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domingo, 8 de janeiro de 2023

Manifestantes sobem rampa e ocupam o teto do Congresso Nacional

Grupo protesta contra o presidente Lula 

Manifestantes subiram a rampa do Congresso Nacional e ocuparam o teto do Parlamento neste domingo, 8. O grupo saiu do Quartel General do Exército de Brasília, a quase 8 quilômetros dali, em direção à sede do Legislativo.


 

Bolsonaristas convocam aliados para ato em frente ao Congresso

Manifestantes contrários ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estão convocando aliados para ato em frente a Congresso Nacional, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Vídeos publicados nas redes sociais neste domingo (8.jan.2022) mostram os bolsonaristas dizendo que “não é para ir” ao Quartel General do Exército. Em uma dos registros, uma mulher não identificada afirma que os ônibus com aliados já foram orientados para irem ao local. Cerca de 80 veículos chegaram na capital de 6ª feira para sábado (6-7.jan). “Todo mundo do QG vem para cá, para Esplanada. O foco hoje [8.jan] é Esplanada. Venham em grande massa”, disse um homem em outro vídeo. Os manifestantes também afirmam que estão realizando um ato pacífico. 

 Leia a reportagem no Poder360: https://www.poder360.com.br/brasil/bo...

Imagens mostram o momento em que um bloqueio da polícia é rompido e as pessoas seguem à Câmara dos Deputados e ao Senado. Vídeos das manifestações registram o momento em que o saguão da Câmara é adentrado pelos manifestantes. Não se sabe se houve algum tipo de depredação ao local.

A imagem lembra um ato de 2013, na esteira das manifestações contra o aumento das passagens de ônibus, quando milhares de pessoas também ocuparam o teto e a marquise do Parlamento. Com máscaras no rosto, muitos seguravam bandeiras brancas e cartazes com dizeres: “Não à violência”.

Do outro lado da Praça dos Três Poderes, manifestantes estão em frente ao Palácio do Planalto.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, posicionou-se, sobre o caso. “Repudio veementemente esses atos antidemocráticos, que devem sofrer o rigor da lei com urgência”, escreveu Pacheco, no Twitter.

Organização dos manifestantes que ocuparam o teto do Congresso Nacional
No sábado 7, o acampamento no QG de Brasília praticamente esvaziou-se, depois da posse de Lula. O espaço, contudo, voltou a registrar a presença de mais pessoas, na iminência do protesto que veio a ocorrer na tarde de hoje.

Em reação, o ministro da Justiça, Flávio Dino, assinou uma portaria autorizando o uso da Força Nacional para reprimir “atos violentos”.

A medida foi anunciada por Dino no Twitter e estabelece que os agentes têm de agir em prol “da ordem pública e do patrimônio público e privado entre a Rodoviária de Brasília e a Praça dos Três Poderes, assim como na proteção de outros bens da União situados em Brasília, em caráter episódico e planejado, nos dias 7, 8 e 9 de janeiro de 2023”. Em publicação no Twitter, Dino lembrou que tem o apoio das “forças federais disponíveis em Brasília”.[Forças Federais??? ao que sabemos as FF AA são federais e estão respeitando o direito constitucional das pessoas se manifestarem de forma legal, ordeira e pacífica. Lembrando que a Força Nacional não pode entrar em ÁREA MILITAR sob administração de qualquer Força Singular,  exceto com autorização do Comando da Força que tenha jurisdição sobre a área.]

Em atualização

CLIQUE e saiba mais sobre a admoestação da filha da Michelle Bolsonaro à Jana.  Filha de Michelle Bolsonaro rebate Janja

Leia também: “A direita está aí”, reportagem publicada na Edição 137 da Revista Oeste

Manifestantes furam bloqueio na Esplanada e sobem rampa do Congresso - O Globo

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro furaram bloqueio montado pela Polícia Militar do Distrito Federal

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobem a rampa do Congresso no começo da tarde deste domingo

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobem a rampa do Congresso no começo da tarde deste domingo Reprodução

Um grupo de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro furou o bloqueio montado pela Polícia Militar e invadiu a rampa e a área superior do prédio do Congresso Nacional. Os manifestantes estavam concentrados no Quartel-General do Exército, em Brasília, e desceram em direção a Esplanada dos Ministérios na tarde deste domingo.

