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terça-feira, 21 de março de 2017

Paulo Maluf, "Perto do PT, eu sou um santo"

Conhecido como o “senhor rouba mas faz”, o deputado Paulo Maluf (PP-SP), 85 anos, enche o peito para se gabar de não estar na lista de Janot, assim como não esteve no mensalão. Em entrevista à IstoÉ, embalado pelo momento político, Maluf posa de vestal, sem ser, é claro, e diz que, perto do PT, ele se considera um “santo”. Afinal, segundo ele, os petistas trabalhavam com empresas que tinham até departamento de propina, enquanto que ele jacta-se de não ter sido condenado em última instância em nenhuma ação por corrupção. Acusado de ter superfaturado várias obras, enquanto prefeito de SP, Maluf alega que responder a processos não significa nada. Argumenta, num discurso batido, que as acusações carecem de provas. Sobre a prisão em 2005, sob a acusação  de depositar US$ 160 milhões nos EUA, Maluf inverte as coisas: “Não fui preso. Fui solto”.

Sempre disseram que o senhor era o maior corrupto da história do País, mas agora você está se gabando de não estar na lista de Janot. O senhor se redimiu?
Vou ser franco. Eu tenho um defeito. Sou polêmico porque falo o que eu penso. Eu tinha um preceptor político, Antonio Gontijo de Carvalho, era mineiro, que dizia: “Maluf, na minha terra, quando o adversário não tem defeito, eu invento”.
 
Mas não inventaram que o senhor é corrupto.
Vamos aos fatos. Quando entrei na política, tomava posse Costa e Silva e o ministro Delfim Neto. Convidado pelo Delfim para ser presidente da Caixa, eu tinha 35 anos, eu já morava na casa onde eu moro. Já era diretor da Eucatex. Não entrei na vida pública para enriquecer. Eu já entrei rico. Detesto essa palavra rico. Mas entrei na vida pública pensando no bem público. Construiu quase todas as grandes obras de São Paulo. Eu não destruí nada. Só construí.
 
Mas é sabido que algumas dessas obras foram superfaturadas.
Não tem mais prova neste País? O sujeito fala por falar? No mínimo tem que ter um documento provando. Quando se faz uma obra, foi um conjunto de mil pessoas. Um viaduto, tem a Secretaria de Obras que faz a concorrência, tem 30 engenheiros, tem o julgamento da concorrência que é público, vai construindo o viaduto e vão sendo autorizados pagamentos. Tudo isso é auditado pelo Tribunal de Contas. Para dizer que você superfaturou, tem que botar mil na gaveta. Isso não existe. As obras que eu fiz em São Paulo foram auditadas pelo Tribunal de Contas.
 
O que o senhor responde a quem garante que o senhor é corrupto?
Eu falo a eles: trabalhem como eu.
 
E sobre o PT, o que o senhor diz?
O PT hoje é exemplo de corrupção. As empresas que trabalharam para eles, tínham um departamento de propina. Não era um diretor que corrompia. Eles tinham um departamento inteiro. Eu morava na rua Costa Rica 146 e continuo morando na Costa Rica 146. Quando eu fui casar há 62 anos, na Igreja da Catedral da Sé, fui no Rolls Royce da minha mãe. Naquele tempo já tínhamos um Rolls Royce.
 
O senhor quer dizer que perto do PT
Perto do PT, eu sou um santo. Não só do PT. Perto de todos os políticos do mundo. O dinheiro nunca me estimulou. O que me estimula é desamarrar fitinha de inauguração. Fiz mais de 60 viadutos em São Paulo. Fiz túneis que nunca alagaram, estações de metrô que nunca caíram…
 
Mas o Lula foi à sua casa em 2012 pedir apoio para a candidatura do então candidato a prefeito Fernando Haddad. O senhor não sabia que os petistas usavam dinheiro de caixa dois para eleger seus candidatos?
O que eu disse claro para o Rui Falcão, presidente do partido, é que eu não me caso no porão de igreja. Eu me caso no altar e com o cardeal. Eu não lhes pedi nada. Acho que o Haddad é um cara correto, mas o cardeal tem que ir em casa me pedir em casamento. Foi assim que aconteceu. Lula foi na minha casa. A mídia tomou um susto quando soube que o Lula tinha almoçado na minha casa. Mas não houve oportunismo da minha parte. Haddad tinha 3% nas pesquisas. O Serra liderava com folga, com 31%, mas acabou perdendo.
 
