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quinta-feira, 4 de maio de 2023

STF quer tomar o lugar do Congresso para impor a censura no Brasil - J. R. Guzzo

Vozes - J.R. Guzzo

O governo Lula e o seu projeto de censura, disfarçado como um virtuoso conjunto de medidas destinadas a “colocar ordem no caos da internet” (e até a “salvar vidas de crianças”, entre outros prodígios nunca vistos antes na história deste país) foram derrotados na Câmara de Deputados. Quiseram, por todos os jeitos, impor a “urgência” da votação para não dar a ninguém a oportunidade de estudar um pouco melhor o que diz o texto. Foi um desastre.

No dia marcado para a votação, o mesmo governo que exigia a “urgência” pediu o adiamento viu que ia perder no Plenário, e fugiu da decisão
O fato concreto é que o governo queria, desesperadamente, a aprovação do projeto – e não conseguiu. 
A opinião pública, para resumir a ópera, não quer a censura, e o governo se viu obrigado a recuar.

    A Constituição proíbe o STF de fazer leis; diz que isso é função exclusiva do Congresso Nacional. Mas e daí?

Numa democracia mais ou menos decente, o episódio não seria nenhum fim do mundo. O governo iria pensar de novo no caso e, a partir daí, desistir da ideia desastrosa que teve – ou, então, reformular o projeto para uma nova apreciação. 
 Mas o Brasil de hoje não é uma democracia. 
Como a Câmara não aprovou a censura, e o Supremo Tribunal Federal exige que ela seja aprovada, os ministros vão resolver o problema fazendo, na prática, a sua própria lei sobre o assunto.
 
A Constituição proíbe o STF de fazer leis; diz que isso é função exclusiva do Congresso Nacional. Mas e daí?  
A Constituição, no mundo das realidades atuais, vale menos que um pedaço de papel usado para embrulhar peixe. É violada de forma sistemática e maciça pelo próprio STF, e agora pelo governo Lula, sempre que algum de seus dispositivos não interessa a um e outro. Estão armando para acontecer de novo: vão aprovar a lei que a Câmara dos Deputados rejeitou.

    A Constituição, no mundo das realidades atuais, vale menos que um pedaço de papel usado para embrulhar peixe.

O truque, mais uma vez, é criar uma “lei” usando a decisão dos ministros em alguma ação ora em julgamento no “plenário virtual” do STF, onde não há debate nenhum, só os votos – prática que começou com a Covid e vai continuar para sempre, pelo jeito, com ou sem epidemia. 
No caso, o tribunal vai julgar se mantém ou elimina uma disposição essencial do Marco Civil da Internet, pela qual as punições só podem ser aplicadas por decisão judicial. O que poderia ser mais justo e razoável do que isso?

A Justiça, no fim das contas, é o único lugar para se resolver coisas desta natureza – propor o contrário é uma aberração. Mas o STF e a esquerda estão do lado da aberraçãoquerem punir, sem apreciação judicial nenhuma, publicações da internet que incentivem “atos antidemocráticos”, sejam consideradas como ofensa ou ameaça “às instituições”, promovam o “discurso do ódio” e mais tudo aquilo que você já está cansado de saber. 

 Esse rosário de delitos tem um traço em comum evidente: criminaliza atos descritos de maneira absolutamente vaga, cuja apreciação depende 100% da opinião pessoal de quem vai decidir a questão.

É o oposto de qualquer lei racional em vigor no mundono mundo das democracias, é claro. Uma lei, ali, tem de ser clara, mais do que tudo, e não permitir interpretações pessoais. 
O que é um “ato antidemocrático”? 
O que é o “ódio”? 
O que é, no fim de todas as considerações, o “certo” e o “errado”? 
É humanamente impossível decidir sobre qualquer coisa dessas sem a interferência de opiniões pessoais. Desejar por escrito que o ex-presidente Jair Bolsonaro morra, por exemplo, não é considerado uma expressão de ódio pela esquerda – mas dizer que o governo Lula é um desastre é classificado como ódio de primeiro grau. 
Como fica, então? É aí, justamente, que está a essência de toda a questão.

Essa completa falta de clareza não é um equívoco, ou um acidente; é fruto de um propósito deliberado e velhaco. Lula, a esquerda e o STF querem mesmo que as publicações na internet estejam sujeitas, sempre, a critérios vagos, frouxos e pessoais de apreciação. Com isso, tudo que se coloque nas redes sociais, seja lá o que for, torna-se passível de punição – e abrem-se as portas para que o governo e o STF possam reprimir à vontade qualquer manifestação contrária a seus mandamentos e interesses

Eles querem a Justiça longe da internet. Seu negócio é impor a censura ao Brasil.