Mais cedo, o ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou ter conversado com governadores sobre os atos antidemocráticos que acontecem pelo país e disse esperar que a polícia não precisasse agir para conter atos violentos desses grupos."Ontem conversei com governadores, inclusive que não são do nosso campo político. Queremos que a LEI prevaleça e não haja crimes. Estou em Brasília, espero que não ocorram atos violentos e que a polícia não precise atuar. “Tomada do Poder” pode ocorrer só em 2026, em nova eleição", escreveu ele.

A PM está usando bombas de efeito moral para tentar conter os manifestantes. Um carro da polícia legislativa caiu no espelho d'água do Congresso.O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, o ministro da Justiça, Flavio Dino, e o chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, estão acompanhando as manifestações deste domingo em Brasília.

Política - Jornal O Globo


domingo, 11 de dezembro de 2022

Como me tornei um melancia por acreditar que o ex-presidiário subirá a rampa - Paulo Polzonoff Jr.


Vozes - Gazeta do Povo


"Ensina-me, Senhor, a ser ninguém./ Que minha pequenez nem seja minha". João Filho.

A Grande Decepção

Compreendamos, aqui, mais essa fragilidade humana: sempre foi, é e será grande, enorme, gigantesca a tentação de falar aquilo que o público quer ouvir. - Foto: Pixabay

Fui chamado de “melancia”. O insulto é novidade para mim, acostumado a ser chamado de gado, isentão ou comunista. Tanto é assim que tenho que perguntar ao ofensor o que significa o xingamento. Estupidez suprema, a minha! “Melancia é verde e amarela por fora e vermelha por dentro”, me explica o agressor. "Aaaaaaaaaaah!", respondo, rindo amarelo. Por um instante, me lembro de certa vez em que achei que “salta-pocinhas” era elogio. Para você ver.

Está curioso para saber por que fui chamado de melancia? Eu também. Parece que tem a ver com a minha percepção da realidade política, que para um verdadeiro patriota é insuportavelmente falha, para não dizer "burra". Sou, pois, “vermelho por dentro” porque não acredito na força político-militar de Jair Bolsonaro para dar um golpe/contragolpe ou para usar o já mítico Artigo 142. Ao que tudo indica, essa minha postura incrédula, derrotista e pessimista é prejudicial ao movimento. O que me torna imediatamente um infiltrado que tem por objetivo enfraquecer a revolução. Desculpe?

Imagino do que me chamaria o ofensor se soubesse que, ao longo desta semana, várias vezes ensaiei escrever com todas as letras: não haverá um golpe de Estado no Brasil. Ou contragolpe, como queiram. Ao menos não por parte de Bolsonaro e seus apoiadores. Digo, haverá alguma balbúrdia. Na segunda-feira (12), data da diplomação do ex-presidiário eleito, é bem capaz de haver gritos e ranger de dentes
Mas um golpe? Gê, ó, ele, pê, é? Consulto um e outro, leio isso e aquilo, observo com atenção todos os sinais. Não consigo enxergar nenhum indício dessa revolução aí e me sinto obrigado a perguntar mais uma vez: desculpe?
 
Mas repare você que estou confessando ter desistido da empreitada de dizer taxativamente que não, não haverá um golpe, não. Porque lá bem no fundinho da mente sempre resta uma nanoduvidazinha. Afinal, vivemos no Brasil, terra de samba, pandeiro e dramas. 
Vai que o Exército está mesmo convocando revolucionários por meio do Twitter, como “provam” vários prints compartilhados nos grupos patriotas, né? Vai que os índios invadem o STF
Vai que o Sol atualmente em Sagitário forma algum aspecto sinistro com Plutão e Netuno. 
Vai quê.

O melancia que ousasse escrever uma insanidade dessas e fosse pego de calças curtas pelo improvável passaria uma vergonha maior do que um jornalista que, em 1939, no Volksanzeiger, anunciasse com todas as letras e aquelas palavras quilométricas do alemão que a Europa estava prestes a entrar num longo ciclo de paz. “Eu te disse, seu melancia!”, imagino o agressor falando, rindo e babando Schadenfreude. Não sem um tiquinho de razão.

Cisne verde-oliva
É esse temor diante da possibilidade (ainda que ínfima) de concretização do improvável que me faz segurar a língua até o dia 1º de janeiro.
Mas chegue mais perto e dê só uma olhadinha aqui.
Veja como o ser humano é interessante.
Enquanto uns receiam, outros fomentam o clima de incerteza política, atiçando o espírito revolucionário dos brasileiros que, compreensivamente, não aceitam a dura realidade de que seremos governados por Lula e seus cúmplices pelos próximos quatro anos. E espero que fique só nisso.