Mas usaram dinheiro de caixa dois na campanha…
Não sei se usaram. Cada campanha é uma campanha. O Haddad naquela eleição era o novo, como foi o Doria agora.
 
Apesar de o senhor dizer que é santo, ainda responde há mais de 60 processos por corrupção, como no superfaturamento da avenida Águas Espraiadas (atual Roberto Marinho)…
Processo não é condenação. Processo é oportunidade para provar juridicamente que é inocente. Qual é a função do Ministério Público? Por que ganham R$ 30 mil por mês? É para trabalhar. Então eles acusam. Ótimo. E a gente se defende. Não sou contra processo. Eu não perdi nenhum.
 
E aquela ação em que o senhor perdeu por ter doado os fusquinhas para cada um dos jogadores da seleção de futebol de 70?
Eu ganhei. Demorou 30 anos, mas eu ganhei na última instância.
 
Se é assim, por que o senhor ainda está na lista da Interpol, podendo ser preso caso deixe o Brasil?
Estou na lista da Interpol porque não temos governo aqui no Brasil. A lista da Interpol não mostra que eu fui condenado não. É que eu estou sendo processado nos Estados Unidos, mas o processo nem começou. Para começar o processo eu tenho que ser ouvido. Eu disse, eu quero ser ouvido sim. Mas quero ser ouvido aqui, por carta rogatória ou por videoconferência, como diz a legislação brasileira.
DO PAU OCO Maluf consta na lista da Interpol por responder a processo por corrupção nos EUA e pode ser preso se deixar o Brasil
                                           

DO PAU OCO Maluf consta   na lista da Interpol por responder
a processo por corrupção nos EUA e pode ser preso se deixar
o Brasil
E por que os americanos insistem que o senhor seja ouvido nos Estados Unidos?
Eles querem passar por cima das leis brasileiras. Aliás, no caso dos pilotos americanos do Legacy, que derrubaram o jato da Gol em 2006, matando 150 pessoas, eles foram ouvidos naJustiça brasileira por videoconferência. Quero ser ouvido sim. Mas eles querem que eu tome um avião e vá até lá. Não vou. Não vou. Sou um homem que respeita a lei. Querem me ouvir, tem que me ouvir aqui onde eu moro. Se tivesse um governo com autoridade, enfrentava o governo americano e dizia: aqui não é quintal americano e vocês que mandem uma carta rogatória para ele ser ouvido aqui.
 
O senhor chegou a ficar preso 41 dias na sede da Polícia Federal em São Paulo, juntamente com seu filho Flávio. O senhor acha que prisão é uma coisa que ficou no passado para o senhor?
Não fui preso. Eu fui solto. É diferente. O Supremo Tribunal Federal me deu a garantia de que não havia fundamento legal nenhum para a prisão. Se soltaram o goleiro Bruno, que é assassino, se o Pimenta Neves é assassino confesso e ficou solto, por que iriam me manter preso? Eu tinha que responder em liberdade. Qual é o perigo que o Paulo Maluf oferece à sociedade solto? É um absurdo. Tem gente que só joga para a platéia. Aquela prisão o Supremo disse que foi ilegal e que se tivesse alguma coisa que eu respondesse em casa.
 
E como o senhor está vendo o governo atual? Ele é menos corrupto do que foi o de Lula?
Esquece corrupção. Tenho esperança no governo Temer. Está fazendo força pelas reformas que o País precisa. Vou votar a favor da reforma da Previdência do governo. Um dia desses, uma repórter me ligou querendo saber porque eu votaria a favor da reforma. Eu perguntei quantos anos ela tinha. Ela me disse ter 25. Eu falei pra ela: olha, você está contribuindo agora não para a sua aposentadoria, mas para quem está aposentado. Se a gente não fizer a reforma, não vai ter dinheiro para pagar a tua aposentadoria. Essa é a questão.
 
Temer vai tirar o País da crise?
Acho que sim. Já conversei com ele mais de uma vez. Ele conversa muito com o Delfim também, que é um dos economistas mais lúcidos do Brasil. Está disposto a fazer as reformas da Previdência, Trabalhista e a reforma política. Ele me disse: não quero ser endeusado na próxima eleição, mas quero deixar meu nome para a próxima geração.
 