J.R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Pedro III e a professorinha - Revista Oeste

Augusto Nunes 
 

William Bonner e Renata Vasconcellos transformaram o estúdio da Globo em palanque do PT

William Bonner e Renata Vasconcellos, na sabatina eleitoral do <i>Jornal Nacional</i> | Foto: Montagem Revista Oeste/Divulgação
William Bonner e Renata Vasconcellos, na sabatina eleitoral do Jornal Nacional | Foto: Montagem Revista Oeste/Divulgação
 
Voz de carola que acabou de comungar na missa das oito, jeito de professorinha imunizada por uma vacina que expulsa a tentação de cometer o menor dos pecados veniais, Renata Vasconcellos quer saber se Jair Bolsonaro é atormentado por surtos de remorso
O inquirido, lembra a inquisidora, não se limitou a exterminar mais de 600 mil brasileiros mortos pelo vírus chinês: também imitou pessoas afetadas pela falta de ar
O acusado não vai ao menos ajoelhar-se no milho e pedir desculpas a todas e todos, ao som de dolorosas pancadas no peito? 
Na resposta, Bolsonaro rejeita o palavrório farisaico. Com a expressão de quem carrega nos ombros todas as dores da nação, Renata reapresenta a cobrança.

Ao lado da parceira de palco, William Bonner exercita com caretas, micagens e sorrisos sarcásticos os músculos da face, emoldurada pela barba alvinegra. Caprichando na pose de Dom Pedro III de novela, ele abrira o que deveria ser uma sabatina com uma pergunta que consumiu 110 palavras. (Com 272, comparou o site Poder360, Abraham Lincoln produziu o Discurso de Gettysburg, uma das maravilhas da retórica universal.) O belicoso palavrório inaugural informou aos espectadores que não assistiriam a uma entrevista. Testemunhariam o parto de outra invenção brasileiríssima: um Pronunciamento à Nação de William Bonner, com a participação da esforçada coadjuvante.

A dupla ocupou mais de 15 minutos dos 40 reservados ao show de arrogância. Nos menos de 25 restantes, Bolsonaro suportou com serenidade a sequência de provocações, apartes, deboches e outras formas de grosseria planejada para que o alvo sucumbisse a algum ataque de nervos. [fracassaram; o que conseguiram demonstrar foi a mais completa falta de educação, interrompendo o presidente - não fosse a tolerância dos vencedores que prevaleceu com Bolsonaro, ele teria feito o que os dois mereciam: mandar aos berros que calassem a boca, pois ele estava falando,.] Tal hipótese, se consumada, ampliaria o acervo [narrativas]  de provas de que Bolsonaro é golpista de nascença. O truque não funcionou
Encerrado mais um ato da ópera do jornalista malandro, consolidou-se a certeza de que, para impedir seu Grande Satã de conseguir um segundo mandato, os soldados de Lula aquartelados na Globo acham pouco assassinar a verdade. Vale rigorosamente tudo na guerra que transformou em rotina a tortura dos fatos.
 
Vale, por exemplo, negar ao atual presidente da República deferências que contemplaram Lula e Dilma Rousseff.  
Na campanha eleitoral de 2006, o governante enredado no escândalo do Mensalão foi entrevistado por William Bonner e Fátima Bernardes no Palácio do Planalto. 
Em 2014, com Patrícia Poeta no lugar de Fátima, Dilma Rousseff recebeu no Palácio da Alvorada a dupla do Jornal Nacional
É assim que se faz com um chefe do Poder Executivo que tenta reeleger-se, recitou Bonner em ambas as ocasiões
Por que a norma deixou de vigorar só neste ano? Porque no reino dos Marinho o presidente Bolsonaro é tratado como usurpador desde o momento em que se elegeu presidente da República por vontade da maioria do eleitorado brasileiro.
 
Renata Vasconcellos, na sabatina com Jair Bolsonaro (à esq.); 
e na entrevista com Lula | Foto: Reprodução/Redes sociais
Bonner jura que, logo depois da reeleição de Dilma, ficou estabelecido que nenhum candidato seria entrevistado fora do estúdio no Rio, fosse qual fosse o cargo que ocupa. Como a campeã de audiência achou desnecessário noticiar a decisão, e como Michel Temer não tentou continuar no cargo em 2018, só em julho deste ano Bolsonaro soube que seria a primeira vítima da abolição da regra. Logo no começo da sabatina, também saberia que a mudança não se restringira à troca de cenário. 
Do primeiro ao último momento da permanência do convidado no território hostil, os anfitriões mandaram às favas todas as normas que regem entrevistas jornalísticas.
O bê-á-bá da imprensa ensina que entrevista não é interrogatório; que o entrevistador pergunta e o entrevistado responde; que espectadores, ouvintes e leitores estão interessados não no que acha o entrevistador, mas no que pensa o entrevistado; que o direito de réplica não autoriza o bate-boca; que o caminho entre a primeira palavra e o ponto de interrogação deve ser percorrido em no máximo 30 segundos; que qualquer pergunta, da mais banal à especialmente delicada, precisa ser feita num tom de voz civilizado. 
 Demitidas já no início da sabatina com Bolsonaro, essas e outras obviedades foram ressuscitadas na noite de terça-feira, quando chegou a vez de Ciro Gomes. A versão 2022 do coronel de grotão foi dispensada de recorrer ao canhão de baixarias, obscenidades e abjeções retóricas que aciona com frequência patológica desde a infância política.