Alguns sopram essa brasa por pura perversidade, mas esses não me interessam. Prefiro me ater aos que agem como animadores de torcida porque morrem de medo que a pecha de “melancia” pegue. 
Ou porque temem perder o respeito de uma audiência que ainda nutre esperanças legítimas por uma solução mágica. 
Compreendamos, aqui, mais essa fragilidade humana: sempre foi, é e será grande, enorme, gigantesca a tentação de falar aquilo que o público quer ouvir. Ou vocês não se lembram dos intermináveis “Lula preso amanhã” do tempo em que a prisão de um corrupto ainda era apenas uma esperança mais ou menos palpável?
 
Mais do que seduzir um público ávido por emocionantes reviravoltas que selariam a vitória do bem contra o mal ou da liberdade contra a escravidão, o importante é ser fiel à realidade observável. Por mais tenebrosa que ela pareça. O importante é ser honesto. 
Mesmo correndo o risco de desagradar quem se apega a qualquer videozinho de um jipe militar cruzando a rua como um sinal claro & inequívoco de que o candidato preferido do TSE não subirá a rampa. Mesmo sendo xingado de "melancia". 
E mesmo correndo o risco de, amanhã ou depois, levar uma rasteira do cisne negro. Ou seria verde-oliva esse cisne?
 
Melancia ou não, o que tira meu sono no momento tem a ver com o que chamo grandiloquentemente de A Grande Decepção: o que essas pessoas todas farão ao terem de se deparar não só com a porção humana dos seus heróis e mitos, mas sobretudo com a derrota – tenha sido ela fraudulenta ou não. E mais: o que eu farei com todo esse meu cinismo se alguma coisa, qualquer coisa, acontecer mesmo para impedir a coroação de Lula III. [pedimos vênia para discordar do ilustre Polzonoff quando coloca na mesma frase, como alternativo golpe/contragolpe e usar o artigo 142 da CF. 
Quero apenas registrar nosso PENSAMENTO de que usar um artigo da Constituição Federal, e na forma devidamente regulamentada por uma Lei Complementar, não pode ser considerado golpe. 
Encarecidamente, pedimos que não confundam o PENSAMENTO acima exposto com CONCLUSÃO,  visto que uma CONCLUSÃO se considerada ERRADA,  resulta em CONCLUSÃO ERRADA, que se tornou crime no Brasil.]


Paulo Polzonoff Jr., colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

'Nossa bandeira jamais será vermelha', diz Bolsonaro em discurso no Planalto

Após receber a faixa de Temer, presidente faz pronunciamento para o público no Parlatório do Palácio do Planalto 

Após receber a faixa presidencial de Michel Temer, o presidente Jair Bolsonaro discursou no parlatório do Palácio do Planalto, dizendo que vai libertar o Brasil do " socialismo ". No final de sua fala, segurou uma bandeira do Brasil e disse estar disposto a dar seu sangue para que ela não vire "vermelha":
— Essa é a nossa bandeira, que jamais será vermelha. Só será vermelha se for preciso nosso sangue para mantê-la verde e amarela.

Apesar da orientação da segurança do governo, o presidente manteve a tradição e desfilou em carro aberto da Catedral de Brasília até o Congresso. A Esplanada dos Ministérios recebeu público de todo o Brasil para a posse. De ônibus, avião e em caravanas, apoiadores do presidente eleito começaram a chegar a Brasília no fim de semana.

O empresário André Rhouglas conta que chegou à Praça dos Três Poderes por volta de 6h30. Pegou um lugar na grade, na frente da rampa do Palácio do Planalto, onde Bolsonaro receberá a faixa.
- O importante é estar no meio do povo.  O importante é estar no meio do povo, no sol na chuva. Mostrar apoio para Bolsonaro, para o Sérgio Moro, para mudar o Brasil - disse ele, que veio de Belo Horizonte, carregando um cartaz com fotos do futuro ministro da Justiça.


Extra Globo

 

sábado, 7 de maio de 2016

Dilma planeja deixar o Palácio do Planalto descendo a rampa

Auxiliares temem que gesto da presidente pareça o fim do governo

[Dilma, é conveniente que você não divulgue o horário e assim evitará levar a maior vaia da história da Praça dos  Três Poderes, vaia e panelaço - dedicados a você, ao futuro presidiário Lula (que anda sumido, escondido, se borrando quando ouve o barulho de uma sirene) e a toda a corja petralha.]
 