O Lula está dizendo que quer voltar. O senhor concorda com uma nova candidatura dele em 2018?
Mas para o Ministério Público, empreiteiras lhe beneficiaram com apartamento e sitio…
O triplex do Guarujá não é triplex nenhum. São três apartamentinhos do BNH um em cima do outro. Se o Lula quiser ir para o Guarujá, eu tenho uma casa com cinco suítes, defronte para o mar. Está à disposição dele.
Quando o Delfim Neto me convidou para ser presidente da Caixa, eu tinha 35 anos e já morava na rua Costa Rica. Moro lá há 62 anos
Quando o Delfim Neto me convidou para ser presidente da Caixa, eu tinha 35 anos e já morava na rua Costa Rica. Moro lá há 62 anos

Mas não é um risco para o País? Afinal o PT quebrou o Brasil.
Ele tem o direito democrático de querer concorrer. Agora, não será roubando a bola e não deixando ele participar do jogo. Isso sim é antidemocrático.
 
O senhor já está com 85 anos e há uns dez anos disse que não pretendia mais disputar eleições, pois desejava cuidar dos netos. O senhor mantém essa postura?
Ainda é cedo para falar em 2018, mas pretendo me reeleger deputado federal.
 
Fonte: IstoÉ
 
 
 

Lista de Janot: hecatombe provocada pelo lulopetismo

Delações, Lava Jato e Procuradoria mostram hecatombe provocada pelo lulopetismo

Metamorfose na capital do poder. A desfaçatez dos políticos

Enquanto Brasília ainda contabiliza os atingidos pela “lista de Janot”, os integrantes de quase todos os partidos já começam a articular a reação para evitar que venham a ser punidos pelos crimes que cometeram

“Cuidado com os idos de março”. A expressão, que remonta a 44 a.C., numa alusão à conspiração senatorial contra Júlio Cesar em 15 de março, ajusta-se como uma luva ao atual momento político. Mesmo com a escassez de chuvas em Brasília na última semana, uma nuvem negra com estrondosos relâmpagos estacionou sobre o Congresso Nacional e não tem previsão de se dissipar tão cedo. A aguardada “lista de Janot”, baseada na delação dos 77 executivos da Odebrecht, com 83 pedidos de abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) e 211 solicitações de distribuição de investigações para outras instâncias da Justiça, atingiu em cheio a classe política brasileira e provocou um festival de desfaçatez, mesmo ainda sem a revelação dos detalhes que fundamentam as futuras investigações. 


Os políticos, verdadeiros camaleões que se adaptam a toda e qualquer nova situação, começaram a se movimentar nos porões do navio em busca de boias para salvarem a própria pele, nem que para isso precisem editar leis que apaguem os crimes que cometeram no passado. O grande perigo é a lista de Janot ser triturada pelas conveniências políticas do momento. Fazer picadinho do material encaminhado pelo procurador-geral significa submeter as investigações da Lava Jato ao risco de terminar como a Operação Mãos Limpas, na Itália, que perdeu fôlego e, ao fim e ao cabo, serviu aos interesses dos corruptos. “Não pode acontecer o que ocorreu na Itália. Logo depois da operação, houve uma redução dos crimes. É verdade. Mas como os políticos agiram para garantir a própria impunidade, os crimes voltaram a ocorrer e de forma ainda mais sofisticada. A mobilização da sociedade diminuiu porque as pessoas caíram em desesperança”, alertou o coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol.

(...)

 Primeira lista foi aperitivo


O que os parlamentares tentam fazer agora é o mesmo que mudar as regras de um jogo com a partida em andamento. Ou pior. É como se tivessem sido flagrados roubando lanche da cantina do Congresso e, de repente, resolvessem estabelecer que o furto não só será permitido como quem furtou não receberá qualquer tipo de sanção ou punição. Atingido pela lista, o PMDB do Senado convocou uma reunião de emergência na quarta-feira 15 no gabinete do presidente da Casa, Eunício Oliveira. Na saída, os parlamentares evitaram comentar o motivo da reunião, mas não puderam se esquivar das perguntas sobre o assunto. 