Ciro foi desarmado pelo tratamento pontuado por amabilidades, sorrisos, silêncios e outras demonstrações de simpatia reservadas a visitantes bem-vindos. Teve seis minutos a mais que Bolsonaro para promover o tedioso desfile de cifras e promessas tão verossímeis quanto uma cédula de três reais. Na tentativa de apresentar-se como desmatador do caminho do meio, desenhou o atalho que encurta a chegada ao penhasco. 

 Bonner e Renata ouviram com o coração em descompasso os ataques a Bolsonaro, e contemplaram com cara de paisagem as críticas a Lula. O espetáculo da cumplicidade explícita seria apresentado na quinta-feira, durante a sabatina com Lula. A dupla do Jornal Nacional fez o que pôde para confirmar que o estúdio da Globo virou comitê eleitoral, promovida a palanque de Lula ao longo da sabatina de araque. O que se viu foi um comício da alma viva mais pura do planeta, como garante o ex-presidiário tão orgulhoso do alentado prontuário policial que se refere a si próprio na terceira pessoa do singular.

Liberado para mentir sem apartes pelo comportamento submisso dos entrevistadores e pela suavidade das perguntas, Lula discursou como se lidasse com um bando de idiotas

O setentão engaiolado por ladroagem e lavagem de dinheiro já se comparou a Juscelino Kubitschek, Getúlio Vargas, Tiradentes e Jesus Cristo. Para fazer de conta que foi preso injustamente por juízes perversos e cruéis procuradores federais, apareceu na Globo pronto para desempenhar o papel de Nelson Mandela reencarnado. A fantasia animou o monarca de novela e a doce professorinha a enxergarem num vigarista setentão a versão nativa do estadista sul-africano

No curto espaço ocupado por perguntas sobre a roubalheira institucionalizada pelos governos do PT, Bonner fez a ressalva bajulatória: “O senhor não deve nada à Justiça”. Renata atribuiu a Bolsonaro o nascimento do Centrão que sempre garantiu ao sabatinado o controle do Congresso. E os dois endossaram com o silêncio que consente o desfile de fake news patrocinado pelo entrevistado.


Bonner fingiu ignorar que Lula está em liberdade não por ter sido inocentado, mas pela chicana parida pelo ministro Edson Fachin e avalizada pela maioria do Supremo Tribunal Federal. Ao inventar a Lei do CEP, que transferiu para Brasília os processos que envolveram o ex-metalúrgico que enriqueceu sem emprego fixo, o rábula de toga sentenciou à morte por prescrição de prazo decisões de nove juízes de três instâncias que condenaram Lula a uma longa temporada na cadeia pelas negociatas expostas nos casos do triplex do Guarujá e do sítio em Atibaia. Na sabatina, o termo Mensalão foi mencionado uma única vez. Petrolão, nenhuma.

Premiado pelo Jornal Nacional com um espaço de tempo de resposta superior ao concedido a Bolsonaro e Ciro, liberado para mentir sem apartes pelo comportamento submisso dos entrevistadores e pela suavidade das perguntas, Lula discursou como se lidasse com um bando de idiotas. Jogou a crise econômica no colo de Dilma, derramou-se em declarações de amor ao ex-antagonista que agora o acompanha na tentativa de voltar ao local do crime e prometeu acabar com o pântano da corrupção em que sempre nadou de braçada. O barulho das panelas foi de bom tamanho. O som seria ensurdecedor se houvesse no estúdio um detector de mentiras.

Sabe-se que Lula, ao virar dirigente sindical em 1977, abandonou ao lado do torno mecânico a honradez e qualquer espécie de escrúpulo. Soube-se agora que a dupla do Jornal Nacional, por motivos ainda insondáveis, resolveu poupar-se do sentimento da vergonha e romper relações com o jornalismo ético. As sabatinas escancararam os modos e métodos usados por gente que atira a uma lata de lixo quaisquer compromissos com a verdade.

Leia também “A urna canonizada”

Augusto Nunes, colunista - Revista Oeste


sábado, 30 de julho de 2022

O resgate do juiz - Rodrigo Constantino

Revista Oeste 

Antonin Scalia, magistrado da Suprema Corte dos EUA, nunca teve a pretensão de saber mais do que as leis 

Antonin Scalia, ex-juiz da Suprema Corte dos Estados Unidos | Foto: Reprodução/Wikimedia Commons
Antonin Scalia, ex-juiz da Suprema Corte dos Estados Unidos | Foto: Reprodução/Wikimedia Commons
 
Antonin Scalia foi juiz da Suprema Corte dos Estados Unidos de 1986 até a sua morte, em 2016. 
Nomeado pelo presidente Ronald Reagan, Scalia foi descrito como a âncora intelectual do originalismo e do textualismo na interpretação da Constituição dos Estados Unidos. 
Eis aí alguém que os nossos “magistrados” do STF deveriam ler. “Enquanto os juízes mexerem com a Constituição para ‘fazer o que as pessoas querem’, em vez do que o documento realmente comanda, os políticos que escolherem e confirmarem os novos juízes, naturalmente, quererão apenas aqueles que concordam com eles politicamente”, disse Scalia. O juiz constitucionalista, afinal, não está ali para “empurrar a história”, mas, sim, para proteger a Constituição.

