O Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, deixou a presidente
Dilma Rousseff de fora da lista de políticos supostamente envolvidos com
a roubalheira da Petrobras.
Melhor para ela – e talvez para o país. A conferir mais tarde. Mas
embora fora da lista, é a presidente Dilma que a encabeça. Porque
ninguém enfrentará pior situação do que ela. Ninguém. Os porta-vozes de Dilma dizem que com a divulgação da lista de Janot, a
crise atravessará a rua. Sairá do Palácio do Planalto para o prédio do
Congresso, entrando pela porta dos fundos. Era o que mais desejava a presidente antes que a crise política
detonada pelo PMDB no Congresso se juntasse à crise econômica. O
Congresso devolverá a crise para o Palácio do Planalto. Isso é certo.
Não tem outro jeito. De resto, pior do que a avaliação dos políticos,
somente a avaliação que os brasileiros fazem de Dilma. Lembra-se da mais
recente pesquisa de opinião do Datafolha? Em dezembro último, 42% dos brasileiros adultos consideravam o governo
Dilma ótimo ou bom. Em fevereiro, apenas 23%. Em dezembro, ela era
sincera, segundo 73% dos entrevistados. O índice caiu para 35% em fevereiro, enquanto subiu de 13% para 54% o
índice dos que a consideram falsa. Dilma é desonesta para 47% dos
brasileiros.
Apenas 14% acham que Dilma não sabia da corrupção na Petrobras. A maior
parte (52%) acredita que ela sabia da corrupção na Petrobras e deixou
que ocorresse. Em resumo: a presidente falsa, desonesta, que sabia da corrupção na
Petrobras e nada fez, e que toca um governo ruim, será a principal
vítima do que atravessaremos daqui para frente. Com uma crise econômica pelo meio. E cercada de maus gestores políticos
– sem falar dela mesma, que não gosta do que deveria fazer, e não
disfarça a arrogância.
Quem gosta de uma pessoa assim?
Governo algum gosta de marolas. Sonha sempre com um mar de almirante.
No fim do seu segundo mandato, Lula batizou de “marolinha” o tsunami
econômico que sacudiu o mundo. Dilma não poderá fazer o mesmo. Até porque “marolinha” ou tsunami, isso
é coisa nossa. Somente nossa. Como era o Guaraná Fratelli Vita, por
exemplo. Como é a ararinha azul. Para preservar a sua e escapar ao mensalão, Lula entregou a cabeça de
José Dirceu, ex-coordenador de sua campanha presidencial vitoriosa de
2002, e ex-chefe da Casa Civil.
Dilma não tem cabeça valiosa para entregar. A de Lula? A corrupção sistêmica na Petrobras começou no segundo
governo Lula. Mas se ele perdesse a cabeça, Dilma perderia a dela. E o
PT acabaria. Simples assim. A presidente incapaz de se reinventar está sozinha. Perigosamente só.
Fonte: Blog do Noblat - Ricardo Noblat
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