Sem meias-palavras, o senador Edison Lobão (PMDB-MA) classificou as delações como “má-fé”. “A investigação não constitui uma acusação concreta. Não me oponho a nenhuma investigação. É o momento de se provar inocência”, repetia. O atual líder do PMDB no Senado, Romero Jucá (RR), conhecido por suas declarações desastrosas, não fugiu ao hábito. Primeiro, tentou transparecer tranquilidade: “A melhor resposta que o Congresso pode dar é trabalhar. Votar aquilo que precisa ser votado”, explicou. Mas, em seguida, escancarou seu verdadeiro estado de espírito: “Estamos em guerra e, morrer na guerra, acontece, faz parte”.

Ler MATÉRIA COMPLETA, IstoÉ

 

segunda-feira, 20 de março de 2017

Louvem porras-loucas da PF, MPF e Judiciário, e o Haiti será aqui

“Coletiva em off” concedida por procuradores-vazadores, espetáculo grotesco da PF e laivo populista de juiz indicam o óbvio: estão todos fazendo política

O espetáculo grotesco, deprimente e perigoso estrelado pela Polícia Federal, que pode trazer prejuízos gigantescos ao Brasil e aos brasileiros, tem antecedentes. Não se chegou àquele descalabro do nada. Há muito está em curso a marcha da insensatez.

Quando eu começar a errar, aviso. Ou avisam os que têm a pretensão de ser meus adversários, não é? Ocorre que, até agora, assiste-se ao contrário disso. Só acerto! As provas estão nos fatos. Há bastante tempo venho chamando atenção para procedimentos impróprios de algumas autoridades encarregadas de investigar crimes (Polícia Federal e Ministério Público) ou de julgar os que são processados pelo estado — e, nesse último caso, refiro-me, é evidente, a setores do Judiciário.

Digamos com todas as letras, com todos os pingos nos is, com todas traves no tês: os porras-loucas desses três entes — PF, MPF e Judiciário decidiram exercer o controle da política e dos políticos. E a melhor forma que encontraram de fazê-lo é criando factoides para manter a opinião pública em estado de permanente exasperação e mobilização rancorosa, que é coisa diferente de fazer uma escolha política. E contam, para isso, com a imprensa como subordinada e porta-voz.

Orgulho-me de ter escrito no dia 15 de fevereiro um post em que afirmei que há apenas três partidos no Brasil: 1) o PT e seus satélites de esquerda; 2) o PMDB-PSDB e seus satélites do Centrão e 3) o PAMPI (O Partido do Ministério Público e da Imprensa). Posso até fazer uma pequena mudança para tornar a coisa ainda mais precisa; o certo é PAMPIPO (Partido do Ministério Público, da Imprensa e da Polícia).
Alguém tem alguma dúvida disso?

A coluna deste domingo da ombudsman da Folha traz uma denúncia grave. Escreve Paula Cesarino Costa sobre o vazamento de nomes da chamada “Lista de Janot”, que deve chegar o ministro Edson Fachin apenas nesta segunda ou terça:
“Das dezenas de envolvidos na investigação, vazaram para os jornalistas os mesmos 16 nomes de políticos — cinco ministros do atual governo, os presidentes da Câmara e do Senado, cinco senadores, dois ex-presidentes e dois ex-ministros. Eles estavam nas manchetes dos telejornais, das rádios, dos portais de internet e nas páginas da Folha e dos seus concorrentes — O Estado de S. Paulo, O Globo e Valor. Por que tanta coincidência? 
A ombudsman apurou que a divulgação da chamada segunda lista de Janot se deu por meio do que, no mundo jornalístico, se convencionou chamar de ‘entrevista coletiva em off’. (….) Após receberem a garantia de que não seriam identificados, representantes do Ministério Público Federal se reuniram com jornalistas, em conjunto, para passar informações sobre os pedidos de inquérito, sob segredo, baseados nas delações de executivos da Odebrecht.”

Antes que prossiga, deixo claro: eu e Paula Cesarino somos, como costumo brincar, de “enfermarias diferentes”. Ela já lamentou de modo indireto que eu seja colunista da Folha. Não estou procurando pegar carona numa opinião sua ou fazer dobradinha. Estou é destacando uma informação que ela publicou e que sei correta. Afinal, já escrevi aqui que o objetivo da Lista de Janot” é provar que todos são iguais. Ao industriar os vazamentos, os procuradores cometem um crime, que nem investigado será, e desbordam de sua função: fazem política. Prossigo.