Se você for um juiz bom e fiel, você deve se resignar ao fato de que nem sempre vai gostar das conclusões a que você chega. Se você gosta delas o tempo todo, provavelmente está fazendo algo errado”, constatou Scalia. O juiz não está lá para impor a sua visão de mundo, mas, sim, para se ater ao que diz a lei.

Scalia foi o primeiro justice de origem italiana, e era um conservador originalista, ou seja, levava muito a sério a intenção dos “pais fundadores” ao legarem a Constituição como espinha dorsal da lei no país que criaram, em vez de considerar o documento um “organismo vivo” a ser moldado pelo modismo, ou pela “voz das ruas”. “As palavras têm significado. E o seu significado não muda”, dizia.

O juiz não está lá para impor a sua visão de mundo, mas, sim, para se ater ao que diz a lei

Católico, amante de ópera, dono de refinado bom humor e com uma postura de cavalheiro, Scalia foi casado por meio século com Maureen, com quem teve nove filhos. Scalia morreu aos 79 anos de idade, em 2016, num rancho no Texas, onde estava com outros membros de um grupo de caça. Um de seus filhos, Christopher, reuniu inúmeros discursos do pai, com a ajuda de um assessor, no livro Scalia Speaks, que engloba reflexões não só sobre o Direito legal, mas sobre a fé e uma vida bem vivida.

O prefácio foi escrito por Ruth Ginsburg, que também foi juíza da Suprema Corte e de inclinação “progressista”. As divergências ideológicas não impediram a amizade e o respeito mútuo entre ambos, algo que já serve como primeira lição para os tempos atuais, em que qualquer desacordo político já é pretexto para romper relacionamentos. Boas pessoas podem chegar a conclusões diferentes, e as instituições podem se beneficiar de tal pluralidade.

Além disso, o próprio Scalia gostava de desafiar crenças estabelecidas. Não por ser do contra, mas por entender que era fundamental inspirar nos outros a dúvida, o desejo de questionar suas premissas e de buscar a verdade. O processo de procurar a resposta, de pesquisar, é aquele que estimula a mente. Novas analogias ocorrem, novas avenidas se abrem, e os insights surgem por meio desse processo.

De origem italiana, Scalia também foi um grande patriota, e identificava os principais valores que representavam a América. Tinha humildade para reconhecer que os melhores de hoje, os mais bem-sucedidos, subiram em ombros de gigantes do passado. Ele entendia como é difícil criar uma grande sociedade, enquanto é muito fácil, por meio de intrigas bobas internas ou do fracasso de confrontar ameaças externas, perdê-la. A América merece ser preservada.

E quais seriam esses valores que fazem dela uma grande nação, e que os italianos teriam colaborado para alimentar? Em primeiro lugar, a capacidade de trabalhar duro; em segundo lugar, o amor pela família; em terceiro lugar, o amor pela igreja, ou a fé religiosa; e, por fim, como resultado dos demais, um amor pelos prazeres físicos simples da existência humana, como boa comida, música e, claro, vinho.

Scalia gostava de desafiar crenças estabelecidas. Não por ser do contra, mas por entender que era fundamental inspirar nos outros a dúvida

Com isso em mente, Scalia se sentia orgulhoso da herança cultural italiana, e mesmo assim se sentia 100% norte-americano. Imigrantes jamais deveriam ser ingratos com a América. Se trouxeram contribuições, também receberam muita coisa em troca. A começar pela tolerância para com essas diferenças, algo um tanto único nos Estados Unidos, um “caldeirão” cultural. E o que faz alguém norte-americano não é o sangue, o local de nascimento ou o nome, mas, sim, a crença nos princípios da liberdade e da igualdade de todos perante as leis.

Um dos pontos mais fortes da nação, para Scalia, é justamente o fato de pessoas com credos distintos, etnias diferentes, origens diversas, unirem-se em prol de ideais comuns e aprenderem não só a tolerar, mas a respeitar o outro. Mas nada disso pode ser tomado como garantido. Scalia lembrava que o progresso moral não segue o material, e que a Alemanha que produziu o nazismo foi a mesma que se destacava nas ciências, na filosofia, na música ou na educação pública. O fato de que o Holocausto ocorreu nesta nação deve servir sempre como alerta aos que confundem avanço científico ou material com valores morais ou espirituais.

Por mais que a América seja fruto do legado da Europa, Scalia também gostava de destacar as diferenças entre ambos, apontando valores que os norte-americanos tinham e estavam ausentes no continente europeu. A Constituição escrita pelos fundadores tinha como meta justamente impedir muitos dos equívocos que enxergaram no Velho Continente. A começar por um ceticismo bem maior em relação ao governo, buscando criar mecanismos de pesos e contrapesos para mitigar o potencial estrago causado pelo Estado.

