastos sociais, inflação e emissão de dívida. Há, contudo uma perda maior: agora, ninguém mais duvida de que a chantagem compensa, especialmente se for conduzida a seus limites extremos.

Soltaram os cachorros loucos. Nos bloqueios e acostamentos, os especuladores do caos desfraldaram as bandeiras da “intervenção militar”. Na arena de campanha, Jair Bolsonaro prometeu apoio integral aos “caminhoneiros”, simulou um pedido de moderação e, finalmente, garantiu que “um futuro presidente honesto/patriota” anistiará qualquer hipotético atingido por penalidades legais. O protagonista inconteste ganhou coadjuvantes, que se aninharam na boleia de uma carreta bitrem. Ciro Gomes avisou que, sem a revogação da lei do teto de gastos públicos, “vai faltar escola e hospital”. Já Álvaro Dias, um inesperado nostálgico da idade de ouro dilmista, clamou pela administração política dos preços de combustíveis.  A falência técnica da Petrobras nada ensinou ao lulopetismo, engajado na repetição farsesca de uma história trágica. Precisamente quando Bolsonaro advertiu para “a hora de acabar” o motim das estradas, a Federação Única dos Petroleiros (FUP), tentáculo sindical do PT, ensaiou um espetáculo alternativo de dupla utilidade. No plano puramente simbólico, a frustrada greve dos petroleiros reivindicava a redução dos preços do gás de cozinha, uma bandeira “popular” de contraponto petista à baderna da direita. No plano prático, exigia a demissão de Pedro Parente, o presidente que resgatou a Petrobras de um poço sem fundo, passo necessário para uma futura restauração do controle partidário sobre a estatal.

Bolsonaro e o PT operaram segundo seus interesses, apostando nas ações do colapso. O visceral oportunismo de Álvaro Dias só surpreendeu os que não o conhecem. Mas é o silêncio tumular de Geraldo Alckmin e Marina Silva, os candidatos viáveis do centro do espectro político, que indica a dimensão da crise nacional. O candidato tucano permaneceu virtualmente calado durante o auge da crise. No epílogo, depois de firmado o tratado de capitulação, produziu uma exigência vazia de retorno à “normalidade”. A candidata da Rede, por sua vez, criticou com justiça a falta de medidas preventivas do governo e a política de variação diária de preços, apenas para ensaiar um raciocínio primitivo e demagógico — sobre a possibilidade de usar a produção doméstica de petróleo para regular os preços dos combustíveis.

A covardia triunfou. Nem Alckmin, nem Marina exigiram a garantia dos direitos básicos de circulação nas estradas e de abastecimento de bens essenciais. Nenhum dos dois formulou uma nítida condenação dos termos da rendição do Planalto à chantagem dos promotores do locaute. Nenhum deles teve a audácia de defender a gestão de Pedro Parente, explicando que inexiste almoço grátis — e que, sob o império do lulismo, a Petrobras foi à lona por financiar subsídios de cunho populista. 

Segundo constatação do Datafolha, 87% dos brasileiros aprovaram o movimento de paralisação, mas 56% o consideraram prejudicial à população. O instituto registra, ainda, que exatos 87% recusam os aumentos de impostos e cortes de gastos derivados da capitulação governamental. As nações enlouquecem quando o conjunto de suas lideranças políticas entregam-se ao populismo, ao oportunismo e à covardia. Nessa hora, a velha ordem desaba.

Demétrio Magnoli é sociólogo - O Globo