Aécio Neves e Lula
E só nesse caso? Ah, não! Os vazadores resolveram também passar adiante o conteúdo de outras supostas delações: a Odebrecht e a Andrade Gutierrez teriam acertado o repasse de R$ 50 milhões a Aécio Neves, em 2007, depois de vencerem o leilão para a construção da hidrelétrica Santo Antônio, em Rondônia. Mas atenção: a) ninguém disse que era propina; b) os delatores não sabem se o dinheiro realmente foi pago. Entenderam?

Na coletiva que concederam na sexta-feira, os procuradores Deltan Dallagnol e Carlos Fernando evidenciaram o desprezo que têm pelo Congresso, asseguraram que os senhores parlamentares querem é acabar com a Lava Jato, e um deles, Deltan, antecipou até a data do julgamento de Lula, que será feito pelo juiz Sergio Moro. A condenação veio sugerida nas entrelinhas. Na página-trocadilho criada por sua mulher “Eu Moro com Ele” —, o juiz agradece o apoio da população e sugere que, sem este, a história poderia ser outra.

Todas essas ações têm nome. E o nome disso é política. É o que fazem os procuradores quando dão coletivas em off; é o que faz Moro quando apela diretamente à população; é o que faz a Polícia Federal quando, com impressionante irresponsabilidade, desfaçatez, ligeireza, falta de elementos e estupidez técnica, demoniza a carne brasileira, cuja excelência é reconhecida mundo afora.

Todos querem fazer história
Há uma evidente sede de protagonismo dessas forças. Não se contentam com o seu papel institucional, que, obviamente, pode, sim, dar conta do recado, combater a corrupção, prender os corruptos. A propósito: a única força no Brasil que hoje promove a impunidade é a Lava Jato, dadas as penas ridículas que aplicam aos delatores. Notórios bandidos estão sendo, de fato, literalmente premiados. Os abusos sem contenção nem punição da Lava Jato conduzem a outros tantos.

Não senhores! O espetáculo grotesco da Polícia Federal na sexta não surgiu do nada. Sob o pretexto de combater bandidos, só pode fazer aquela patuscada quem aposta na impunidade. A mesma impunidade que protege os procuradores-vazadores. Todos esses entes, incluindo setores do Judiciário, estão convencidos de que o país não precisa de políticos e da política.  Querem saber? Entreguemos o Brasil aos porras-loucas do MPF, da PF e do Judiciário, e, em dez anos, seremos um Haiti de dimensões continentais.

 Fonte: VEJA - Blog do Reinaldo Azevedo

 

domingo, 8 de março de 2015

Depois da lista, chega a hora das provas

  Frase do dia

Estou cagando e andando, no bom português, na cabeça desses cornos todos

João Leão, do PP, vice-governador da Bahia, cujo nome faz parte da lista de políticos a serem investigados por envolvimento com a corrupção na Petrobras 

João Leão (PP-BA), foi eleito vice-governador na chapa de Rui Pimenta (PT) (Foto: Reprodução/Facebook)

João Leão soltou duas notas sobre sua inclusão na Lista de Janot
A primeira - sexta-feira à noite - João foi mais eloquente e assim se manifestou:
“Não sei por que meu nome saiu. Nem conhecia esse povo. Acredito que pode ter sido por ter recebido recursos em 2010 das empresas que estão envolvidas na operação. Mas, botar meu nome numa zorra dessas? Não entendo. O que pode ser feito é esperar ser citado e me defender. Estou cagando e andando, no bom português, na cabeça desses cornos todos. Sou um cara sério, bato no meu peito e não tenho culpa. Segunda-feira vou para Brasília saber por que estou envolvido. Recebi recursos da OAS [em 2010], mas quem recebeu recursos legais, na conta, tem culpa?”