Os meios para perseguir os fins é que variam bastante, e o diabo está sempre nos detalhes. Os norte-americanos demonstraram ao longo do tempo um apreço maior pela defesa das liberdades individuais, pela liberdade de expressão e religiosa, garantida na Primeira Emenda, pelo direito de ter armas, garantido na Segunda Emenda e que visava à proteção do povo contra o risco de tirania do governo.

O aspecto religioso também difere; enquanto a Europa se torna cada vez mais secular, os norte-americanos seguem conscientes daquilo que seus “pais fundadores” sabiam: que um povo livre precisa de um arcabouço moral, e que este depende da religião. John Adams, Benjamin Rush e George Washington enfatizaram inúmeras vezes a importância desse pilar para a sobrevivência da República.

Por fim, a importância vital do “rule of law”, um Estado de Direito em que todos devem responder às mesmas regras. Scalia citava em seus discursos um trecho de O Homem que Não Vendeu a Sua Alma, filme de Robert Bolt sobre Thomas More, em que o santo justifica o benefício legal até para o diabo. A passagem é memorável, pois More faz uma defesa incrível do império das leis dos homens, lembrando que não é Deus para julgar acima delas, e que atalhos ilegais para punir quem se sabe ser uma pessoa ruim colocam em risco o próprio arcabouço que protege os inocentes:

“Oh? E quando a última lei caísse, e o Diabo se virasse para você — onde você se esconderia, Roper, as leis estando todas abaixo? Este país está enraizado com leis de costa a costa — as leis do homem, não as de Deus — e, se você as derrubar — e você é o homem certo para isso —, você realmente acha que poderia ficar de pé contra os ventos que soprariam então? Sim, eu daria ao Diabo o benefício da lei, para minha própria segurança”.

Isso sim era um juiz de verdade! Scalia era um pilar do conservadorismo na Suprema Corte dos Estados Unidos. Ele nunca teve a pretensão de saber mais do que as leis, e jamais misturou sua importante função de aplicá-las com aquela dos legisladores, que as criam. Tal humildade demonstrava enorme força, ao contrário da arrogância autoritária de alguns ministros supremos brasileiros, que expõe somente sua fraqueza moral.

Leia também “A seita da urna eletrônica”

Rodrigo Constantino, colunista - Revista Oeste


domingo, 20 de fevereiro de 2022

Isso aqui é a casa da sogra - Revista Oeste

Vai se tornando cada vez mais inevitável, pela militância agressiva do ministro Luís Roberto Barroso e do seu Tribunal Superior Eleitoral uma aberração de república bananeira que só existe em lugares como o Brasil —, um clima de fraude, desconfiança e malícia nas eleições presidenciais de outubro próximo. Pode haver roubo nas apurações. Pode não haver. Mas o TSE e o seu comando estão fazendo tudo o que é possível para dar a impressão que estão querendo, sim, roubar essa eleição — e, sobretudo, tornar a campanha eleitoral fundamentalmente desonesta, com o maciço favorecimento de um lado contra o outro. 

O último espasmo, nesse esforço cada vez mais evidente para influenciar o resultado da eleição, é o “acordo” entre o TSE, um órgão do Estado brasileiro, e um aglomerado de empresas estrangeiras para censurar a circulação do que eles chamam de “notícias falsas” ao longo da campanha. Até uma criança de 10 anos de idade sabe o que é uma “notícia falsa” para essa gente tudo o que os seus proprietários, que estão basicamente nos Estados Unidos, não querem ver publicado.       É inédito. É ilegal, pois não foi aprovado pelo Congresso Nacional. É um termo de cumplicidade com empresas privadas que têm sede em outros países, as chamadas big tech, com o objetivo declarado de interferir na principal eleição do Brasil. É esquisito
Barroso, justamente, tinha acabado de dizer que “o Brasil não é a casa da sogra”, quando pediu a colaboração de uma plataforma não americana, ausente do núcleo predominante, e foi ignorado
Agora, ele mesmo assina um documento dizendo: “O Brasil é a casa da sogra” — sim, quando se trata das big techs, é a própria casa da sogra.

Vão vetar tudo o que, também no seu entendimento, possa favorecer a candidatura do presidente Jair Bolsonaro

Resumo dessa ópera ruim: prepare-se para uma campanha eleitoral em que você só vai ver nas redes sociais o que o Facebook, Instagram, WhatsApp, YouTube, Google e etc. deixarem que seja visto — ou, mais precisamente, o que quiserem que você veja. 
E o que as big techs querem? Basta chamar de novo a mesma criança de 10 anos. Elas não vão permitir, para encurtar a conversa, que saia publicado nada do que, no seu entendimento, venha a prejudicar o “campo progressista” de Lula e similares. 
 