Dando como certo que o plenário do Senado vai autorizar a abertura do processo de impeachment, há uma discussão no governo sobre a conveniência de a presidente Dilma Rousseff descer a rampa do Palácio do Planalto, acompanhada de movimentos sociais, ao ser notificada de seu afastamento do cargo por até 180 dias. 
 Auxiliares da presidente argumentam que esse gesto simbólico passará a imagem de que o governo acabou, contrariando a estratégia de Dilma e do PT de manter a militância e os movimentos sociais mobilizados, e de transformar o Palácio da Alvorada em um bunker até o Senado julgar o mérito do processo. [esses imbecis, aqui chamados de auxiliares da presidente esquecem que a militância petista e as gangues chamadas 'movimentos sociais' são movidas com dinheiro público e este dinheiro sumiu.
Se Dilma resolver enfrentar a vaia e panelaço com que será saudade e contar com os 'militontos' e 'movimentos sociais' corre o risco de encontrar meia dúzia de gatos pingados.]

Dilma quer descer a rampa, e entidades como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) já estão mobilizados para isso. O objetivo da presidente é deixar o governo “aplaudida pelo povo”, nas palavras de assessores do Planalto, e fazer um discurso nessa linha.

A conveniência do gesto está sendo também discutida pelos movimentos sociais: Há um debate em torno disso. Alguns ponderam que fica a imagem de que estamos saindo de vez. Mas ela vai ter que sair de qualquer jeito, porque não vamos ficar entrincheirados no Planalto, então que seja pela porta da frente, de cabeça erguida, abraçada pela massa e, principalmente, fazendo um discurso de que vai resistir ao golpe. É melhor do que sair escondida em um carro — disse um dirigente da CUT.

No governo, defensores desse rito dizem ainda que Dilma não terá outra oportunidade de descer a rampa, já que não poderá despachar mais no Planalto depois de afastada.
A mobilização para a votação no Senado será menor do que do que na votação da Câmara, pelo menos no que depender da CUT. Dessa vez, por contenção de despesa, a central sindical vai deslocar para a capital apenas integrantes de estados do entorno, como Mato Grosso, Mato Grosso de Sul e Goiás. No restante do país, a orientação é fazer mobilizações locais.

CRONOLOGIA
11 de maio. O plenário do Senado vota o parecer da comissão do impeachment. Os 81 senadores decidirão pela admissibilidade da denúncia, ou seja, se devem abrir processo contra a presidente, ou não. Aprovada a admissibilidade, Dilma será automaticamente afastada do cargo por até 180 dias. Se a admissibilidade for rejeitada, o processo é extinto. A abertura de processo de impeachment tem que ser aprovada por maioria simples, com a presença em plenário de pelo menos 41 senadores.

Até a sexta-feira 13. Entre os dias 11 e 13, a presidente é comunicada sobre a decisão do Senado, recebendo a notificação pelo primeiro-secretário da Casa. Se o processo não for encerrado em 180 dias,a presidente retoma as funções.

Após a notificação. A comissão especial começa seus trabalhos. A presidente terá um prazo para apresentar sua defesa formal. Há uma dúvida sobre o prazo que ela terá, mas a tendência é que sejam 20 dias, como ocorreu com Fernando Collor, em 1992.

Produção de provas. A comissão poderá fazer diligências e convocar testemunhas de acusação e de defesa. A comissão realiza um segundo parecer sobre se existem realmente provas e se a presidente deve sofrer impeachment ou não. É a chamada produção do “juízo de pronúncia”. O parecer é votado pela comissão, devendo ser aprovado, novamente, por maioria simples.


Nova votação. A sentença de pronúncia é votada pelo plenário do Senado, devendo ser aprovada novamente por maioria simples.

Fase final. É lido em plenário o chamado libelo acusatório, uma espécie de resumo de todo o processo, elaborado pelos denunciantes, no caso, os juristas. Nesse momento, o presidente do Senado envia os autos do processo ao presidente do Supremo Tribunal Federal, marca a data do julgamento e convida o presidente do STF a presidir a sessão do julgamento do impeachment.

Julgamento. É presidido pelo presidente do STF. Por isso, o presidente do Senado tem direito a votar nessa fase final. O impeachment precisa ser aprovado por 54 dos 81 senadores. Se aprovado, Dilma é condenada por crime de responsabilidade, perde o cargo e fica inelegível por oito anos. A previsão é que o julgamento seja em setembro.


Fonte: O Globo