Já no sábado, dia 7, no Facebook, talvez aconselhado que não ficaria bem a um acusado de corrupção ter que explicar os motivos de chamar de corno  uma porção de brasileiros, incluindo várias autoridades,  Leão foi mais moderado: 
 

Ainda não se sabe o que o procurador-geral, Rodrigo Janot, botou dentro daquilo que o ministro Marco Aurélio Mello chamou de “o embrulho” 

Qualquer lista sem Renan Calheiros e Eduardo Cunha será uma coroa sem brilhantes. Por mais que esse tipo de revelação estimule sentimentos e satisfações, listas sem provas valem nada.

O processo dos marqueses do fôro especial será confuso e demorado. Já o do juiz Sérgio Moro, em Curitiba, será rápido e até simples. Nele há 15 cidadãos colaborando com a Viúva na exposição das propinas passadas por empreiteiras a burocratas e políticos. Essa ponta da questão parece elucidada. Foram rastreadas transferências de dinheiro para o círculo de relações do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Ele diz que foi um empréstimo amigo. A ver.

No caso dos marqueses do fôro especial, ainda não se conhecem as trilhas do ervanário. Sem elas, pode-se caçar bruxas, mas não se pode levá-las ao fogo. Percebe-se a essência da tarefa do ministro Teori Zavascki recuando-se para 2007. O senador Renan Calheiros tivera uma filha fora do casamento, e a namorada tinha contas pagas pela empreiteira Mendes Júnior.

Sustentando que dispunha de meios para ajudar a senhora, Renan apresentou notas fiscais referentes a venda de bois de sua fazenda em Alagoas.  Em 2007, como hoje, ele se dizia vítima de uma perseguição política. (O vice-presidente da Mendes Júnior está na carceragem de Curitiba, por outras empreitadas.)  Ainda não se sabe o que o procurador-geral, Rodrigo Janot, botou dentro daquilo que o ministro Marco Aurélio Mello chamou de “o embrulho”.

Há provas de que o dinheiro saiu das empreiteiras e chegou aos políticos, mas falta a última milha da maratona, com a demonstração de que a mala chegou ao patrimônio dos marqueses. No lance da namorada, Renan contou que vendeu bois. Caberá a Teori Zavascki acreditar, ou não.

Fonte: Elio Gaspari, jornalista - O Globo

 

sábado, 7 de março de 2015

A lista que encolhe o governo - governo que acabou e a soberana ainda não percebeu

Lista aprofunda a crise

Relação encaminhada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao STF atinge a gestão de Dilma, amplia a divisão na base governista e leva os presidentes da Câmara e do Senado a partir para o confronto aberto contra o governo

 Sérgio Pardellas sergiopardellas@istoe.com.br

 "A tarefa de governar faz-se, a cada dia, mais complexa e difícil”. As palavras são de Getúlio Vargas, no célebre discurso do dia 7 de setembro de 1938, durante o Estado Novo, mas poderiam muito bem ter sido proferidas por Dilma Rousseff. A presidente da República inicia a semana mergulhada numa crise política e institucional sem precedentes na era petista no poder. Nem no ápice do escândalo do mensalão o governo esteve tão isolado. Um distanciamento para o qual ele mesmo contribuiu, através de manobras políticas atabalhoadas e de sérios equívocos administrativos cometidos pela presidente e seus auxiliares desde o início do segundo mandato. 

Nos últimos dias, a crise agravou-se em decorrência de uma aposta de elevadíssimo risco feita pelo Palácio do Planalto. Num esforço para conseguir escapar da agenda negativa, o governo jogou todas as suas fichas na divulgação da aguardada lista entregue pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao ministro do STF, Teori Zavascki. 

Apostava nos bastidores que, ao trazer integrantes da oposição e aliados que lhe causavam embaraços no Congresso, a relação dos 54 nomes – entre os quais 45 parlamentares, sendo 28 com pedidos de abertura de inquérito implicados no escândalo do Petrolão tiraria Dilma das cordas e equilibraria o jogo político. A estratégia revelou-se um tiro no pé.