Automaticamente, ao mesmo tempo, vão vetar tudo o que, também no seu entendimento, possa favorecer a candidatura do presidente Jair Bolsonaro. Vão conseguir? Não vão conseguir tudo, é claro; ninguém consegue “tudo”. Mas é algo tão parecido com um controle externo sobre o noticiário que, na prática, acaba dando mais ou menos na mesma. É o que comprova a experiência recente.  
O presidente já foi chamado de “genocida”. Já disseram que milícias criminosas do Rio de Janeiro comandam o seu governo. Já foi acusado de “conduzir experiências abomináveis” com seres humanos. Já mostraram seu rosto com a cara de Hitler, a suástica e a saudação nazista. Já foi denunciado pelo crime de “cloroquina”. Em nenhum desses momentos, nem uma única vez, as operadoras das redes sociais disseram uma sílaba sobre fake news tudo vale, se é para atirar em Bolsonaro. De maneira absolutamente simétrica, nada vale, quando o tiroteio vai para o lado de Lula. Aí é tudo “notícia falsa”, e as big techs aplicam censura contra quem abriu a boca.

Se uma pessoa vota em Bolsonaro, essa pessoa é obrigatoriamente um “nazista”

Os controladores dessas empresas formam uma nova raça no panorama político mundial — a dos milionários de esquerda. É gente que, depois de se chapar de dinheiro, descobriu que é muito mais negócio aparecer em público como “progressista”: a mídia, os artistas e as classes intelectuais ficam encantados, o sujeito ganha outros milhões e ninguém corre o menor risco de nada. 
O que poderia ser mais fácil neste mundo do que viver como um paxá, com salário de US$ 5 milhões ao ano (isso para os apenas remediados), casas na Califórnia e comidas orgânicas, fora o jatinho e o resto? É o que fazem os donos das redes. 
Sua cabeça é uma espécie de Diário Oficial do que passa, hoje, por “pensamento” da esquerdagem gratuita: são, 24 horas por dia, contra o “racismo”, a “homofobia”, a “masculinidade tóxica”, a “desigualdade”, os “ricos em excesso” e os caminhoneiros canadenses; são a favor da vacina obrigatória e de tudo o mais que você já está cansado de saber. Nesse mundo considera-se que os eleitores de Bolsonaro, no fundo, não têm o direito de votar nele.  
Se uma pessoa vota em Bolsonaro, essa pessoa não pode, no entender das mentes iluminadas deste país, ser um democrata; é obrigatoriamente um “nazista”, e o bom, mesmo, seria que o TSE inventasse um sistema pelo qual a cada vez que o eleitor apertasse a tecla “Jair Bolsonaro” na urna o sistema registrasse automaticamente “voto nulo”.[com a adoção do voto impresso, caso a manobra tenha sido inventada, não poderá ser implantada.]

Se essas empresas são a favor de Lula e contra Bolsonaro, consideram o ministro Alexandre de Moraes o salvador da democracia brasileira com o seu “inquérito” para descobrir “atos antidemocráticos”, e outras bobagens desse tipo, tudo bem — é problema delas. Mas submeter um “tribunal” brasileiro aos seus interesses, com a desculpa de que estão ajudando na limpeza das eleições, é um disparate. Ao mesmo tempo, é o curso natural das coisas, quando se toma o rumo que o ministro Barroso e o TSE tomaram: o que se pode esperar de um órgão público que faz uma campanha publicitária, paga integralmente com o seu dinheiro, querendo provar que o “voto eletrônico” é muito bom porque o Brasil tem “8,5 milhões de quilômetros quadrados de superfície” e apenas “1,5 milhão de quilômetros” de estradas? Hein? Como é que é mesmo?  

E que raio uma coisa tem a ver com a outra? Quer dizer que se o Brasil tivesse mais estradas o voto eletrônico seria menos necessário? 
Ou será que 1,5 milhão de quilômetros de estradas não são suficientes para as pessoas votarem? 
 Alguém sabe de algum brasileiro que não esteja conseguindo ir de um lugar para outro, nas áreas que concentram 95% da população brasileira, por falta de estrada? 
O voto eletrônico pode ser a coisa mais necessária dessa vida, mas nunca porque o Brasil é grande; precisa porque é assim que se faz hoje no mundo inteiro. 
Essa campanha não é apenas o triunfo conjunto da cretinice e da recusa em pensar mais do que 30 segundos sobre alguma coisa. É também uma trapaça, ao dar a entender que “o governo” defende a volta do “bico de pena” quando ninguém, em nenhum momento, está sugerindo nada parecido com isso.

Eis aí o grau de honestidade que se pode esperar dos encarregados de garantir eleições limpas neste país.

Leia também “Os jornalistas foram os palhaços da CPI”

J. R. Guzzo, colunista - Revista Oeste


quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Quebrando o tabu: comentar Big Brother não é defesa de minorias - Gazeta do Povo

Madeleine Lacsko

Identitarismo Tóxico

Quebrando o tabu: comentar Big Brother não é defesa de minorias. A tese tóxica de que pessoas com vitiligo não são capazes de lidar com rejeição é um exemplo lapidar para você entender como o identitarismo funciona.

Começo pedindo mil desculpas se você gosta de Big Brother, eu tenho uma birra monumental. 
E não é pela baixa qualidade do entretenimento, mas porque precisaria piorar bastante para ser realmente boa diversão trash. O morno se vomita, gosto de quente ou frio. Vou exemplificar com casos reais para deixar ainda mais claro.

Esta é uma semana em que estou muito feliz porque um amigo que entende de ópera se dispôs a me explicar operetas de compositores húngaros. Estou maravilhada com a versão alemã de Gräfin Mariza. Também me diverti muito assistindo ao canal do Edinaldo Pereira no YouTube e vendo trechos de "A Casa dos Desesperados", de Sergio Mallandro. Para mim, ela é muito melhor que o Big Brother.

No meio disso tudo, acabei perdendo a paciência com esse mercado do identitarismo, que cria teorias malucas para que o parque de areia antialérgica possa se sentir revolucionário. Tudo tem limite. Para mim, o limite é quando eu perco a paciência e foi hoje. O site de bom-mocismo para elites metropolitanas Quebrando o Tabu conseguiu a façanha com uma postagem sobre Big Brother.

Parece para você uma defesa exagerada de minorias?
Pois eu te digo que é o oposto, como todo identitarismo. O único resultado é a proteção psicológica de filho de rico que quer se sentir revolucionário mas tem preguiça de fazer revolução. É uma postagem mais do que superficial ou negacionista, é perversa. A mensagem que passa para quem realmente tem problemas para lidar com rejeição é cruel, a pior possível: diz que fica cada vez pior e o único jeito é ninguém mais te rejeitar.

Pense no primeiro e no último fora que você levou na vida.
Independentemente de qual tenha sido o mais dolorido, com qual deles você teve mais facilidade para lidar? Pois é, nós aprendemos com erros e traumas, é isso o que mostra a psicologia. Obviamente o sofrimento também traz consequências ruins. E isso pode ser superado com ajuda, como comprova a psicologia.

O Quebrando o Tabu resolveu dizer a todas as meninas com vitiligo que serão eternamente rejeitadas e vão ficar cada vez mais feridas com isso. Passou uma mensagem tóxica e negacionista para lacrar. Eu vou fazer o oposto. Vou dar a informação que vem da ciência para que nós possamos estender a mão a quem sofre com rejeição ou com a própria aparência. Essas pessoas não estão sozinhas e a ciência já evoluiu o suficiente para que elas possam proteger sua saúde mental.

Há pessoas que sofrem demais com rejeição de qualquer tipo. Não são necessariamente as que são mais rejeitadas. Somos humanos, não tamagochis. É possível que uma pessoa sofra demais com rejeição sem passar tanto por isso e vice-versa. Ocorre que este sofrimento hoje é desnecessário. Já há diversas terapias comprovadas para aprender a lidar com rejeição.

Se é o seu caso ou se você conhece alguém nessa situação, sugiro a leitura do livro "The Coddling of The American Mind", do psicólogo Jonathan Haidt, que eu cito bastante e foi uma das leituras mais esclarecedoras que já fiz. Ele fala muito sobre uma terapia comum que ajuda demais quando a pessoa sofre demais com traumas reais, a Cognitivo-Comportamental. Também explica que é possível entender esse sofrimento e se libertar da paralisia ou descontrole a cada lembrança.

Pessoas que têm problemas com a aparência às vezes pensam que vão viver sofrendo eternamente a cada olhar torto.  
O ideal seria as pessoas não olharem feio para quem é diferente ou tem deficiência, mas é possível? Não. O olhar torto será constante, infelizmente. 
Ocorre que é possível proteger a saúde mental de quem passa por isso. Sugiro vivamente que leiam os livros do meu querido amigo José Luiz Tejon. É uma inspiração para quem sofre virar a mesa.

Tejon teve o rosto queimado com uma lata de cera que explodiu no quintal quando tinha 5 anos de idade. Não queria nunca mais sair de casa. Pessoas com marcas bem menores costumam ter uma postura encolhida, acanhada, tentam esconder quem são para que os outros não olhem estranho. Ele não. Descobri isso quando a queimadura dele e a minha distração constante se encontraram pela primeira vez. Eu estava preparando uma pauta, fui apresentada ao Tejon, que é professor em diversas universidades e palestrante talentosíssimo. Estava sentada olhando o computador, ele sentou-se ao lado e começou a me ajudar. Quem me conhece sabe que pode cair o mundo e eu continuo no livro ou no computador.

Depois de um tempão trocando ideias, olhei para ele pela primeira vez. "Você tem a cara queimada, Tejon?" - quando eu vi, já tinha saído e exatamente desse jeito. Morri de vergonha. Fui tentar corrigir. Ele gargalhou do meu embaraço. Então me contou toda a história dele, dos livros, de como esse acidente que marcou a aparência ajudou a forjar o caráter porque ele teve ajuda para lidar com o trauma. Acabei fazendo o prefácio de um dos livros dele, "Guerreiros Não Nascem Prontos".