A divulgação da lista de Janot, ao contrário do que acalentava Dilma e assessores, teve efeito explosivo no Planalto. Os vazamentos iniciais, que envolveram os nomes dos presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), instigaram ainda mais a ira dos já descontentes peemedebistas. Ao saber da inclusão de seus nomes, Renan e Cunha resolveram declarar guerra ao Planalto. A situação se deteriorou ao se conhecer o inteiro teor do documento enviado por Janot ao STF. Motivo: a relação empurrou cabeças coroadas da gestão Dilma para o epicentro do Petrolão. Figuram na lista, extraída a partir da delação de integrantes confessos do esquema de desvios bilionários de recursos da Petrobras, cinco ex-ministros do governo – Antônio Palocci e Gleisi Hoffmann (Casa Civil), Edison Lobão (Minas e Energia), Mário Negromonte e Aguinaldo Ribeiro (Cidades)

E mais. Nas delações, a própria presidente Dilma foi mencionada. No entanto, a citação à presidente da República não foi considerada suficiente por Janot para ensejar um pedido de abertura de inquérito contra ela no STF. O procurador disse que a Constituição não permite que Dilma seja investigada por qualquer ato sem relação com o exercício do cargo de presidente, durante a vigência do mandato. Segundo Janot, as referências à presidente na Lava Jato são alusivas a fatos ocorridos antes de ela assumir o Planalto, em 2011, como a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, quando Dilma era ministra de Minas e Energia e presidente do Conselho de Administração da Petrobras. A decisão, no entanto, está envolta em polêmica. A exclusão do nome da presidente Dilma Rousseff da lista da Lava Jato não significa inocência”, reconhece Ophir Cavalcanti, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). “Se quisesse, Janot poderia ter pedido licença ao Congresso para investigar a presidente".

Continuar lendo na IstoÉ OnLine
 

Dilma encabeça a lista de Janot

O Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, deixou a presidente Dilma Rousseff de fora da lista de políticos supostamente envolvidos com a roubalheira da Petrobras.

Melhor para ela – e talvez para o país. A conferir mais tarde. Mas embora fora da lista, é a presidente Dilma que a encabeça. Porque ninguém enfrentará pior situação do que ela. Ninguém.  Os porta-vozes de Dilma dizem que com a divulgação da lista de Janot, a crise atravessará a rua. Sairá do Palácio do Planalto para o prédio do Congresso, entrando pela porta dos fundos. Era o que mais desejava a presidente antes que a crise política detonada pelo PMDB no Congresso se juntasse à crise econômica. O Congresso devolverá a crise para o Palácio do Planalto. Isso é certo.

Não tem outro jeito. De resto, pior do que a avaliação dos políticos, somente a avaliação que os brasileiros fazem de Dilma. Lembra-se da mais recente pesquisa de opinião do Datafolha? Em dezembro último, 42% dos brasileiros adultos consideravam o governo Dilma ótimo ou bom. Em fevereiro, apenas 23%. Em dezembro, ela era sincera, segundo 73% dos entrevistados. O índice caiu para 35% em fevereiro, enquanto subiu de 13% para 54% o índice dos que a consideram falsa. Dilma é desonesta para 47% dos brasileiros.

Apenas 14% acham que Dilma não sabia da corrupção na Petrobras. A maior parte (52%) acredita que ela sabia da corrupção na Petrobras e deixou que ocorresse. Em resumo: a presidente falsa, desonesta, que sabia da corrupção na Petrobras e nada fez, e que toca um governo ruim, será a principal vítima do que atravessaremos daqui para frente.  Com uma crise econômica pelo meio. E cercada de maus gestores políticos – sem falar dela mesma, que não gosta do que deveria fazer, e não disfarça a arrogância.
Quem gosta de uma pessoa assim?

Governo algum gosta de marolas. Sonha sempre com um mar de almirante. No fim do seu segundo mandato, Lula batizou de “marolinha” o tsunami econômico que sacudiu o mundo. Dilma não poderá fazer o mesmo. Até porque “marolinha” ou tsunami, isso é coisa nossa. Somente nossa. Como era o Guaraná Fratelli Vita, por exemplo. Como é a ararinha azul. Para preservar a sua e escapar ao mensalão, Lula entregou a cabeça de José Dirceu, ex-coordenador de sua campanha presidencial vitoriosa de 2002, e ex-chefe da Casa Civil.

Dilma não tem cabeça valiosa para entregar.  A de Lula? A corrupção sistêmica na Petrobras começou no segundo governo Lula. Mas se ele perdesse a cabeça, Dilma perderia a dela. E o PT acabaria. Simples assim.  A presidente incapaz de se reinventar está sozinha. Perigosamente só.

Fonte: Blog do Noblat - Ricardo Noblat