O mais engraçado é que os identitaristas vivem falando do tal "lugar de fala". Para falar sobre como é ter vitiligo e levar um fora você precisa ter vitiligo e ter levado um fora. Em tese, eu não poderia comentar sobre isso. Mas, por que o Quebrando o Tabu pode? E sem nem ouvir quem tem vitiligo? Porque identitarismo é um produto de luxo, o freepass do grande defensor de fracos e oprimidos. Já eu, que sou fascista, prefiro ouvir quem tem vitiligo, como essa moça:

E por que uma publicação que diz defender minorias lança ao público uma teoria negacionista que prejudica a saúde mental dessas minorias? Porque o identitarismo não é defesa das minorias, é um produto de luxo para elites metropolitanas. E se prejudicar as minorias, não tem problema. Elite metropolitana não é minoria, então tudo bem. O pessoal é encostado, superficial e egoísta? É, mas não quer se sentir assim nem mudar. 
Então o Quebrando o Tabu ensina que ver Big Brother é ser revolucionário. Pronto!

Mas o revolucionário não pode ver Big Brother? E quem vê Big Brother não pode comentar que gostou o não do fora que o rapaz deu na moça? Claro que pode! Só não pode dizer que isso é fazer militância ou defender minorias porque não é. Trata-se apenas de ver entretenimento lixo e entreter-se conversando sobre ele com quem faz o mesmo.

Eu assumo que gosto mesmo de entretenimento lixo como DNA do Ratinho e a Casa dos Desesperados de Sergio Mallandro. Tenho direito, ué, qual o problema? 
O pessoal do Quebrando o Tabu tem vergonha de ser quem é, então precisa fingir que vê Big Brother porque defende minorias em programas de grande audiência. 
Eu vou dizer então que vejo Ratinho e Sergio Mallandro porque rejeito a universalização da visão eurocêntrica de entretenimento e prefiro produções latinoamericanas.

Se você está precisando fazer uma grana, não vou julgar. Termino o artigo com uma pequena aula sobre como ganhar a vida enganando otário que tem pai rico. Uma alternativa é começar a xingar todo mundo que vê Big Brother dizendo que estão contribuindo para uma massificação do entretenimento eurocentrado. É preciso descolonizar a indústria do espetáculo.

Big Brother é uma criação da holandesa Endemol. Além de propagar os valores e o estilo de entretenimento do colonizador, ainda faz com que as culturas originárias percam o espaço na grade de programação das emissoras de seus próprios países. Em vez de um Chico Anysio e um Jô Soares, temos dona Endemol branca de olhos azuis dando as cartas. Eu só vejo DNA do Ratinho por isso, porque sou uma revolucionária.

E como ganha dinheiro com isso? Simples, tem que mirar em quem é rico e mencionou ou curtiu qualquer coisa do Big Brother. Junta uma turma de desocupados precisando de grana igual você e começa a xingar a pessoa. Ela tem de ser fascista e nazista porque está perpetuando o modelo opressor de entretenimento do colonizador, impedindo que as próximas gerações valorizem a cultura local. Daí, você começa a oferecer consultoria de letramento em descolonização. Contratou, a gangue para de xingar. Se você for pessoa honesta, ao ganhar sua primeira bolada, compartilhe a comissão comigo. Obrigada.

Madeleine Lackso, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

quinta-feira, 2 de setembro de 2021

Para inglês ver = Seios grandes colocam carreira de cantora em risco

Reino Unido

A soprano Maddie Boreham lançou uma vaquinha on-line para poder fazer a cirurgia de redução mamária 

Uma cantora de ópera britânica lançou uma campanha de financiamento coletivo na internet, a conhecida vaquinha. O motivo? O peso dos seios torna difícil ficar em pé enquanto ela canta.
 

(crédito: reprodução /instagram )
  
Em uma entrevista para o Metro, Maddie Boreham explica: "Como cantora de ópera, você tem que ter certa postura corporal quando canta". Com dificuldades até para sair da cama, a cantora que se forma no ano que vem no Royal College of Music, de Londres, teme pelo futuro profissional.

"A dor que estou sentindo por causa dos meus seios está piorando e estou lutando para me levantar e cantar por longos períodos de tempo", afirma Maddie. Ela acrescenta que, com o agravamento do caso, entrou na fila da cirurgia pelo NHS (SUS Britânico), mas devido à pandemia de covid-19 a fila está muito grande.

A urgência do caso, já que sente muita dor nas costas, e a autoestima fizeram com que a soprano lançasse um pedido de financiamento coletivo na internet. Para cobrir o processo cirúrgico ela precisa do equivalente a R$ 50 mil. A cirurgia que Maddie busca fazer é a mamoplastia redutora, que é ofertada no Brasil pelo SUS.

 Diversão e arte - Correio Braziliense